segunda-feira, 30 de setembro de 2019

SPAWN E TODD MCFARLANE ENTRAM NO LIVRO DOS RECORDES


Um marco acaba de ser quebrado na história dos quadrinhos. Neste mês de outubro, a série Spawn terá o lançamento de sua edição 301, após ter atingido a marca de três centenas de edições publicadas nos Estados Unidos neste mês de setembro. E o feito é motivo de comemoração: Spawn é a série mais longeva já publicada por um mesmo autor desde seu início, e tanto a série quanto Todd McFarlane, seu criador, entrarão para o Livro dos Recordes, o Guiness Book, por este feito.
Tendo feito sua fama ilustrando aventuras dos heróis da Marvel em fins dos anos 1980 e início dos anos 1990, como o Incrível Hulk e o Homem-Aranha, Todd McFarlane foi um dos artistas que se uniram no início da última década do século passado para criar uma nova editora, a Image, onde todos eles teriam controle sobre suas criações, situação que não ocorria nas outras editoras. E McFarlane criou o personagem Spawn, o Soldado do Inferno, que viria a se tornar o maior sucesso da nova editora, que criou furor no mercado de quadrinhos dos Estados Unidos no início de suas operações, chegando a abalar o poderio das poderosas Marvel e DC Comics com o seu repertório de títulos.
Mas os anos passaram, e aqueles artistas que se uniram para fundar a Image acabaram se separando e tomando outros rumos no mercado de quadrinhos, e os títulos que eles lançaram, depois de um primeiro momento de boas vendas, começaram a perder o embalo, e enfrentaram ou o cancelamento de suas aventuras, ou a venda para outra pessoa ou empresa, como por exemplo quando Jim Lee vendeu seus personagens para a DC Comics, editora onde passou a trabalhar muitos anos depois. Da velha leva original de artistas, ficou mesmo só Todd McFarlane, embora ele tenha ficado apenas como editor de seu próprio personagem, deixando que outros roteiristas e desenhistas assumissem o título criado por ele, enquanto se dedicava a outras atividades empresariais no ramo de quadrinhos. Mas o título seguiu firme e forte, como atesta agora a nova marca recorde de publicação de um título de um autor independente com a nova edição que sai em outubro.
Porque com o lançamento de Spawn 300, McFarlane igualou a marca de outro artista, o canadense Dave Sim, que havia criado o personagem Cerebus, e que durou exatos 300 números, publicados entre dezembro de 1977 e março de 2004. O personagem Cerebus era um porco-do-mato antropomorfizado que inicialmente vivia aventuras no estilo capa-e-espada, mas passou a contar aventuras de vários outros gêneros e estilos, em clima de paródia e crítica. Curiosamente, Spawn e Cerebus já se encontraram uma vez. O feito ocorreu na edição Nº 10 do título de Spawn, que na época, recebeu o reforço de alguns artistas colegas de McFarlane no meio editorial, e na décima edição, o artista que ajudou na história foi justamente Dave Sim, que faz seu personagem participar da história, em uma metáfora da exploração dos personagens de quadrinhos pelas grandes editoras. Infelizmente, tempos depois Sim não gostou dos rumos empresariais que McFarlane passou a adotar, e esta edição acabou proibida de ser republicada, de modo que se tornou uma grande raridade no mercado de quadrinhos. Quando de sua primeira publicação no Brasil, ainda nos anos 1990, esta edição acabou não sendo lançada por aqui, por conta deste desentendimento.
E, se Sim cumpriu sua meta, encerrando a publicação de seu personagem com 300 edições, McFarlane, pelo seu instinto empresarial, está indo além justamente por isso. Embora não seja mais o grande sucesso da sua primeira década de existência, Spawn ainda é um título muito popular nos Estados Unidos, com uma legião de fãs fiéis, e com muitos leitores que continuam a acompanhar as aventuras do personagem. E Todd não se furta a reconhecer que a marca que está atingindo é um grande feito. “Qualquer recorde que é baseado em longevidade é conquistado por causa de dezenas de outras pessoas. Por mais que tenha orgulho de receber este prêmio, eu o aceito com gratidão em nome de todos aqueles que me ajudaram nos últimos 27 anos nessa jornada”, declarou o artista.
