GALAXY RANGERS GANHA BOX EM DVD NO BRASIL PELA WORLD CLASSIC

 

Série de animação dos anos 1980 misturava ação e ficção científica em aventuras espaciais

 

Adriano de Avance Moreno

 

                Ser fã de cultura pop no Brasil é algo complicado, mesmo nos dias atuais, onde as produções voltadas para o público “nerd” são uma das febres do momento na última década. Isso porque muitas séries e/ou produções, mesmo tendo feito sucesso, ainda são difíceis de serem disponibilizadas ao público, em especial no mercado de vídeo, que anda numa verdadeira montanha russa em nosso país. Mas a paciência dos fãs, apesar de sempre ser colocada à prova, vez por outra é recompensada, e uma das mais famosas séries de animação produzidas nos anos 1980, uma década considerada por muitos como uma das melhores em termos de criação de produtos na área de cultura pop/nerd, acaba de finalmente ganhar lançamento no mercado nacional. Fala de nada menos do que Galaxy Rangers, os famosos Cavaleiros da Galáxia, heróis de uma série de desenho animado exibida há muitos anos por aqui, e que há tempos andava sumida, e que agora poderá ser revisitada e/ou conhecida por velhos e novos fãs.

                GALAXY RANGERS – A SÉRIE COMPLETA, é uma caixa composta de 8 discos em DVD, lançada pela Linestore, através do selo World Classic, ao preço de R$ 179,90, e que traz todos os episódios do desenho animado, que foi exibido por aqui ainda no final dos anos 1980 pela TV Globo, e anos depois, reprisada em alguns canais de TV por assinatura. Os DVDs oferecem opções de áudio em inglês, espanhol, e português, além de opção de legendas em nosso idioma. A série foi dublada pelo finado estúdio Herbert Richers, na época referência das melhores dublagens no país.

                Na história da série, no ano de 2086, dois alienígenas, Waldo Septic (do planeta Andor), e Zozo (do planeta Kirwin), chegam à Terra, pedindo ajuda da humanidade para resolverem seus problemas. Em troca, eles fornecem aos terráqueos a tecnologia do hyperdrive, o motor de propulsão hiperespacial, com o qual a humanidade abre suas portas para as viagens espaciais. Cerca de quinze anos depois, os humanos já se espalharam pela galáxia, fazendo contato com inúmeros povos alienígenas e colonizando diversos planetas. A Terra passa a fazer parte da Liga dos Planetas, uma associação de mundos livres que estabelecem relações de amizade e paz mútua.

                Mas, se a humanidade descobriu maravilhas no espaço infinito, também se deparou com inúmeros problemas, perigos, e principalmente ameaças, não apenas à humanidade, mas também aos demais povos dos demais planetas. Bandidos e foras-da-lei também migraram para as estrelas, onde encontraram novos mundos para praticarem seus crimes, tornando necessário a instituição de uma força oficial destinada a manter a segurança na galáxia. Foi criado o BETA (Bureau de Assuntos Extra-terrestres), organização que estabelece uma ordem de oficiais para implantação da lei e da ordem nas novas fronteiras abertas pela humanidade junto aos demais mundos da Liga dos Planetas. Seus operativos são denominados Galaxy Rangers, ou Cavaleiras da Galáxia (na dublagem dos primeiros episódios), e tem a missão de patrulhar os mundos espaço afora, defendendo os povos da Liga dos Planetas.

                No primeiro episódio, um destes oficiais, o Capitão Zachary Foxx, junto a sua família, e seus amigos Zozo e Waldo, acabam capturados por piratas espaciais que desejam entregar humanos à Rainha da Coroa, uma imperatriz que comanda um vasto domínio com mão de ferro, e que tenciona usar os humanos como baterias para abastecer as energias psíquicas de seus Lordes Escravos, com os quais controla seus súditos. Zachary e os demais conseguem escapar, mas o capitão é seriamente ferido na fuga, e sua esposa é entregue ao Império da Coroa. Diante do crescente perigo que se apresenta, BETA cria a divisão “Série 5” dos Galaxy Rangers, composta por operativos especiais que possuem habilidades extraordinárias, que ativadas por uma nova tecnologia de implantes cerebrais ao toque de sus insígnias, lhes conferem grandes poderes. Com sua nova equipe, Foxx consegue libertar os humanos que a Rainha da Coroa havia capturado, assim como sua esposa, mas com um porém: ela está presa a um cristal psíquico que continua em posse da imperatriz alienígena, e sem ele, permanece num tipo de coma cerebral. Zachary Foxx jura que um dia recuperará esse cristal, e finalmente trará sua esposa de volta à sua convivência. E se iniciam as aventuras do novo grupo especial de Galaxy Rangers pela galáxia afora, com direito a participação de um variado número de personagens, tanto inimigos quanto aliados e/ou conhecidos, que marcaram essa série.

