quarta-feira, 20 de setembro de 2017

PANINI LANÇA PRIMEIRO ENCADERNADO DE FUTURE QUEST



                Demorou um pouquinho, mas a espera valeu a pena para os fãs dos heróis da Hanna-Barbera: a Panini Comics finalmente está lançando no mercado nacional os quadrinhos da série “Future Quest”, com a reunião dos grandes heróis da Hanna-Barbera, pela primeira vez reunidos de forma nunca vista antes, numa grande aventura para fã nenhum, antigo ou novo, botar defeito.
                FUTURE QUEST – VOLUME 01 compila em 176 páginas, ao preço de R$ 25,90, as primeiras seis edições da versão lançada nos Estados Unidos em 2016. O título fez parte de um projeto da DC Comics para relançar e revitalizar personagens clássicos da Hanna-Barbera para a atual geração de leitores. A Corrida Maluca foi transportada para um mundo apocalíptico, ao estilo “Mad Max”, enquanto Scooby-Doo e sua turma também foram realocados em um mundo tenebroso onde os monstros são de verdade. Ao contrário destas novas abordagens, em Future Quest, contudo, foram reunidos os personagens das séries de aventuras animadas da HB tal como eles sempre foram conhecidos pelos fãs. Mesmo com algumas atualizadas aqui e ali, estes heróis de aventuras permaneceram com seu visual clássico e sem devaneios revolucionários. Eles emocionaram gerações de telespectadores com sua ação dinâmica e designs icônicos de personagens. Agora, estes heróis da Hanna-Barbera – Space Ghost, Jonny Quest, Homem-Pássaro, Herculoides, entre muitos outros – se unem pela primeira vez, em uma batalha tão magnífica que a velha tela da tevê simplesmente não poderia conter tal cataclismo.
                Mas o que poderia desencadear a reunião de tantos aventureiros? Nada menos do que uma ameaça inigulável, nunca antes enfrentada por qualquer um deles. Este ser é chamado de Omnikron. Conhecido como o destruidor interestelar, seu poder é incomensurável, e sua avidez é ilimitada. Tudo e todas as coisas que ele toca são absorvidos por seu vácuo vilanesco. Um esforço conjugado de uma tropa de defensores espaciais aparentemente pôs fim à sua ameaça... Ou assim se pensava... Agora, este ser tem um novo alvo: a Terra. Space Ghost e seus aliados Jan e Jace. Jonny Quest e sua intrépida equipe de aventureiros. O herói que desafia os céus chamado Homem-Pássaro. As incríveis criaturas conhecidas como Herculoides. Eles vêm de diferentes mundos e eras, mas todos foram reunidos para encarar esse adversário extraordinário. E devem colocar de lado suas diferenças para salvar toda a realidade da destruição. E ainda teremos as participações do grupo musical Os Impossíveis, que secretamente são defensores da justiça; e do fantástico robô defensor da justiça chamado Frankstein Jr., além de vários outros personagens, jamais reunidos antes em uma aventura de tal magnitude.
                Quando misteriosos portais dimensionais vem surgindo em nosso mundo, com a apariçao de seres nunca antes vistos, os esforços de pesquisa do Dr. Benton Quest podem ser o meio para se obter respostas sobre estes estranhos fenômenos que podem muito bem dizimar nosso planeta. Reunindo forças com o Homem-Pássaro, e com outros seres que surgem através destes portais e em outros lugares da Terra, Jonny Quest e vários outros heróis terão pela frente a difícil missão de solucionar esse enigma e salvar nosso mundo, antes que tudo se acabe.
                Os roteiros são de Jeff Parker, com arte de Evan Shaner e Steve Rude. A primeira fase de Future Quest teve 12 edições, de modo que esta edição lançada pela Panini cobre metade da saga, e com muita certeza veremos essa segunda parte da aventuras no próximo ano, em data ainda a ser planejada pela editora multinacional italiana. Mas o grande sonho dos fãs dos heróis dos desenhos da Hanna-Barbera de se encontrarem e unirem forças em conjunto finalmente se tornou realidade. Está na hora de rever todos estes heróis clássicos da HB, e mostrar que eles podem ser tão marcantes e cativantes hoje como foram há décadas atrás. E a aventura está apenas recomeçando... Um prato cheio tanto para os velhos fãs, como para os novos, e aqueles que nunca acompanharam uma aventura destes personagens, que ainda tem muito o que oferecer... Que a Panini não demore a lançar o restante deste material, bem como as demais séries lançadas pela DC neste projeto de renovar os personagens da Hanna-Barbera...

