quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

SPAWN GANHA NOVO LANÇAMENTO NO BRASIL


                Depois de um longo e tenebroso inverno, os fãs do soldado do inferno, Spawn, a cria máxima do artista Todd McFarlane, podem comemorar: o personagem está de volta ao mercado editorial brasileiro, em uma nova edição que está sendo lançada pela editora New Order, no próximo mês de abril. A edição, inclusive, já se encontra em pré-venda no site da editora, no endereço http://newordereditora.com.br/loja/quadrinhos/spawn-ressurreicao-pre-venda, pelo preço promocional de R$ 59,90, ao invés do valor cheio, de R$ 69,90, pelo menos até o próximo dia 10 de março.
SPAWN – RESSURREIÇÃO será uma edição com 160 páginas, com capa dura, e miolo em papel couchê 90gr, medindo 17x 26 cm, impressa em formato americano. Esta edição trará um pôster surpresa de bônus, dobrado, medindo aproximadamente 60 x 45cm, que será restrito àqueles que adquirirem a edição na pré-venda. Outro ponto interessante é que a edição contará com uma arte inédita e exclusiva para o Brasil desenhada pelo próprio Todd Mcfarlane, o criador do Spawn, em agradecimento a comunidade Spawn Brasil, arte que também será capa de uma edição posterior. E, como o nome da edição sugere, a história trará nada menos do que a ressurreição de Spawn, compilando as edições Spawn – Resurrection e as revistas 251 a 255 da série regular do personagem, mostrando o retorno de Al Simmons à Terra e ao papel de Soldado do Inferno, marcando uma nova era na vida do personagem. Os roteiros são de Paul Jenkins, com desenhos de Jonboy Meyers.
                Spawn contava a história de Al Simmons, agente secreto do governo federal que, após ser morto à traição, foi enviado para o inferno, por todos os pecados que cometeu em sua vida a serviço do governo. Tentando retornar ao mundo dos vivos, e rever sua esposa Wanda, ele faz um trato com o demônio Malebolgia, para se tornar seu agente. Pelo acordo com o Diabo, Simmons volta à vida, mas vários anos depois de sua morte, em um corpo completamente desfigurado, e usando um traje que lhe confere poderes demoníacos variados, e ainda vê sua esposa casada com seu melhor amigo. Como se não bastasse, Malebolgia ainda o atormenta com o perverso e sanguinário demônio Violador, enquanto Simmons tenta dar um sentido à sua nova existência. Lançado em 1992, o personagem se tornou o mais popular título da recém-criada editora Image Comics, aumentando a fama e os luvros de Todd McFarlane, e até virando série de animação adulta e um filme com atores.
Em sua longa jornada de aventuras, Spawn, Al Simmons, comeu literalmente o pão que o Diabo amassou em sua nova existência como ser infernal. Mas ele conseguiu dar o troco, destronando o próprio Malebolgia do comando do Inferno, e até declarando guerra contra o Céu, terminando por selar ambos e adquirindo poderes divinos que o permitiram até recriar a Terra sem a participação tanto do Céu quanto do Inferno. Por fim, sem ter mais o que fazer, Simmons cometeu suicídio por volta da edição n° 185 do título, surgindo então um novo Spawn na figura de outro homem, Jim Downing, que era apenas uma pessoa comum usando as habilidades e poderes conferidos pelo traje simbionte do Spawn, passando a enfrentar antigos desafetos do anti-herói original que buscavam vingança. A saga deste novo Spawn encerrou-se na edição 250, com o destino de toda a cidade de Nova Iorque na balança, tendo que lutar inclusive contra seu próprio uniforme, mas que, ao fim da batalha travada, apresentou o retorno de...Al Simmons, para a edição especial Ressurection! Sim, o Spawn anterior (original da série). E é esta aventura que abre esta edição lançada pela New Order, trazendo de volta o personagem ao mercado editorial brasileiro.