     Apesar do sucesso da animação, ela não ganhou uma segunda temporada, tendo sido encerrada sua produção com seus 65 episódios, e sem um “final” para sua história. E em seus episódios, os Galaxy Rangers enfrentaram todo tipo de perigo e adversidades. Além das ameaças oferecidas pela Rainha da Coroa, que volta e meia planejava como conquistar a Terra, e os demais mundos da Liga dos Planetas, os heróis enfrentaram ladrões comuns, terroristas, criminosos de alta periculosidade, e até desafios onde eles provavam que não dependiam apenas de seus poderes para superar os inimigos. Entre os adversários mais frequentes, além da Rainha da Coroa, tínhamos Lazarus Slade, um cientista renegado que desejava dinheiro e poder, e chegou até mesmo a se oferecer como consorte para a Rainha da Coroa, prometendo-lhe entregar a Terra a seus pés, o que nunca conseguiu fazer. E tínhamos também personagens que dependendo do momento podiam ser tanto aliados como inimigos, como o Capitão Kidd, um pirata espacial, que dependendo do lucro a ser alcançado, podia tanto colaborar com os Rangers, como ser uma complicação a mais para eles. Ou Cody “Fogo Bravo” Carson, um conhecido dos heróis que volta e meia se metia em confusões, precisando de uma ajudinha dos Rangers para resolver os problemas.

                Outros oponentes perigosos eram os Supersoldados, comandados por Riker Killbane, que se tornaram renegados após o projeto ter sido adulterado por um oficial superior que turbinou seus poderes, com o objetivo de acelerar os resultados, mas ao mesmo tempo os tornou psicóticos e irascíveis. Shane Goseman, o único a escapar deste triste fim, tornou-se um Galaxy Ranger com o objetivo de deter seus antigos colegas de programa, e tentar achar uma salvação para eles. E tínhamos até ameaças de cunho sobrenatural, como o temível Espantalho, uma forma de vida alienígena desconhecida que podia se disfarçar como qualquer um, sugando sua energia vital, sendo praticamente imortal, e que sempre dava muito trabalho para ser vencido.

                Durante as aventuras, os heróis tiveram contato com os mais variados personagens, de ambos os lados, amigos ou inimigos. As aventuras no mundo proscrito de Tortuna, um local onde a lei e a ordem não estavam na ordem do dia, sendo muito perigoso somente por se estar no local, uma área fortemente vigiada pelo Império da Coroa, contrastava com mundos exuberantes como Tarkon, ou os planetas colonizados pela humanidade.

                A série fazia bom uso do ambiente de ficção científica no espaço, como as viagens com capacidade de dobra espacial, ou “saltos hiperespaciais”, para alguns, além de outros termos científicos usados neste tipo de ambiente. As naves dos heróis contavam até com sistemas de inteligência artificial. O cruzador padrão tinha quase sempre o GV presente nos sistemas da nave, enquanto o caça que Gooseman usava contava com ELMA em seus sistemas, um sistema de inteligência artificial com personalidade feminina. Os heróis também utilizavam cavalos cibernéticos para locomoção em mundos alienígenas, sendo cada um deles também dotado de sistemas de inteligência artificial, com nomes específicos a cada um dos Rangers. O nível das aventuras variava, e a série também teve algumas histórias fracas, mas no geral, Galaxy Rangers foi um dos grandes sucessos da animação dos anos 1980, uma década que foi recheada de inúmeras produções de desenhos animados que marcaram época, e ganharam fãs no mundo inteiro, sendo lembradas até os dias atuais, mesmo com maior ou menor destaque.

                Criada por Robert Mandell e pela empresa Gaylord Entertainment Company, a animação de Galaxy Rangers foi produzida no Japão pela Tokyo Movie Shinsha, com excelentes resultados, aliados a muitas boas histórias, com aventuras ambientadas no espaço sideral, nos diversos planetas descobertos e/ou colonizados pela humanidade e seus aliados alienígenas. Um dos destaques da série era o uso de computação gráfica em alguns efeitos, como nas entradas e saídas das naves do hiperespaço, e das imagens dos monitores de computador. Contando com uma boa trilha sonora, e duas cativantes trilhas musicais na abertura e fechamento de cada episódio, e com muita ação nas aventuras, Galaxy Rangers foi um grande sucesso em 1986, quando estreou nos Estados Unidos, sendo exibida de 14 de setembro a 11 de dezembro daquele ano.

