quarta-feira, 16 de março de 2016

PANINI LANÇA MANGÁ DE ONE PUNCH MAN



                Quando você sonha em ser um super-herói, qual o seu maior desejo? Grandes batalhas contra o mal? Ser muito poderoso? Ganhar fama e reconhecimento? Defender a justiça? Ajudar as pessoas? Dependendo da situação, tudo isso pode ser uma grande maravilha...ou um tédio pra lá de maçante! Se você acha que a vida de super-herói é recheada de glórias e conquistas por conseguir sempre vencer seus inimigos, espere até conhecer Saitama, o herói da mais nova série de mangá que a Panini está lançando este mês nas bancas nacionais, e descubra que nem sempre um super-herói consegue se sentir vencedor, por mais lutas que ganhe...
                Saitama é o personagem principal de ONE PUNCH MAN, webssérie que começou a ser lançada no Japão em 2009, fazendo grande sucesso, ao ponto de ganhar, em junho de 2012, uma nova versão na revista Young Jump Web Comics, da editora Shueisha, a mesma que publica a mais famosa revista de mangás da Terra do Sol Nascente, a Shonen Jump, que já lançou sucessos como Bleach, Naruto, Dragon Ball, Cavaleiros do Zodíaco, One Piece, e muitas outras. De autoria do mangaká ONE (pseudônimo usado pelo autor), e adaptado por Yusuke Murata, a série conta a história de Saitama, um sujeito completamente normal, até o dia em que ele resolve desafiar um dos muitos monstros que aparecem rotineiramente por nosso mundo causando destruição e maldades, para salvar a vida de um garoto. Depois de quase morrer na empreitada, mas conseguindo sair vitorioso, ele decide que vai se tornar um herói e ajudar as pessoas, e começa a treinar feito um alucinado. Três anos depois, o resultado foi que Saitama ficou completamente careca de tanto treinar, mas, em compensação, ele consegue derrotar qualquer inimigo que apareça na sua frente, com apenas um soco.
                E é aí que começam os problemas do nosso herói: ele ficou tão, mas tão poderoso, que praticamente liquida qualquer adversário ou inimigo com apenas um golpe. Quem está acostumado com séries onde os heróis levam um capítulo inteiro só planejando a técnica que irá usar, leva um choque tremendo em One Punch Man: as lutas são ridicularmente rápidas. Saitama simplesmente soca o adversário, e o arrasa por completo. A tal ponto que ele praticamente não consegue sentir nenhuma satisfação ou emoção da luta. Vencer assim, de forma tão rápida e abrupta, tornou sua rotina de super-herói, que ele assume como um hobby, um tédio total. Seu grande desejo passa a ser encontrar um inimigo que o obrigue a usar verdadeiramente sua força, e que possa arriscar sua vida para defender as pessoas e a justiça.
                O problema é que por mais que apareçam os tipos mais malucos de inimigos e/ou monstros, sabe-se de lá onde ou dos lugares mais improváveis e esquisitos, ninguém consegue sequer tirar uma lasca com Saitama. Todos são pulverizados na hora. A série brinca com os vários clichês do universo dos super-heróis e séries de ação do mangás em vários aspectos. Para começar, Saitama tem até seu "uniforme" de profissão, com um design pra lá de simples, e sem nenhum destaque. E quando ele fala que é um super-herói, ninguém leva muito a sério, até aparecer algum inimigo e ele detonar o sujeito tão rápido que quase ninguém acredita que ele já decidiu a luta. Vivendo na Cidade Z, Saitama tenta levar sua vida como pode, e sua maior preocupação é sempre conseguir aproveitar as ofertas de produtos no supermercado, pois sua grana anda muito curta, e ele não pode gastar muito. Depois de arrasar mais um dos monstros que aparecem no dia-a-dia, ele acaba até ganhando um discípulo chamado Genos, que é na verdade uma pessoa que tornou-se um ciborgue para ganhar grande poder e assim vingar-se daqueles que mataram seus entes queridos. Vendo o imenso poder de Saitama em derrotar qualquer inimigo com apenas um golpe, ele pede para ser treinado por ele, objetivando tornar-se muito mais poderoso e fazer justiça por aqueles que não podem se defender. O problema é que nem Saitama sabe como ficou tão poderoso, e aí as coisas se complicam ainda mais.
                O herói tenta obter maior reconhecimento por seus feitos ao entrar para a Associação dos Heróis, mas mesmo conseguindo detonar sozinho inimigos que nem toda a Associação junta é capaz de vencer, muitos ainda o consideram um herói "fajuto", e até um charlatão, em parte devido à sua aparência simples e despojada, e seu uniforme mais parecendo fantasia de escola de carnaval de quinta categoria. Outras tiradas hilárias da série são que os vilões fazem longas apresentações, explicando que são ruins por isso ou por aquilo, e são até muito mais vistosos e bem-feitos do que o próprio herói no visual. Mas isso não os impede de serem pulverizados pelo soco demolidor de Saitama. E nem adianta ele deixar que os inimigos ataquem primeiro: ninguém consegue causar-lhe um ferimento ou colocá-lo a nocaute. E basta ele dar o seu primeiro soco para acabar com tudo...de novo. Nem quando ocorre uma invasão de seres dos subterrâneos Saitama dá sorte: bastou ele detonar o líder dos invasores para todo o seu exército bater em retirada e ainda deixar um recado pedindo desculpas pelo incômodo causado.
                A série já conta com 10 volumes encadernados no Japão, e continua sendo lançada. Recentemente, One Punch Man ganhou versão animada pelo estúdio Mad House, com 12 episódios e alguns especiais de vídeo. A edição da Panini será nos mesmos moldes da republicação de Berserk, com papel offset 90g, e capa com acabamento fosco e orelhas. Cada volume terá cerca de 208 páginas, no formato 13,7 x 20 cm, ao preço de R$ 16,90, com periodicidade bimestral. O anúncio de que a editora lançaria a série foi feito durante a Comic Con Experience, em dezembro do ano passado, em São Paulo, e o cronograma inicial previa o lançamento para o mês de abril. O grande número de pedidos, porém, fez a editora adiantar seus planos, e o mangá chegará às bancas e gibiterias nacionais neste mês de março, e com distribuição nacional para todo o Brasil.
                A série consegue cativar o leitor brincando com os clichês das séries de ação dos mangás, e mesmo apresentando situações totalmente nonsense e muitas vezes sem sentido, é muito divertida, e se tornou um dos maiores sucessos dos quadrinhos nipônicos atualmente. A série animada, embora oficialmente ainda seja inédita por aqui, já conseguiu muitos fãs através dos fansubbers, e o título tem tudo para ser um grande sucesso de vendas da Panini, que acerta em cheio neste novo lançamento, haja visto a grande mobilização dos fãs, que fez com que a editora até antecipasse o seu lançamento, algo que não costuma acontecer com qualquer título. E que os leitores se preparem para conhecer o herói de um soco só...