                No Brasil, Spawn foi lançado pela primeira vez em 1996, quando os personagens da Image estrearam por aqui em lançamentos tanto da Editora Globo quanto da Abril, que trouxe o personagem infernal de Todd McFarlane para os leitores brasileiros, que durou 150 números, até 2005, quando foi cancelada, além de várias edições especiais, e até um cross-over com o Batman. No ano seguinte, a Pixel Media continuou a publicação das aventuras do anti-herói, com mais 28 edições, até seu cancelamento, em 2008, além de um ou outro especial. Em 2012, foi a vez da HQM publicar a edição "Spawn - Herança Maldita", no que foi sua última edição lançada por aqui, pois desde então, o personagem não foi mais visto no mercado editorial nacional. E, com a crise econômica dos últimos tempos, as esperanças dos leitores em rever o anti-herói por estas paragens nunca foi das mais intensas.
                A própria popularidade do personagem decaiu bastante, pois do contrário as edições regulares não teriam sido canceladas. É reconfortante ver o retorno do personagem, mesmo que por enquanto apenas nesta primeira edição, que com certeza servirá para a New Order avaliar se vale a pena investir em novas edições, trazendo as aventuras mais recentes. Todo o período em que Al Simmons esteve “morto” praticamente permanece inédito por aqui, com esta edição da New Order aproveitando a volta do personagem como Spawn, reiniciando sua jornada como Soldado do Inferno, que foi lançada nos Estados Unidos em 2015. É um bom ponto de partida para quem não conhecia o herói criado por Todd McFarlane, e mesmo para quem já conhece suas aventuras, pois parte de um novo ponto “zerado”, com o retorno de Al Simmons ao papel de Soldado do Inferno. Resta esperar que os fãs e leitores de quadrinhos que sempre ouviram falar do Spawn deem o devido apoio à nova edição, e façam a editora continuar apostando no personagem, para sorte da legião de fãs brasileiros da criação de Todd McFarlane, que precisarão dar sua força para que a empreitada seja viável, e termos novas aventuras publicadas por aqui, e quem sabe, até a fase do Spawn Jim Downing venha a ser lançada.
                É esperar para ver... E torcer com fervor.


domingo, 10 de fevereiro de 2019

TOEI INICIA 16ª SÉRIE PRECURE: STAR TWINKLE


                Entra ano, sai ano, a Toei Animation, maior estúdio de animação do Japão, dá início às novas produções de algumas de suas franquias mais famosas, como a Super Sentai, nos live-actions tokusatsu, e Precure, na animação. Este ano, com a decisão de adiar para março a estréia da nova série Ryusoulger, o mês de fevereiro está vendo a estréia da mais nova série da franquia de garotas mágicas Pretty Cure: Star Twinkle Precure!
                Adotando como tema espaço sideral, signos do zodíaco, e o poder da imaginação, a nova série é a 16ª produção da franquia Pretty Cure, iniciada em 2004, e que comemorou 15 anos de existência no ano passado, com a série Hugtto! Precure, encerrada no último dia 27 de janeiro, que foi substituída pela nova produção.
                Na história da nova série, existe no universo, em um local distante do cosmo, o chamado Palácio das Estrelas, onde vivem as 12 Princesas das Estrelas, que representam os 12 signos do zodíaco, e uma constelação diferente, que mantinham o equilíbrio de poder do universo, mantendo a paz e a harmonia. Mas tudo acaba mudando quando os Knot Raiders, um grupo maligno que almeja a dominação da galáxia, ataca o planeta. Encurraladas, as princesas usam o seu poder para repelir os invasores, mas tendo esgotado suas forças, elas espalham-se para pontos diversos das estrelas, assumindo a forma de canetas. Antes, porém elas incumbem Fuwa, um tipo de fada, a procurar pelas lendárias guerreiras Precure, para que possam derrotar os Knot Raiders. Para proteger Fuwa, Prunce, um tipo de polvo alienígena, acompanha a fada em sua jornada pelas estrelas, sendo encontrados por Lala, uma garota alien do planeta Saman, que os auxilia na busca pelas lendárias guerreiras Precure.