As músicas-tema da série, em especial "No Guts, No Glory", tocada na abertura, após uma pequena explicação da história, era uma das melhores músicas de abertura de animação dos anos 1980. A canção foi escrita e composta por Phil Galdston e John Van Tongeren, e interpretada por este último, usando o nome artístico de Johnny Vancouver. No encerramento, era tocada outra música, “Rangers Ride Forever", também conhecida como “Rangers Are Forever”, que apesar de não ser tão emblemática quanto a música da abertura, também era bem legal. Esta música foi interpretada pela banda britânica de rock AOR FM, cujo vocalista é Steve Overland, que também cantou a música "Showdown" (comumente chamada de "Out Beyond The Stars"), que foi incluída como música de primeiro plano em vários episódios da série. Ambas as canções foram escritas e compostas pelos irmãos Steve e Chris Overland.

                No Brasil, a série chegaria algum tempo depois de sua exibição nos Estados Unidos, junto de diversas outras séries famosas na época, como Centurions, Rambo, Thundercats, entre outras, e ganharia muitos fãs, com direito até ao lançamento de um álbum de figurinhas pela Multieditora, além do lançamento de vários brinquedos, uma praxe obrigatória naqueles tempos. A TV Globo exibiu todos os 65 episódios da série, reprisando-a por várias vezes, até tirá-la da programação, para nunca mais ser exibida na emissora carioca. Restou aos fãs o lançamento de algumas fitas em VHS no mercado nacional, mas com poucos episódios, e ainda por cima redublados, sem a dublagem marcante da Herbert Richers. Para sorte dos fãs, Galaxy Rangers passaria a ser exibida em alguns canais da TV por assinatura, onde tiveram suas últimas apresentações na TV nacional. Mesmo com o nascente mercado de vídeo em DVD, tudo o que os fãs conseguiram foi, mais uma vez, ter o lançamento de alguns episódios na nova mídia digital, enquanto lá fora, a série era lançada em vários países onde havia sido exibida. Mas, por aqui, mesmo no melhor momento dos lançamentos em DVD no mercado de vídeo nacional, onde diversas animações tiveram chance de ganhar suas caixas de discos, para felicidade dos fãs destas produções, Galaxy Rangers praticamente permanecia ignorada, situação que não era exclusiva desta produção, uma vez que diversas outras séries famosas também haviam sido solenemente esquecidas pelas distribuidoras de vídeo, num grande descaso, ou falta de oportunidade para com a legião de fãs consumidores deste tipo de mídia, que se deliciava com os lançamentos de produções clássicas.

                Um detalhe curioso: na Espanha, Galaxy Rangers foi lançada completa em DVD pela empresa DivisaRed, que ofereceu a animação em duas caixas de 4 discos cada uma, trazendo todos os 65 episódios, além de alguns materiais extras. E, por incrível que pareça, os discos deste lançamento espanhol traziam, além das opções de dublagem em inglês e espanhol, a dublagem em português da Herbert Richers em todos os episódios. Alguns fãs conseguiram adquirir estas caixas, graças às facilidades do comércio eletrônico, em lojas virtuais. Atualmente, este lançamento já se encontra esgotado na Espanha, sendo possível encontrar apenas alguns raros exemplares ainda à venda, geralmente usados. Sobrava aos fãs nacionais a opção de tentar baixar os episódios através de sites na internet, já que continuava não havendo um lançamento da série em nosso mercado de vídeo, ao menos, até agora, onde a World Classic, que já vem lançando diversos materiais e séries antigas, corrige uma injustiça de praticamente duas décadas, e oferece aos fãs, novos e velhos, a oportunidade de ver/e ou rever esta icônica série de animação dos anos 1980.

                O único ponto a se considerar é se a World Classic fez o trabalho direito na confecção do material, uma vez que alguns de seus lançamentos deixaram a desejar no quesito qualidade de imagem, e até som, dos episódios das séries disponibilizadas ao público. Um exemplo foi de Thundercats, outra série muito famosa dos anos 1980, e também aguardada pelos fãs, que foi lançada completa pela distribuidora, mas com os episódios mostrando uma qualidade deficiente de imagem, não condizente com o que se esperava, além de legendas muito mal trabalhadas. Esperemos que Galaxy Rangers tenha tido melhor sorte em seu lançamento, para sorte dos fãs, que esperaram muito tempo para ter a oportunidade de ter esta série de animação. Na descrição do box, cada disco traz em média 8 episódios, e não há informação de algum material extra que tenha sido disponibilizado, como ocorreu com o lançamento da série na Espanha, pela Divisared.

