sexta-feira, 30 de março de 2018

NOVO FILME DE MAZINGER EM EXIBIÇÃO NA AMÉRICA LATINA


                No ano em que completa 50 anos de carreira, Go Nagai comemora o lançamento do mais novo longa-metragem animado para cinema de uma de suas mais famosas criações: Mazinger. O primeiro super robô da história da animação japonesa é a estrela do filme MAZINGER Z INFINITY, uma das mais recentes produções da Toei Animation, estúdio responsável por todas as séries do artista. O filme também comemora os 45 anos comemorados no ano passado do lançamento da primeira série no Japão, no já distante ano de 1972, e que promoveria uma verdadeira revolução no mercado da animação nipônica, desencadeando a febre dos super mechas de combate, com batalhas devastadoras e violência desenfreada nas lutas.
                O estouro de audiência de Mazinger foi tão grande que várias outras produtoras na época resolveram imitar o estilo, lançando também seus animes de super mechas. Tendo saído na dianteira, Go Nagai, o criador de Mazinger, resolveu expandir suas criações, criando em seguida outro super robô, o Getter Robo G, no mesmo estilo. E, logo em seguida, criaria o Great Mazinger, continuação direta da história de Mazinger. De lá para cá, graças à fama de suas criações, Mazinger volta e meia sempre ganhava novas produções, fosse em novas séries de TV, especiais de vídeo, ou longas animados para o cinema, do qual Mazinger Z Infinity é o mais recente deles. A produção estreeou nos cinemas japoneses em janeiro deste ano, mas já havia tido pré-estréia na Europa ainda no ano passado, no Festival de Cinema de Roma, indo em seguida para os cinemas italianos.
                Em janeiro, uma semana após a estréia no Japão, o novo longa também estreou nos cinemas da Espanha. E o longa também chegou à América. Em fevereiro, estreou nos Estados Unidos, e agora no início do mês de abril, estreará em vários países da América Latina, onde está sendo distribuído pela Diamond Films. Entre os países que verão a mais nova aventura do poderoso robô de Go Nagai estão a Argentina, o Chile, o México, o Perú, a Colômbia, e a Bolívia, com possíveis exibições também no Uruguai e no Equador. No canal oficial da distribuidora, no You Tube, já estão disponíveis há algumas semanas os trailers oficiais do filme, com áudio em espanhol, para deixar os fãs impacientes para verem a ação nas telas grandes das salas de cinema.
                O longa tem duração de 95 minutos. Na história, 10 anos se passaram desde que Koji Kabuto derrotou de uma vez por todas as forças malignas do Império Subterrâneo comandadas pelo perverso Doutor Hell, que queria conquistar o mundo e submeter a humanidade a seus desejos. Utilizando seus monstros robôs, o cientista teria tido sucesso se não fosse pelos esforços de Koji e do pessoal do Laboratório Fotônico, que frustraram as investidas alucinadas de Hell. Koji agora é um cientista com méritos próprios, seguindo os passos de seu pai e seu avô. O Dr. Yumi, antigo chefe de Koji no Laboratório Fotônico é agora o primeiro ministro do Japão, e Sayaka Yumi, sua filha, e antiga namorada de Koji, assumiu a chefia do laboratório. A tecnologia que permitiu a criação do Mazinger se disseminou pelo planeta, com a criação de robôs para uso nas mais diversas atividades, e o mundo, apesar de alguns percalços, está em paz. Mas, ao examinar estranhas ruínas encontradas nos subterrâneos do Monte Fuji, Koji