DYNAMITE PROMOVE NOVA REUNIÃO DE HERÓIS CLÁSSICOS



                A editora americana Dynamite Entertainment tem lançado vários materiais interessantes nos últimos tempos, fazendo bom uso das licenças de que possui no que tange a vários personagens. E em breve ela estará promovendo mais um lançamento que chamará a atenção dos fãs dos heróis clássicos dos quadrinhos, ao reunir em uma mesma aventura ninguém menos do que o aventureiro espacial Flash Gordon, o herói das selvas Fantasma, o mágico Mandrake, o aventureiro Jim das Selvas, além de ninguém menos do que o Príncipe Valente, herói da Idade Média. Como isso é possível? A pergunta será respondida na minissérie em 4 edições KINGS QUEST, que chegará às comic shops americanas no início do mês de maio, ao preço de US$ 3,99.
                Esta nova minissérie não é a primeira união promovida entre a maioria destes personagens pela Dynamite Entertainment. Em 2013, a editora lançou a minissérie KINGS WATCH, onde promoveu o primeiro encontro entre Fantasma, Flash Gordon, e Mandrake em uma aventura conjunta para salvar a Terra de uma invasão promovida por ninguém menos do que Ming, o Impiedoso, tirano do Planeta Mongo que resolveu estender seus domínios até nosso mundo. Unidos sob o nome de "Kings Watch", este trio de heróis, aliados a outros nomes conhecidos, liderou a resistência da humanidade contra Ming, e conseguiu triunfar. Mas os perigos nunca param de surgir, e o grupo está novamente unido, agora em uma missão intergaláctica de resgate que pode ser um tremendo e retumbante fracasso, e isso se nossos heróis não forem devorados por uma selva alienígena, quando tem de enfrentar uma armada espacial com chances de vitória próximas de zero.
                Nesta sequência, temos nada menos do que Flash Gordon, dois Fantasmas, o mágico Mandrake, e ninguém menos do que o Príncipe Valente, vindo diretamente de suas aventuras em Camelot direto para o espaço sideral. O roteiro está a cargo de Ben Acker e Heath Corson, com os desenhos de Dan McDaid. As capas terão arte de McDaid, mas haverá opções variantes com os desenhos de Marc Laming, Jonathan Lau, Chris Eliopoulos e Colton Worley. Como essa união de pessoas tão diferentes e ao mesmo tempo tão incomuns conseguirá triunfar em sua missão, e como eles se relacionarão uns com os outros nos novos desafios que os esperam?
                A união entre Flash Gordon, Mandrake e o Fantasma não é algo novo. Na década de 1980, foi produzido a série animada "Defensores da Terra", reunindo estes heróis clássicos licenciados pela King Features Syndicate. Na história da série, que se passava já no início deste Século XXI, o tirano Ming, o Impiedoso, resolve invadir nosso planeta, uma vez que Mongo, mais uma vez subjugado sob seu tacão, começa a entrar em uma era glacial, reduzindo as possibilidades de exploração do planeta. Como de costume, Flash Gordon tenta detê-lo, mas fracassa, tendo sua mulher e filho capturados pelo vilão. Conseguindo escapar, Flash retorna à Terra, onde acaba encontrando a ajuda de Mandrake e Lothar. Com a ajuda deles, retorna a Mongo, apenas para ver sua esposa assassinada por Ming, conseguindo apenas resgatar seu filho Rick. De volta à Terra, Flash, Mandrake e Lothar decidem unir suas forças para deter os planos perversos de Ming para nosso mundo, e decidem pedir ajudar ao lendário Fantasma em sua luta contra o vilão espacial. A equipe contava com os filhos dos personagens: Rick Gordon, Lothar Junior (LJ para os amigos), Jeda Walker (filha do Fantasma), e K'shin, filho adotivo de Mandrake. O desenho animado teve 65 episódios, além de uma minissérie em quadrinhos de 4 edições publicada pelo selo Star, da Marvel Comics, na época.
                O desenho animado foi exibido completo no Brasil pela rede TVS/SBT ainda nos anos 1980 e início dos anos 1990, quando então saiu da grade da emissora e nunca mais foi reprisado. A série teve vários episódios lançados em fitas VHS pela Paris Filmes no final dos anos 1980. Na década passada, alguns episódios foram lançados em DVD, mas de forma sortida e redublados. A grande atração da série era ver a união dos personagens, sendo que Mandrake e o Fantasma ganhavam ali sua primeira versão em animação. Alguns anos antes, Flash Gordon tivera uma série produzida pela Filmation que agradou bastante aos fãs do personagem, especialmente em sua primeira temporada.
                Até então, os personagens nunca haviam se encontrado antes, nem mesmo em cross-overs nos quadrinhos. O máximo que aconteceu foi uma breve aparição de Mandrake e Lothar na história onde o 21° Fantasma se casou com Diana Palmer, em 1978, como um dos vários convidados da festa. Uma aparição que, aliás, deixou os fãs de ambos os personagens pedindo por mais, por um detalhe bem óbvio: na pouca interação que tiveram, tanto o Fantasma quanto Mandrake e Lothar mostravam que já se conheciam, mas a história de como eles se encontraram pela primeira vez nunca foi contada por Lee Falk, criador de ambos os personagens. E eles também nunca vieram a se reencontrar, para decepção dos leitores, que certamente queriam ter a chance de ler uma aventura conjunta dos heróis. Com a morte de Lee Falk em 1999, os fãs ficaram sem esperança de ver estas dúvidas e anseios correspondidos, pelo menos até as recentes produções da Dynamite Entertaiment, reunindo novamente estes personagens... pela primeira vez, já que as histórias antigas não contam para o efeito de uma cronologia destes heróis nas publicações atuais da editora. E a Dynamite foi além, reunindo, além de Flash Gordon, o icônico herói criado por Alex Raymond, agora juntando também a criação de Hal Foster, o Príncipe Valente, na aventura. Na aventura anterior, havia sido incluído também o personagem Jim das Selvas, criado por Don Moore, e desenhado também por Alex Raymond, criador de Flash Gordon.
                Resta esperar que a Mythos Editora, que nos últimos tempos vem lançando vários materiais da Dynamite, traga estas novas aventuras dos heróis clássicos da King unidos, para deleite dos velhos fãs, além de permitir à nova geração de leitores de quadrinhos conhecer os personagens nesta nova abordagem que está sendo feita pela editora americana. Apesar de meio esquecidos e ausentes das bancas nacionais com a regularidade que já tiveram um dia, eles ainda mostram que tem muito a oferecer nas mãos de escritores e desenhistas atuais.