A cerimônia de entrega do prêmio do novo recorde de publicação será realizada no próximo dia 5 de outubro, direto da New York Comic Com, e os fãs foram convidados a testemunhar este momento dentro da convenção, quando McFarlane receberá seu certificado oficial do Guiness World Records, pelas mãos da juíza Claire Elie Stephens, que declarou “Estou incrivelmente honrada por apresentar este título do GUINNESS WORLD RECORDS a Todd McFarlane em homenagem a SPAWN #301 em um evento que celebra os criadores de quadrinhos que possuem tal entusiasmo. Todd McFarlane mostra imensa paixão, um valor fundamental de nossa missão, e essa conquista é um reconhecimento da carreira de quase três décadas de Todd”. E os fãs estão convidados a testemunhar o momento, que ocorrerá antes do painel, “The Road to Historic Spawn 300 and 301”.
No Brasil, Spawn teve sua melhor época quando foi publicado pela Editora Abril, que lançou 150 edições do personagem, que depois teve uma curta passagem pela Pixel Editora. No início deste ano, o herói ganhou uma edição especial pela New Order Editora, compilando as edições Ressurrection e números 251 a 255 da série regular. O lançamento de novas edições estão sendo planejadas pela editora, mas por enquanto, sem datas oficiais de lançamentos, deixando os fãs brasileiros do personagem de McFarlane em compasso de espera por enquanto. Só resta invejar os fãs norte-americanos, que certamente ainda vão continuar podendo apreciar as aventuras de Spawn por muito tempo ainda, pois Todd não tem planos de encerrar a história de sua cria infernal tão cedo, ainda mais agora, rumo a novos recordes. Vida longa ao Spawn!


ELO PERDIDO GANHA NOVO LANÇAMENTO EM DVD


De passo em passo, o mercado de home video nacional vai tentando sobreviver, em um momento onde as grandes distribuidoras passam a tratar o Brasil quase que um país marginal no mercado mundial, negando ao público consumidor vários filmes e séries que possuem muitos fãs e apreciadores por aqui. Um destes exemplos é o fato de o Brasil ter ficado praticamente órfão dos mais recentes lançamentos da Fox, devido à sua compra por parte da Disney, com os produtos da marca da raposa sendo praticamente paralisados em nosso país, e sem data para serem retomados.
Em meio a isso, o público consumidor de seriados de TV também vem sendo afetado, e castigado pelas atitudes ineptas das distribuidoras, com lançamentos que se iniciam para logo depois serem cancelados, ou largados à própria sorte, deixando vários consumidores e colecionadores com suas coleções desfalcadas pelo fato de não haver continuidade dos lançamentos. No mercado de séries clássicas e antigas, contudo, algumas empresas “menores” vem tentando resgatar algumas séries que há muito tempo deixaram de ser reprisadas em nossas emissoras de TV, conseguindo satisfazer um público que andava carente de lançamentos nesta área específica.
E uma destas empresas, a One Movies, prepara para o próximo mês de outubro, se não houverem atrasos, o lançamento de mais uma destas antigas séries, que atende pelo nome de “O Elo Perdido” (Land of the Lost, no original em inglês). O ELO PERDIDO – A SÉRIE COMPLETA, será um box contendo todas as três temporadas do seriado, com seus 43 episódios. Mas, a exemplo do box da série Xena, lançado recentemente, haverá também a opção de compra das temporadas em boxes individuais, para quem não tiver condições de comprar o box com a série completa. Os discos trarão todos os episódios com opção de áudio em inglês e português, e opção de legendas em português. Até o fechamento desta matéria, ainda não havia sido divulgado o preço da caixa completa, nem dos boxes das temporadas individuais.
Trata-se na verdade de um relançamento do seriado por parte da One Movies, já que a série havia sido lançada completa em DVD há vários anos atrás, pela Focus Filmes, nos mesmos moldes. Levando-se em conta que a empresa já relançou algumas outras séries que haviam sido disponibilizadas pela Focus recentemente, como o desenho animado do Capitão Marvel (Filmation) e a série da Poderosa Ísis, este novo lançamento de O Elo Perdido deve seguir os mesmos moldes, o que não deixa de ser uma oportunidade para novos e velhos fãs de adquirirem a série, se não tiveram a oportunidade de fazê-lo quando foi lançada pela Focus.
