Centurions foi uma série dos anos 1980
que deixou saudades e muitos fãs no mundo inteiro.
Adriano de Avance Moreno
“Seja qual
for o desafio, eles estão sempre prontos... Os Centurions!” Com esta frase,
encerrava-se a abertura de uma das séries animadas mais legais produzidas nos
anos 1980: Centurions – Power Extreme! (Centurions: Força Extrema!, em
português), que mostrava a luta de um grupo especial de agentes da lei que
usavam equipamentos especiais de combate na luta contra o mal em um futuro
próximo.
Os
centurions era um grupo especial de manutenção da lei e da paz mundial, criado
pelo Conselho Mundial (uma espécie de sucessor da ONU), onde seus agentes
utilizavam vestimentas especiais que permitiam que eles se conectassem
diretamente com os mais avançados equipamentos de combate dos mais variados
estilos já criados. A principal ameaça enfrentada era o pérfido Doutor Terror,
um cientista ciborgue que almeja dominar o mundo e transformar toda a
humanidade em ciborgues escravos. Com a ajuda de seu capanga, também ciborgue,
Hacker, o Doutor Terror lança mão dos mais variados planos para levar seu
intento adiante, os quais, invariavelmente, são desbaratados pelo grupo de
heróis.
Max Ray, Jacke Rockwell e Ace McCloud, o trio de heróis da série. |
Em um futuro
próximo (leia-se Século XXI), a ciência proporcionou grandes avanços à
humanidade, mas os criminosos também se aproveitam dos avanços tecnológicos
para perpetrarem crimes. A maior ameaça à paz mundial vem do Doutor Elias
Terror, um cientista que acredita que somente transformando a humanidade em
ciborgues previamente controlados, a raça humana terá um futuro. Obviamente
renegado pelo Conselho Mundial, que repudiou suas idéias, o Doutor Terror
partiu para a conquista pura e simples do planeta, e seus ataques promovidos
por suas unidades robóticas levaram o Conselho a criar a Força Especial
Centurion, composta por agentes especiais que utilizam os mais avançados
equipamentos de combate para deter as forças destruidoras do cientista
renegado. Após intenso treinamento entre vários agentes potenciais, três deles
conseguiram atingir todas as metas propostas e se tornarem os agentes especiais
da lei conhecidos como Centurions, para defender a Terra dos planos perversos
do Doutor Terror e enfrentar quaisquer outras ameaças que as forças de defesa
convencionais de nosso mundo não sejam capazes.
Doutor Terror e seu capanga, Hacker. |
Contando com estes agentes
especializados em ações terrestres, aquáticas e aéreas, os Centurions Max Ray,
Jake Rockwell e Ace McCloud se tornam o principal obstáculo aos planos de
conquista do Doutor Terror. Em várias aventuras mostradas na série, os planos
de conquista do vilão são confrontados e derrotados pelo trio de heróis, nas
mais diversas situações. Mesmo que o vilão possa ter verdadeiros exércitos
robotizados a seu dispor para levar adiante seus estratagemas, os heróis contam
com seu formidável arsenal de combate, comandado pela estação espacial Sky
Vault, e suas instalações de apoio terrestre, como a base operacional Centrum,
em Nova Iorque. Em termos práticos, os centurions utilizavam o mesmo esquema de
armamentos integrados visto nos heróis blindados dos quadrinhos, como o Homem
de Ferro, mas com a vantagem de não precisarem usar armaduras completas, e
ainda fazer uso dos sistemas com grande flexibilidade e versatilidade,
adaptados às exigências do momento. Nada extremamente original, mas uma
variante interessante e bem bolada do gênero super-heróis com superpoderes
derivados de equipamentos tecnológicos.
Em sua base, os centurions preparam-se para entrar em ação, enfrentando mais uma vez as forças de ataque do Doutor Terror (abaixo). |
O principal assunto englobado na série era a ciência, recurso pelo qual os vilões e heróis usavam seus recursos em batalha. Espaço, natureza, energia, ecologia, mistério, tudo bem misturado com ficção científica na medida certa proporcionaram várias aventuras para os heróis, que chegaram a enfrentar de tudo um pouco, desde um alienígena sugador de energia, até computadores descontrolados, passando por cientistas frustrados em busca de vingança, ameaças desconhecidas, ambição desenfreada, locais perdidos, ameaças biológicas e alienígenas, relações pendentes, hackers de computador, terroristas, gangues urbanas, e mesmo vez por outra ameaças sobrenaturais e magia. E com os heróis sempre saindo vitoriosos no final da história, muitas vezes sabendo usar com inteligência e sabedoria os recursos a seu dispor. As relações das pessoas com a tecnologia, e os desafios que tal binômio representavam também davam pano de fundo para várias histórias. E, como era praxe em várias séries animadas da época, ao final de cada episódio havia um espaço onde os personagens davam dicas de ciências para o público telespectador sobre ecologia, tecnologia, astronomia, etc. De ressaltar que, nestes pequenos blocos informativos, até mesmo o vilão da série, o Doutor Terror, dava explicações sucintas sobre tecnologia e desenvolvimento, em algumas ocasiões. Nas demais ocasiões, Ace, Jake, Max e Crystal é quem davam as dicas para o público.
Ken Spears e Joe Ruby, fundadores do estúdio que produziu Centurions, em palestra na Wondercon de 2012. |
Produção do
Estúdio Ruby-Spears, Centurions foi produzido em 1986, e exibida nas emissoras
de TV dos Estados Unidos no sistema de sindycation, tendo estreado em abril de
1986, e com sua exibição original se encerrando em dezembro de 1987, com um
total de 65 episódios produzidos. Inicialmente foi feita a exibição de uma
minissérie de 5 episódios, para testar a aceitação, ao que posteriormente foram
produzidas duas temporadas de 30 episódios cada. Já se vão praticamente mais de
30 anos desde que a série foi criada e exibida pela primeira vez.
