MORREU RON SMITH, DESENHISTA DO JUIZ DREDD

                Dizem que cada personagem sempre foi marcado por algum desenhista de suas aventuras em especial. No caso do durão Juiz Dredd, o agente da lei mais temido da metrópole futurista de Mega City 1, Ron Smith foi um de seus artistas mais icônicos, e mesmo tendo trabalhado pela última vez com o personagem em 1994, era lembrado por muitos fãs até hoje. O ex-desenhista faleceu aos 94 anos, no último dia 10 de janeiro, em sua casa, após passar os últimos anos lutando contra o Mal de Parkinson.

                Nascido em Bournemouth, Inglaterra, em 1924, Ron começou sua carreira artística após o fim da Segunda Guerra Mundial, onde atuou como piloto. Em 1947, ele entrou no estúdio de animação Gaumont, e após a quebra desta empresa em 1949, ele começou a trabalhar com quadrinhos, tendo em 1952 passado a trabalhar para a editora DC Thomson & Co. como ilustrador e desenhista de histórias em geral, tendo permanecido até 1972, quando passou a atuar como artista freelancer, trabalhando para várias editoras.

                Em 1979, ele passaria a integrar a equipe de desenhistas da revista AD 2000, passando a ilustrar as aventuras do mais popular personagem da publicação britânica, o implacável Juiz Dredd. Ron Smith acabou se tornando de longe o artista mais prolífico a trabalhar com o personagem, e juntamente com feras como Brian Bolland e Mike McMahon, ele contribuiu para algumas das mais populares aventuras épicas do personagem, como as histórias "The Day the Law Died" e "The Judge Child". Não por acaso, ele só deixou de trabalhar com o personagem em 1994, depois de praticamente 15 anos atuando no desenho das aventuras do personagem.

                Entre os personagens mais conhecidos criados por Ron Smith nas histórias de Dredd estava Otto Sump, o homem mais feio de toda Mega-City 1; co-criou o o anti-herói anarquista Chopper, e também Dave, o orangotango que acabou por se tornar o prefeito de Mega-City 1. Seu estilo de arte casou tão bem com a série futurista, que quando o jornal Daily Star ia passar a publicar tiras semanais do Juiz Dredd, em 1981, ele foi o nome escolhido para ilustrar essa série que seria publicada no jornal, tendo desenhado praticamente todas elas, até o seu encerramento, em 1998, tendo permanecido ainda mais tempo nessa função do que na série de aventuras que eram publicadas na revista AD 2000, onde já tinha saído após 1994.

                "Lamentamos muito que o artista de Juiz Dredd, Ron Smith, tenha falecido", dizia a postagem do perfil oficial da revista AD 2000 no Twitter. "Da co-criação de Chopper, ao esquisito Otto Sump, e ao maravilhoso Prefeito Dave, ele foi um artista incrível com uma carreira de décadas. Nossas mais profundas condolências à sua família." Quem também se manifestou foi o artista Dave Gibbons, também através do Twitter: "Más notícias. Ron era um dos artistas mais icônicos do Juiz Dredd e um grande sujeito. Tive a sorte de conhecer alguns de seus personagens para a DC Thomson & Co., no início da minha carreira, e aprendi muito estudando o trabalho dele."

                Smith aposentou-se dos quadrinhos ao final da década de 1990.

O GORDO E O MAGRO GANHARÃO NOVA SÉRIE DE QUADRINHOS

                Nos bons e mais inocentes tempos da comédia, uma dupla que permanece até hoje na memória de muitos, era a formada por Stan Laurel e seu parceiro Oliver Hardy, que aqui no Brasil ganharam o nome de “O Gordo e o Magro”, em referência ao biotipo físico de ambos: o magro Stan e o gordo Hardy. A dupla começou a trabalhar junta na segunda metade da década de 1920, e de suas performances em teatros, eles ganharam fama mundial com os curta-metragens de cinema e filmes de comédia que protagonizaram nos anos seguintes. Com um humor por vezes pastelão, com muitas piadas visuais, e por vezes surreais, a dupla de comediantes se tornou muito famosa, rivalizando em fama com os Três Patetas. Em 1945, após pasarem por estúdios como Fox e MGM, com vários curtas e longa-metragens produzidos, eles deram uma pausa nas produções de cinema, para se concentrarem em apresentações teatrais, fazendo turnês por vários países.