acaba descobrindo algo tenebroso: uma espécie de réplica de Mazinger, em escala muito maior, e com um aspecto ainda mais ameaçador, chamada Infinity,e uma garota em animação suspensa chamada Lisa. Inadvertidamente, ele pode ter desenterrado um poder com capacidade para aniquilar toda a humanidade e trazer o fim do mundo. Um poder que não pode cair em mãos erradas. Mas eis que, para preocupação de todos, o nefasto Dr. Hell volta a dar as caras, após anos desaparecido, mostrando que ainda alimenta seus sonhos insanos. E quanto ele desencadeia um ataque total de suas bestas-feras para tomar o controle do misterioso Infinity encontrado nas ruínas, e usá-lo para enfim subjugar a humanidade, o destino do mundo pende mais uma vez na balança. E para deter esta ameaça, Koji retorna para a batalha no comando do mais poderoso super robô já criado na Terra, o Mazinger Z! Mas poderá o grande super mecha, sob o comando do intrépido Koji, ser capaz de deter as forças do Império Subterrâneo, impedir a ameaça e salvar o mundo do perigo iminente de sua destruição? Ou opróprio Infinity será uma ameaça ainda maior a ser confrontada do que os exércitos de monstros do Dr. Hell? Essa é a deixa para o início de uma das mais renhidas batalhas de mechas, para deixar os antigos e novos fãs babando com a qualidade da animação moderna aplicada a um dos mais clássicos robôs de combate da animação japonesa. E com direito a uma versão atualizada da música-tema original da primeira série de TV, que continua a cativar e deixar qualquer um empolgado só de ouvi-la, na performance de Ichiro Mizuki, que também cantou a versao original da música-tema na produção de 1972. A música do novo longa, aliás, foi composta por Toshiyuki Watanabe, filho de Michiaki Watanabe, compositor da música na série original.
                Até o fechamento desta matéria, ainda não havia qualquer menção sobre a possibilidade deste longa também ser exibido no Brasil. Aliás, nosso país parece não ter muita sorte em conseguir atrair lançamentos de anime nos cinemas nacionais, com raras exceções, infelizmente. No caso de Mazinger, a série original permanece inédita até hoje em nosso país, sendo possível acompanhar somente por fansubbers. Das produções da franquia, apenas a série “Mazinger Edition Z: The Impact!”, produzida em 2009, foi exibida no Brasil, através do canal de streaming da Netflix, há alguns anos. Quem sabe o investimento da distribuidora aumente, e esta produção seja lançada por aqui, se não nos cinemas, pelo menos no mercado nacional de vídeo, ou até mesmo nos canais de streaming. Fica muito chato ver os fãs dos países vizinhos, com economias muito menores do que a brasileira, terem a sorte de acompanhar produções recentes de anime em seus cinemas, enquanto os fãs nacionais de animação nipônica infelizmente ficam chupando o dedo, apesar de nossa economia ser muito maior e mais dinâmica, apesar dos percalços que sofre atualmente.


sábado, 10 de março de 2018

DYLAN DOG E MARTIN MYSTÈRE RETORNAM PELA MYTHOS



                Os fãs dos quadrinhos da Bonelli Comics terão novos motivos para festejar neste mês de março. Duas séries de personagens da editora italiana ganham mais uma chance nas bancas brasileiras, oferecendo aos leitores nacionais a oportunidade de acompanharem novamente suas aventuras. DYLAN DOG e MARTIN MYSTÈRE estão de volta, e pela Mythos Editora, atual casa dos quadrinhos Bonelli em terras tupiniquins.