No Brasil,
a série estreou em 1987, sendo exibida dentro da programação infantil semanal da
TV Globo, que exibiu a série por diversas vezes. A série, como tantas outras em
sua época, ganhou uma excelente dublagem nos estúdios da Herbert Richers, com a
atuação de vários profissionais de renome no momento. Anos depois, o desenho
seria reprisado pela TV Bandeirantes, e pelos canais pagos Cartoon Network, e
posteriormente, o Boomerang, em seus bons tempos de apresentação de séries
clássicas. Assim como várias outras produções animadas exibidas na época,
Centurions ganhou uma grande legião de fãs, que se lembram da série até hoje
com carinho. Mais recentemente, a série foi reprisada no canal pago Tooncast,
especializado em animações clássicas, para deleite dos fãs da produção.
Ace pronto para se conectar ao Interceptor Orbital. Abaixo, Jake, durante a montagem do sistema Detonador. |
Ace pronto para decolar com o Skybolt. Abaixo, Max com o Sea Bat. |
Ciente de
que não poderia levar seus planos adiante enquanto os centurions existissem, em
vários episódios os heróis e sua organização eram o alvo primário do Doutor Terror,
que sempre confiava as missões de campo ao seu capanga Hacker, que por não ser
muito inteligente, por vezes se complicava sozinho, e era frequentemente
derrotado pelos heróis. E Max, Jake, Ace e Crystal chegaram a passar por vários
apertos para desmantelarem os esquemas orquestrados pelo vilão.
John Thunder e Rex Charger, os novos centurions. |
Na segunda
metade da série, o grupo de centurions ganhou novos integrantes. Rex Charger e
John Thunder ampliaram o número de heróis de três para cinco, dando mais versatilidade
e capacidade de combate, e tornando as situações dos inimigos ainda mais
complicadas e difíceis para tentarem vencer seus adversários. Entretanto, a
ordem de produção e exibição dos episódios se tornou equivocada, de modo que os
novos personagens acabaram introduzidos em determinados episódios e
completamente ignorados ou esquecidos em outros, como se o time ainda fosse
restrito ao trio original. Apenas quando a série foi encerrada, nos episódios
61 a 65, foi produzida uma aventura em 5 partes mostrando a entrada dos novos
integrantes da equipe, bem como o uso de novos sistemas de ataque por parte de
todos os centurions.
A animação
da série, produzida em esquema terceirizado pelo estúdio japonês Sunrise, é
boa, embora em alguns momentos apresente algumas falhas, como em alguns
cenários, bem como um decaimento na qualidade da produção, em especial na hora
de união dos sistemas de armas de ataque dos heróis, habilmente animadas para
os equipamentos mais utilizados, mas incrivelmente menosprezadas quando o uso
era feito com alguns dos novos sistemas de armas introduzidos na segunda metade
da série. Os novos personagens também não tiveram sequências de animação de
junção a seus sistemas de armas feitos com a mesma qualidade de movimentos,
sendo na sua maior parte apenas “ligados” de forma convencional, sem a montagem
detalhada vista no trio original.
No que
tange aos conceitos da série, Centurions contou com um time de assistência
criativa de primeiro nível. A série teve os talentos criativos de ninguém menos
que Gil Kane, Doug Wildey, e Jack Kirby na criação dos personagens, character
design, e definição do universo dos heróis e vilões.
Gil Kane. |
Gil Kane,
nascido Eli Katz em 1926, começou sua carreira no universo dos quadrinhos ainda
nos anos 1940, tendo participado da modernização de vários heróis da DC Comics,
como Lanterna Verde e Átomo. O artista também trabalhou como desenhista em
várias séries de heróis da Marvel, como Homem-Aranha, Hulk, ajudou a renovar os
personagens Capitão Marvel e Adam Warlock, além de ter criado, junto com Roy
Thomas, o personagem Punho de Ferro. Durante os anos 1970 e 1980, Kane
trabalhou em diversas séries animadas da Hanna-Barbera e da Ruby-Spears, como
foi o caso de Centurions, onde ao lado de Wildey e Kirby, compôs a criação
artística de toda a série. Gil Kane ainda faria diversos trabalhos na área de
quadrinhos, para diversas editoras, permanecendo plenamente na ativa até sua
morte, em janeiro de 2.000, motivada por complicações de um câncer.
Doug Wildey, que tinha no currículo a criação da série Jonny Quest. |
Douglas
Wildey, nascido em 1922, também começou sua carreira profissional trabalhando
como freelancer nos anos 1940, trabalhando em diversas publicações de editoras
variadas ao longo dos anos, bem como na produção de tiras de quadrinhos para
jornais. No início dos anos 1960, Wildey começou a trabalhar com empresas de
animação em Los Angeles, acabando por arrumar emprego nos estúdios de William Hanna
e Joseph Barbera, após efetuar alguns trabalhos junto com um artista chamado
Alex Toth, na série “Anjo do Espaço”. Joe Barbera gostou do estilo de desenho
de Wildey, e o encarregou de criar uma série para um material licenciado que
eles pretendiam lançar em animação. As tratativas para este projeto não deram
certo, e Wildey recebeu a incumbência de aproveitar o trabalho dispendido para
criar então uma série completamente nova. Nasceu então uma das mais antológicas
produções de aventura dos desenhos animados, Jonny Quest, totalmente revolucionária
para a época, e que só não foi mais adiante devido aos altos custos de
produção, que a Hanna-Barbera não tinha como cobrir. Desde então, Wildey
trabalhou em diversas outras séries animadas, como Godzilla, De Volta ao
Planeta dos Macacos, Jana das Selvas, Thundarr, e foi parte do time de criação
consultor que deu vida à série Centurions. Paralelamente ao seu trabalho nas
séries de animação, Doug Wildey nunca deixou de trabalhar com quadrinhos, tendo
desenhado séries de vários personagens, como Tarzan, para a Gold Key. O artista
continuou trabalhando firme com quadrinhos de várias séries e gêneros, de
diversos personagens, e para várias editoras. Doug Wildey faleceu em outubro de
1994, vítima de um ataque cardíaco, aos 72 anos, e continuava em plena
atividade até então.