                É aí que entra Hikaru Hoshina, uma jovem de 13 anos da cidade de Mihoshi. Apaixonada pelas estrelas, e dotada de muita imaginação, ela acaba surpreendida pela aparição de Fuwa dentro de sua própria casa, vinda de uma espécie de portal originado de seu próprio livro. Buscando pela fada, ela acaba encontrando-se com Lala e Prunce, que estavam fugindo das forças dos Knot Raiders. Quando Fuwa está para ser capturada pelas forças do mal, a fada libera um poder inesperado que faz surgir um Star Color Pentand, e um Star Color Pen, com os quais Hikari se transforma na mais nova guerreira lendária Precure: Cure Star. Usando seus novos poderes, a jovem enfrenta as forças dos Knot Raiders, iniciando sua jornada para encontrar as 12 Princesas das Estrelas, e impedir que a galáxia seja engolida pelas forças do mal dos Knot Raiders.
                Para tanto, ela contará com a ajuda de suas novas amigas e guerreiras Precure: Cure Milky (Lala, conseguindo também se tornar uma Precure, inspirada pelos atos de Hikari); Cure Soleil (Helena Amamiya); e Cure Selene (Madoka Kaguya). Juntas, as quatro combaterão as forças dos Knot Raiders, e coletarão as canetas que permitirão reviver as Princesas das Estrelas.
                Como já é costume com estas séries da franquia, vários brinquedos acompanham os lançamentos de cada série Precure, e vários deles já chegaram às lojas japonesas, para fazer a cabeça do público infantil que acompanha a série, que tem como público-alvo as meninas, como é praxe com as séries do gênero mahou Shoujo (garota mágica). E, em março, já está programado o primeiro filme da nova série, que terá a participação das heroínas das últimas séries da franquia, Kira Kira Precure a La Mode, e Hugtto! Precure. Para outubro, já está previsto o lançamento do filme solo de Star Twinkle Precure.
                Embora seja uma série considerada infantil, e tendo como público-alvo as meninas, a franquia Precure já conquistou também vários fãs entre os garotos e o público adolescente, e até adulto, de ambos os sexos. Dotadas de super-poderes, uma das características das heroínas da franquia é a capacidade de enfrentarem por si mesmas os inimigos e os monstros, muitas vezes descendo a lenha nos inimigos sem nenhuma cerimônia, dotadas de superforça, além dos golpes especiais que possuem. A fórmula vem dando certo desde seu lançamento, e apesar de alguns altos e baixos, mostra que ainda tem muito chão pela frente, com novas séries sendo lançadas todos os anos, apresentando novas histórias e personagens.
                No Brasil, apenas duas séries da franquia Precure foram exibidas até o momento, e da pior maneira possível: após serem adaptadas pela Saban, para exibição através do serviço de streaming da Netflix, mas cortando episódios das séries, censurando cenas, e alterando alguns enredos, além de uma dublagem horrorosa, no caso da adaptação de Smile Precure, exibida com o nome de Glitter Force, outra mudança que também não caiu bem no gosto dos fãs.

JBC ENFIM LANÇA “A ROSA DE VERSALHES”


                A Editora JBC começa o ano de 2019 trazendo uma das mais clássicas e famosas obras dos quadrinhos japoneses: A ROSA DE VERSALHES! A obra máxima da mangaká Ryoko Ikeda finalmente chegará aos fãs e leitores neste mês de fevereiro, com o lançamento de suas primeiras edições. E, para festa dos fãs, virão logo de uma vez os dois primeiros volumes da série, que terá um total de 5 volumes na versão nacional, de modo que a espera para os fãs será mais do que compensada.