 

PERSONAGENS

Zachary Foxx: Capitão e líder da equipe especial “Série 5” dos Galaxy Rangers, Foxx teve a parte esquerda de seu corpo seriamente ferida na fuga que empreendia após sua esposa ter sido capturada para ser entregue à Rainha da Coroa, sendo substituída por implantes biônicos. Seu implante cerebral potencializa sua parte biônica, permitindo-lhe disparar potentes rajadas de energia com seu braço esquerdo. Experiente e equilibrado, ele procura um meio de poder resgatar o psicocristal onde a força vital de sua esposa Alisa está presa, em que se encontra em posse da Rainha da Coroa, que trata o objeto como um grande troféu, no qual já fez uso para torturar e desequilibrar o Ranger.

 

Niko: Única integrante feminina da equipe, Niko tem formação em arqueologia e culturas antigas. Dotada de dons paranormais, seu implante cerebral multiplica suas capacidades, permitindo-lhe usar habilidades como telecinese, projeção mental, e percepção sensorial táctil, além de outras habilidades.

 

Walter “Doc” Hartford: Uma pessoa extremamente culta e habilidosa, com conhecimento em várias áreas técnicas, em especial informática. Seu implante cerebral o transforma em um verdadeiro “mago” dos computadores, podendo invocar os mais fantásticos programas, com os quais pode invadir e desarticular os sistemas do inimigo, dependendo da necessidade. É meio fanfarrão e convencido, mas dá conta do recado quando necessário.

 

Shane “Gose” Goseman: Remanescente do fracassado projeto que visava desenvolver supersoldados geneticamente projetados para serem armas de guerra, Gose demonstrou ter bondade e compaixão que o tornavam imperfeito como um supersoldado. Mas ele transformou estes “defeitos” em virtudes, capacitando-se para ser um dos Galaxy Rangers. Seu implante cerebral transforma suas biodefesas genéticas em uma capacidade de adaptação impressionante, tornando-o quase invencível e invulnerável. Exímio atirador, está sempre pronto para agir, às vezes até de forma precipitada.

 

Zozo: Embaixador do planeta Kirwin, um mundo agrícola, é uma pessoa alegre, adora se divertir e aborda quase tudo com muito senso de humor, mas sabe manter a seriedade quando a situação exige. Veio junto com Waldo à Terra no ano de 2086, quando a humanidade travou seu primeiro contato com alienígenas.

 

Waldo: Embaixador do planeta Andor, ele foi um dos alienígenas que chegaram à Terra no ano 2086 pedindo ajuda para tratar de problemas e perigos que envolviam seu planeta e diversos outros mundos. Extremamente inteligente, é uma pessoa cortez e educada, sempre falando de modo ponderado. Seu mundo detém os maiores avanços da tecnologia dos propulsores hiperespaciais, que permitem a navegação pelas estrelas com maior rapidez e eficiência.

 

Comandante Joseph Walsh: Comandante principal do BETA, ele é o oficial superior dos Galaxy Rangers, determinando as missões que seus subordinados devem cumprir. É um homem extremamente sério, e se preocupa com a segurança de seus subordinados, sabendo o tipo de missão que os rangers normalmente cumprem.

 

K-Bola: Apesar do nome esquisito, é o principal cientista do BETA, responsável pela criação de inúmeros dispositivos e equipamentos utilizados pela instituição e seus membros. E, como todo cientista, vez por outra também acaba desenvolvendo algumas invenções esquisitas, mas que tem lá suas utilidades.

 

Buzzwang: Andróide criado por K-Bola, mostrou coragem e determinação no auxílio aos Galaxy Rangers, sendo agraciado com uma promoção a Ranger, participando de várias missões do grupo, e ocasionalmente servindo como alívio cômico em algumas histórias.

 

FICHA TÉCNICA DA SÉRIE

Produtor Executivo: Abe Mandell

Produtores: Robert Mandell, Bob Chrestani

Diretor Ténico de Animação: David Gregg

Produtor Associado: Eleanor Kearney

Supervisão de gravação de diálogos: Peter Fernandez

Editores de histórias: Owen Lock, Christopher Rowley

Música: Phil Galsdton e John Van Tongeren

Música adicional: Peter Wetzler

Designers da série: Edward D. Lee, Ray Shenusay

Animação: TMS Entertainment Inc.

Sonorização: Transcom Media Inc.