MYTHOS LANÇA NOVA SÉRIE DE QUADRINHOS DE 007



                “O nome é Bond... James Bond.” Poucos fãs da cultura pop desconhecem este frase, e menos ainda a quem ela se refere. James Bond, o espião criado pelo escritor Ian Fleming, e imortalizado na mais longa cinessérie de cinema, com 24 filmes produzidos até hoje, e com o 25º filme já garantido para 2019, possui uma imensa legião de fãs no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Mas, enquanto o próximo filme, que terá novamente o ator Daniel Craig mais uma vez interpretando o agente da Inteligência Britânica com licença para matar, nome código 007, não chega, os brasileiros poderão se contentar em esperar curtindo as aventuras do personagem nos quadrinhos. A Mythos Editora está lançando este mês a sua primeira edição dedicada ao agente secreto, numa trama de suspense e espionagem que não deixam nada a dever às aventuras do cinema, ou aos livros originais escritos por Fleming.
                JAMES BOND - VOL. 01 - VARGR é uma edição especial, em formato americano, com cerca de 180 páginas, com capa dura e miolo em papel de primeira qualidade, ao preço de R$ 69,90, trazendo a primeira aventura completa de 007 produzida pela Dynamite Entertainment na nova série regular mensal estrelada pelo personagem, lançada no final de 2015 pela editora estadunidense, que detém atualmente a licença de produção de histórias em quadrinhos do personagem de Ian Fleming. O roteiro é assinado por Warren Ellis, e conta com a arte de Jason Msters, nas seis edições iniciais do título que são compiladas pela edição da Mythos.
                Um dos agentes da inteligência britânica foi morto, e 007 foi à caça dos responsáveis, em Helsinque, na Finlândia. Depois de vingar sua morte, James Bond assume os casos de seu colega na Divisão 00, e sua nova missão é acabar com um aparentemente pequeno tráfico de drogas que está ocorrendo em Berlim, na Alemanha. E é para lá que James se dirige, sem fazer a menor ideia das terríveis forças que estão se juntando contra ele, nem da vasta e letal conspiração que elas colocaram em movimento. Para escapar ileso de Berlim, 007 terá de fazer valer, com força total, sua Licença para Matar, ou o próximo funeral será o dele!
                Para aqueles que se acostumaram a ver 007 apenas pelos filmes de cinema, é preciso fazer um alerta: esta versão em quadrinhos de James Bond não é baseada nos filmes, mas diretamente nas características originais do personagem, tal como ele foi concebido nos livros escritos por Ian Fleming, que também serviram de inspiração para os filmes. Por isso mesmo, 007 não é retratado como nenhum dos atores que o interpretaram na série de cinema, e para a missão de escrever as novas aventuras em quadrinhos do agente secreto, Warren Ellis tratou de ler todos os 14 livros escritos por Fleming, a fim de se inteirar completamente do personagem, e mantê-lo o mais fiel possível da imagem original concebida pelo seu criador.
                "O James Bond de Ian Fleming é um ícone, e é uma delícia contar as narrativas visuais com o vínculo original, brutal e intocado dos livros", declarou Ellis quando foi anunciado pela Dynamite que ele seria o escritor da nova série. Joseph Rybandt, editor-sênior da Dynamite, afirmou à época que a escolha de Warren para o trabalho obedeceu a alguns critérios. O primeiro deles, foi de terem um escritor britânico para conceber as primeiras aventuras do personagem sob a batuta da editora,como jáse tornou tradição nas adaptações do agente secreto. Outro ponto importante foi a experiência de Ellis com histórias de espionagem. Segundo Rybandt, há diferentes personagens e legados quando se fala de espiões, que existem aos montes por aí. “Mas existe apenas um James Bond, e desenvolver uma história em torno do conjunto que envolve este personagem verdadeiramente único em toda a ficção e cultura pop é diferente de tudo. Agora combine isso com a narração genial de Warren - e eu uso essa palavra deliberadamente, porque o homem é realmente um gênio. Ele fez muitas histórias - e vários tipos de histórias - durante sua carreira que o tornam verdadeiramente um dos melhores e mais interessantes escritores que existem lá fora”, conclui ele, sobre a importância de 007, e as credenciais de Ellis para desenvolver as aventuras do agente secreto britânico.