                Ambos os personagens já foram publicados pela editora, há muitos anos, e seus títulos acabaram sendo descontinuados devido às fracas vendas, sempre a principal razão de cancelamento de um título. Dos dois, Martin Mystère foi o primeiro a dar as caras por aqui, ainda nos anos 1980, tendo seu primeiro título lançado ainda pela RGE – Rio Gráfica e Editora, com sua edição de estréia em novembro de 1986. A RGE, entretanto, estava em fase de mudança de nome, e em 1987, passaria a se chamar Editora Globo, nome que mantém até hoje. Mas nessa mudança, todos os seus títulos de quadrinhos foram suspensos, para serem relançados no ano seguinte, sob o nome nome da editora. Foi também o caso de Mystère, que retornou às bancas em março de 1987, com seu título regular durando 12 edições, sob o título “Grandes Enigmas de Martin Mystère – Detetive do Impossível, sendo cancelado no ano seguinte. Com o mesmo título, Martin Mystère retornaria dois anos depois, em 1990, agora pela Editora Record, onde sua revista duraria 17 números, até novamente ser cancelada. Em 1992, a Record ainda publicou uma edição especial trazendo uma aventura conjunta de Mystère e Dylan Dog. O detetive do impossível voltaria às bancas nacionais apenas no ano 2002, agora pela Mythos, a então nova casa dos títulos da Bonelli Comics no Brasil. Foram 42 novos números, até 2006, antes da revista ser novamente cancelada, para nunca mais voltar às bancas, até agora, quando a Mythos dá ao personagem mais uma chance para batalhar por seu espaço entre o público leitor nas bancas brasileiras.
                Dylan Dog, por sua vez, estreou no Brasil em 1991, pela Editora Record, e sua jornada inicial nas bancas nacionais durou 11 números, e uma edição especial, sendo cancelado em 1993. Em 2001, o personagem ganharia nova chance pela editora Conrad, que publicou 6 edições no total. Mas, desta vez, Dylan não ficou fora muito tempo: a Mythos assumiria a publicação do personagem no ano seguinte, e a levaria adiante até 2006, com um total de 40 números lançados. Seriam mais de 10 anos de ausência nas bancas nacionais, até que no ano passado a editora Lorentz resolveu apostar no personagem, lançando 3 edições, que foram bem recebidas pelos leitores. A editora, contudo, acabou surpreendida pela Mythos, que retomou os direitos de publicação do personagem, que agora neste mês de março, a exemplo de Mystère, retorna às bancas com um título regular mensal da editora.
                As duas novas séries chegam às bancas neste mês de março, com a numeração reiniciando do Nº 01, e não continuando as numerações das primeiras séries lançadas pela Mythos. Em Dylan Dog Nº 01, que sai no tradicional formato dos títulos Bonelli mantidos pela editora (Formato 15,7 x 21 cm), com 100 páginas, com o miolo em preto e branco, pelo preço de R$ 26,90, temos a história “Horror Paradise”, com textos de Medda, Serra & Vigna, e desenhos de Claudio Castellini. Um péssimo despertar para Dylan Dog, que não se recorda como e nem por que alguém o jogou em uma espécie de parque de diversões de um filme de terror. Enquanto foge de demônios, monstros e alienígenas famintos que o fazem seu alvo principal, o Investigador do Pesadelo deve reencontrar o fio da memória, e descobrir como foi parar nesta encrenca das grandes. Tudo começou poucos dias antes, ao seguir os rastros ensanguentados de Alfred Hotchkiss, o diretor maldito, o gênio do splatter, que foi desta para a melhor em circunstâncias muito misteriosas. Mas será que Dylan conseguirá se manter vivo até resolver esse mistério?
                Já Martin Mystère Nº 01, cujo formato e apresentação gráfica é exatamente a mesma da nova série de Dylan Dog, inclusive até no preço, R$ 26,90, temos a aventura “Intriga em Pequim”, com argumento de A. Castelli, e arte de S. Deidda. Martin Mystère, sua amada Diana, e seu amigo Java estão na China para visitar uma das maravilhas arqueológicas do mundo: o exército de terracota, mais de seis mil estátuas em tamanho natural construídas no Século III antes de Cristo por ordem do imperador Qin Shi Huang como defesa de seu futuro túmulo. No local, contudo, nossos heróis acabam se envolvendo numa luta sem trégua cujo objeto de disputa parece ser o domínio da própria China. Diana sempre detestava quando Martin saía para suas aventuras, mas estar enrolada em uma delas certamente não melhorará o seu humor, e isso se conseguirem todos continuarem vivos para contar esta história, o que pode ser bem complicado.