                O reínicio das produções cinematográficas no início dos anos 1950, porém, pegou os artistas com problemas de saúde que começaram a se avolumar. Oliver Hardy sofreu um infarto em 1954, o que debilitou muito sua saúde, vindo a falecer em 1957. Stan Laurel, que também já vinha sofrendo com problemas variados, ficou arrasado com a morte do parceiro e grande amigo, uma vez que ambos eram verdadeiramente como irmãos, tamanha a ligação de amizade entre ambos em todos os anos da carreira. Sem ter mais Hardy em sua companhia, Laurel passou a trabalhar apenas atrás das câmeras, escrevendo e dirigindo. Ele faleceria em 1965. A fama de ambos, contudo, já os tornava praticamente imortais na história do entretenimento, e por isso mesmo, eles ganhariam em 1966 um desenho animado, produzido pela Hanna-Barbera, em parceria com a Larry Harmon, detentora dos direitos sobre os trabalhos da dupla.

                O sucesso da animação motivou a editora Thorpe & Porter a publicar no Reino Unido uma série de quadrinhos com histórias baseadas nela, rendendo um total de 136 edições. Repetindo, tanto na animação como nos quadrinhos o modelo de humor praticado pela dupla, Stan Laurel e Oliver Hardy continuaram a divertir gerações muitos anos após a morte de ambos. Existem poucos nomes na história da comédia que conseguiram resistir à passagem do tempo. Trazendo risadas a gerações como poucas antes ou depois delas, Laurel e Hardy foram reconhecidos como um modelo para o humor moderno, que faz sucesso até hoje. Stan Laurel e Oliver Hardy eram o ápice do gênio cômico de seu tempo. Mas, muito tempo se passou desde que foi produzido o desenho animado, e a série de quadrinhos. Durante esse longo tempo, um ou outro filme foi feito com a dupla, interpretada por outros atores, tentando incorporar tanto quanto possível seus estilos e personalidades, de forma a manter viva a memória de ambos.

               Pois agora, é hora de um retorno mais do que triunfal de O Gordo e o Magro, que ganharão uma nova série de quadrinhos que deverá chegar às Comic Shops dos Estados Unidos no mês de abril. A responsável é a American Mythology Comics, a mesma empresa que trouxe há algum tempo atrás Os Três Patetas (The Three Stooges) de volta ao mundo das histórias em quadrinhos, e que estará trazendo os amados trocadilhos da dupla Laurel & Hardy de volta para sua legião de fãs com o lançamento de uma nova revista! A editora de quadrinhos planeja celebrar e homenagear o legado de Stan e Ollie, trazendo novas histórias para toda uma nova geração de fãs, bem como para os antigos fãs que ainda lembram com carinho das estripulias perpetradas pela dupla. A AMC também tem planos de reimprimir algumas de suas histórias produzidas há muito tempo atrás.

                A arte para a nova série será criada pelo veterano artista Jorge Pacheco (Rocky & Bullwinkle, Pantera Cor-de-Rosa, Looney Tunes). Pacheco é bem versado em ilustrar a dupla de comediantes, já tendo feito isso há mais de 30 anos, quando Stan e Ollie viraram páginas de histórias em quadrinhos. As histórias para a edição de estréia serão fornecidas pelo romancista e escritor de quadrinhos, S.A. Check (Os Três Patetas, Gasparzinho), e pelo escritor multimídia, Jordan Gershowitz (Tom e Jerry, Danger Mouse, Vila Sésamo). Ambas as novas histórias se concentrarão em honrar o tom e a sensação dos esquetes originais que se tornaram famosos pelos comediantes.

                "Às vezes você só tem sorte", disse o artista Jorge Pacheco. “Meu padrasto trouxe uma revista em quadrinhos para mim. Era um livro de monstros com arte de Jack Kirby e Steve Ditko. Como eu deveria saber, minha primeira exposição aos quadrinhos foi provavelmente desenhada pelos dois maiores artistas de quadrinhos de todos os tempos. Então, um dia, eu estava navegando na TV quando me deparei com esse ‘cara gordinho e seu amigo bobo’. Eu assisti e fiquei imediatamente viciado. Mal sabia eu, eu estava assistindo a maior dupla cômica de todos os tempos, Laurel & Hardy. Mais uma vez, tive sorte. Então, durante toda a infância, eu li quadrinhos, assisti shows de monstros e os ótimos filmes de O Gordo e o Magro em um mini projetor de filmes que minha mãe havia me comprado, até que os filmes virassem farrapos. Recentemente, meus bons amigos da American Mythology perguntaram se eu gostaria de ser um artista em um novo projeto para a editora. Eu estava animado e perguntei qual livro? Eles disseram Laurel e Hardy. Às vezes, a sorte é uma coisa maravilhosa. Espero que todos gostem das palhaçadas da dupla cômica, tanto quanto eu gostei de trazer O Gordo e o Magro de volta à vida nessas páginas de quadrinhos!”