Na trama, Rick Marshall (Spencer Milligan) e seus dois filhos, Will (Wesley Eure) e Holly (Kathy Coleman), estavam fazendo uma expedição de canoa em um rio caudaloso, quando eles são pegos de surpresa por um redemoinho que os leva por um desfiladeiro desconhecido, despencando em uma cachoeira. Quando acordam, eles se veem em um mundo perdido pela passagem do tempo. Um mundo diferente, com criaturas estranhas e outras já extintas no curso da história de nosso planeta, como os dinossauros. Enquanto tentam sobreviver neste diferente local, eles precisam descobrir uma maneira de como sair deste lugar e voltar para casa. Os efeitos da série para mostrar os dinossauros eram feitos em stop motion, entre outras técnicas, usando bonecos e miniaturas, e os cenários eram quase sempre os mesmos, em uma caracterização que já era considerada pobre na época, mas que tempos depois acabou sendo considerada até trash, mas mesmo assim, ainda tendo a simpatia de muitos que assistiram o seriado, que apesar de infantil e até meio ingênuo, tratava de assuntos até complicados, como fendas no tempo, eras perdidas, realidades alternativas, e realidades fantásticas, com direito até a seres alienígenas.
Produzida pelos irmãos Sid and Marty Krofft, em conjunto com Allan Foshko, e David Gerrold, Elo Perdido foi exibida nos Estados Unidos pela TV NBC, entre setembro de 1974 a dezembro de 1976, com um total de 43 episódios divididos em 3 temporadas. Na terceira e última temporada, o personagem Rick Marshall foi substituído por seu irmão Jack (Ron Harper), que estava à procura de seus familiares, a acabou tragado pela mesma fenda temporal que os levou para aquele período perdido do tempo, acabando por trocar de lugar com Rick, que volta para o presente e nunca mais foi visto na série. Outro personagem fixo era Cha-Ka, um estranho representante de um povo pré-histórico que habitava o lugar, chamado Pakuni. No Brasil, Elo Perdido foi exibido inicialmente pela TV Globo entre 1975 e 1977. Na década de 1980, a série foi reprisada inúmeras vezes pela TVS/SBT, até o início dos anos 1990. Aliás, nessa década, a Kroft Productions chegou a lançar uma nova versão da série, que até ganharia um filme em 2009, baseado na série. Por enquanto, o que está ganhando nova chance no mercado nacional de home vídeo é a série original dos anos 1970. Pode não ser a mais vistosa ou inspirada série de personagens que ficam perdidos no tempo, ou até mesmo original no seu conceito (alguém aí lembra de O Vale dos Dinossauros, série em animação da Hanna-Barbera, onde uma família também ficava presa em um lugar parecido? E que, coincidentemente também estreou na TV americana em setembro de 1974?), mas teve os seus fãs e admiradores, por mais tosca ou ingênua que pudesse parecer. Portanto, que aproveitem para matar a saudade, e que possamos ver novos lançamentos e/ou relançamentos de séries clássicas e antigas no nosso mercado nacional de vídeo. Na falta de produções mais novas, dá para quebrar alguns galhos...


JAMES BOND GANHA NOVA SÉRIE DE QUADRINHOS


O nome é Bond. James Bond. O espião mais famoso do mundo, imortalizado na série de filmes de cinema, interpretado por atores como Sean Connery, Roger Moore, George Lazenby, Thimothy Dalton, Pierce Brosnan, e mais recentemente por Daniel Craig, está de volta em novas aventuras nos quadrinhos, em uma nova série regular que será lançada pela Dynamite Entertainment com previsão de chegada às comic shops dos Estados Unidos em dezembro. Cada edição, composta por cerca de 32 páginas, terá preço de US$ 3,99. E, de acordo com a editora, apenas uma capa por edição, mas com as capas das edições seguintes encaixando-se para formar uma arte maior, cortesia do artista Jim Cheung.
