terça-feira, 24 de dezembro de 2019

FANTOMIUS GANHA PRIMEIRO VOLUME PELA PANINI COMICS


Os fãs dos quadrinhos Disney ficaram particularmente felizes este ano. Além de seus personagens amados de longa data terem encontrado uma nova editora, a Culturama, decidida a trazer de volta os títulos mensais dos personagens, após as publicações terem sido canceladas pela Editora Abril, eles tiveram a boa notícia de que a Panini Comics daria sequência ao lançamento das coleções especiais que a editora fundada por Victor Civita havia iniciado, como a Coleção Carl Barks, as tiras de jornais do Mickey, e a Biblioteca Don Rosa. Mas, a Panini deixou os leitores e fãs contentes também por anunciar o lançamento de outras edições em formato de luxo, a exemplo do que a Abril vinha fazendo nos últimos anos, com alguns títulos interessantes nas promessas de novos lançamentos, em especial para 2020.
Mas não foi preciso nem esperar o ano novo chegar para ver o primeiro destes novos lançamentos, e ele trata das aventuras de Fantomius, o Ladrão de Casaca, na edição FANTOMIUS – LADRÃO DE CASACA – VOLUME 01, que foi lançado já no início deste mês. A edição, em formato 28,5 x 18,5 cm, tem 224 páginas, e capa dura, trazendo 8 aventuras do intrépido ladrão justiceiro: O Monte Rosa; A Fuga de Fantomius; Fantomius a Bordo; Brutfagor; Silêncio na Sala; A Maldição do Faraó; A Oitava Maravilha do Mundo; e Fantomius na Neve. O preço da edição é de R$ 99,90, e já está à venda na loja virtual da Panini, assim como em outras livrarias, como a Amazon.
O personagem foi criado originalmente pelo roteirista Guido Martina e o desenhista Giovan Battista Carpi, que em 1969, após várias reclamações de leitores italianos devido ao Pato Donald ser mostrado frequentemente como um fracassado e perdedor, criaram para o pato uma identidade secreta de um super-herói vingador. Na história, após ganhar por engano a posse de uma vila desabitada nos arredores de Patópolis, Donald, ao verificar o lugar, acaba descobrindo o traje e o diário de um sujeito chamado Fantomius, que décadas antes atuou como um ladrão justiceiro punindo os ricos por seus desvarios e injustiças cometidas contra os pobres e menos afortunados, numa espécie de Robin Hood. Impressionado com a audácia e destreza do autor do diário, e sentindo-se igualmente desprezado e injustiçado até por seus parentes, como o Tio Patinhas e seu primo Gastão, que sempre desdenhavam dele, Donald resolveu assumir o legado justiceiro de Fantomius, adotando a identidade do Superpato, com a qual se vingaria das humilhações sofridas pelos parentes, utilizando o traje do notório ladrão, além de seus equipamentos e artimanhas, e contando com a ajuda providencial do Professor Pardal para lhe confeccionar novos equipamentos.
A princípio usando esta identidade apenas para se vingar das agruras sofridas por causa do Gastão ou de seu Tio Patinhas, não demorou para Donald transformar-se em um verdadeiro herói, passando a enfrentar outras ameaças e criminosos que infernizavam Patópolis, como os Metralhas, por exemplo. Isso levou o Superpato a ganhar muitas novas aventuras, inclusive uma nova série com ares de ficção científica, onde Donald tinha muitas outras ameaças a enfrentar, até alienígenas, e contando com equipamentos de alta tecnologia. Mas surgiu também, mais recentemente, a oportunidade de mostrar as aventuras daquele que inspirou Donald a adotar sua nova identidade super-heróica: Fantomius.
Vivendo na Patópolis dos anos 1920, e com base em alguns detalhes revelados nas aventuras do Superpato, o artista italiano Marco Gervasio concebeu uma série de histórias mostrando as aventuras do intrépido ladrão de casaca, sob o título “As Espantosas Façanhas de Fantomius – Ladrão de Casaca”, onde vemos o intrépido ladrão justiceiro, que na verdade era Lorde John Lamont Quackett, um aristocrata da elite de Patópolis, que desgostoso com a maneira como os ricos e nobres cometiam injustiças contra os pobres e oprimidos, assume a identidade do justiceiro vingador para dar-lhes a merecida lição. Contando com os euipamentos desenvolvidos por Copérnico Pardal, e tendo a seu lado sua namorada e aventureira mascarada conhecida como Dolly Páprika, Fantomius assombra os poderosos do período, que temem terem seus tesouros afanados pelo audacioso e intrépido ladrão.