DREADSTAR GANHA ENCADERNADO PELA MYTHOS EDITORA



                Fãs do desenhista Jim Starlin, podem comemorar: a Mythos Editora lança este mês uma bela edição compilando o início da saga da maior criação do artista, Dreadstar. A saga do último sobrevivente da Via Láctea, publicada na década de 1980, e início dos anos 1990, e para variar, boa parte do material publicado com o personagem nunca chegou a ser lançado por aqui, mas o lançamento da Mythos lança uma nova esperança para os fãs do personagem. DREADSTAR - Volume 1, é uma edição especial em capa dura, no formato 17x26 cm), com nada menos do que cerca de 376 páginas, reunindo as 12 primeiras edições do personagem, publicada pela Marvel Comics na primeira metade dos anos 1980. O preço anunciado da edição é de R$ 99,90, e embora possa parecer um preço salgado, o grande número de páginas da edição justifica em parte o valor cobrado. E é a melhor chance de se ter as histórias do personagem publicadas de uma forma decente, depois dos atropelos pelos quais ele passou, inclusive em nosso país, onde não conseguiu ser publicado por completo.
                Introduzido na aventura "A Odisséia da Metamorfose" como um personagem secundário, na edição 3 da revista Epic Illustrated, Vanth Dreadstar é um homem que de forma inconsciente ajuda um ser chamado Akhnaton a destruir a própria Via Láctea, uma galáxia inteira, como única forma de parar a expansão contínua do implacável Império Zygoteano, que conquistava, escravizava e exterminava tudo em seu caminho, não havendo quem pudesse detê-los. Como consequência destes atos, Vanth se torna o último sobrevivente da nossa galáxia, a Via Láctea. Dreadstar chega à Galáxia Empírica, onde tenta retomar sua vida como um simples pastor, vivendo tranquilamente junto ao pacífico povo felino do planeta de Oedi, um de seus novos companheiros, Oedi, membro de uma raça meio humanóide e meio felina. Mas sua paz não dura muito, quando um conflito entre as maiores forças da Galáxia Empírica, a Monarquia, e a Igreja da Instrumentalidade, entram em guerra pelo controle total. O conflito alcança o mundo onde Dreadstar está vivendo, e ao ver a maior parte da população do planeta dizimada, ele é obrigado a entrar na luta, ao lado de Oedi, que tenta vingar seus compatriotas mortos. Para ajudá-lo na empreitada, Vanth conta também com o auxílio de Syzygy Darklock, um poderoso místico, Willow, uma telepata cibernética cega, capaz de ver através dos olhos do seu macaco de estimação, e Skeevo, um corsário espacial. E começa a luta para salvar a galáxia.
                O personagem foi criado por Jim Starlin, que havia sido responsável por revitalizar o título do Capitão Marvel (o herói Kree Mar-Vell) na Marvel Comics nos anos 1970. Starlin também havia concebido a Saga de Thanos, reunindo vários heróis da editora, como os Vingadores, Homem-Aranha, e Adam Warlock, outro personagem que foi bem desenvolvido pelo artista. Dreadstar iniciou suas aventuras pela Epic Comics, um selo para projetos autorais criado pela Marvel nos anos 1980, onde alguns de seus contratados poderiam desenvolver seus projetos pessoais. Após sua primeira aparição em Epic Illustrated N° 3, ele finalmente estreou como personagem principal na edição Marvel Graphic Novel N° 3, e em seguira, ganhu título próprio regular. Foram 26 edições publicadas pela Epic, até que Starlin resolveu mudar de ares, e levou seu personagem para outras paragens, passando a ser publicado pela editora First Comics, a partir da edição 27, indo até seu derradeiro número, a edição 64. O personagem ganharia uma minissérie pela Malibu Comics após o fim da parceria com a First, e depois disso, nenhuma outra aventura foi criada para o herói, situação que perdura até hoje. Jim Starlin, de tempos em tempos, fala em retomar as aventuras do personagem, mas até o presente momento, isso ainda não se tornou realidade.
                No Brasil, a primeira publicação de Dreadstar foi na revista Epic Marvel, lançada pela Editora Abril para publicar parte do material que a Marvel lançava pelo selo Epic Comics nos Estados Unidos. Infelizmente, com a mudança de editora do personagem, a saga do herói ficou ser ser publicada por aqui, uma vez que a Abril não tinha contrato de publicação com a First. Foram apenas 6 aventuras lançadas. Os leitores brasileiros, porém, tiveram a sorte: algum tempo depois, a editora Globo lançou uma Graphic Novel, Dreadstar - Uma Saga Cósmica por Jim Starlin", em outubro de 1988, além de um título próprio para o personagem, com o título de "Dreadstar - O Guerreiro das Estrelas", continuando a publicação das aventuras do herói do ponto onde a Abril havia parado. Foram 10 edições, publicadas de julho de 1990 a agosto de 1991, onde pelo menos foram lançadas todas as aventuras publicadas pela Epic Comics. Mas, dali em diante, tudo que foi lançado sobre o herói continua inédito em nosso país.
                A última aparição de Dreadstar no mercado nacional de quadrinhos ocorreu em 2011, quando a Devir publicou a primeira aventura onde o personagem apareceu, "A Odisséia da Metamorfose", depois de praticamente 20 anos ausente do Brasil. E agora, o último sobrevivente de nossa galáxia ganha esta bela edição encadernada pela Mythos, reunindo as 12 primeiras aventuras de seu título regular. É um bom começo para conhecer e/ou rever as aventuras do herói de Jim Starlin. Mas os fãs que acalentam poderem acompanhar todas as aventuras vividas por Dreadstar precisarão ter paciência para conseguir seu intento: a edição brasileira é baseada na edição publicada em 2012 pela editora Dynamite Entertainment, e até o presente momento, foi o único volume publicado. Um segundo volume está programado para sair ainda este ano, compilando as edições 13 a 26 do herói, fechando todo o ciclo lançado pela Marvel nos anos 1980, mas enquanto isso não sair por lá, não há chance da edição ser lançada antes por aqui. Com sorte, este segundo volume pode chegar a sair aqui mais rápido do que este primeiro que está sendo lançado com 4 anos de atraso em relação à edição americana, mas o problema é o tempo que a Dynamite levará para publicar o restante da saga, e aí for possível aproveitar o trabalho da editora americana para lançá-lo por aqui. Até lá, os fãs certamente terão de aguentar uma longa espera. Por enquanto, é de se comemorar o lançamento desta edição especial de Dreadstar, e torcer para que a Mythos traga futuramente, quando for possível, o restante do material. Aguardemos, portanto.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

TÚNEL DO TEMPO - NOVEMBRO DE 1996 (OPERAÇÃO RENASCIMENTO NA MARVEL)



            Novamente, depois de uma grande ausência, a seção "Túnel do Tempo" está de volta, trazendo desta vez uma pequena matéria que fiz para jornais tratando sobre a operação montada pela Marvel Comics, que havia estreado no fim de outubro de 1996, reiniciando as revistas de seus mais antigos heróis naquele ano, após o final da megassaga mutante Onslaught (Massacre, na versão em português). Em meados dos anos 1990, a popularidade dos títulos mutantes na editora americana era tamanha que os demais heróis da editora, à exceção óbvia do Homem-Aranha, haviam virado personagens de "segundo escalão". Como estes personagens "desapareciam" ao final da saga Massacre, a Marvel resolveu reiniciar os personagens do zero, para ver se reerguia as publicações dos personagens. Para isso, conseguiu recrutar os talentos de Jim Lee e Rob Liefeld, que haviam saído da editora alguns anos atrás para fundar a Image Comics, com o argumento de liquidar quaisquer pendências que os artistas haviam deixado para com a Marvel na época.
            Como eram tempos pré-internet, e a própria Marvel tendo liberado algumas informações desencontradas, alguns detalhes eram nebulosos quanto aos novos títulos, e à ambientação das novas aventuras, se elas seriam incorporados à continuidade, ou se os personagens desapareceriam até da própria continuidade para serem reintroduzidos depois, como se fossem novidade. A única informação disponível era que as aventuras, a princípio, estariam em outro "plano" dentro da editora, como que declarando que, dependendo dos resultados, eles ainda resolveriam como desenvolver os novos títulos. Fiquem agora com o texto, e boa leitura...