                Na Itália, Martin Mystère também chegou primeiro às bancas. Criado pelo escritor Alfredo Castelli e pelo desenhista Giancarlo Alessandrini, o chamado Detetive do Impossível estreou em 1982, e desde então é publicado ininterruptamente pela Bonelli Comics, sendo uma das mais vendidas da editora. Martin Jacques Mystère é um intelectual e aventureiro, sendo também historiador de arte, arqueólogo, antropólogo, escritor, e produtor de televisão. É também colecionador de objetos incomuns, tendo estudado a fundo os lugares mais enigmáticos do planeta, e seus grandes mistérios, e apesar de morar em Nova Iorque, frequentemente viaja pelo mundo investigando diversos casos e acontecimentos que lhe despertam a atenção. Seu parceiro de aventuras é Java, um homem neanderthal mudo e muito forte que ele descobriu na Cidade das Sombras Lucidas escondidas na Mongólia, e que se tornou seu amigo e auxiliar mais próximo. Java conseguiu se adaptar bem ao mundo moderno, e se tornou não apenas ajudante e amigo de Martin, mas também seu protetor, sempre o ajudando a sair das várias enrascadas em que está se metendo.
                Já Dylan Dog foi criado por Tiziano Sclavi, escritor de quadrinhos e novelas, tendo sua aparência concebida pelo artista Claudio Villa, inspirado no ator inglês Rupert Everett. Villa assinaria a arte das primeiras capas do título regular do personagem, lançado nas bancas italianas em 1986. E o personagem também cairia no gosto dos leitores italianos, tornando-se outro grande sucesso da Bonelli Comics, e sendo publicado até hoje, sem interrupções, sendo o segundo título mais vendido da editora, perdendo apenas o cowboy Tex. O personagem ganhou até um filme em 2011, estrelado por Brandon Rouht, que não fez muito sucesso. Dylan Dog, conhecido como o Detetive do Pesadelo, é um investigador particular, ex-agente da Scotland Yard, que vive em Londres, tem problemas financeiros com certa frequência, e tem um inseparável parceiro chamado Groucho, que está sempre pronto a fazer piadinhas sobre qualquer tema, assunto ou acontecimento. Está sempre resolvendo casos de horror, e quase nunca consegue ter um relacionamento com as mulheres, nem mesmo as que acaba salvando durante as investigações de seus casos. Alcóolatra e vegetariano, ele detesta celulares.
                O retorno de ambos os personagens pela Mythos é uma boa oportunidade para os leitores voltarem a acompanhar suas aventuras, cujas histórias não os tornaram personagens famosos à toa no mercado italiano de quadrinhos. Os preços das novas edições, levando-se em conta o padrão gráfico apresentado, entretanto, deverá desanimar os potenciais leitores, uma vez que são mais do que o dobro do que é cobrado pelos demais títulos Bonelli na editora, e com a economia nacional ainda se recuperando, e considerando a disputa vivida nas bancas nacionais pelos leitores de quadrinhos nos últimos anos, com as coleções de graphic novels e edições especiais em capa dura, a missão de emplacar boas vendas será complicada para estes heróis, que há muito mereciam estar de volta em nossas bancas. Resta esperar que a base de fãs consiga manter os títulos em patamares de venda aceitáveis, pois do contrário, não tardará para a Mythos mais uma vez encerrar ambas as séries, algo que os leitores certamente não desejam, mas que a editora também poderia ser mais razoável, em que pese as dificuldades editoriais de se manter uma publicação em nível viável em nosso mercado. Boa sorte às novas séries de Dylan Dog e Martin Mystère, portanto.