Mas o anti-herói também tem em seu encalço o implacável Inspetor Pinko, da Polícia de Patópolis, que sempre fracassa em tentar prender o notório ladrão, que sempre tem um truque na manga para conseguir escapar, ou os embates com os famosos detetives Hercule Patorot e Patock Holmes. Esta série de aventuras vinha sendo publicada pela Editora Abril no título mensal do Tio Patinhas, e já haviam planos de se lançar uma edição de luxo reunindo todas as histórias, quando a editora resolveu cancelar toda a sua linha de quadrinhos, em julho de 2018. Agora, enfim, os leitores poderão admirar as proezas de Fantomius, nesta que é apenas a primeira edição da série, com estas oito primeiras histórias. E o melhor de tudo é que a Panini já anunciou que teremos o segundo volume em 2020, ainda em data a ser confirmada.
As espantosas façanhas do cavalheiro fora da lei que apavorou a aristocracia de Patópolis nos anos 1920 ganham uma série de luxo! Fazendo-se passar por um fanfarrão desastrado, Lorde John Quackett não atrai suspeitas dos nobres, nem da polícia. Melhor para ele, pois tem liberdade para atuar como Fantomius, um gatuno mascarado que rouba dos ricos para dar aos pobres - e a si mesmo. Ao lado da namorada e cúmplice Dolly Páprika, o criminoso aplica os golpes mais ousados com a ajuda dos inventos futuristas de Copérnico, o bisavô do Professor Pardal. O primeiro volume da saga de Fantomius reúne oito histórias repletas de caricaturas de celebridades, fictícias ou não, como astros do cinema mudo e detetives da literatura. A edição traz ainda duas entrevistas com o autor.
Certamente, um final feliz para aqueles que desejavam conhecer toda a saga das aventuras de Fantomius, o justiceiro e ladrão vingador cujo diário de aventuras fez nascer, décadas depois, o Superpato, herdeiro de sua coragem intrépida e audácia para enfrentar os malfeitores. Que venham as façanhas do Ladrão de Casaca, e que os malfeitores tremam. Fantomius sempre consegue roubar seus alvos, por mais difíceis que sejam, e é hora de confirmar sua eficária...


TRANSFORMERS & EXTERMINADOR DO FUTURO JUNTOS EM 2020


O mercado de quadrinhos nos Estados Unidos sempre pode apresentar coisas interessantes, e no que se refere a cross-overs, pode-se dizer que esta década que está se encerrando foi bem farta do que se refere a encontros de personagens das mais variadas editoras, e com os mais variados temas e universos. E a próxima década tem tudo para continuar trazendo novidades, como nos mostrou a IDW Publishing, que neste mês de dezembro anunciou um de seus mais novos projetos, com previsão de lançamento para o mês de março do ano que vem, com o encontro de Transformers com os robôs do filme Exterminador do Futuro, um encontro que deve causar impacto, e bota impacto nisso.
TRANSFORMERS VS THE TERMINATOR (Transformers VS Exterminador do Futuro) será uma minissérie mensal em 4 edições, realizada pela IDW, atual editora das aventuras dos robôs que mudam de forma, e a Dark Horse Comics, que promete desencadear uma corrida mortal dos cyborgs futuristas do futuro negro terrestre dominado pela Skynet contra os sencientes robôs transformers do planeta Cybertron.
Para essa empreitada, foram reunidos três colaboradores de longa data das séries de Transformers, os escritores David Mariotte e John Barber, e o artista Alex Milne, em parceria com o escritor Tom Waltz (com um belo currículo recente em Tartarugas Ninjas), para conceber um crossover épico que revisita os conceitos de invasão alienígena e lutadores de resistência que viajam no tempo… mas modificando-os de uma maneira completamente inesperada! “Ainda me lembro da emoção visceral e do terror da minha primeira visualização do filme ‘O Exterminador do Futuro’, e embora eu o tenha visto centenas de vezes desde então, ainda dá o meu pulso”, diz John Barber, co-escritor e editor-chefe da IDW, que segue: “Trabalhei muito em Transformers ao longo dos anos e a oportunidade de combinar esses dois universos de seres mecânicos para ver quem sai por cima (enquanto trabalhava ao lado de Tom, David e meu antigo colaborador Alex, não menos)... Bem, é uma chance muito emocionante para se deixar passar.”