OPERAÇÃO RENASCIMENTO NA MARVEL

A maior editora de quadrinhos do mundo relança seus personagens clássicos atualizados para os anos 1990.

Adriano de Avance Moreno

Heroes Reborn promove o "renascimento" dos heróis clássicos da Marvel em uma nova linha de 4 títulos.
            A Marvel ataca de novo no mercado de quadrinhos dos EUA e lançou, em outubro último, o evento que a editora chama de "Renascimento Heróico" ou "Renascimento dos Heróis" (Heroes Reborn, no original em inglês), baseado no lançamento de 4 novos títulos mensais com os seus personagens mais clássicos: Vingadores, Capitão América, Quarteto Fantástico, e Homem de Ferro.
            Após o final da megassaga "Onslaught", que deixou o Universo Marvel quase que em escombros, estes heróis clássicos, depois de vencerem a ameaça, sumiram do mapa. Nem mesmo os demais heróis que participaram do combate sequer se lembrarão que eles existiram. O que houve com eles é algo que nem a própria Marvel explica direito. A única explicação é que estas novas revistas mostram os personagens de novo ao início de suas carreiras.
            E a mudança é radical: todas as revistas recomeçaram do Nº 1 em setembro. Nem mesmo o Quarteto Fantástico, que já havia passado de 400 edições, escapou. Já o Thor teve menos sorte: seu título foi cancelado.
            Com esse recomeço, a Marvel pretende atualizar seus heróis clássicos, que há muito tempo estavam desgastados. Para conduzir o projeto, a Marvel foi buscar nada menos do que Rob Liefeld e Jim Lee, que anos atrás deixaram a mesma Marvel e fundaram a Image Comics. Cada um assumiu 2 revistas por um período de 1 ano. Liefeld pegou o Capitão América e os Vingadores, enquanto Jim Lee assumiu o Homem de Ferro e o Quarteto Fantástico.
            Tanto Lee quanto Liefeld subiram para o estrelato desenhando títulos mutantes na Marvel. Jim Lee desenhou os X-Men; e Rob Liefeld estourou no título da X-Force. Quando ambos deixaram a Marvel, anos atrás, deixaram alguns assuntos pendentes com a editora, que agora irão compensar neste novo projeto.
            Rob Liefeld ficou entusiasmado, pois nunca teve a chance de trabalhar com os heróis clássicos da Marvel, ficando restrito somente aos títulos mutantes. Tanto Lee quanto Liefeld receberam carta branca da editora para modificar e trabalhar os heróis como quisessem. Por exemplo, o uniforme do Quarteto Fantástico mudou radicalmente, enquanto o Capitão América perdeu o "A" em sua testa, substituído por um desenho estilizado da águia americana. Não só o visual dos personagens mudou, mas muita coisa relacionada às suas origens e história também.
            Por exemplo: o Capitão América, nesta nova versão, perdeu a memória de quem é, e agora vive de forma pacata em Pittsburgh, com uma mulher e uma filha, trabalhando como operário de construção. Diferente daquele velho Capitão idealista e incansável, Steve Rogers agora é apenas mais um cidadão que não acredita mais no seu próprio país. Quando a ameaça nazista ressurge na forma do perverso Caveira Vermelha, Rogers se vê às voltas com sua verdadeira identidade, e o Capitão América ressurge para defender a justiça e a liberdade. E Bucky, o jovem parceiro do Capitão, também estará de volta, mas como uma adolescente de 17 anos, a qual agora estará relacionada ao Hulk. Todos os personagens clássicos daquela época, como o General Ross, Pepper Pots, e outros, também estarão de volta.
Os heróis clássicos da Marvel ganham novos títulos, com a numeração recomeçando do N° 1.
            Já o Quarteto Fantástico terá uma vivência quase à margem da lei. Sua origem continua igual à anterior, mas os detalhes à sua volta mudaram radicalmente. Reed Richards, Ben Grimm, Susan Storm, e Johnny Storm, se vêem envolvidos em uma complexa trama que pode envolver até a S.H.I.E.L.D., que passa a vigiá-los constantemente, só não os prendendo logo na primeira ocasião por eles terem enfrentado o Hulk.
            Por fim, os Vingadores também sofrerão alterações substanciais. Loki será o desencadeador secundário da união do grupo, ao contrário da origem dos anos 1960. Agora, o time dos Vingadores é formado pela própria S.H.I.E.L.D., sob o comando de Nick Fury, para dar apoio em combate ao Capitão América, que será um agente ocasional da organização de espionagem.
            De início, o grupo terá a participação do Capitão América, como líder, do Visão, Thor, e Espadachim. Com o passar dos números, surgirão os demais membros, como o Homem de Ferro, Gavião Arqueiro, Feiticeira Escarlate, etc.
            Com esta transformação dramática, a Marvel planeja trazer de volta ao estrelato os personagens, tornando-os mais adequados aos anos 1990, além de conquistar novos leitores que nunca viram as aventuras anteriores e que agora podem começar a acompanhar do início estes novos títulos. Mas, ficam as dúvidas: e todas as histórias vividas pelos heróis até agora? E como ficam eles em relação ao resto do Universo Marvel? Até o presente momento, nem a própria Marvel explica como ficam as coisas. Apenas declara que estas novas aventuras não se desenvolverão no mesmo plano que os demais personagens da editora.
            Enquanto os leitores americanos curtem as novidades desde o mês de setembro, por aqui, de acordo com o cronograma da Abril Jovem, só veremos estas histórias no fim de 1998. Até lá, é esperar...

OS "NOVOS" TÍTULOS

Os Vingadores da nova série, sob a liderança do Capitão América.
AVENGERS (Vingadores)
Roteiro de Rob Liefeld e Jim Valentino. Arte de Rob Liefeld e Chap Yaep. Primeira aventura dos "novos" Vingadores. O recém-formado grupo tem de enfrentar Loki e libertar Thor, o Deus do Trovão, de sua prisão de gelo imposta por seu malévolo irmão. Ao fim da aventura, Thor se torna mais um membro do time de heróis. Preço: US$ 2,95.

Capitão América: título terá a arte do polêmico Rob Liefeld.
CAPTAIN AMERICA (Capitão América)
Roteiro de Rob Liefeld e Jeph Loeb. Arte de Rob Liefeld. O renascimento da maior lenda viva da justiça: o Capitão América. A ameaça do pesadelo racial varre a América, simbolizada pela juventude neonazista arregimentada pelo perverso Caveira Vermelha. Em meio ao caos de uma guerra civil, um jovem operário de construção redescobre sua herança e prepara-se para empunhar novamente a identidade do maior defensor da liberdade que o mundo já viu. Para os próximos números, o novo Falcão surgirá, como um excelente piloto de jatos. Preço: US$ 2,95.