Produção: Gaylord Productions Company

Distribuição: ITF Enterprises

 

DUBLAGEM

 

Estúdio: Herbert Richers

Zachary Foxx: Júlio Cesar

Niko: Carmen Sheila

Walter Hartford: Luis Feier Motta

Shane Goseman: Lauro Fabiano

Waldo: Darcy Pedrosa

Zozo: Garcia Júnior

Rainha da Coroa: Glória Ladany

Lazarus Slade: Francisco José

Capitão Kidd: Orlando Drummond

 

AS MÚSICAS DA SÉRIE

 

LETRA ORIGINAL	TRADUÇÃO LIVRE EM PORTUGUÊS
No Guts No Glory (Tema de abertura)	Sem Coragem Não Há Glória (Tema de abertura)
Somewhere in the future Far away from here Trouble is waiting On the last frontier	Em algum lugar no futuro Longe daqui O problema está esperando Na última fronteira
Into these worlds of unknown danger they ride They're the galaxy rangers Heroes in the sky	Nesses mundos de perigos desconhecidos eles viajam Eles são os Galaxy Rangers Heróis no céu
No guts no glory No pain no gain One for all, all for one Riders on the range	Sem coragem não há glória Sem dor não há ganho Um por todos, todos por um Cavaleiros em ronda
No guts no glory We're taking a stand Ready to prove it again	Sem coragem não há glória Nós nos mantivemos em pé Prontos para provar isso novamente
Rangers Are Forever (Tema de Encerramento)	Rangers São Para Sempre (Tema de Encerramento)
Now and again We need a hero When something out there is going wrong Riding the stars Galaxy Rangers Making it right where the false is strong	Agora e novamente Precisamos de um herói Quando algo lá fora está dando errado Cavalgando as estrelas Galaxy Rangers Acertando onde o falso é forte
Blazing a trail in the dark of the night 'Cross the last frontier No turning back where the end is in sight There's a job to be done A fight to be won	Abrindo caminho na escuridão da noite 'Cruze a última fronteira Sem volta onde o fim está à vista Há um trabalho a ser feito Uma luta a ser vencida
Rangers are forever Whenever they hear duty call ... to save us all Rangers are forever Rangers are forever Whenever they hear duty call ... to save us all Rangers are forever	Rangers são para sempre Sempre que ouvem o chamado do dever ... para salvar todos nós Rangers são para sempre Rangers são para sempre Sempre que ouvem o chamado do dever ... para salvar todos nós Rangers são para sempre
Rangers are forever Danger out there in the skies There can be no compromise Rangers they ride on and on Rangers are forever	Rangers são para sempre Perigo lá fora nos céus Não pode haver compromisso Rangers eles cavalgam sem parar Rangers são para sempre

TEX GANHA GUIA DE PUBLICAÇÃO DA ÉPOCA DA EDITORA VECCHI

 Segundo livro sobre a publicação do famoso ranger no Brasil comemora 50 anos de publicação ininterrupta do personagem no nosso país

Adriano de Avance Moreno

                 Tex Willer, o cowboy mais famoso do mundo dos quadrinhos, está perto de completar uma marca histórica no Brasil, e tal acontecimento não poderia deixar de ser devidamente comemorado. Em fevereiro de 2021 o personagem, criado por Gian Luigi Bonelli e Aurelio Gallepini, em 1948, quando teve sua primeira aventura publicada na Itália, vai comemorar no Brasil nada menos do que 50 anos de publicação editorial ininterrupta. Trata-se de praticamente meio século de aventuras que vem sendo lançadas todos os meses no mercado nacional de quadrinhos, e que confirma a fama do Brasil como o segundo lar mundial do ranger mais famoso do mundo, perdendo apenas para o seu país natal, a Itália.

                Uma história que começou bem antes, em 1951, quando as primeiras histórias de Tex começaram a ser publicadas por aqui, através de edições da revista “Júnior”, lançada pelo jornal O Globo, e posteriormente pela Rio Gráfica e Editora. A primeira aventura do personagem em terras nacionais foi publicada na edição Nº 28 da revista, lançada em fevereiro de 1951, ostentando o título de “Texas Kid”. O título durou até 1957, quando foi cancelado após 172 edições. Com isso, as aventuras de Tex deixariam de ser publicadas temporariamente no Brasil. Curiosamente, a RGE lançou no ano seguinte uma revista chamada “Texas Kid”, mas trazendo histórias de outros cowboys que nada tinham a ver com o personagem criado por Bonelli e Gallepini.

                Aliás, esta primeira fase das publicações de Tex no Brasil já ganhou um guia, de autoria de Adriano Rainho, que em 2018 lançou o livro “Meu Irmão Mais Velho Tex Willer – Guia do Colecionador – Brasil, Volume 01, Edições O Globo-RGE, de 1950 a 1958”, cobrindo este período. O livro contou com cerca de 150 páginas, e à época de seu lançamento, comemorava os 70 anos de criação do personagem na Itália. Como destaque, além da relação completa de aventuras publicadas do ranger em nosso país nos anos 1950, e diversas informações a respeito da origem do personagem, a publicação teve uma belíssima arte do grande desenhista brasileiro Pedro Mauro, que faz parte do quadro oficial de artistas da Sergio Bonelli Editore, como capa.