                “’Transformers’ foi uma grande parte da minha infância. Fiquei cativado, querendo ver como o Líder Optimus frustraria os planos de Megatron”, diz o artista Alex Milne. “Mais tarde, me deparei com o ‘O Extermindor do Futuro’ e fiquei impressionado com a idéia de um robô fingindo ser humano, enviado de volta no tempo para caçar um alvo específico. Agora, como adulto, tenho muito prazer em emprestar meus talentos a um projeto que reúne esses ícones de ficção científica!”
                A primeira edição de TRANSFORMERS VS. THE TERMINATOR estará disponível com várias capas variantes, como uma arte de Gavin Fullerton (de Samurai Jack: Lost Worlds), e outra capa do artista Alex Milne, além de duas outras opções oferecidas por Freddie E. Williams II (de Batman/TMNT), e Francesco Francavilla (Star Wars Adventures).
                Deverá ser um confronto interessante. Afinal, por várias vezes, o sistema Skynet, que dominou as máquinas em um futuro próximo e dominou o planeta, determinando uma guerra para exterminar a raça humana, foi o mote que gerou vários filmes, e até série de TV, e que acaba de estrear seu último filme nos cinemas. E não é o primeiro cross-over que a série ganha nos quadrinhos. Muitos anos atrás, os Exterminadores robôticos tiveram um encontro com ninguém menos do que Robocop, o tira robô futurista de outra série de filmes e TV que fez sucesso. E os Transformers... Bem, os Autobots e Decepticons já viram muita coisa desde a eclosão da Grande Guerra que devastou Cybertron há milhões de anos, e que acabou trazendo ambas as facções para o nosso planeta, com várias séries animadas, filmes, e claro, quadrinhos. E que já tiveram também alguns cross-overs bem interessantes.
                A IDW não deu maiores dicas do enredo da história deste cross-over, o que dá asas à imaginação dos fãs de ambas as franquias sobre como poderá se dar este embate. Será uma boa espera até o lançamento da primeira edição, no mês de março de 2020, para sabermos maiores detalhes. E, infelizmente, ter poucas esperanças de ver esta aventura publicada por aqui, uma vez que nem mesmo os mais recentes cross-overs estrelados pelos robôs de Cybertron tem saído por aqui, para decepção da grande legião de fãs que eles possuem no Brasil. Mas a esperança ainda é a última que morre, e quem sabe o novo ano traga também boas novas em nosso combalido mercado de quadrinhos tupiniquim? Aguardemos para ver...


COMUNIDADE TREKKER EM LUTO NESTE MÊS DE DEZEMBRO


O início deste mês de dezembro definitivamente não foi dos mais agradáveis para a comunidade trekker, os fãs da mais famosa franquia de TV da história, a Jornada nas Estrelas, iniciada em 1964, e com produções nos mais diversos segmentos da cultura pop até hoje. No espaço de menos de uma semana, tivemos o falecimento de alguns atores e profissionais que trabalharam na franquia que deixaram saudades nos fãs.
A primeira perda, no último dia 2, foi de Dorothy Catherine Fontana, aos 80 anos. DC Fontana, como era mais conhecida (e durante muito tempo muitos fãs pensavam até que se tratava de um homem), foi roteirista de vários episódios da série clássica de Jornada nas Estrelas, além de ter feito o mesmo papel na série animada. Entre alguns dos episódios roteirizados pela profissional estão “Charlie X”, o primeiro que ela escreveu, e onde provou que tinha capacidade para criar as histórias que Gene Roddenberry precisava para a série, quando reescreveu o episódio “This Side of Paradise”. É também de sua autoria os episódios “Tomorrow Is Yesterday” e “Journey to Babel”, que se tornaram clássicos entre os fãs de Jornada.
Nascida em 1939, em Sussex, Nova Jérsey, DC Fontana já atuava como roteirista para séries de TV no início da década de 1960, tendo inclusive se tornado secretária de Roddenberry, até ter a chance de escrever suas primeiras histórias para o seriado. Ela acabaria por assumir a função de editora de histórias, cargo que ocupou até o fim da segunda temporada, onde resolveu partir para novos desafios profissionais em sua carreira, onde tinha o objetivo de trabalhar de forma mais independente, e não ficar “presa” a Jornada nas Estrelas. Mesmo assim, ela ainda roteirizou mais alguns episódios de Jornada, antes da série ser cancelada definitivamente ao fim da terceira temporada.