Jack Kirby já era uma lenda dos quadrinhos quando trabalhou na concepção de Centurions, tendo colaborado em diversas outras séries de animação. |
Jack Kirby
praticamente dispensa apresentações. Nascido Jacob Kurtzberg em 1917, em Nova
Iorque, ele marcaria seu nome na indústria dos quadrinhos a partir dos anos
1940, quando criou, junto com Joe Simon, o Capitão América, para a então Timely
Comics. Dotado de uma arte ímpar e de um grande talento, muitos anos depois, ao
lado de Stan Lee, Kirby construiria o Universo Marvel, com diversos heróis.
Devido a desavenças, ele partiu para a DC Comics, onde criou a saga do Quarto
Mundo, entre outros materiais para a editora. Retornou pouco depois à Marvel,
para sair de novo e trabalhar nos mais variados projetos, entre eles várias
séries de cinema e animação, como Turbo Teen (Turbo Man, no Brasil) e Thundarr,
onde criou o character design dos personagens destas séries, e repetiu a
empreitada em Centurions, criando junto com Doug Wildey e Gil Kane toda a
temática da série, para a Ruby-Spears Productions. Chamado de “The King”, pela
arte dinâmica e arrojada de seus desenhos, que influenciaram gerações de
desenhistas, os traços de Jack Kirby se adaptavam a praticamente qualquer série
de quadrinhos. O artista, entretanto, acumulou alguns desentendimentos pelo
caminho em sua longa carreira, especialmente com Stan Lee, a quem acusou de não
receber os devidos créditos pela criação dos personagens do Universo Marvel. O
artista faleceu em fevereiro de 1994, aos 76 anos, de insuficiência cardíaca.
Gerry Conway. |
Além desta
trinca de peso na concepção da série, Centurions também contou com vários
artistas de renome na criação dos episódios da série. O nome de maior destaque
da área de quadrinhos a participar da criação dos episódios foi Gerry Conway,
que ao lado de sua mãe Carla, escreveu diversas aventuras dos heróis
futuristas. Gerry Conway tem em seu currículo a co-criação, junto com o artista
Ross Andru, do personagem Justiceiro, para a Marvel Comics. Juntamente com Al
Milgron, Conway criou o personagem Nuclear (Firestorm, no original), para a DC
Comics. Conway também escreveu o primeiro cross-over entre a Marvel e a DC
Comics, juntando numa mesma aventura o Super-Homem e o Homem-Aranha, além de
ter sido o roteirista responsável pela história da morte de Gwen Stacy, nos
anos 1970. Ele também foi roteirista da Liga da Justiça por vários anos na DC
Comics, Quarteto Fantástico na Marvel, e trabalhou também na criação de
roteiros para outras séries de TV, entre elas Hércules (estrelada por Kevin
Sorbo), SOS Malibu (Baywatch), Law & Order, entre outras. Em animação, ele
também roteirizou episódios de Batman: The Animated Series.
Michael Reaves (acima) e Larry DiTillio (abaixo) também escreveram várias aventuras dos centurions. |
Outro nome
interessante na criação das aventuras foi Michael Reaves. Autor de séries de
livros, contos, e ficção original, Reaves também criou vários episódios das
séries Batman: The Animated Series, Gárgulas, e o clássico Caverna do Dragão.
Quem também participou da empreitada foi o artista Marc Scott Zicree, autor de diversas
histórias de ficção científica e escritor de roteiros para diversas produções da
televisão e do cinema. Ele participou das séries Animorphs, Capitão Power e os
Soldados do Futuro, Os Caça-Fantasmas (The Real Ghostbusters), entre várias
outras produções. E encontramos também o nome de Larry DiTillio, escritor RPG e
de roteiros de ficção científica para TV e cinema. Entre seus destaques no
currículo temos seu trabalho como editor executivo na série Babylon 5, além de
ter escrito e co-escrito a grande maioria dos episódios da série Beast Wars:
Transformers. DiTillio também criou vários episódios da série clássica de He
Man, produzida pela Filmation, também tendo colaborado no remake de 2002.
Apesar do
sucesso da série, as vendas de brinquedos, uma das maiores fontes de renda
visadas pela produção dos desenhos animados, foram baixas, e os índices de
audiência, mesmo bons, não foram suficientes para o estúdio levar adiante a
produção de novos episódios. Assim, acabaram-se as aventuras dos Centurions,
cuja série passou por diversas reprises ao longo dos anos na TV americana, onde
conseguiu fazer até mais sucesso do que em sua exibição original nos anos 1980.
O próprio estúdio Ruby-Spears acabou vendido, alguns anos depois, para o grupo
Turner, que por sua vez, foi englobado pela corporação Time Warner. Hoje, todo
o catálogo da Ruby-Spears pertence à Time-Warner.
No início desta década, a minissérie original de Centurions
foi lançada no mercado de vídeo dos Estados Unidos em DVD, dentro da coleção
“Hanna-Barbera Classic Collection” (ainda que a produção da série não tenhha
sido do estúdio fundado por William Hanna e Joseph Barbera), seguida pouco
tempo depois por duas caixas contendo cada uma 30 episódios da produção,
completando os 65 episódios da série de TV, no esquema de venda sob demanda
(onde o consumidor compra o produto, e os discos são gravados e enviados ao
comprador, devidamente etiquetados e em box personalizado).
No Brasil,
infelizmente nada da série chegou a ser lançado no mercado nacional de vídeo,
fosse nos tempos do VHS, seja nos tempos atuais, em DVD. A Warner Home Video
chegou a lançar em nosso mercado algumas das séries produzidas pela
Hanna-Barbera, mas a distribuidora deixou de efetuar novos lançamentos há muito
tempo, de modo que os fãs que quiserem matar a saudade da série Centurions tem
de se contentar com eventuais reprises que apareçam na TV por assinatura, ou
baixar os episódios de sites na internet, de forma não-oficial.