                Mas foi a partir dos anos 1970, mais especificamente desde fevereiro de 1971, que Tex ganharia definitivamente fama no Brasil. Foi naquele mês que a Editora Vecchi lançou a primeira edição mensal do personagem, que dali em diante nunca mais deixaria de frequentar as bancas brasileiras. E para comemorar esta data, eis que Adriano Rainho está preparando o segundo volume de sua obra, registrando a passagem de Tex pela saudosa editora nacional que o trouxe de volta ao mercado editorial brasileiro. E para este segundo volume de “Meu Irmão Mais Velho Tex Willer – Guia do Colecionador – Brasil, Volume 02, A Fase da Editora Vecchi, de 1971 a 1983”, o autor convidou, para confeccionar a arte da capa, outro grande talento brasileiro, Augusto Minighitti, artista que já participou de grandes mostras e exposições de arte como a Bienal de Quadrinhos no Rio de Janeiro, e o Congresso Internacional de Comics em Angoulême, na França, tendo produzido artes para editoras como a Abril Cultural, Metal Pesado, Reference Press, entre outras; desenvolvendo também cenários de programa de TV, storyboards e artes conceituais para agências e produtoras, capas para CDs/DVDs, entre outros projetos gráficos.

                "Escrever este livro é a minha singela homenagem para Tex Willer e seus pards e tudo que eles representam, mas principalmente para Gianluigi Bonelli, Sergio Bonelli e Aurelio Galleppini!", declarou Adriano Rainho, sobre o segundo volume de sua obra. E ela terá muita coisa interessante para os leitores e fãs do personagem e amantes dos quadrinhos. Afinal, não é qualquer personagem que consegue se manter em evidência editorial por praticamente cinco décadas ininterruptas no nosso mercado editorial, sempre seriamente afetado pelos rumos da economia nacional, especialmente nos últimos tempos.

Neste novo livro, que terá cerca de 192 páginas, é apresentado tudo sobre a fase áurea das publicações das aventuras de Tex Willer na hoje saudosa Editora Vecchi, sendo um guia completo, repleto de curiosidades, sobre como foram editadas as histórias no início da coleção brasileira, todos os detalhes de número por número tanto da 1ª como na 2ª edição, que não obedeceu a numeração da coleção original italiana. Cinco grandes divulgadores de Tex que tiveram o privilégio de vivenciar esta época maravilhosa montaram as suas listas com as quinze aventuras de TEX publicadas pela Editora Vecchi que eles mais gostaram. São eles: Ge Ge Carsan, Júlio Schneider, Gervásio Santana de Freitas, José Carlos Francisco, além, claro, do próprio autor, Adriano Rainho. Da união destas listas foi criado o Ranking com as quinze melhores histórias publicadas nesta fase inicial de publicação ininterrupta de Tex e seus companheiros nas bancas brasileiras. Um livro que foi escrito com muita paixão por alguém que cresceu lendo estas histórias, e aprendeu com os valores morais que são ensinados por Tex e seus pards nas suas aventuras, como a amizade, a honestidade, o senso de justiça, entre muitos outros. A obra também inclui depoimentos apaixonados de pards ilustres e de dez fãs do herói, os “texianos”, de várias partes do Brasil. Desta forma, emoção é o que não vai faltar para quem apoiar esse projeto e ler o livro.

                Sim, o livro está com campanha de apoio no site Catarse, no endereço https://www.catarse.me/meuirmaotex2, onde os leitores e fãs interessados nesta obra poderão contribuir para sua viabilização, através dos pacotes de apoio anunciados na página, com várias opções de recompensas, a saber:

 COMBO 01 - FLECHAS PRETAS ASSASSINAS – Valor de R$ 59 ou mais. O apoiador leva o livro Volume 2 Editora Vecchi impresso com 192 páginas; o Selo “Tex 50 anos da revista no Brasil”, Oficial dos Correios do Brasil; além de um Marcador de página. Opção de envio nacional e internacional (esta apenas para Portugal e Itália). Combo limitado a 400 apoios.

COMBO 02 - JURAMENTO DE VINGANÇA – Valor de R$ 104 ou mais. Aqui o apoiador terá o livro Volume 2 Editora Vecchi impresso com 192 páginas; o Selo “Tex 50 anos da revista no Brasil”, Oficial dos Correios do Brasil; o Marcador de página; e também leva o livro Volume 1 Edições O Globo - RGE impresso com 150 páginas, em valor promocional apenas para essa Campanha no Catarse. Opção de envio nacional e internacional (esta apenas para Portugal e Itália). Combo limitado a 150 apoios.

