Alguns vilões dos quadrinhos se
tornam tão icônicos que acabam ganhando brilho próprio, tamanha a fama que
angariam. Alguns, até pela postura dúbia, acabam ganhando títulos próprios, e
até a praticar alguns atos de heroísmo, voluntários ou não. Obviamente, tal
descrição não se encaixa no Coringa, o mais perigoso e mortal inimigo da
galeria de um dos mais famosos heróis dos quadrinhos, o Batman. O que não quer
dizer que o Palhaço do Crime não possua sua legião de fãs. Por isso, não foi
surpresa quando, nos anos 1970, a DC Comics resolveu lançar um título mensal
estrelado pelo vilão, vivendo as mais loucas aventuras em seus planos maldosos.
E estas aventuras agora poderão ser conferidas pelos leitores brasileiros, na
maisnova edição da série Lendas do Universo DC, lançada pela Panini Comics, que
jáestá nas bancas e gibiterias nacionais.
LENDAS DO UNIVERSO DC: CORINGA,
compila todas as 9 edições do título mensal estrelado pelo Palhaço do Crime de
Gotham City, publicadas entre maio de 1975 e outubro de 1976, quando a revista
acabou cancelada, diante das baixas vendas. Em formato americano, com capa em
cartolina, ao preço de R$ 25,90, a edição traz histórias concebidas por Denny
O’Neil, Elliot S. Maggin e Martin Pasko. Os desenhos ficaram a cargo de Irv
Novick, com participação de nomes como José Luis Garcia-Lopéz, Dick Giordano,
Ernie Chen, Vince Colleta, Tex Blasdell, e Frank McLaughlin.
Obviamente, a
insanidade do Coringa foi amenizada neste título regular, a fim de não causar
confusões com o infame “Comics Code”, que regulava o teor das histórias em
quadrinhos. Por isso, o insano criminoso não cometeu nenhum assassinato nas
aventuras, apesar de ter dado muito trabalho às forças da lei. Um destaque da
série é a completa ausência do Batman, sendo apenas mencionado aqui e ali, o
que não significa que o Palhaço do Crime ficou dando sopa a torto e a direito
nas histórias. Em algumas delas, foram recrutados outros heróis para encarar os
planos loucos do Coringa, como o Rastejante, e o Arqueiro Verde. Em outros
momentos, o gênio louco do Coringa simplesmente foi tão insano que acabou
arrumando confusões cm outros vilões do Universo DC, como o Duas-Caras, a
Mulher-Gato, o Espantalho, e até mesmo Lex Luthor, passando pela gangue Royal
Flush, arrumando as maiores confusões, tanto com eles quanto com a polícia, ao
tentarem roubar os mesmos objetos, ao mesmo tempo, no melhor estilo cada um por
si.
Mas, afinal, quem pode esperar
alguma sanidade do Coringa? Apesar de tudo, é interessante ver o notório
criminoso que tanta dor de cabeça causou ao Batman estrelar suas próprias
“aventuras”, escapando do Asilo Arkhan, sendo dado como morto, e ainda batendo
cabeça com outros criminosos só para provar que eles até poderiam ser bons no
que faziam, mas que só existiria mesmo UM GÊNIO DO CRIME, que claramente, era
ele, e estando decidido a provar isso, o que acabou involuntariamente fazendo
com que fosse parar atrás das grades.
Trata-se de um material que, se
não é nenhuma maravilha da arte sequencial, por outro lado supera amplamente
muitas histórias que são publicadas atualmente no universo dos comics de
super-heróis, com o mérito de o Coringa finalmente sair por cima, pelo menos,
roubando a cena como protagonista destas histórias. Um ponto a favor da Panini
na republicação deste material, que já tinha sido lançado aqui no Brasil pela
saudosa Ebal nos anos 1970, quando a editora publicou a maior parte destas
aventuras em um título próprio do personagem, no primeiro semestre de 1977, que
durou apenas 4 edições. Pelo visto, nem mesmo a fama do Palhaço do Crime foi o
suficiente para que a editora publicasse todas as suas aventuras, cujo título
já havia sido cancelado nos Estados Unidos quando foram lançadas por aqui...
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