LANCELOT LINK, O AGENTE SECRETO, EM BREVE EM DVD



                Não há como negar que, no atual estado de pasmaceira do mercado de vídeo nacional, em um momento onde as grandes empresas de home vídeo não colocam muita fé no público consumidor, uma distribuidora como a Vinyx Multimídia tem conseguido causar certo rebuliço pelo resgate de certas produções que muitos consideravam praticamente perdidas, de um tempo onde assistir TV era muito mais prazeiroso do que é atualmente. Claro que havia também muita porcaria naqueles tempos, mas se formos comparar com os dias de hoje, a proporção de boas séries que podíamos acompanhar era muito melhor do que atualmente. Por isso, enquanto as grandes distribuidoras não lançam direito nem as coisas mais recentes, haja vista certas palhaçadas especialmente no que tange aos blu-rays disponíveis em nosso país, por pior que possa parecer, o DVD ainda meio que se salva parcialmente por permitir que algumas distribuidoras resgatem parte das produções antigas que foram completamente abandonadas pelas chamadas “majors”.
                Nem tudo é perfeito, porém. A Vinyx, uma destas distribuidoras que vem surpreendendo nos últimos tempos pela variedade e raridade do material que vem lançando, continua anunciando várias obras que ainda não foram disponibilizadas para venda, o que causa certa apreensão e até irritação em alguns fãs que pensavam nunca mais ver tais obras, mas agora ficam na ansiedade de quando enfim poderão revê-las, já que tudo está atrasado, e nem mesmo se encontram em pré-venda produtos que, pelo cronograma inicial, já deveriam estar disponíveis para compra em janeiro desde ano. E, antes mesmo de concretizar estes lançamentos, eis que a distribuidora surpreende novamente com mais um título extremamente raro que promete lançar em breve, para saudosismo dos fãs que tiveram chance de assistir a essa produção há muitos e muitos anos. LANCELOT LINK, O AGENTE SECRETO – A SÉRIE COMPLETA será um box composto de 4 discos, trazendo todos os 17 episódios deste seriado de humor que marcou época nos anos 1970 com um detalhe inusitado: era toda estrelada por chimpanzés!
                A produção, criada por Stan Burns e Mike Marmer, era um seriado de agentes secretos parodiando as mais famosas produções da TV do gênero, como Agente 86 e O Agente da U.N.C.L.E., e até mesmo filmes do cinema, como o famoso agente James Bond, o 007. Impossível também não se lembrar do filme “Planeta dos Macados”, uma vez que era um filme “estrelado” por símios (ainda que aqui fossem atores vestidos de macacos), mesmo que em um tom completamente diferente. Produzida em 1970 pela Sandler-Burns-Marmer Productions, “Lancelot Link, The Secret Chimp” (seu título original, em inglês) mostrava as aventuras de Lancelot Link, um agente secreto da APE (Agency to Prevent Evil, ou Agência para Prevenção do Mal), e sua parceira Mata Hairi, enfrentando as forças da sinistra organização CHUMP (Criminal Headquarters for the Underworld's Master Plan, ou Quartel-General Criminal dos Planos Mestres do Submundo), que tencionava dominar o mundo. Recebendo suas missões de seu superior Darwin, Lancelot Link e Mata Hairi tinham o dever de desbaratar os planos perversos dos malfeitores e proteger a humanidade (ou deveria dizer, a macacada). A CHUMP era comandada pelo perverso Barão Von Butcher, que estava sempre acompanhado por seu mordomo, Creto. Contando com seu séquito de agentes, como Wang Fu, Ali Assa Sino, Dr. Sinistro, e as igualmente perigosas Duquesa e Mulher Dragão, eles colocavam em prática as mais variadas tramóias que ameaçavam o mundo livre. Pelo menos, até terem seus planos frustrados pela intrépida dupla de agentes. Lancelot Link não era exatamente um agente secreto infalível, mas sempre conseguia dar conta do recado, graças à sua parceira Mata Hairi, muito mais inteligente e capaz do que ele. E assim, mesmo que fosse aos trancos e barrancos, a APE sempre frustrava os planos perversos da CHUMP, salvando novamente o mundo e a humanidade (digo, a macacada).