Uma nova série, com uma nova equipe, e novas missões! O agente James Bond da inteligência britânica, mais conhecido pelo seu número código, 007, não tem uma vida fácil, e isso poderá ser comprovado pelos leitores em sua nova série regular. Os parceiros de roteiro Vita Ayala (das séries Morbius, e Xena) e Danny Lore (Queen of Bad Dreams) unem suas forças para dar início às novas aventuras de 007, ao criar um arco inicial que lida com o mundo das altas apostas no mercado da falsificação de artes. Eric Gapstur (da série Animosity: Evolution), o favorito dos fãs do agente secreto, retorna para providenciar a arte seguindo as contribuições da série James Bond 007 de Greg Pak. A colorista Roshan Kurichiyanil (da série O Homem de Seis Milhões de Dólares) e a letrista Ariana Maher (de Nancy Drew, e Xena) completam a equipe de agentes recrutados pela Dynamite, retornando de seus serviços com as séries anteriores de Bond, além de proporcionar a continuidade visual das novas aventuras.
Quando uma obra de arte inestimável e icônica é descoberta como sendo considerada uma farsa, uma caixa inteira de Pandora do crime e corrupção internacional é aberta, com vários desdobramentos. Providências devem ser tomadas para se descobrir o alcance e as ramificações que estes profissionais do mercado de falsificação possuem, e 007 é encarregado de obter respostas. Mas Bond está fora de seu elemento ou está em casa neste mundo? A falsificação de arte remete a um mundo de glamour e brilho, mas também envolve sutileza e prestidigitação. Todas as arenas nas quais James tem algum conhecimento, exceto o conhecimento. E um passo em falso nas investigações pode ter consequências fatais, enquanto James tenta achar pistas que o levem aos responsáveis por este intrincado e sofisticado esquema espalhado em vários lugares do mundo.
Os co-roteiristas Danny Lore e Vita Ayala estão na mesma página exata e praticamente completam as frases um do outro em relação à sua opinião sobre o personagem. "É legal, e sendo legal, para mim, sempre foi James Bond", disse Lore. Ayala também entra na conversa: "Desde que me lembro, ele tem sido o epítome de suave. Sua eficiência fria misturada com aquele humor seco e um sorriso encantador... O trabalho é feito, e ele arrasta as garotas pelo caminho. é algo atemporal em Bond que permite que ele seja colocado em quase qualquer época e situação".
Em relação à colaboração, a dupla de roteiristas compartilh a estréia em dezembro desta nova série, que será o 10º aniversário de sua amizade, em que o desenvolvimento de histórias compartilhadas teve um papel importante. "Vita e eu podemos transmitir todas as idéias do mundo, mas é o resto da equipe que proporciona a nitidez elegante de um dos conjuntos feitos sob encomenda de Bond", disse Lore. "Eric é imparável, estou tão feliz por estarmos no mesmo comprimento de onda. Roshan é um sonho, o trabalho vai tirar as pessoas de suas meias! E fico feliz que Ariana e eu possamos trabalhar juntos novamente - ela é um gênio!" O artista Eric Gapstur ainda acrescentou: "Danny e Vita não perderam tempo em me derrubar no chão com as três primeiras páginas do roteiro, estabelecendo uma manopla artística que é sem dúvida a sequência mais desafiadora que já desenhei. É emocionante!"
Nos últimos anos, a Dynamite Entertainment tem produzido materiais interessantes com o personagem, sendo a mais recente uma série regular no ano passado, enfocada na origem do personagem, mostrando vários detalhes da vida de Bond, antes mesmo de James se tornar o renomado e famoso agente secreto com licença para matar, ainda em publicação. Em 2015, a editora já havia lançado novas aventuras em quadrinhos, dos quais as primeiras seis histórias foram publicadas no Brasil em uma edição especial pela Mythos Editora há cerca de dois anos atrás. De lá para cá, contudo, nenhum outro material em quadrinhos do famoso agente secreto deu as caras em nosso país. Fica a expectativa do sucesso da nova série do personagem.