Diggory Laycock, um dos descendentes de Ian Fleming, o criador de James Bond, afirmou em uma entrevista concedida na época do lançamento da série regular da Dynamite que “Ficamos entusiasmados quando Warren Ellis aceitou escrever as primeiras histórias deste excitante novo capítulo da literatura de James Bond. O estilo de Warren é enérgico, único e mal podemos esperar para ver James Bond envolvido em uma aventura criada por ele.“
                Warren Ellis e Jason Masters permaneceram como equipe criativa da revista até a edição Nº 12, com a conclusão do arco de aventuras seguinte, denominado “Eidolon”. Por enquanto, as chances da Mythos publicar este arco seguinte dependem da aceitação dos leitores neste primeiro arco de aventuras de James Bond, que está sendo apresentado aos leitores nacionais nesta edição especial, destinava a vendas em livrarias e comic shops. A edição também está disponível para venda no site da editora, no endereço https://www.mythoseditora.com.br/catalogo, com desconto de 15%.
                As primeiras aventuras em quadrinhos de James Bond foram publicadas no Brasil ainda nos anos 1960, na esteira da fama dos primeiros filmes do personagem exibidos nos cinemas. A RGE publicou 18 edições entre 1965 e 1968, misturando quadrinizações das aventuras do cinema com histórias inéditas. Em 1971, a editora Saber publicou algumas poucas edições de 007, com histórias publicadas no Daily Express. Em 1979, a Ebal lançaria quatro edições com novas aventuras de James Bond, reproduzindo novamente material do Daily Express, mesclando quadrinizações das aventuras dos filmes e histórias inéditas. Em 2002, a Opera Graphica lançou uma única edição, trazendo a quadrinização publicada no Daily Express da aventura “O Homem da Pistola de Ouro”, encerrando por aí as aparições dos quadrinhos de James Bond no mercado editorial nacional, até agora, com 007 retornando em grande estilo nesta caprichada edição da Mythos Editora, que esperam os fãs do mais famoso agente secreto do mundo, seja apenas a primeira de várias edições a trazer para os leitores nacionais de quadrinhos, fãs ou não de 007, o material que vem sendo produzido pelaDynamite com o personagem. Afinal, o mundo das HQs não se resumem somente a super-heróis, sejam eles de comics ou mangás. Que este lançamento da Mythos seja bem-sucedido, e possamos ver novas aventuras do mundo da espionagem em breve.

LEN WEIN FALECE AOS 69 ANOS



                Mais um artista com passagens relevantes pelo universo dos quadrinhos de super-heróis nos deixou na primeira quinzena deste mês de setembro. Len Wein morreu aos 69 anos de idade, no dia 10 de setembro. O artista já vinha enfrentando problemas de saúde nos últimos tempos, como quando precisou colocar cinco pontes cardíacas em 2015, mas não foi divulgado do que ele faleceu. Nascido em Nova Iorque, em 12 de junho de 1948, Leonard Norman Wein descobriu sua paixão pelos quadrinhos ainda criança, quando hospitalizado, recebeu várias revistas em quadrinhos para ler e se distrair, e foi amor à primeira vista pelas histórias da arte sequencial.
                Quando adolescente, Wein passou a visitar com frequência a sede da DC Comics, que promovia durante dias específicos visitas às suas dependências, acompanhado de um amigo que também nutria, assim como ele, grande amor pelos quadrinhos, Marv Wolfman. Len Wein queria ser desenhista, e ilustrar histórias como as que ele lia e o fascinavam, mas acabou se tornando roteirista, e pôde enfim trabalhar naquele mundo que anos antes tinha capturado o seu coração. Ele e Wolfman acabaram contratados como escritores free-lancers para a DC Comics por Joe Orlando, então editor-chefe da empresa, e Wein estrearia com a história "Eye of the Beholder" para a edição Nº 18 de Teen Titans, lançada em dezembro de 1968, onde ele criou, junto com Marv Wolfman o personagem Red Star, o primeiro super-herói russo oficial no universo DC. Tinha então 20 anos de idade, e ele nunca mais pararia de trabalhar com quadrinhos, mantendo-se ativo até sua morte.
                Wen passou a roteirizar histórias para os mais variados títulos na DC, além de outros trabalhos para editoras e empresas variadas. Em 1970, ele faria seu primeiro trabalho pela Marvel, criando uma história do Demolidor para a edição 71 do título-solo do personagem, em parceria com Roy Thomas. Mas ele começaria a ganhar mais status no ano seguinte, ao criar, ao lado de Bernie Wrightson o personagem Monstro do Pântano, que depois ganharia série própria, ainda nos anos 1970, e que na década seguinte ganharia uma cultuada fase concebida por Alan Moore, sob a batuta de Wein, agora editor do título na DC. A criação do Monstro do Pântano faria Len ganhar o prêmio de melhor escritor dramático em 1972 no Shazam Award, sendo que a edição Nº 1 do título regular do personagem garantiria também o prêmio de melhor história individual, em parceria com Bernie Wrightson. Em 1973, ambos venceriam mais uma vez o Shazam Award, agora na categoria de melhor série, mais uma vez com o Mosntro do Pântano.