OS LOCAIS DA SÉRIE
A série
Centurions possuía vários locais recorrentes nas aventuras. Conheçam os
principais locais utilizados pelos personagens:
Base Centrun: Quartel-General terrestre dos centurions, está
localizada em Nova Iorque, cuja entrada secreta encontra-se em uma livraria
(Greenwich Books). O Centrun possui um emissor de teleporte que cobre o
hemisfério norte, podendo transportar os centurions para qualquer local neste
setor. O local possui toda a estrutura de apoio às atividades centurions, além
de áreas de recreação, refeitório, e alojamentos para estadia dos membros da
equipe. Possui uma longa rede de conexões sob a cidade para permitir acesso aos
mais variados locais, em caso de necessidade de acesso convencional.
Sky Vault: Estação orbital situada entre as órbitas
terrestre e lunar, a Sky Vault monitora todo o globo em busca de atividades que
exijam a intervenção dos centurions. A estação armazena os sistemas de armas de
ataque usados pelos heróis, estando sempre pronta para transmiti-los aos
centurions em caso de necessidade por todo o mundo, através do sistema de
transporte de raios Exo. O teleporte também se estende ao espaço próximo, pouco
além da órbita lunar, mas podendo ter um alcance maior, dependendo da
necessidade. A estação possui um poderoso campo de força para proteção, além de
diversos sistemas defensivos e ofensivos, para o caso de um ataque, bem como de
alguma ameaça que venha do espaço.
Sea Lab: O Laboratório do Mar é uma vasta e complexa estação
de pesquisas submarina, onde também são construídos os sistemas de ataque
utilizados pelos centurions, o que faz do lugar um alvo frequente do Doutor
Terror, que tenta a todo custo garantir que seus inimigos não contem com sua
tecnologia de combate, já tendo empreendido diversos ataques ao complexo, e
chegando até a dominar o local, antes de ser escorraçado pelos heróis. O local
chegou a ser destruído num dos ataques, o que motivou a construção de um novo
Sea Lab, com as mesmas atribuições do antecessor.
Dominium: Base secreta do Doutor Terror, localizada em algum
ponto do Ártico. Composta de várias áreas e setores, a base armazena os
produtos e equipamentos utilizados pelo vilão em seus planos para dominar o
planeta, como suas naves áreas, e exércitos de traumatizers, groundborgs, caças
drones e outros veículos de ataque e transporte. Os centurions nunca
conseguiram descobrir sua localização exata, graças aos dispositivos de
bloqueio de sinais e varreduras do Doutor Terror, mas se contentam em frustrar
os planos do cientista perverso, bem como transformar suas forças de ataque em
ferro-velho após cada batalha, o que deixa o Doutor Terror bastante chateado, e
como é clichê em todo vilão, prometendo vingança na próxima vez que se
encontrarem.
A TECNOLOGIA DOS SISTEMAS EXO
O emissor de transporte da base Centrum. |
Os sistemas
Exo compreendem as vestimentas especiais que permitem aos centurions
conectar-se diretamente com seus sistemas de combate, além dos sistemas de
teletransporte que é usado para atingir qualquer parte do planeta, bem como do
espaço sideral próximo, permitindo aos centurions acesso praticamente imediato
aos locais onde são necessários. Para usar o sistema de transporte dos raios
Exo é necessário portar um grupo de circuitos especiais que permitem a
identificação do corpo a ser transportado. Este conjunto de circuitos está
embutido nos sistemas de armas utilizados pelos heróis, bem como nos exotrajes
utilizados pelos mesmos. Para qualquer outro usuário que necessitar usar do
sistema de transporte dos raios Exo é necessário que o mesmo esteja vestindo um
colete especial que incorpora este grupo de circuitos especiais, que pode ser
visto como parte do uniforme de serviço da tripulação da Sky Vault.
Há três
emissores de teleportação do sistema Exo em ação. Um está localizado na base
centurion em Nova Iorque, o Centrum, sendo utilizado rotineiramente para enviar
os centurions para qualquer parte do mundo onde são necessários. Outro está
localizado no Sky Vault, onde é utilizado para transmissão dos sistemas de
armas de ataque e seu posterior recolhimento, bem como transporte imediato
tanto dos centurions como de qualquer outro tripulante da estação orbital. Para
ser utilizado, o sistema precisa das coordenadas exatas do usuário, que são
fornecidas pelos comunicadores, bem como pelo conjunto de circuitos especiais
implantados nos coletes de serviço, exotrajes, ou sistemas de armas. Dependendo
da ocasião, tempestades atmosféricas muito violentas, ou tempestades solares,
podem eventualmente interferir com a eficiência do sistema de transmissão de
matéria. O emissor restante encontra-se na Academia Centurion, local de
treinamento dos integrantes da equipe, onde aprendem a manejar seus
equipamentos especiais. A localização da Academia Centurion é secreta, sendo
seu conhecimento de poucas pessoas.
O uniforme padrão da tripulação da Sky Vault possui coletes com circuitos especiais para uso do sistema de teletransporte Exo. |
Os
exotrajes são complexas vestimentas dotadas de conectores especiais que
permitem ao usuário “ligar-se” integralmente ao sistema de armas recebido. A
ativação de conexão é dada pela menção da frase “Força Extrema!”, efetuando a
fusão do exotraje com o sistema solicitado, o qual pode ser manuseado como se
fosse uma extensão do corpo do usuário, graças à sincronia das ondas cerebrais
efetuada junto com a vestimenta. Polarizado, o exotraje possui um sistema de
circuitos e mecanismos miniaturizados que transformam a vestimenta em uma
autêntica armadura leve, proporcionando ao usuário força sobre-humana limitada,
que lhe permite algumas proezas físicas, bem como proteção a ferimentos físicos
ou de disparos. O sistema de servomotores miniaturizados presente nos exotrajes
também auxilia o usuário na mobilidade dos sistemas de armas, já que alguns
deles são bem pesados para o nível de força comum de um ser humano.