Quarteto Fantástico: Primeira superequipe da Marvel terá os desenhos de Jim Lee.
FANTASTIC FOUR (Quarteto Fantástico)
Roteiros de Jim Lee e Brandon Choi. Arte de Jim Lee. Quatro intrépidos aventureiros do desconhecido embarcam em uma nova espacial sem autorização e partem rumo às estrelas, onde acabam sendo bombardeados por raios cósmicos e ganham espantosos poderes. Uma onda de intriga e mistério, entretanto, parece se montar ao redor do recém-formado grupo de super-heróis. Uma conspiração perigosa arma planos contra o novo Quarteto Fantástico. Preço: US$ 2,95.

O invencível Homem de Ferro está completamente remodelado na nova série, e mais atualizado tecnologicamente do que nunca.
IRON MAN (Homem de Ferro)
Textos de Jim Lee e Scott Lodbell. Arte de Whilce Portacio. Apresentando o "Invencível Homem de Ferro". O vingador blindado, cuja identidade é um mistério, enfrenta a ameaça da Hidra. No mesmo título, a participação do Incrível Hulk, onde se descobre como o Golias Verde ocasionou a criação do Homem de Ferro, e como Tony Stark deu início a eventos que acabaram levando à criação e origem do Hulk. Preço: US$ 2,95.


ATUALIZANDO: Como não poderia deixar de ser, o projeto Heroes Reborn dividiu o público leitor. Alguns gostaram das novas aventuras, enquanto outros não, e teve aqueles que ficaram indiferentes. O mesmo se deu com relação aos desenhistas: se Jim Lee agradou no Quarteto Fantástico e no Homem de Ferro, por outro lado Rob Liefeld, sempre ele, não foi bem digerido pelos fãs do Capitão América e dos Vingadores. Liefeld, aliás, nem completou o projeto, que teria duração mínima de um ano, e acabou sendo substituído nos títulos que assumira. As vendas das revistas mostraram que a popularidade dos heróis subiu, mas não foi aquela resultado espetacular que todos esperavam. Portanto, após um ano, a Marvel resolveu encerrar o projeto e devolver os personagens ao universo "oficial" da editora, bem como revelando o que acontecera com os heróis após a saga Massacre: eles haviam sido transportados para um universo compacto criado pelos poderes mutantes de Franklin Richards, e assim escaparam da morte ao destruir Massacre.
A Marvel então lançou a minissérie Heroes Return, onde os personagens retornaram ao universo oficial, recuperando todas as memórias das aventuras até a saga Massacre. Enquanto isso, no universo oficial, a lembrança de suas existências não foi apagada como se sugeria, mas todos eles haviam sido dados como "desaparecidos". Todo esse material acabou sendo publicado pela Abril aqui algum tempo depois, inclusive em títulos próprios para cada personagem, no mesmo estilo das publicações americanas.
Logicamente, os mutantes continuaram sendo as estrelas do Universo Marvel, com a venda de seus títulos bombando em relação às dos demais heróis, exceção ao Homem-Aranha. Mas os personagens envolvidos no projeto Heroes Reborn reconquistaram parte da popularidade perdida. Quanto aos X-Men e diversos títulos mutantes, eles perderiam boa parte de sua popularidade nos anos seguintes devido à superexploração promovida pela Marvel em cima dos heróis mutantes, tendo lançado revistas a rodo com quase todos eles.

Rob Liefeld não conseguiu cativar os leitores com seu traço característico ilustrando as aventuras do Capitão América.
 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

