domingo, 16 de julho de 2017

ANTIGOS FILMES DA MARVEL GANHAM VERSÃO EM DVD



                Os filmes de super-heróis viraram hit na indústria cinematográfica nos últimos 15 anos, e hoje, não há temporada onde algum título, ou vários deles, não estejam no cronograma de lançamentos, sendo impacientemente aguardados pelos fãs, com grandes ou poucas expectativas, dependendo do personagem que será adaptado, e das informações da história que será apresentada. Com faturamentos milionários, e até bilionários em alguns títulos, os fãs destes personagens vivem o paraíso e o inferno com tantos lançamentos. Todos adoram quando os heróis são adaptados com fidelidade, ou no mínimo, respeitam a sua essência, e mesmo com algumas mudanças, apresentam uma boa história. Por outro lado, quando a coisa não é bem feita, há o desapontamento, e até a frustração, quando a produção esperada ou não respeita a história do personagem, ou derrapa feio na construção da aventura que ele deveria viver.
                Mas, filmes de super-heróis são mais antigos do que muitos da atual geração de fãs imagina. Desde os seriados veiculados nos cinemas, nos idos da década de 1930, até os dias atuais, muitos heróis de quadrinhos já ganharam as telas de tempos em tempos, com resultados variados. Estes filmes não eram produzidos no ritmo que se vê atualmente, até porque, então, este tipo de produção não era considerado capaz de produzir sucessos de bilheteria, o que não quer dizer que alguns produtores e estúdios não tentassem a sorte, assim mesmo. E agora, duas destas produção antigas estão ganhando nova chance de serem revistas no mercado de vídeo nacional, através da distribuidora Vinyx Multimidia, que está lançando os filmes do Justiceiro e do Capitão América, heróis da Marvel Comics.
                O JUSTICEIRO foi produzido em 1989, pela New World Pictures, com direção de Mark Goldblatt e produção de Robert Mark Kamen. No papel-título, interpretando Frank Castle, estava o ator Dolph Lundgren, que havia feito o papel de Drago, o adversário rival de Rocky Balboa no filme Rocky IV. Na época, a fama do justiceiro andava em alta na Marvel, com o anti-herói que executava impiedosamente seus inimigos ganhando cada vez mais aventuras, e mais de um título regular sendo publicado pela Marvel Comics. Na caracterização, até que Lundgren caía bem como o personagem. Mas a história do filme não era nem um pouco cativante, resumindo-se a uma luta contra mafiosos que querem tomar o submundo de Nova Iorque, com confrontos com a Yakuza, e com Castle tendo de se aliar a seu ex-parceiro de polícia, o tenente Jake Berkowitz (interpretado por Louis Gossett, Jr.), para resolver a parada, antes que a guerra de facções crie um banho de sangue na metrópole.
                Com um orçamento de cerca de US$ 9 milhões, e rodado em Sidney, o filme recebeu muitas críticas dos fãs. Em nenhum momento o Justiceiro chegava a usar o seu uniforme com a caveira, apesar de ter sido creditado a ele a execução de pelo menos 125 bandidos na história, e sua motivação e a razão de ter se tornado um matador de criminosos, em uma guerra de um homem só contra os bandidos, devido à sua família ter sido executada por criminosos, foi muito pouco e mal explorada na história. Não ajudou muito a interpretação de Dolph, que foi considerada insossa e chata. Nem as sequências de luta ou os tiroteios dos confrontos escapavam das críticas. De se elogiar o fato de Lundgren ter realizado por si mesmo todas as sequências de ação do filme, dispensando o uso de dublês.