Fontana então mostrou serviço como escritora para as mais variadas séries de TV em produção na época, sempre roteirizando episódios esporádicos para as produções, mantendo sua posição de não ficar atrelada em definitivo a nenhuma série. Isso lhe permitiu escrever histórias para os mais variados seriados, como Bonanza, Chaparral, O Grande Vale, O Homem de Seis Milhões de Dólares, Fuga das Estrelas, Kung Fu, Viagem Fantástica, os Waltons, Dallas, e até mesmo episódios de séries animadas, como He-Man e os Mestres do Universo, A Lenda do Príncipe Valente, Reboot, Surfista Prateado, e Beast Wars: Transformers. Ela também voltaria a Jornada nas Estrelas, tendo escrito o episódio “Yesteryear” da série animada, além de ter roteirizado o episódio “Encontro em Longínqua”, piloto da série Jornada nas Estrelas: A Nova Geração, e também roteirizado um episódio de Deep Space Nince.
Entre outras produções para as quais escreveu roteiros, temos Babylon 5, Buck Rogers no Século XXV, Guerra dos Mundos, Elo Perdido, entre outros. Apesar de já estar afastada há muitos anos de Jornada nas Estrelas, seu nome sempre era lembrado e respeitado pelos fãs da franquia, pelas histórias que havia criado para Jornada, e seu falecimento deixou muitos fãs consternados, por motivos mais do que óbvios. Nos últimos anos, ela ainda se mantinha extremamente ativa, prestando consultoria para vários projetos de TV. Que descanse em paz.
A perda seguinte foi de Robert Hudson Walker Jr., aos 79 anos de idade, ator que interpretou o personagem alienígena Charlie Evans no episódio “Charlie X” (coincidentemente, escrito por DC Fontana, falecida alguns dias antes), no dia 5. Assim como Fontana, como ator, Robert participou de inúmeras séries de TV ao longo de sua carreira, como Combate!, Túnel do Tempo, Bonanza, Columbo, Chips, As Panteras, entre outras produções.
E, por último, no dia 8, faleceu René Murat Auberjonois, também aos 79 anos, ator que fez o inesquecível Comissário Odo, o alienígena transmorfo em Deep Space Nine. O ator já tinha feito alguns papéis em Jornada nas Estrelas, mas Odo foi o seu único papel fixo, e que lhe deu um tremendo destaque na série, quando seu personagem é revelado como sendo da raça do Fundadores, os criadores do Dominium, uma força de um quadrante longínquo da galáxia que viria a se transformar numa das maiores ameaças para a Federação Unida de Planetas, e até mesmo o Império Klingon e o Império Romulano, quando se aliaram aos cardassianos para conquistar o setor da galáxia além da Fenda Espacial descoberta próxima ao planeta Bajor.
Nascido em Nova Iorque, em 1940, Auberjonois iniciou sua carreira artística na década de 1960, tendo atuado em teatro e também como cantor. Nos anos 1970, ele começou a participar de filmes e produções de séries de TV, entre elas Mod Squad, Mulher-Maravilha, Casal McMillam, As Panteras, Sra. Columbo, e mais posteriormente, Chicago Hope, Grey’s Anatomy, Criminal Minds, e Justiça Sem Limites. René também atuou como dublador, tendo emprestado sua voz a diversas animações ao longo dos anos, como Os Smurfs, Os Superamigos, Gobots, Tartarugas Ninjas, Batman – The Animated Series, Os Novos Caça-Fantasmas, Liga da Justiça, Duck Dodgers, Avatar – A Lenda de Ang, Bem 10, Homens de Preto, Scooby-Doo, A Pequena Sereia, entre muitos outros.
Em agosto de 2018, o ator foi o principal convidado do evento StarCon – 25 anos de DS9, realizado pelo fã-clube Nova Frota, grupo que sucedeu a antiga Frota Estelar Brasil. O grupo realizou uma campanha angariando apoio entre os fãs de Jornada nas Estrelas para poder trazer o artista ao Brasil para a convenção, onde René conquistou a todos com seu carisma, atendendo a todos com muita dedicação. A grande comunidade trekker mundial lamentou a morte do ator que deu vida a um dos personagens mais carismáticos de todo o universo de Jornada nas Estrelas.
A todos eles, os respeitosos votos de terem cumprido com suas “missões” não apenas em Jornada nas Estrelas, mas em suas respectivas carreiras artísticas. Que descansem em paz.