COMBO 3 - A NOITE DOS ASSASSINOS – Valor de R$ 59 ou mais. O apoiador leva apenas o livro Volume 2 Editora Vecchi impresso com 192 páginas. Opção de envio nacional e internacional (esta apenas para Portugal e Itália). Combo de apoio ilimitado.

 COMBO 4 - EL MUERTO – Valor de R$ 104 ou mais. Aqui o apoiador leva apenas o livro Volume 2 Editora Vecchi impresso com 192 páginas; e o livro Volume 1 Edições O Globo - RGE impresso com 150 páginas, em valor promocional apenas para essa Campanha Catarse. Opção de envio nacional e internacional (esta apenas para Portugal e Itália). Combo de apoio ilimitado

                A campanha no Catarse foi iniciada no último dia 5 de outubro, e quem quiser apoiar o projeto terá até o dia 4 de dezembro, quando ela será encerrada. Basta ir no endereço do Catarse informado acima, e escolher qual combo será o mais adequado para contribuir. Adicionalmente os apoiadores terão acesso aos seguintes conteúdos com o apoio a este projeto: 1) Homenagens a pessoas que fizeram parte desta fase de aventuras de Tex Willer nestes 50 anos de publicação de sua revista; 2) Ranking atualizado com os itens mais raros da coleção brasileira de Tex Willer; 3) Coleções de quadrinhos do gênero faroeste que eram publicadas na época em que Tex fazia sucesso pela editora Vecchi; 4) Exibição de todas as edições especiais de Tex que foram publicadas pela Editora Vecchi; e 5) Muitas curiosidades sobre as coleções da Editora Vecchi da 1ª e 2ª edição e da Coleção Collana Tex Gigante italiana. Além disso, dois dos pacotes apresentados ainda oferecem aos apoiadores a chance de adquirir também o primeiro volume do guia sobre a publicação de Tex no Brasil, lançado em 2018, com preço especial para esta campanha.

                Uma obra comemorativa mais do que justa para celebrar os 50 anos de publicação contínua de Tex no Brasil. Foram 164 edições mensais (e algumas quinzenais), lançadas até agosto de 1983, na 1ª edição, e mais 94 números na 2º edição, quando a publicação foi encerrada com a falência da Editora Vecchi. Mas, logo no mês seguinte, em setembro de 1983, Tex continuava nas bancas, agora pela RGE-Rio Gráfica e Editora, que assumia a publicação mensal das histórias do ranger no Brasil, com mais 42 edições mensais, dando sequência à numeração iniciada pela Vecchi, até dezembro de 1986. Em janeiro de 1987, a RGE mudava seu nome para Editora Globo, e Tex se mantinha firme nas bancas. E, tal como havia acontecido na mudança da Vecchi para a RGE, na mudança desta para a nomenclatura nova da empresa, a numeração de Tex foi mantida. A Globo deixaria de publicar as histórias de Tex Willer e seus amigos em dezembro de 1998, com a 350ª edição do personagem.

                E, para a felicidade geral da nação de fãs e pards do destemido cowboy de origem italiana, Tex continuaria a mancar presença nas bancas brasileiras, agora pela Mythos Editora, que até hoje publica o personagem, tendo iniciado com a 351ª edição em janeiro de 1999. E isso só contando o título mensal do herói, sem contar as diversas edições especiais que ganhou por todas estas editoras que passou, desde que começou a ser publicado pela Vecchi. A Mythos, atual editora do personagem, é considerada a melhor editora de Tex no mundo, atrás somente da Bonelli Comics, sua editora-mãe na Itália, onde o ranger mantém firme sua fama, mesmo após mais de 70 anos de sua criação, com suas aventuras sendo produzidas pelos mais variados artistas do meio dos quadrinhos. No Brasil, além das edições publicadas pela Mythos, recentemente o herói ganhou uma coleção em formato graphic novel pela editora Salvat, nos mesmos moldes que a editora publicou dos heróis da Marvel Comics, confirmando a popularidade do cowboy, que mesmo nestes tempos onde o mercado de quadrinhos nacional encontra-se tomado de assalto pelas publicações de super-heróis e mangás, permanece com um público forte e fiel ao personagem, permitindo-lhe atingir 50 anos de publicação ininterrupta em nosso país. A edição deste mês de outubro é a de Nº 612, numeração que segue desde a primeira edição lançada pela Vecchi em 1971, e quando chegar ao mês de seu aniversário de 50 anos, estará na edição 616. Deveriam ser “apenas” 600 edições, mas durante os meses de agosto de 1981 a novembro de 1982, a Vecchi mudou a periodicidade do título de Tex de mensal para quinzenal, englobando as edições 126 a 158, de modo que o destemido ranger “ganhou” algumas edições extras em sua publicação regular. Bom para os fãs, que ganharam mais algumas aventuras de Tex Willer e seus amigos nos tempos do velho oeste.