                Já CAPITÃO AMÉRICA foi produzido em 1990, por uma junção das companhias 21st Century Film Corporation, Jadran Film, Marvel Enterprises, e Paramount Pictures. A direção foi de Albert Pyun, com produção de Joseph Calamari, Menahem Golan, Tom Karnowski, e Stan Lee. Com orçamento de US$ 10 milhões, o filme foi rodado nos Estados Unidos e na Iugoslávia, com Matt Sallinger interpretando o Capitão América e sua identidade civil, Steve Rogers. Apesar dos esforços de Sallinger em tentar convencer como o herói da Segunda Guerra Mundial, tal como no filme do Justiceiro, o roteiro e os recursos técnicos mal utilizados e com efeitos especiais muito aquém do necessário, mostraram que não seria dessa vez que o Capitão teria o tratamento que merecia numa produção de cinema. Muitas mudanças foram feitas na história, começando pela origem do Caveira Vermelha, que neste filme, nem alemão era, sendo um jovem italiano que acaba sendo forçado a participar de um experimento destinado a criar o nazista supremo, com o qual as forças do Eixo derrotariam os Aliados no conflito global. Mas a criadora do processo, ainda experimental, foge para os Estados Unidos, onde oferece seus serviços ao governo americano, que com sua fórmula cria o Capitão América, sua arma contra a tirania, e contra o perverso Caveira, que apesar do processo incompleto deixado pela cientista, foi criado pelos nazistas assim mesmo.
                Num festival de atropelos, o Capitão recém-criado já é enviado contra o Caveira Vermelha, sendo derrotado, e por um acidente do destino, ao evitar que Washington fosse bombardeada pelos alemães, acaba indo parar no meio do círculo ártico, ficando congelado até os dias atuais, quando acaba encontrado e revivido, e precisa deter novamente o Caveira, agora na identidade de um mafioso que pretende derrubar e conquistar o governo dos EUA, sequestrando seu presidente. Esta produção, que teve um desenvolvimento bem tumultuado nos anos anteriores à sua realização, em virtude de direitos autoriais e problemas de direção entre as companhias de filmagem envolvidas, também levou diversas críticas dos fãs e especialistas.
                Por mais que ambos os filmes não despertem a comoção da grande maioria dos fãs, foram as primeiras grandes produções de cinema a retratarem o Justiceiro e o Capitão América. No Brasil, o filme do Justiceiro acabou sendo lançado nos cinemas, e posteriormente no mercado de vídeo, em VHS. Já o filme do Capitão seguiu direto para o mercado de vídeo, nem tendo sido lançado nos cinemas. E agora os fãs nacionais terão a chance (ou o desprazer) de rever estes dois filmes em DVD, através da Vinyx Multimidia, que ao menos está trazendo ambos em uma apresentação muito bem feita. Ambos os filmes, apresentados como edição de luxo limitada, vêm com luvas de qualidade excelente, com artes diferente da que ilustram os estojos plásticos. Ambos os filmes, que estão sendo oferecidos pelo preço de R$ 29,90, trazem opção de áudio em inglês, português e espanhol, com direito a legendas nestes últimos dois idiomas. De extras, trazem os trailers de cinema e galeria de fotos, sendo que o filme do Capitão traz até alguns cards de brinde. O filme do Justiceiro já se encontra à venda em algumas livrarias e lojas on-line, como a Saraiva, e a Livraria Cultura, enquanto o filme do Capitão deverá serdisponibilizado para venda neste mês de julho.
                Mesmo que os filmes não sejam grande coisa, o lançamento deles por parte desta distribuidora é louvável, por oferecer estas produções no mercado de vídeo nacional com um tratamento mais decente do que muitas outras distribuidoras tem feito em relação a alguns filmes do gênero, que bons ou ruins, merecem ter a chance de serem lançados e devidamente avaliados e aproveitados pelo público. Tanto este filme do Justiceiro quanto o do Capitão América nunca haviam sido lançados em mídia digital no Brasil, ficando restritos aos lançamentos em VHS em suas respectivas épocas. Que a empreitada da Vinyx seja bem-sucedida, e possam trazer muitos outros lançamentos interessantes na área para o público consumidor.


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