Os fãs de quadrinhos da Bonelli Comics tem uma boa
notícia da Mythos Editora para o mês de julho: Zagor, o herói conhecido como
“Espírito da Machadinha”, ganhará uma nova série pela editora, e a edição de
estréia traz nada menos do que a origem do personagem, numa excelente
oportunidade para quem ainda não conhece o herói de conhecer sua história e
motivação para enfrentar os maus sujeitos na época onde vive. ZAGOR – VOLUME
01, será lançada no formato 13,5 x 17,6 cm, com 160 páginas, pelo preço de R$
29,90. E o melhor de tudo, com a história completamente em cores. Esta aventura
foi lançada nas edições 55 e 56 do título original italiano. Os roteiros são de
Guido Nolitta, Moreno Burattini e Maurizio Colombo, com a arte de Gallieno
Ferri, que também assina o desenho da capa desta edição especial.
Em
um dia monótono marcado pela chuva, Chico resolve arrumar a cabana que divide
com seu amigo Zagor. Quando o simpático barrigudo encontra um quadro que
imagina ter seu amigo retratado, lembranças brotam na mente de Zagor, trazendo
tristes memórias de sua vida. Após a insistência de Chico em saber mais sobre
seu amigo, que confessa que o homem no quadro que se parece com ele era seu
pai, junto de sua mãe, Zagor conta a Chico a triste história de seu passado,
desde quando ele era menino, e se chamava Patrick Wilding, e morava com o pai,
Michael Wilding, e a mãe, Betty, numa cabana às margens do rio Clear Water.
Apesar das dificuldades do lugar, eles viviam felizes, como qualquer família,
quando, num dia terrível, os Wilding foram atacados e mortos pelos índios
abenakis, liderados por um homem branco, Salomon Kinsky. Escapando com vida do
massacre após ter sido jogado pelo próprio pai no rio, o jovem acaba salvo por
um andarilho que vivia nas florestas. Jurando vingança, o futuro Rei de Darwood
não conseguia aplacar a sua sede de vingança. Passando a viver com Fitz, seu
novo amigo, Patrick adquiriu muitos conhecimentos, inclusive aprendendo a usar
habilmente uma machadinha, tanto para atacar quanto para se defender.
Aprendendo a viver em meio à natureza, e viajando para muitos lugares, ele
nunca esqueceu a promessa de que fez de vingança contra aquele que matou seus
pais, até que, um dia, ele finalmente encontra pistas desta pessoa, e parte
para o acerto de contas. Mas, quando viu-se finalmente frente a frente com
Kinsky, esse encontro mudaria para sempre a sua vida, mas não da maneira como
ele imaginava.
Descobrindo
fatos que ignorava, o rapaz levara adiante uma vingança que o levou a cometer
um massacre tão terrível quanto o que vitimou seus pais. Decidido a se redimir
do ato, ele passa a defender todos aqueles que encontra pela frente, caso
estejam sendo injustamente atacados, levando justiça às áreas selvagens por
onde perambula. Ao encontrar-se com uma família de artistas, estes o ajudam a
criar uma identidade para que seus adversários temam enfrentá-lo. Aprendendo
novas habilidades e obtendo novos conhecimentos, ele adota o nome
Za-Gor-Te-Nay, que no dialeto dos índios algonquinos, significa “Espírito da
Machadinha”, em referência à arma que aprendeu a manejar com extrema destreza
com seu falecido amigo Fitz. Aparecendo em meio a uma reunião do conselho de
várias tribos indígenas, trajando uma roupa que passa a ser sua marca pessoal,
Zagor estabelece sua posição como defensor da justiça perante índios e brancos,
e que defenderá aqueles que forem vítimas da injustiça, seja praticada pelos
homens brancos, ou pelos índios. Passando a viver na floresta de Darkwood, onde
ergue sua cabana, ele se torna o protetor do local e das regiões em volta,
passando a enfrentar os mais variados perigos da época, chegando até a
enfrentar algumas ameaças quase sobrenaturais. Não por acaso, devido às suas
vestes, Zagor pode ser considerada uma série que mescla elementos de faroeste
com o gênero dos super-heróis.
A exemplo de
outros defensores das selvas, como o Fantasma, Zagor não possui superpoderes,
mas é extremamente hábil em lutar, e maneja sua machadinha como ninguém. E, no
melhor estilo do Espírito-Que-Anda, procura impor sua aura como enviado dos
deuses indígenas para que o desejo de paz seja exercido entre todos. Isso já é
o bastante para que muitos desordeiros tremam ao ouvir seu nome, considerando-o
um enviado de Manitu, divindidade indígena. Mas, claro, sempre existem aqueles
que precisam ser convencidos pelos punhos do herói a desistirem de seus feitos
ruins. A seu lado, está Chico, um amigo barrigudo, e sempre atrapalhado, que
serve de alívio cômico em diversos momentos, mas que é um amigo leal e que está
sempre com Zagor em suas aventuras.
O personagem
foi criado pelo próprio Sergio Bonelli em 1961, sob o pseudônimo de Guido
Nolita, passando a estrelar uma série mensal que se mantém até hoje na Itália.
No Brasil, Zagor estrearia somente em 1978, publicado inicialmente pela Vecchi,
que já editava por aqui o maior sucesso editorial da Bonelli Comics, a série de
faroeste Tex, que tal como no seu país de origem, tornara-se carro-chefe dos
títulos da Bonelli em nosso país. Em 1983, após 55 edições, o título foi
cancelado pela falência da Vecchi, para retornar somente em 1985, agora pela
RGE, que já havia assumido a publicação de Tex. As aventuras de Zagor
permaneceram na editora, agora chamada Globo, até 1988, quando o título foi
descontinuado, após 38 números. No ano seguinte, Zagor passou a ser publicado
pela Editora Record, que lançaria 64 edições regulares, além de vários
especiais, até 1996, quando o protetor de Darkwood ficou novamente sem ser
publicado. Em 1999, a Mythos Editora, que havia assumido a publicação da série
Tex, assumiu também a série de Zagor, que permanece na ativa até hoje, com mais
de 170 edições regulares, com várias edições especiais, além da série Zagor
Extra, com mais de 120 edições lançadas.
A
história que a Mythos está trazendo nesta edição de estréia já foi publicada
duas vezes em nosso país. A primeira vez foi na edição de estréia da publicação
pela Vecchi. A segunda vez ocorreu em 1989, quando a Editora Record seguiu o
exemplo da Vecchi, e republicou a origem do herói na sua primeira edição pela
editora. As duas publicações, contudo, foram feitas com o miolo da publicação
em preto-e-branco, padrão das revistas Bonelli até hoje em nosso país, mesmo na
Mythos, à exceção das edições especiais que são lançadas. E, justamente por
nunca ter republicado esta história, que a Mythos a está lançando agora no
início da nova coleção de Zagor, pela primeira vez completamente colorida no
Brasil, que poderá ser apreciada não apenas pelos leitores mais antigos do
herói, como pela atual geração de fãs de quadrinhos, que nunca souberam como se
deu início a saga aventureira de Zagor, cujas aventuras seguem ininterruptas
até hoje na Itália, e que continue assim em nosso país, pela Mythos, que faz
deste um excelente lançamento, em comemoração a seus 20 anos de existência.
Vida longa a Zagor, com direito a seu grito de guerra: "AAHHYAAKK!"!
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