Despolarizados, os trajes podem ser dobrados e transportados como se fossem
roupas comuns, em qualquer maleta ou outro tipo de compartimento.
Todos os sistemas de armas de ataque estão sincronizados com a tecnologia Exo, que lhes permite serem enviados para qualquer lugar. |
PERSONAGENS DA SÉRIE
Max Ray: Nascido em Seattle, Max é o operativo de ações
aquáticas dos centurions, sendo o mais sensato e equilibrado dos integrantes da
equipe, o que faz dele o líder do time. Comanda as ações do time nos momentos
de rotina geral e em combate, usando sempre do bom senso, e em muitas vezes tem
que acalmar os ânimos entre Jake e Ace quando ambos resolvem mostrar quem é o
melhor em ação. Possui conhecimentos em oceanologia e biologia, e não acredita
em lendas e superstições. Foi membro fundador da equipe Centurion, tendo
inclusive participado da criação e desenvolvimento dos exotrajes. É também quem
faz as relações públicas da equipe junto às autoridades, sejam locais ou
internacionais.
Jake Rockwell: Nascido no Texas, é o operativo de ações
terrestres. É meio esquentado e metido a machão, mas está sempre pronto para
entrar em ação e mostrar como chutar “as latas-velhas” do Dr. Terror. É um
exímio piloto de carros, sabendo conduzir qualquer tipo de veículo terrestre.
Por vezes, costuma ser muito confiante em combate, o que o faz entrar bem de
vez em quando em algumas lutas. De vez em quando vive discutindo com Ace sobre
quem é o melhor na hora de combater os inimigos, mas são grandes amigos. Possui
um mascote, um husky siberiano chamado Sombra, que o acompanha em várias
missões.
Ace McCloud: Bom vivant e mulherengo, é o operativo de ações
aéreas. Extremamente convencido, faz questão de mostrar que não é o melhor em
sua área por acaso. É um exímio piloto, conseguindo pilotar qualquer tipo de
aeronave. Adora desafios e gosta de fazer piadas, além de se exibir. Assim como
Jake, por vezes também é excessivamente confiante em combate, o que o leva a
entrar em algumas encrencas. Vive dando cantadas na mulherada, tendo tido
“affairs” com várias personagens durante a série, mas seu maior objetivo é
conquistar o coração de Crystal, que até admite ter uma queda por ele, mas não
dá o braço a torcer.
Crystal Kane: Comandante da estação orbital Sky Vault,
Crystal é uma jovem dinâmica e extremamente inteligente, por vezes parecendo
ser um pouco insensível, e até prepotente. Monitora as redes mundiais, buscando
sempre notícias de ataques ou ameaças pelo mundo que exijam a intervenção dos
centurions, convocando-os através de seus comunicadores de pulso, ou na base
Centrun, em Nova Iorque. Recebe as solicitações dos heróis dos sistemas de
armas de ataque e faz as montagens no sistema de computador, transmitindo-as a
seguir para que possam resolver as situações. Tem uma certa queda por Ace, de
quem sempre ouve cantadas, mas prefere não dar o braço a torcer, ignorando os
esforços do centurion aéreo.
Rex Charger: Milionário e cientista excêntrico, Rex
tornou-se operativo de ações de comunicação e energia dos centurions.
Extremamente educado e centrado em suas ações, ele tem certa queda por garotas,
a exemplo de Ace, e por isso mesmo volta e meia acaba entrando em encrenca por
causa disso.
John Thunder: Índio apache nativo norte-americano, é o operativo
centurion de infiltrações. Gosta de agir sozinho nas operações, como convém à
discrição de sua especialidade de ação, mas é um companheiro leal e determinado,
sempre pronto para ajudar seus amigos.
Doutor Terror: Brilhante cientista, o doutor Elias Terror acabou
banido pelo Conselho dos Cientistas Mundiais por propor transformar toda a
população em ciborgues, a fim de promover o desenvolvimento coordenado da
humanidade, para o qual o livre arbítrio era totalmente contraproducente à
evolução humana. Revoltado, optou por impor sua visão ao mundo pela força, e
transformou a si próprio em um ciborgue. Criou uma base de operações secretas
no Ártico, chamada Dominium, de onde lança seus ataques pelo mundo afora,
controlando uma vasta rede de informantes e criminosos locais que o auxiliam em
suas operações. Almeja o poder sobre todos, e não possui escrúpulos em
sacrificar o que for necessário para atingir seus objetivos. Megalomaníaco, já
prometeu destruir os centurions em várias oportunidades, o que quase conseguiu
em alguns momentos, mas nunca obteve sucesso. O lado esquerdo de seu corpo é
ocupado por uma unidade ciborgue chamada Sintax, e seu braço esquerdo foi
substituído por um canhão laser, ao qual pode ser acoplada uma garra, ou um
lançador de foguetes, de acordo com a necessidade.
Hacker: Theodore Hacker era um criminoso comum que acabou
arregimentado pelo Dr. Terror, que lhe prometeu poder e riqueza se aceitasse
submeter ao seu processo de transmutação ciborgue. Assim, tornou-se o braço
direito do vilão, comandando diretamente os combates mundo afora, e tendo
sempre de enfrentar os centurions em combate direto. Não é uma pessoa muito
inteligente, mas compensa com muita brutalidade e violência, e assim como seu
chefe, não se importa com os meios necessários para se atingir suas metas. A
parte direita de seu corpo é ocupada por uma unidade ciborgue chamada Sintax, e
seu braço direito foi substituído por uma maça e uma ferramenta multiuso, com
as quais pode disparar raios variados.