                Não que a espera dos fãs tenha sido tão grande assim, se comparada a outra obra icônica trazida pela editora, Akira, que levou praticamente dois anos entre o anúncio e o primeiro volume ser lançado, e olhe que a obra ainda não terminou de ser publicada, devido ao complicado sistema de aprovação da mesma entre a editora japonesa e o autor da obra, Katsuhiro Otomo. Rosa de Versalhes foi anunciada em março do ano passado, de modo que ao completar um ano do anúncio, os fãs já terão em mãos os dois primeiros volumes. Uma espera razoável, mas muito compensadora.
                Primeiro, porque a JBC conseguiu trazer uma série muito famosa, mesmo que antiga, uma vez que títulos de maior idade de existência tem se tornado bem raros no mercado, que tem focado em séries mais atuais. E Rosa de Versalhes é uma excelente obra, que prestes a completar em breve 50 anos de existência, continua muito famosa e atrativa, comprovando que boas histórias jamais envelhecem.
                Criada por Ryoko Ikeda, a série foi publicada inicialmente entre 1972 e 1973 no Japão, pela editora Shueisha, na antologia Margaret, totalizando 10 volumes encadernados, com o nome de Berusaiyu no Bara. A história se passa na França, no século XVIII, antes dos tempos turbulentos da Revolução Francesa. A história mistura personagens históricos com os criados por Ikeda, para conceber a saga de Oscar François de Jarjayes, que se torna comandante da Guarda Real do Palácio de Versalhes. Oscar é filha de François Augustin Regnier de Jarjayes (que existiu de verdade), general das forças militares francesas que, decepcionado por não ter conseguido prover um filho homem (já tinha tido 5 filhas), resolve criar sua caçula como se fosse um homem, dando-lhe inclusive um nome masculino, Oscar, com o objetivo de que ela mantenha a tradição militar da família.
                Assim, Oscar, desde a mais tenra idade, passa a receber uma educação masculina, inclusive sendo instruída nas artes militares e desenvolvendo habilidades de combate, como a esgrima. Aos 14 anos de idade, ela decide aceitar o destino imposto por seu pai, e parte para Versalhes, para dar início à sua carreira militar, acompanhada de André Grandier, neto de sua babá, e seu serviçal, começando a servir à nobreza francesa. Com a chegada de Maria Antonieta à corte de Versalhes, fruto de um casamento arranjado entre a França e a Áustria, Oscar logo é designada para proteger a futura rainha da França, e a partir dali, Oscar vai tomando contato com o ambiente da nobreza francesa em suas melhores e piores qualidades, como conspirações, traições, indiferença, triângulos amorosos, etc. Ao mesmo tempo, ela passa a ter contato também com as difíceis condições de vida da população, em contraste à imensa opulência dos palácios, onde seus ocupantes cada vez mais pensam e defendem apenas seus interesses, ignorando os sofrimentos do povo.
                Oscar também vive em dilema consigo mesma. É uma mulher, mas tem de agir como um homem, pois assim tem acesso e condições de agir que nunca teria como mulher. Mas, ao mesmo tempo, não renega sua verdadeira natureza feminina, usando-a quando necessário, o que não a impede de acabar sendo alvo de muitas paixões por parte de outras mulheres, nem de se apaixonar por outros homens. Oscar se revela uma personagem forte e complexa, que de início não parecia tão cativante ou poderosa, mas que cresceu conforme a hitória fluía e se desenvolvia, cativando cada vez mais os leitores japoneses, em uma época onde as mulheres raramente tinham tal destaque na sociedade nipônica. A idéia original de Ikeda era fazer uma versão biográfica em mangá de Maria Antonieta, com Oscar sendo uma personagem de apoio. Contudo, Oscar foi se tornando cada vez mais a estrela da história, pela aceitação do público à personagem, o que tranquilizou seus editores, que não gostavam da idéia da série centrar-se na futura rainha da França. Ao mesmo tempo, por ser uma personagem fictícia, Oscar oferecia maiores liberdades criativas do que Maria Antonieta, cujo fim, por se tratar de uma figura histórica, já tinha seu destino final conhecido desde o início. Assim, Ikeda pode trabalhar com maior criatividade no desenvolvimento da história com seus personagens, enquanto a França vivenciava os acontecimentos que iriam desencadear a Revolução Francesa, com a história da série ocorrendo à sombra destes fatos históricos.