                Dividindo-se ora entre a DC, ora a Marvel Comics, Wen foi adicionando novas conquistas ao seu currículo: sob sua inspiração, os X-Men foram reformulados na “Casa das Idéias”, com o artista participando da criação dos personagens Colossus, Tempestade e Noturno, junto com o desenhista Dave Cockrum, além de ter criado, pouco tempo depois, aquele que se tornaria o herói mutante mais famoso e cultuado dos quadrinhos, Wolverine, em uma história do título-solo do Hulk, junto com Herb Trimpe e John Romita. Também foi co-criador do personagem Irmão Vodu, junto com Gene Colan. Durante seu tempo na Marvel, ele chegou a ocupar a posição de editor-chefe da empresa, sucedendo Roy Thomas. Mas ele preferia mesmo era escrever quadrinhos, e assim, voltou à função de roteirista e por vezes editor, passando o bastão da chefia para seu amigo de longa data Marv Wolfman.
                Na DC, o escritor passaria pelos títulos de heróis como Batman, Lanterna Verde, Mulher-Maravilha, Besouro Azul, entre outros, assim como o cross-over Batman & Hulk, reunindo dois ícones da Marvel e DC Comics. Como editor, trabalhou com os títulos de Watchmen, Camelot 3000, Novos Titãs, e do guia de personagens da editora. Wein ainda faria serviços em diversas outras editoras, para os mais diversos personagens. A partir da década de 1990, ele passaria um tempo trabalhando na Disney, além de criar roteiros para produções de televisão, como as séries animadas dos X-Men, Batman, Street Fighter Game, Shadow Raiders, Simpsons, Futurama, entre muitas outras.
                Em 2012, Len Wein voltaria a trabalhar no universo de Watchmen, quando escreveu as historias de Ozymandias e Dollar Bill para as edições “Antes de Watchmen”. Um de seus últimas trabalhos com a DC Comics foi em 2015, ao fazer a adaptação de um roteiro do seriado de TV do Batman dos anos 1960, nunca utilizado, apresentando o vilão Duas-Caras, ao lado do desenhista José Luis García-López.
                Wein foi casado duas vezes. Sua primeira esposa foi Glynis Oliver, uma colorista de quadrinhos que trabalhou muito tempo na série dos X-Men. Sua segunda esposa foi Christine Valada, uma fotógrafa e advogada, com quem se casou em 1991, após se divorciar de Glynis, e com quem vivia até hoje.
O mundo dos quadrinhos se comoveu com sua morte, com vários profissionais do meio dando suas declarações e sentimentos pelo profissional cuja carreira estava prestes a completar 50 anos no meio. Diane nelson, presidente da DC Entertainment, afirmou que "Len Wein era um dos caras mais acolhedores e uma das lendas dos quadrinhos. Percebi isso quando entrei na DC, há oito anos. Ele escreveu e editou quase todos os HQs de personagens centrais da DC. Eu, a empresa e a indústria como um todo vamos sentir sua falta". Dave Wielgosz, editor-assistente na DC Comics, acrescentou: "Você não pode ser hiperbólico quando se trata do legado de Len Wein. Ele criou, escreveu e editou mais histórias de super-heróis do que ninguém. Descanse em paz!" Geoff Johns, CCO da empresa, disse que "nem todo escritor pode ser um bom editor, mas Len merece crédito igual para ambos os talentos. Ele ajudou a revitalizar todo o Universo DC."
                Neil Gaiman declarou que Wein lhe mostrou que os quadrinhos poderiam ser literatura. “Len Wein foi o editor que trouxe os criadores britânicos para a DC. Ele foi uma das pessoas mais agradáveis que conheci, em 30 anos em quadrinhos. Ele fará falta. Eu sentirei falta dele”, afirmou. Outro roteirista, Brian Michael-Bendis, anunciou que “ele (Len) foi muito gentil comigo quando comecei na Marvel. Encorajador e brilhante. Infelizmente, nem todos os seus colegas são assim. Ele era inspirador."
                O ator Hugh Jackman, que interpretou nos cinemas o mutante Wolverine, também se pronunciou a respeito da morte de Wein: “Fui abençoado por ter conhecido Len Wein. Eu o conheci pela primeira vez em 2008. Eu lhe disse que de seu coração, mente e mãos saíram o melhor personagem de quadrinhos de todos os tempos”, escreveu o ator no Twiter.
                Descanse em paz, Wein. Todos que puderam ler suas histórias sentirão muita saudade de seus roteiros...