Amber: Filha do Doutor Terror, o auxilia em vários de seus
planos. Mestre em disfarces, já enganou os heróis em diversas ocasiões. Ocasionalmente
já teve uma certa queda por alguns dos centurions, mas nunca chegou ao ponto de
trair seu pai, em que pese ele ter de intervir em alguns de seus planos para
garantir que eles não saiam do roteiro planejado, ou em uma ocasião onde o
Doutor Terror, mais insano do que de costume, ameaçou destruir toda a vida na
Terra, e motivou uma aliança momentânea entre Amber e os centurions, a fim de
deter a investida do pai, mas impedindo que ele fosse preso, ao fim do combate.
OS SISTEMAS DE ATAQUE
Ace utilizando o Sky Knight. |
Os
centurions dispõem de um vasto arsenal de sistemas de ataque dos tipos mais
variados, para uso geral ou específico para determinados tipos de situações. Quando
em uso, os sistemas de armas de ataque torna cada centurion praticamente um
exército de um homem só, dada a incrível capacidade ofensiva que eles
proporcionam ao seu usuário, em diferentes níveis, conforme a necessidade. Embora
cada um tenha sido desenvolvido visando o uso específico das habilidades de combate
de cada centurion, e o seu campo de atuação (água, terra ou ar), os sistemas de
armas podem ser utilizados por qualquer outro membro da equipe, se necessário,
uma vez que os exotrajes são totalmente compatíveis com todos os equipamentos.
O único ponto negativo é que o sistema pode não operar com toda a sua
capacidade, devido ao fato de não estar sendo utilizado pelo seu operativo
normal, especializado no manuseio do respectivo equipamento. Como exemplos, já
houve ocasião em que Max precisou usar o Vespão em uma operação, sistema que é
utilizado normalmente por Jake. Este, por sua vez, em outra situação, precisou
fazer uso do sistema Depth Charger, equipamento de uso de Max.
Os sistemas
de armas ligam-se aos exotrajes através dos conectores especiais existentes na
vestimenta, e uma vez acoplados e ativados, podem ser comandados literalmente
com o pensamento, como se fizessem parte do corpo do centurion, graças ao
sistema de interface proporcionado pelo exotraje, bem como aos sistemas de
circuitos especiais de calibração de ondas cerebrais que os equipam. Como cada
sistema é projetado para uso específico de cada centurion, de acordo com sua
área de atuação, a sincronia é máxima se utilizada com seu operativo padrão,
mas o recurso é flexível, podendo ser comandado por outros membros, como citado
acima. A sincronia das ondas cerebrais obtidas pelos outros membros não é tão
perfeita, mas permite sua operação sem problemas, embora não com a mesma
eficiência.
Montagem do sistema Tidal Blast no exotraje de Max. |
Os equipamentos
dividem-se em nível leve, médio, e pesado, sendo requisitados de acordo com a
situação do momento. Em comum a todos eles, está o fato de que os sistemas
leves possuem maior mobilidade e flexibilidade, enquanto os sistemas de nível
pesado são menos manobráveis, mas incorporam um poder de fogo muito superior,
já que são preparados para situações mais extremas.
Os sistemas
são compostos de módulos que, dependendo da situação, podem ser combinados com
diversos outros sistemas de ataque, atendendo a necessidades específicas. Como
exemplos, o Skybolt já foi combinado com o sistema Interceptor Orbital, dando a
Ace um poder de fogo muito superior em combate no espaço. Em outras situações,
os canhões congelantes do Detonador foram utilizados por Jake em conjunto com
os sistemas Wild Weasel, Vespão e Fire Force.
Montagem dos sistemas de ataque no computador, para envio aos centurions. Interceptor Orbital (acima). Sea Bat e Detonador (abaixo). |
Como a
imensa maioria dos oponentes enfrentados pelos heróis eram autômatos
cibernéticos criados por Doutor Terror ou algum outro vilão, os heróis podiam
despejar seu poder de fogo, letal para outros oponentes humanos, à vontade nas
lutas, reduzindo os adversários a pilhas de metal retorcido e ferro-velho, após
a troca de tiros, bombas e mísseis do fantástico arsenal dos sistemas de ataque
centurion. Nas ocasiões em que haviam oponentes humanos, os centurions usavam
suas armas apenas para desarmar seus oponentes, sem causar mortes e evitando ao
máximo ferir os adversários, no máximo nocauteando-os com a força de seus
disparos e a explosão dos projéteis de impacto.
Confiram a
relação de alguns dos sistemas de ataque de cada integrante dos centurions:
Max Ray: Cruiser (Cruzador, em alguns episódios), sistema
leve; Tidal Blast (Super Tufão, em alguns episódios), sistema médio; Depth
Charger, sistema pesado; Sea Bat, sistema pesado; Fathom Fan, sistema pesado.
Jake Rockwell: Fire Force (Força Total, em alguns
episódios), sistema leve; Wild Weasel, sistema leve; Detonador, sistema pesado;
Vespão, sistema médio; Swing Shot, sistema médio, Awesome Auger, sistema
pesado.
Ace McCloud: Sky Knight, sistema leve; Sky Bolt, sistema
pesado; Interceptor Orbital, sistema médio; Strato Strike, sistema médio.
John
Thunder: Thunder Knife, sistema leve; Silent Arrow, sistema médio.
Rex Charger: Electro Charger, sistema leve; Gattling Guard,
sistema pesado.
Traumatizers. |
Para
enfrentar este poderio dos heróis, o Doutor Terror faz uso de suas unidades
cibernéticas de ataque, compostas pelos Traumatizers, robôs androides dotados
de canhões laser e ogivas explosivas; os Groundborgs, unidades de terra dotados
de mísseis e canhões lasers para ataques pesados; e os Doom Drones, unidades
aéreas fortemente armadas para ataques aéreos e de assalto. Além destes
principais, compõem o exército do vilão diversas unidades aquáticas de
superfície e submarinos automatizados de ataque com um vasto arsenal capaz de
pulverizar qualquer coisa em seu caminho. Rotineiramente, também são utilizadas
criaturas ciborgues, ou capangas transformados pela unidade de transmutação do
Doutor Terror, que se tornam seus escravos, obedecendo suas ordens sem questionamentos.