OS TRÊS PATETAS ESTÃO DE VOLTA NOS QUADRINHOS



                O mais famoso grupo de humoristas da história da TV e do cinema estará de volta em breve, em novas e inéditas aventuras, prontos para conquistar uma nova geração de admiradores, ao mesmo tempo em que tentará matar a saudade dos velhos fãs que tiveram a oportunidade de ver suas antigas aventuras. É com orgulho que a American Mythology Productions lançará agora em abril no mercado de quadrinhos dos Estados Unidos a nova série OS TRÊS PATETAS (Three Stooges, no original, em inglês). A série de quadrinhos terá periodicidade mensal, no tradicional formato americano, com 32 páginas, totalmente coloridas, ao preço de US$ 3,99, e pela primeira vez, Larry, Moe, e Curly serã retratados fielmente com suas feições reais, uma vez que as produções de quadrinhos anteriores feitas ao longo das décadas desde que ganharam a primeira quadrinização de suas histórias suas feições sempre foram caricatas, ou baseadas nos desenhos animados que foram lançados a longo do tempo.
                A nova série de quadrinhos também trará de volta a formação mais famosa do conhecido trio de humoristas: Larry, Moe, e Curly, que tiveram seus últimos curta-metragens produzidos em 1946, quando Curly sofreu um derrame (AVC), e nunca mais pôde atuar com seus parceiros, ou seja, há 70 anos atrás. Para produzir a série de quadrinhos, foram recrutados vários talentos variados, entre os quais podemos citar S.L. Gallant (G.I. Joe), Bill Galvan (Archie), Greg Larocque (The Flash), Mark Wheatley (Breathtaker), Brendon & Brian Fraim (Vampire PA), Andrew Pepoy (Archie), S.A. Check (Maxx Fragg), J.C. Vaughn (Stargate Atlantis), e Mark L. Haynes (Stargate Atlantis), entre muitos outros. Para a edição de estréia, teremos roteiros de S.A. Check, com arte de J. C. Vaughn, além de Brendon Fraim na produção das capas, que terão também opções variantes, incluídas versões fotográficas do trio de humoristas, portanto, preparem-se para muitos tropeções, tapas na cara, dedos nos olhos, e aquele humor pastelão que sempre caracterizou as histórias do hilariante trio, comandados pelo durão Moe, seguido pelo espevitado Larry, e o ingênuo e por vezes infantil Curly, sempre prontos para arrancar risadas do público com suas mais variadas confusões.
                Para Michael Bornstein, Publisher da American Mythology Productions, "Os Três Patetas têm uma longa história nos quadrinhos. Como você pode ter algo mais icônico do que 'Os Três Patetas'? Gerações de crianças cresceram e chegaram à idade adulta com memórias profundamente afetuosas de Larry, Moe, Curly, Shemp, e seus outros rapazes. O poder de permanência do seu humor é exatamente o que procuramos na American Mythology. Estamos determinados a criar novas e originais histórias baseadas no verdadeiro espírito destas lendas do mundo do entretenimento. Estamos muito honrados por conseguir trazer os garotos de volta à ativa, no mundo dos quadrinhos!", afirma, com grande entusiasmo pelo projeto.
                E ele não é o único empolgado com a perspectiva da nova série de quadrinhos que está sendo produzida: " Os comic books são a vanguarda da criatividade, e Os Três Patetas têm uma longa história nos quadrinhos. Estamos muito satisfeitos por tê-los associados com a American Mythology Productions", disse Ani Khachoian, Vice-Presidente Executivo de licenciamento, merchandising e distribuição da C3 Entertainment, que licenciou os direitos de produção de quadrinhos do famoso trio. "A nossa paixão por estes rapazes é igual à sua paixão por grandes histórias em quadrinhos, e nós achamos que é uma excelente oportunidade a ser explorada.", conclui. E no que depender do pessoal da American Mythology, eles pretendem explorar toda a essência original dos Três Patetas, e apresentá-los a toda uma nova geração de leitores de quadrinhos que só ouviram falar do famoso trio pelas histórias contadas por seus pais e avós.
                Como grupo, os Três Patetas começaram carreira solo em meados da década de 1930, após separaram-se do músico Ted Healey, com o qual iniciaram carreira artística na década de 1920, no show "Ted Healey e seus Patetas" (Ted Healey and His Stooges, no original, em inglês). O trio era formato por Moe Howard, seu irmão Shemp, e seu amigo Larry Fine. Desentendimentos da época em que estavam com Ted Healey provocaram a saída de Shemp, o que obrigou Moe a procurar um substituto, que acabou sendo seu irmão Jerome, que adotou o nome artístico "Curly", e com seu visual de cabeça raspada, conquistou o público, sempre sendo chamado nas piadas de "cabeça de pudim" por Moe, após cometer alguma confusão. Esta tornou-se a formação mais famosa e lembrada do público, mas em 1946, após ser acometido por um derrame (AVC), Curly nunca mais voltaria a atuar, tendo falecido pouco tempo depois, em 1952. Shemp Howard então, retornou ao grupo, a pedido do irmão Moe, e ficaram juntos até a morte deste, em 1955. No ano seguinte, Joe Besser passou a substituir Shemp, tornando-se o 5° integrante do grupo em sua história, mas sua participação durou até 1958. Até ali, os Três Patetas haviam participado de quase 200 produções curta-metragens para a Columbia Pictures, em pouco mais de 20 anos, de 1934 a 1958.
                Com o advento da televisão, cada vez mais popular, as aventuras dos Três Patetas passaram a ser exibidas regularmente no novo meio de comunicação, e a fama do grupo renasceu, promovendo a produção de novas aventuras, em desenho animado, e longa-metragens para o cinema. Para substituir Joe Besser, foi chamado o ator Joe De Rita, que por ser semelhante ao saudoso Curly, assumiu o nome artístico de "Curly Joe", no que seria a última formação dos Três Patetas. O grupo dublou seus desenhos animados, e seu último filme foi produzido em 1965, intitulado "The Outlaws Is Coming" (Os Três Patetas no Velho Oeste). Em 1970, um novo projeto começou a ser desenvolvido, mas Larry também teve um derrame (AVC) que encerraria sua carreira artística, e pouco tempo depois, o próprio Moe também teria problemas de saúde, em 1975, vindo a falecer, e com isso encerrando a história do famoso trio de comediantes, que embora tenha feito muito sucesso, passou por grandes dissabores e sofrimentos no trato com os profissionais dos estúdios que produziram suas aventuras ao longo dos mais de 30 anos de trabalhos conjuntos. Infelizmente, a alegria que demonstravam na tela não era reproduzida na vida real, onde passaram por muitas agruras e tristezas.
                Nos quadrinhos, os Três Patetas debutaram em 1949, com duas edições produzidas pela editora Jubilee Publications/St. John, sendo que esta última lançaria outras edições entre 1953 e 1954. A partir de 1959, a Western Publishing, em parceria com editoras como Gold key, Dell, e KK, lançaria várias edições em quadrinhos dos Três Patetas, inclusive fotolivros de alguns dos longa-metragens produzidos para o cinema, como por exemplo "Hércules e os Três Patetas", e "Os Três Patetas em órbita", entre outros. As publicações da Western tinham uma periodicidade irregular, e foram sendo lançadas até o início dos anos 1970, com a última edição sendo publicada em 1972, e mais algumas edições publicadas até 1974 com o título "The Little Stooges". Mais de uma década depois, o famoso trio voltaria aos quadrinhos, com algumas edições lançadas pela Eclipse Comics, que não duraram muito tempo, assim como a editora, que fecharia as portas algum tempo depois. No início da década de 1990, a Eternitiy Comics chegou a lançar algumas edições com histórias do trio, mas novamente, a empreitada teve vida curta. Depois disso, os Três Patetas só voltariam a estrelar uma publicação de quadrinhos em 2012, quando a editora Papercutz lançou alguns álbuns com novas aventuras, que duraram apenas 4 edições. E no início deste ano, ganharam uma Graphic Novem em formato videobook pela Comic Flix.
                E agora, o famoso trio voltará aos quadrinhos em grande estilo, segundo promete a direção da American Mythology Productions. E muitos torcem para que eles sejam bem-sucedidos neste projeto.
                Praticamente toda a produção dos Três Patetas, com exceção dos desenhos animados, foi exibida no Brasil, primeiro nos cinemas, e depois nas emissoras de TV, sendo reprisada por diversos canais. Há muitos anos, a Columbia lançou uma coletânea de vários DVDs com inúmeras aventuras do trio, que infelizmente está fora de catálogo, mas tinha a dublagem original dos episódios, realizada nos anos 1960. Mais recentemente, alguns novos DVDs foram lançados com algumas aventuras do trio de comediantes, redubladas. Em 1977, a Hanna-Barbera produziu um desenho animado onde os Três Patetas assumiam a identidade de super-heróis, intitulados "Os Robôbos" na versão nacional (The Robonic Stooges, no original), que faziam parte do show "Os Locomotivos" (The Skatebirds, no original), dividindo espaço com as aventuras da Super Motoca, cujos episódios foram totalmente exibidos em nosso país.
                A empreitada da American Mythology de trazer aos quadrinhos novas e inéditas aventuras dos Três Patetas é digna de elogios, e muitos esperam que a nova série mensal consiga cativar a nova geração de leitores para o famoso trio, que assim como vários outros personagens, merecem ter a chance de provar que ainda são carismáticos e cativantes como nos seus tempos de glória, e poderem oferecer histórias divertidas e entreterem o público leitor. E, sobretudo, ajudar a quebrar a chatice do politicamente correto dos dias atuais, que costumam implicar com assuntos que antigamente não era motivos de polêmica. Resta saber se os puritanos atuais não vão reclamar do humor pastelão e non-sense dos Patetas, que faziam uma violência caricata em todas as suas histórias, como quando Moe estapeava Larry e Curly quando estes aprontavam das suas. Manter o espírito original das histórias do grupo é essencial para preservar a essência dos personagens, que divertiram e ainda divertem fãs pelo mundo há décadas, num tempo em que a sociedade não era tão careta e imbecilmente "correta" e puritana dos dias de hoje. Os Três Patetas já passaram por muitas dificuldades, e mesmo assim conseguiram divertir a todos por onde foram exibidos. Que repitam isso mais uma vez, em pleno Século XXI.