                "É uma ocasião rara para um escritor contribuir na celebração de dois gênios cômicos como Stan Laurel e Oliver Hardy", disse o escritor S.A. Check. “Quando eu descobri que a American Mythology tinha uma chance de trabalhar com a Larry Harmon Pictures para trazer esses ícones da comédia de volta aos fãs, eu fui o primeiro na fila a ter uma chance de trabalhar no livro. Uma das minhas partes favoritas do processo foi mergulhar de volta nos esquetes e filmes e inúmeros artigos escritos sobre os comediantes, e lembrando por que tantos fãs continuam a o trabalho da dupla em tão alta consideração. Estou muito orgulhosa do meu trabalho no projeto, e só espero conseguir trazer uma fração da magia que eles compartilharam no palco para poder exibir para os fãs atuais de quadrinhos”.

"Estamos entusiasmados e honrados em trabalhar com a American Mythology em uma nova linha de quadrinhos de O Gordo e o Magro. Com o lançamento internacional de nosso novo filme de Laurel & Hardy, Stan & Ollie, o momento é perfeito para reintroduzir os quadrinhos da dupla para as novas gerações de fãs de Laurel & Hardy, bem como, é claro, para os milhões de fãs existentes em todo o mundo", disse Marci Breth, vice-presidente da Larry Harmon Pictures Corporation.

                No Brasil, além da exibição dos curtas e dos filmes, o desenho animado também foi exibido várias vezes na TV. A Editora Abril, de 1973 a 1981, publicou uma revista em quadrinhos com a dupla, que rendeu 32 edições. Infelizmente, estas histórias em quadrinhos deixaram de ser lançadas por aqui desde então. Já as produções cinematográficas da dupla foram reprisadas inúmeras vezes nas emissoras de TV, e alguns filmes chegaram a ser lançados no mercado de vídeo nacional há alguns anos, mas sempre lançamentos esparsos, e com pouca divulgação. Apesar desse “abandono” pela programação das redes de TV nos anos mais recentes, Stan Laurel e Oliver Hardy continuam firmes nas lembranças de todos aqueles que tiveram chance de assistir às suas apresentações, seja no cinema, na TV, ou nos quadrinhos. Foram cerca de 107 filmes entre 1927 e 1950. Não é pouca coisa. Vida longa à dupla O Gordo e o Magro. E que a nova série de quadrinhos honre o espírito da comédia representada pelos dois.

IDW PREPARA NOVA SÉRIE DE TRANSFORMERS

                Uma das franquias mais famosas do mundo, Transformers revela ter um potencial praticamente ilimitado no mundo da cultura pop, desde que seja explorado com a devida competência. Uma prova disso é o novo filme que acaba de chegar aos cinemas, praticamente um reboot não-oficial (até porque os produtores, na teimosia, dizem que ele não é), que resgata um pouco do espirito, e principalmente, do visual dos robôs que mudam de forma que sempre acabou ignorado nos filmes dirigidos por Michael Bay, que nunca respeitou muito a estética visual dos personagens. E se o filme de Bumblebee consegue resgatar os fãs no cinema, a IDW Publishing, atual editora de quadrinhos da franquia, promete contar aos fãs o que eles sempre quiseram saber, e nunca tiveram muita chance, desde as primeiras aventuras que chegaram ao público, em 1984: como se iniciou o grande conflito que se tornou a grande guerra em Cybertron, que colocou de lados opostos Autobots e Decepticons.

                TRANSFORMERS é o título da nova série que será lançada pela IDW a partir do mês de março, com periodicidade quinzenal, ao preço de US$ 3,99. Os roteiros serão de Brian Ruckley, com arte de Angel Hernandez e Ron Joseph. As capas serão desenhadas por Gabriel Rodriguez. Desde que Transformers foi visto pela primeira vez, tudo o que foi dito era que Cybertron era um paraíso mecânico, habitado por robôs vivos, que viviam em paz por milhares de anos. Mas, a ambição e ganância de uma das facções do planeta, conhecida como Decepticons, desejava a dominação total de seu mundo, e com Megatron à frente, eles iniciaram o conflito para se apossarem de tudo, obrigado a outra facção de cybertronianos, os chamados Autobots, a se engajarem numa luta para impedir tal objetivo, que incluía também o extermínio deles. A guerra se estendeu por milênios, sendo que os robôs desenvolveram a habilidade de mudar de forma como ferramenta de combate, de modo que ambas as facções passaram a ser chamadas de Transformers, e eras depois, parte destas facções retomariam sua luta em um mundo alienígena chamado...Terra!