Groundborgs (acima). Abaixo, os drones de ataque aéreos. |
Em algumas
operações, o Doutor Terror e Hacker comandam pessoalmente seus ataques, a bordo
de sua aeronave de assalto, ou acompanhando as unidades cibernéticas. Tanto o
Doutor Terror quanto Hacker são capazes de substituir suas partes ciborgues,
chamadas de unidades Sintax, por outras unidades com atribuições parecidas com
as dos Doom Drones, lhes permitindo a habilidade de voar como caças. Isso
também permite que ambos possam substituir as unidades Sintax padrão por outras
com funcionalidades diferentes, de acordo com a situação. Curiosamente, houve
um episódio duplo da série onde as unidades Sintax de Hacker e do Dr. Terror se
uniram, criando um novo vilão, o Uniborg, que por pouco não destruiu os
centurions, usando de táticas de combate mais inteligentes até do que as
empregadas pelo Dr. Terror, que se aliou momentaneamente aos heróis para
destruir a ameaça que sua tecnologia havia criado acidentalmente.
Acima e abaixo, alguns dos capangas ciborgues utilizados pelo Doutor Terror em seus planos, bem como algumas de suas outras criações ciborgues. |
Max preparando-se para a montagem do Tidal Blast. Abaixo, Rex recebe o sistema de armas Gattling Guard. |
As forças inimigas sendo pulverizadas pelo poderio dos centurions. Abaixo, Jake com o sistema de ataque Vespão, e Max com o Depth Charger.. |
John e seu sistema Thunder Knife. |
OS QUADRINHOS DOS CENTURIONS
Capa da primeira edição da minissérie publicada pela DC Comics. |
Como
diversas séries em exibição na época, Centurions também ganhou sua versão em
quadrinhos, com o propósito de difundir a série e reforçar a propaganda dos
brinquedos comercializados. A DC Comics lançou uma minissérie em 4 edições em
1987, com roteiros de Bob Rozakis, e desenhos de Don Heck e Al Vey. As histórias
eram bem fiéis ao traço do desenho animado, com aventuras na mesma linha de
ação. Na Inglaterra, a editora London Editions, além de publicar as 4 edições
produzidas pela DC Comics, ainda criou mais 6 histórias, chegando ao total de
10 edições publicadas, antes de ser cancelada. Outra editora do Reino Unido, a World
International Publishing LTD, chegou a publicar algumas edições de minilivros
baseados na série, com direito a duas edições anuais em 1987 e 1988, mescladas
com cenas em quadrinhos.
Entre as
histórias produzidas pela DC Comics na minissérie, destaque para um momento
onde Crystal Kane tem de usar a exoframe de Ace, e seu sistema de armas
Interceptor Orbital, em uma ocasião de perigo, no único momento onde uma mulher
usou os sistemas de ataque centurion em toda a série, animada ou nos
quadrinhos.
Os quadrinhos eram bem fiéis à série de animação (acima e abaixo). |
Crystal, utilizando o Interceptor Orbital de Ace. |
BRINQUEDOS E OUTROS PRODUTOS BASEADOS NA SÉRIE
A indústria
de brinquedos Kenner lançou nos Estados Unidos os brinquedos dos centurions.
Como eram poucos personagens, a atratividade estava em adquirir os sistemas de
armas de ataque para conectá-los nos bonecos dos personagens. Assim, Max Ray
estava disponível para ser comprado junto com os sistemas de ataques Cruiser,
Tydal Blast, Sea Bat e Deepth Charger. O boneco de Jake Rockwell podia ser
comprado com os sistemas Fireforce, Wild Weasel, Vespão, Swingshot, Detonador, o
Awesome Auger, ou apenas com o Power Pack, bateria de força especial para o
exotraje. E Ace McCloud estava disponível com o Sky Knight, Interceptor Orbital
e Skybolt. Rex Charger e John Thunder também ganharam seus bonecos e
respectivos sistemas de armas para compra conjunta ou separada.
Já com
relação aos vilões, as opções de brinquedos eram bem menos variadas. Só estavam
disponíveis os bonecos do Doutor Terror, Hacker, e do caça drone, e do borg
traumatizer. Até mesmo na guerra de brinquedos, os heróis levavam ampla
vantagem. As vendas dos brinquedos, infelizmente, não atingiram os números
planejados, de modo que uma segunda leva de brinquedos que fora projetada para
ser lançada acabou abortada. As baixas vendas também ajudaram o desenho animado
a não ganhar uma nova temporada. A linha de brinquedos foi produzida pela
Kenner Products, empresa fundada em 1947, e que produziu linhas de brinquedos
de várias séries, entre elas as linhas originais de produtos de Star Wars, do
fim dos anos 1970 até 1985. Outros brinquedos produzidos pela empresa foram da
série animada dos Caça-Fantasmas (The Real Ghostbusters), bem como linha “Super
Powers Collection”, com vários heróis da DC Comics. A empresa foi comprada pela
Hasbro em 1991, e fechada no ano 2.000, tendo todo o seu portfólio ainda ativo
incorporada pelo Hasbro.
Instruções para montagem do Interceptor Orbital. Abaixo, a caixa do brinquedo. |
Várias outras
empresas lançaram produtos licenciados da série, como lancheiras, relógios,
livros de contos infantis, além de uma vasta gama de brinquedos variados, como
binóculos, além de alguns action figures com direito a luzes que acendiam,
imitando o funcionamento dos sistemas de ataque. A empresa Ariolasoft chegou a
produzir dois games para os computadores pessoais criados pela Sinclair Spectrum
e pela Commodore, mas como a série acabou cancelada pela baixa venda dos demais
brinquedos, nunca foram produzidos jogos da série para linhas de videogame
propriamente ditas. Estes jogos que chegaram a ser produzidos, aliás, eram
muito ruins, com péssima jogabilidade, nenhum efeito sonoro, e mau
aproveitamento da mitologia da série animada, o que também desanimou outras
empresas a tentar reproduzir a iniciativa. Infelizmente, os brinquedos da série
nunca foram comercializados no Brasil, salvo algum comprador que tenha
importado diretamente do exterior algum dos brinquedos.