ZYUOHGER É A 40ª SÉRIE SUPER SENTAI



                A franquia Super Sentai completou 40 anos do lançamento de sua primeira série, em 2015, e mostrando que ainda tem muito fôlego, mesmo após 4 décadas de exibição nas TVs nipônicas, está lançando neste ano sua 40ª série, que acabou de estrear na TV Asahi, intitulada DOUBUTSU SENTAI ZYUOHGER (Esquadrão Animal Zyuohger, em português). A nova série vem substituir a produção de 2015, Shuriken Sentai Ninninger, encerrada no mês de janeiro, com 47 episódios, e que explorou a temática ninja. A nova série tem como tema animais, e é a aposta da Toei para se recuperar dos baixos níveis de audiência da série Sentai anterior, bem como obter vendas melhores dos produtos licenciados, área na qual Ninninger também não foi tão bem sucedido.
                A história começa quando Yamato Kazakiri, um zoólogo, está guiando um grupo de visitantes em uma floresta em algum canto do Japão. Em meio à visita, ele deixa cair um cubo que recebeu de um estranho há tempos atrás, e que passou a usar como amuleto. O objeto despenca ribanceira abaixo, e quando Yamato consegue pegá-lo, o cubo começa a brilhar, abrindo uma espécie de portal que joga o rapaz direto em outra dimensão, em um mundo chamado Zyuland, habitado por animais com forma humanóide que se autodenominam zyumanos. Ele acaba sendo encontrado por 4 seres que são os guardiões do Cubo de Ligação, uma espécie de portal que liga Zyuland à Terra, mas que estava inativo desde que um dos cubos mágicos de ativação havia se perdido, que por coincidência, é o estranho cubo dado a Yamato anos atrás. Enquanto Yamato coonhece um pouco do mundo destes seres, a Terra é invadida pelos Deathgaliens, um grupo que pretende fazer de nosso planeta o seu mais novo palco de jogos mortais, e iniciam seu primeiro ataque, justamente na floresta onde Yamato conduzia seu grupo de visitantes, que se tornam as primeiras vítimas dos invasores espaciais, que visam a conquista de nosso planeta, que seria sua 100ª aquisição, e por isso, motivo de grande empenho para se apoderarem de nosso mundo.
                Em Zyuland, ao descobrirem que Yamato tem o cubo desaparecido, ele é considerado o ladrão que roubou a peça, mas quando o Cubo de Ligação começa a apresentar um estranho fenômeno, o jovem ativa o cubo novamente, e como consequência, não apenas ele, mas os 4 guardiões do cubo mágico são puxados para a Terra, onde acabam se deparando com o primeiro invasor dos Deathgaliens, que está incendiando a floresta e ameaçando todos os animais que lá vivem. Os guardiões então despertam o poder de seus cubos, e transformam-se no Esquadrão Animal Zyuohger, composto por Zyuohshark, Sela, a Monarca das Ondas (azul), Zyuohleo, Leo, o Monarca das Savanas (amarelo), Zyuohelephant, Tusk, o Monarca das Florestas  (verde), e por Zyuohtiger, Anu, a Monarca das Neves (branca) iniciando combate com os invasores. Mas a força invasora se mostra mais forte, e num ato de desespero, Yamato consegue despertar o poder de seu cubo, para surpresa dos demais Zyuohgers, que nunca haviam visto um humano despertar o poder de seus cubos. Ele se torna Zyuoheagle, o Monarca dos Céus, e com seu novo poder, acaba derrotando o comandante do grupo invasor. Como de costume, os vilões usam de um recurso chamado "Continue", que devolve o monstro à vida, em tamanho gigante, forçando o novo grupo de heróis a invocar o poder dos cubos para formar o poderoso Zyuohking, o primeiro mecha de combate da série, com o qual detonam de vez o inimigo, iniciando então o novo combate pela defesa de nosso planeta frente às forças invasoras, ao mesmo tempo em que Sela, Amu, Tusk e Leo ficam presos em nosso mundo, uma vez que o Cubo de Ligação entre os mundos foi danificado no combate, e acabam indo morar junto com Yamato, disfarçando-se como humanos enquanto não acham um meio de retornarem a seu mundo.
                Usar animais como tema não é novidade na franquia Super Sentai, que já usou este assunto em séries como Liveman, Gaoranger, e Gekiranger, onde o integrantes do grupo de heróis invocam o poder das feras e animais selvagens para enfrentarem o inimigo do momento que ameaça a paz e a humanidade. Da mesma maneira, apresentar o líder do grupo que destoa dos demais integrantes, por possuir uma natureza diferente também não é nenhuma novidade, tendo sido utilizado na série Timeranger, onde o líder do grupo, Timered, era uma pessoa de nosso tempo, enquanto os demais membros do esquadrão eram provenientes do futuro. A Toei aposta numa boa reciclagem de idéias já utilizadas em séries anteriores para alavancar sua mais nova produção, que no primeiro episódio, mostrou boa utilização dos efeitos especiais e cenas interessantes de combate dos heróis com os inimigos. E logicamente, por se tratar da 40ª série da franquia, a intenção é comemorar em grande estilo a longevidade da produção. Os heróis serão capazes de assumir mais de uma forma de transformação, como no caso do líder da equipe, Zyuoheagle, que poderá usar tanto o poder da águia, como do gorila, nas fotos de divulgação feitas até o presente momento, para não mencionar que haverá, como sempre, o 6° membro que surgirá mais à frente e passará a integrar o grupo de heróis, clichê que já se tornou mais do que batido nas produções Super Sentai. Um dos principais motes da série é o uso dos cubos mágicos, que permitem aos heróis invocarem seus poderes, possibilitando não apenas sua transformação, mas também a invocação de suas armas, além dos tradicionais robôs gigantes de combate, que também possuem formas de cubos, e que dependendo da formação e combinação, criarão vários modos para o mecha de luta. E, claro, visam à comercialização de uma infinidade de brinquedos que já estão sendo despejados na loja para tentar cativar a criançada nipônica, bem como os demais fãs da franquia, geralmente ávidos pelos produtos da marca.
                Fãs das produções Super Sentai mundo afora tem reclamado da crescente infantilização das histórias das produções nos últimos tempos, que já tiveram enredos mais densos e até dramáticos em tempos distantes, como nos anos 1980, mas atualmente, mesmo tendo como alvo o público infantil no Japão, não há como negar que a Toei anda com certa falta de criatividade mesmo para explorar esse nível nas séries de forma decente. Ninninger, a série de 2015, não foi lá muito bem no ranking de audiência, mas como o grande mote é a venda de produtos licenciados, se neste setor as vendas forem bem sucedidas, a audiência baixa pode até ser relativizada. Mas a última produção, que foi a terceira série sentai a explorar a temática ninja (as anteriores foram Kakuranger e Hurricanger) também não apresentou números muito satisfatórios de venda de brinquedos e outros produtos licenciados, de acordo com os últimos relatórios de venda da Bandai, principal patrocinadora e produtora de brinquedos oriundos da franquia. Como sempre, a esperança é que eles acertem o passo e pelo menos consigam manter um padrão de desenvolvimento satisfatório para a série, o que tem sido meio irregular nos últimos anos. E, infelizmente, as chances da nova série sentai ser exibida por aqui é praticamente nula, uma vez que nos últimos tempos, o que tem chegado às TVs nacionais são as adaptações americanas, convertidas para Power Rangers, como a mais recente produção da Saban, Power Rangers Dino Charge, que adapta a série Kyoryuger.
                Com 40 séries produzidas/em produção, apenas um décimo da franquia Super Sentai foi exibida em nosso país, no fim dos anos 1980/início dos anos 1990: Google Five (TV Bandeirantes), Changeman, Flashman e Maskman (TV Manchete). Em meados dos anos 1990, com o estrondoso sucesso de Cavaleiros do Zodíaco, as emissoras passaram a centrar seus esforços nos animes, e o gênero das produções tokusatsu, onde os Super Sentai se encaixam, foram deixados de lado, além da chegada de Power Rangers às nossas TVs, que eram mais acessíveis do que as produções tokusatsu japonesas, o que "matou" o interesse de se trazer novas séries para o nosso país. Hoje, para acompanhar as séries Super Sentai, resta a opção de apelar para os fansubbers, grupos de fãs que legendam séries e as disponibilizam para download pela internet, sendo que alguns grupos já estão legendando a nova produção da Toei em português. Basta uma pesquisa rápida na internet para achar os respectivos grupos.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