                Pois o foco central da nova série da IDW é justamente explorar o mundo natal dos Transformers, Cybertron, antes da eclosão do grande conflito. Oferecer aos leitores e fãs maiores detalhes de como era a vida no planeta natal dos Autobots e Decepticons, e, principalmente, elucidar os acontecimentos, até hoje nunca revelados, que levaram ao início do conflito que mudaria o destino de Cybertron para sempre. Fatos como os motivos da ambição de Megatron, e sua ferrenha liderança à frente da facção dos Decepticons, poderão ser finalmente contados aos fãs, que também poderão conhecer os meandros que levaram um dos Autobots a se tornar o maior líder de toda a história cybetroiana, conhecido como Optimus Prime! Tudo isso, e muito mais, promete ser contado na novas série regular da IDW. E trazer a público acontecimentos nunca antes imaginado, como o fato de que o fim misterioso de uma única vida pode ter sido crucial para desencadear algo que nunca se pensou poder acontecer. Através dos olhos de um jovem autobot chamado Bumblebee, e seus amigos, os fãs agora testemunharão a formação de conspirações, verão a harmonia dando lugar ao conflito, e o próprio tecido da até então idílica civilização Cybertroiana se despedaçando para nunca mais voltar a ser a mesma.

“Trazer para os fãs de Transformers esta história é um verdadeiro privilégio real”, diz Brian Ruckley, que está escrevendo as aventuras da nova série, que completa: “Mas tão importante, é uma oportunidade incrível para novos leitores descobrirem e explorarem um dos maiores universos - e um dos melhores elencos de personagens - que a ficção científica tem para oferecer, e entrarem logo no início de uma verdadeira saga épica”. Um entusiasmo que também é compartilhado por Ron Joseph, um dos desenhistas, que diz: “Na minha juventude, eu devorei tudo de Transformers: brinquedos, quadrinhos, o desenho animado, o filme, com uma fome tal qual a de Unicron. 'Robots in Disguise' dominou todos os meus momentos de vigília. Participar da equipe criativa da IDW para o lançamento de uma história em quadrinhos de Transformers é impressionante, e facilmente um dos melhores momentos da minha vida”.

                "Estamos ansiosos para começar este novo capítulo na narrativa dos Transformers", diz Michael Kelly, vice-presidente de publicações globais da Hasbro. “Estamos empolgados em começar um conto que será acessível e atraente para leitores não familiarizados com a mitologia de Transformers, ao mesmo tempo em que fornecemos a profundidade e o drama que nossos fãs de longa data esperam. É uma grande responsabilidade, mas temos a equipe certa e os personagens certos para isso”, completa.

                Hernandez e Joseph são artistas de longa data da IDW, tendo trabalhado nos títulos de Jornada nas Estrelas e dos Micronautas publicados pela editora. Já Brian Ruckley está praticamente estreando em um título da franquia, mas sua devoção de longa data pelos Transformers o fazem um grande conhecedor dos personagens mais icônicos da série, e de como trabalhar com eles. A nova série tem previsão de chegar às comic shops dos Estados Unidos no dia 13 de março. E sóo fato da publicação ser quinzenal já indica que eles têm muitos planos para as histórias que serão mostradas.

                Infelizmente, deverá ser mais um material que não chegará a nosso país. Apesar da grande base de fãs de Transformers que temos por aqui, infelizmente toda a produção recente de quadrinhos da franquia nunca aportou por aqui. As últimas aventuras foram publicadas há pouco mais de uma década, e ainda assim de modo meio atabalhoado, pela editora On-Line, que publicou algumas edições tentando embarcar no sucesso do primeiro filme para cinema. Alguns anos antes, em 2003, a Panini agraciou os leitores e fãs ao trazer o excelente material lançado pela Dreamwave nas séries G1 e Armada, mas que não teve continuidade por parte da editora. De lá para cá, mesmo com o estrondoso sucesso de bilheteria dos filmes, o máximo que os fãs viram ser lançado por foram as novas séries animadas. Nem mesmo o cross-over entre os poderosos Vingadores, da Marvel Comics, e os Transformers, chegou a ser publicado aqui.

                E o momento atual da economia brasileira, que ainda inspira cuidados, em um mercado que recentemente passou a sentir com força o baque da crise econômica dos últimos anos, também conspira para tão cedo não vermos os confrontos dos Autobots e Decepticons nos quadrinhos nas nossas bancas. Só nos resta aguardar que o futuro próximo seja mais esperançoso, ou simplesmente comprar as edições da IDW...