Hacker e Jake, em suas embalagens. Abaixo, os bonecos dos novos centurions Rex Charger e John Thunder, que não chegaram a ser lançados comercialmente. |
AS VOZES DE CENTURIONS
Como a
imensa maioria das séries exibidas nos anos 1980, Centurions foi dublado no
estúdio Herbert Richers, utilizando vários profissionais de primeira linha, e
que já haviam dublado muitas outras produções. Confiram o quadro com os
dubladores dos principais personagens da série, bem como o elenco original de
dublagem em inglês:
PERSONAGEM
|
Dublagem Americana
|
Dublagem Brasileira – Estúdio Herbert Richers
|
Max Ray
|
Pat Fraley
|
Garcia Neto
|
Ace McCloud
|
Neil Ross
|
Amauri Costa
|
Jake Rockwell
|
Vince Edwards
|
Júlio Cézar
|
Crystal Kane
|
Diane Pershing
|
Adalmária Mesquita
|
Rex Charger
|
Bob Ridgely
|
Antonio Patiño
|
John Thunder
|
Michael Bell
|
Darcy Pedrosa
|
Doutor Terror
|
Ron Feinberg
|
Marcos Miranda
|
Hacker
|
Ed Gilbert
|
Orlando Drummond
|
Amber
|
Jennifer Darling
|
Sônia Ferreira
|
Um ponto
triste a relatar é que, pela idade que a série já possui, a maior parte do
elenco de vozes que dublou Centurions em português infelizmente já é falecida.
Da relação acima, apenas Orlando Drummond, que fez a voz de Hacker, ainda está
na ativa na dublagem, ainda que fazendo muitos poucos trabalhos atualmente, uma
vez que já tem 97 anos. Adalmária Mesquita, que fez a voz de Crystal Kane,
ainda está viva, mas está afastada do ramo da dublagem. Outro que ainda
permanece na ativa, seja como ator ou dublador, embora seu nome não esteja na
relação acima, é Nizo Neto, filho do falecido artista Chico Anysio: ele fez a
voz do computador do Sky Vault na série. Entre outros personagens que Nizo
dublou estão SpikeWitwicky (Transformers, a série original dos anos 1980),
Presto (Caverna do Dragão), e o Dr. Julian Bashir (Jornada nas Estrelas – Deep
Space Nine).
Orlando
Drummond, por sua vez, tem um currículo invejável na área de dublagem, sendo
mais conhecido por fazer as vozes do Scooby-Doo, Dinamite, o Bionicão, o
Vingador (Caverna do Dragão), entre muitos outros personagens. Já Adalmária
Mesquita, entre os personagens que trabalhou, ela fez a voz da Smurfete
(Smurfs, a série original dos anos 1980, na dublagem original), Rita
(Fantasmino), e Daphney (Snorks).
Hacker foi dublado por Orlando Drummond, a voz do Scooby-Doo. |
Entre os
dubladores já falecidos, Garcia Neto, a voz de Max Ray, também fez, entre
outros papéis, Jaga (Thundercats), Comandante Stargazer (Silverhawks), e o
xerife Rosco Coltrane (Os Dukes de Hazzard). O dublador faleceu em 1996, devido
a um câncer. Amauri Costa, o dublador do Ace, dublou também o General
Warhawk (Rambo – A Força da Liberdade),
Sparkplug Witwicky (Transformers, a série original dos anos 1980), e Kolchak
(Kolchak e os Demônios da Noite), entre outros papéis. O artista faleceu em
1996, também vítima de câncer. Júlio Cézar, que deu voz a Jack Rockwell, também
dublou o ator Harrison Ford em inúmeros filmes, como na quadrilogia Indiana
Jones, fez a voz de Flint (G.I. Joe – Comandos em Ação), e Zachary Fox (Galaxy
Rangers), entre outros personagens. O dublador morreu em 2014, após sofrer um
acidente vascular embólico no aparelho digestivo. Antonio Patiño, a voz de Rex
Charger, dublou o Tio Patinhas (Ducktales – Os Caçadores de Aventuras), Hordak
(She-Ra), e Don Alejandro de La Veja (Zorro, a série original dos anos 1950, na
redublagem feita nos anos 1990). O artista morreu em 2014. Darcy Pedrosa, que
fez o personagem John Thunder, faleceu em 1999, e no currículo, fez as vozes de
Jonathan Higgins (Magnum – P.I.), Sr. Roarke (A Ilha da Fantasia, dublagem
original), Líder Optimus (Transformers, a série original dos anos 1980, segunda
voz), entre outros papéis. Marcos Miranda, falecido em 1988, vítima de um
ataque cardíaco, e que fez o vilão Doutor Terror, dublou também o ator William
Shatner nos primeiros 3 filmes para cinema de Jornada nas Estrelas, além do
seriado T.J. Hooker (Carro Comando), além de ter feito a voz de Mentor (He-Man,
a série original da Filmation), e o ator Clark Gable em “E o vento Levou...”,
entre diversos papéis. Sonia Ferreira, a voz de Amber, faleceu em 2003, também
vítima de câncer, e entre os vários personagens que dublou ao longo da carreira
estão a Rainha Marlena (He-Man, a série clássica da Filmation), Ariel
(Thundarr, o Bárbaro), e a atriz Sophia Loren em”El Cid”.
John Thunder teve a voz de Darcy Pedrosa. Rex Charger (abaixo) foi dublado por Antonio Patiño. A maioria dos dubladores da série já é falecida. |
Cadê o lunex?
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