                O grande charme da série era ser estrelada inteiramente por chimpanzés, vestidos e caracterizados como gente, dando o ar da graça. Graças a um bom orçamento para os padrões de séries de TV na época, os produtores puderam caprichar nos cenários, no figurino, e no treinamento dos chimpanzés, que aliado a uma boa dublagem, dava até mesmo para acreditar que eram atores de verdade estrelando um seriado, graças aos esforços do time de treinadores, que tiveram muito trabalho para conseguir que os animais dessem conta do recado. Mas o resultado mais do que valeu a pena. Criado para um público infantil, Lancelot Link acabou ganhando muitos fãs mesmo entre os adultos, que adoravam ver os animais fazendo as mais variadas peripécias para dar andamento às histórias, que tinham roteiros até interessantes, com muitas referências, fossem dos mais variados lugares, além de várias tiradas geniais. Exibida pela TV CBS, aprodução ficou no ar durante pouco mais de dois anos, embora tenham sido produzidos apenas cerca de 17 episódios de meia hora cada um. Inicialmente, a série era exibida em conjunto com desenhos animados, mas depois passou a ser reprisada sem eles. Além das histórias dos episódios, havia também clipes musicais com a banda formada por Lancelot Link e Mata Hairi, chamada “A Revolução da Evolução”, com todo aquele estilo musical próprio dos anos 1970, e que eram bem legais também. Infelizmente, a série durou pouco, mas quem a assistiu nunca mais a esqueceu, por verem os chimpanzés fazendo as maisvariadas atividades, como se fossem gente de verdade. Fosse produzida nos dias de hoje, os cretinos do politicamente correto, para não falar dos “gaviões” das associações de proteção aos animais, cairiam de pau em cima dos produtores da série, alegando todo tipo de acusação contra a série, começando por maus tratos e exploração dos animais coitadinhos... O mundo já foi muito menos cretino e hipócrita.
                Lancelot Link tinha um estilo a lá Hunphrey Bogart em seu modo de falar. Mata Hairi tinha seu nome derivado da famosa espiã Mata Hari. E seu chefe na APE, Darwin, era uma citação a Charles Darwin, tanto que uma das falas de Lancelot quando perguntava algo ao chefe era “Qual a teoria, Darwin?”. O nome de uma das organizações faz referência a símios: APE é macaco, em inglês; enquanto o nome da organização do mal, CHUMP, significa pateta, idiota. A série chegou a ganhar até mesmo um título em quadrinhos, publicado pela Gold Key, com cerca de 8 números lançados em 1972. No Brasil, o seriado foi exibido originalmente pela TV Tupi, sendo posteriormente exibida pela TV Record, e depois TVS/SBT. Nos anos 1990, a produção ainda ganharia uma última reprise, no canal pago Teleuno, para sumir de vez da programação daTV nacional, aberta ou paga. E agora, graças à Vinyx Multimédia, a série poderá ser revista na íntegra.
                A caixa, que até o fechamento desta matéria, ainda não tinha preço nem data exata de lançamento, trará todos os 17 episódios, com sua dublagem em português original, realizada pela Herbert Richers. De quebra, ainda trará alguns extras, como os clipes da banda “A Revolução da Evolução”, o Making Of da produção do seriado, além de alguns outros materiais. Trata-se de um material realmente bem-vindo, em meio a vários outros que aVinyx tem trazido e anunciado lançar no mercado nacional. Algumas destas produções, como é o caso de Lancelot Link, podem não ser tão famosas como muitas outras, mas tem lá sua legião de fãs, sejam da série em si, ou por se tratar de seriados antigos, onde muitos gostam de rever os programas que assistiam quando eram mais novos. Uma iniciativa mais do que válida. Agora, é esperar que esta caixa esteja logo disponível para ser adquirida, junto com vários dos outros títulos já anunciados recentemente pela distribuidora, uma vez que muitos fãs estão pra lá de ávidos para colocar as mãos nestes material. E aguardar também as futuras novidades da empresa, que prometeu muitas surpresas em seus lançamentos para este ano no mercado nacional de vídeo. Mas que não demore tanto entre os anúncios e o lançamento efetivo dos mesmos.