DYNAMITE LANÇA NOVA SÉRIE DE XENA, A PRINCESA GUERREIRA




                Xena, a princesa guerreira, está de volta! A personagem, criada por Robert Tapert e John Schulian para a série Hércules na década de 1990, estrelará uma nova série mensal de quadrinhos pela Dynamite Entertainment a partir de abril.
                XENA - WARRIOR PRINCESS terá roteiros de Genevieve Valentine, com arte de Ariel Medel. O preço da edição será de US$ 3,99, com 32 páginas. As capas terão arte de Greg Land e Jenny Frison.
                Na história, após o crepúsculo dos deuses, o destino do mundo é precariamente incerto - e Xena e Gabrielle ficaram perdidas por vinte e cinco anos. Mesmo sem Livia, o poder de Roma está crescendo, e Júlio César está determinado a conquistar por mentiras que ele não pode vencer pela força, e as pessoas em eu caminho sabem o que está vindo pela frente. Xena e Gabrielle lutarão para detê-lo, mas antes elas terão que travar uma guerra contra um homem que uma vez chamaram de amigo. Mas ao longo do caminho, Xena terá que enfrentar seu passado contra um grupo de antigas mulheres guerreiras, e Gabrielle, cujas visões que tem tido em segredo estão se tornando profecias, terá de proteger Xena - a qualquer custo, dos acontecimentos que estão por vir.
                Para Genevieve Valentine, que escreve os roteiros da nova série da heroína, ela explica que Xena se sente muito mais à vontade no campo de batalha do que no convívio normal das pessoas. E o poder que Roma vem acumulando será um desafio muito mais complicado de encarar e superar do que quando tinha de passar a perna nos deuses. "Xena e Gabrielle vão perceber bem cedo que o poder de Roma vai ser uma grande força neste novo mundo em que retornaram - criar um império é um negócio sujo, e é praticamente uma besta com mil cabeças. Mas as visões de Gabrielle também voltaram, o que irá forçá-la a decidir o quanto do futuro ela irá compartilhar com Xena, enquanto Xena terá de ficar cara-a-cara com alguns guerreiros de seu passado - e, embora tenha se passado vinte e cinco anos, todos eles não têm perdoado ou esquecido nada.", explica.
                Sobre a relação entre Xena e Gabrielle, Genevieve afirma que "elas são totalmente necessárias uma para a outra neste momento de suas vidas, tanto como personagens quanto em termos de narrativa. Vemos muito do passado de Xena e o seu arco é essencialmente uma parábola - a partir da emoção de seus dias de selvageria para o ponto mais baixo de seu senso de si, e o longo caminho para subir de volta. Obviamente, Gabrielle é uma grande parte da razão por que sua vida toma essa nova forma que toma depois que elas se encontram. E Gabrielle conseguiu se impôr e alterar a situação de forma que às vezes surpreendem Xena. As reticências e o cinismo de Xena são equilibradas pela compaixão de Gabrielle, mas não é só otimismo cego - é que a compaixão é uma escolha que ela faz mais e mais, e Xena reconhece que de uma certa forma aquilo é importante. E onde nós vamos pegar a partir do cânone da série de TV, já passaram por tanta coisa que nós temos toda essa história para desenhar; ambas são inteligentes e com vontades dentro personalidades díspares que têm feito muito uma pela outra e isso realmente faz delas uma grande dupla para se escrever", conclui.
                Xena apareceu pela primeira vez em 3 episódios da primeira temporada de Hércules, série estrelada por Kevin Sorbo. A personagem, que começou como vilã, apaixonou-e pelo semideus, e começou a questionar suas atitudes, ao fim da temporada, o sucesso da personagem, interpretada pela atriz Lucy Lawless, junto ao público, a levaram a ganhar a sua própria série, que durou 6 temporadas, com um total de 134 episódios. No Brasil, tanto a série de Hércules quanto a de Xena foram exibidas ainda na década de 1990 pela TVS/SBT. Mais recentemente, as séries ganharam reprises na TV por assinatura, e Xena teve até sua primeira temporada lançada em box de DVD em nosso país, além de um longa-metragem animado em fita VHS, intitulado Hércules e Xena: A Batalha do Monte Olimpo, produção animada que contou com a dublagem dos atores originais nos seus respectivos papéis, o que se repetiu em nosso país, com os uso dos mesmos dubladores do seriado a emprestarem suas vozes para o longa animado.
                Durante a produção do seriado, Xena ganhou suas primeiras aventuras em quadrinhos, produzidas pela Topps Comics, e posteriormente pela Dark Horse Comics. Algumas das aventuras da Topps chegaram a ser publicadas no Brasil pela Editora Atlantis em 2001, em 4 edições lançadas nas bancas nacionais. Mas não passou disso, mesmo com a fama que o seriado obteve em nosso país. Em 2006, a personagem passou a ser editada pela Dynamite Entertainment, com a publicação de sua primeira série pela nova editora. E agora, a princesa guerreira está de volta para novas aventuras, ao lado de sua inseparável companheira e amiga Gabrielle.
                Quanto às possibilidades destas novas aventuras serem publicadas em nosso país, resta a chance de que a Mythos, que nos últimos tempos tem lançado várias edições encadernadas com publicações da Dynamite, se interesse em lançar este material, uma vez que a base de fãs da personagem ainda é relativamente grande no Brasil. Mas isso não deverá ocorrer tão já, e a crise que afeta a economia nacional certamente não ajuda muito neste sentido. Mas, sonhar ainda é válido, e quem sabe o futuro não nos reserva algumas surpresas?