                E, para Adriano Rainho, autor dos dois livros que servem de guia das aventuras de Tex no Brasil, o orgulho de acompanhar um personagem que mantém-se firme e forte, com tantos fãs. Natural da cidade de Santo André, no Estado de São Paulo, colecionador e empresário, Adriano Rodrigues Rainho relata como conheceu e veio se tornar fã do ranger italiano: tudo começou quando ainda tinha nove anos. A primeira história colorida que leu havia sido em um livro da Disney, onde haviam vários clássicos. Nessa época, chegava a repetir a leitura dos mesmos quadrinhos. “Lia 30 vezes o mesmo gibi. Entrava nas histórias e me sentia um personagem integrante delas”, relata. E foi por meio de um amigo da escola que ele conheceu o mundo das histórias em quadrinhos de Tex Willer, e assim se apaixonou perdidamente pelo mundo dos gibis.

O autor conta que, no ano de 1983, resolveu guardar todos seus itens em um armário de sua casa. O tempo passou e depois de 20 anos, em 2003, resgatou sua paixão pelas histórias em quadrinhos. “Eu estava de férias em minha chácara e acabei levando algumas daquelas HQ’s para ler. Foi quando senti uma nostalgia enorme. Senti que tinha voltado a ser criança. Naquele mesmo instante, voltei para minha casa e peguei todo o armário com os gibis e reli todos", conta o autor. A partir de então, ele passou a colecionar gibis e outros itens do Ranger mais famoso do Oeste. Desde jogos, brinquedos antigos, séries e filmes, figurinhas e pôsteres. Fascinado desde a infância por histórias, o empresário é um dos maiores colecionadores brasileiros do personagem Tex Willer, que em 30 de setembro de 2020 completou 72 anos de vida editorial ininterrupta na Itália, onde foi criado. A paixão por Tex é tão grande que Rainho passou a colecionar itens de todas as partes do mundo e principalmente do país de origem do personagem. Grande parte das estátuas, revistas e álbuns do personagem vieram de lá. “Consegui os itens graças a um intercâmbio com um amigo italiano. Por meio das trocas, nós melhoramos as nossas coleções”, explica. Essa paixão permitiu que em 2013, Adriano tivesse seu acervo de itens do famoso Ranger reconhecido como a “Maior Coleção de Tex Willer” pelo RankBrasil - Recordes Brasileiros, a entidade que registra e homologa recordes brasileiros com reconhecimento nacional e internacional. Conhecida como o "livro dos recordes brasileiros", é o único sistema de homologação de recordes exclusivamente alcançados no país.

                Mas não são somente obras de Tex Willer que Adriano Rainho possui em sua coleção. Ele também coleciona os gibis da Disney, Turma da Mônica, dos super heróis da Marvel e DC Comics e vários outros. Segundo ele, a coleção ajuda a manter vivo o espírito de criança. “Eu volto no tempo, volto a ser um menino. Esse sentimento é algo que eu jamais quero perder”, afirma. Adriano tem aproximadamente 40 mil itens expostos em seu Quarto dos Sonhos. O local fica em sua casa e as obras são expostas em bibliotecas, eventos ou em seu canal no YouTube, o TheRainho. O amor do colecionador por Tex é tão grande que o levou a publicar essa série de livros que os fãs terão a oportunidade de apoiar por meio dessa campanha no Catarse. O projeto conta ainda com o apoio da Confraria Bonelli, a irmandade mais italiana do Brasil. Um grupo criado por leitores brasileiros para discutir e divulgar os personagens Sergio Bonelli Editore!

                Para quem curte o mundo dos quadrinhos, é uma obra muito interessante por trazer diversas informações sobre a publicação de uma das mais longevas séries da arte sequencial lançadas de forma contínua nas bancas nacionais. E Tex ainda mostra fôlego para, quem sabe, aguentar outras décadas presentes no mercado editorial nacional. Mas, enquanto esperamos que esse futuro se concretize, nada como conhecer a fundo o passado das publicações do personagem no Brasil, e para isso, este é um livro que não pode faltar na estante dos aficionados. Portanto, não percam sua chance de apoiar o projeto, e garantir seus exemplares e brindes, até o dia 4 de dezembro. De acordo com a informação do projeto no site do Catarse, os envios dos apoiadores estão programados para o mês de janeiro de 2021. Vida longa a Tex!