                O sucesso rendeu uma versão em anime de Rosa de Versalhes, produzida pela Tokyo Movie Shinsha, que foi exibida pela Nippon Television Network de outubro de 1979 a setembro de 1980. Houve também um especial de TV, e um longa-metragem animado para cinema, que nada mais é do que um resumo da série de TV. Mas, antes mesmo desta animação ser produzida, Oscar já havia ganhado um filme protagonizado por atores, produzido em 1978/1979 pela Toho e pela Kitty Films na própria França, país retratado na história, com a atriz Catriona MacColl no papel de Oscar François de Jarjayes, e Barry Stokes como seu serviçal André Grandier. Apesar de ambientado com fidelidade ao mangá, o filme não fez sucesso, enquanto a série animada acabou sendo exportada para vários países, em especial França e Itália, assim como o mangá, fazendo grande sucesso em vários lugares. Oscar ganhou inúmeras referências nas mais variadas obras e séries da cultura pop/nerd nipônicas e de outros países, e o famoso Teatro de Takarazuka no Japão produz até hoje adaptações e apresentações baseadas nos personagens da série.
                A série de anime de Rosa de Versalhes foi lançada oficialmente no Brasil na primeira metade dos anos 1990, sob o título “Lady Oscar”, mas apenas em VHS, pela distribuidora Europa Filmes, que lançou aqui os primeiros episódios da produção animada, que ficou incompleta, e nunca foi exibida na TV. A distribuidora lançou também o longa animado em VHS, onde pelo menos se podia ver o destino dos personagens. Até hoje esta série não voltou a ter cogitado o seu lançamento ou exibição por aqui, podendo ser encontrada apenas com legendas eem português via fansubbers.
                Com o advento da publicação das séries de mangá setornando um hit comercial no mercado editorial nacional a partir dos ano 2000, muitos que tiveram chance de ver o quadrinhos da série ou a animação, mesmo que no idioma nipônico, passaram a nutrir esperanças de ver a série ser publicada por aqui, já que, mesmo com o boom da animação japonesa promovido nas TVs nacionais a partir de 1994 pela série “Cavaleiros do Zodíaco”, “Lady Oscar” nunca entrou na lista de séries adquiridas para exibição aqui, mesmo com os lançamentos dos episódios no mercado de vídeo, onde infelizmente não provocaram nenhuma atração incomum, ao contrário das séries de tokusatsu lançadas alguns anos antes que viraram febre no mercado de VHS, levando-as a serem exibida nas emissoras de TV da época.

               Infelizmente, o tempo foi passando, passando, e cada vez mais, as editoras que dominavam o mercado de séries de mangás em nosso país iam concentrando cada vez mais seus lançamentos em obras recentes, com raras exceções. Dificuldades para lançar mesmo séries famosas já conhecidas pelo público amante de animação japonesa continuavam a ser um entrave considerável. E então ainda vimos nossa economia entrar em crise, o que só complicava ainda mais a situação, pois a lógica apontava ainda mais para o lançamento de séries mais viáveis economicamente, para garantir o sucesso da empreitada. Mas apesar dos empecilhos, alguns títulos mais “antigos” nunca saíram do radar, e a JBC, que já havia conseguido superar inúmeros percalços para lançar Akira, eis que surpreendeu a todos ao anunciar que a obra máxima de Ryoko Ikeda finalmente chegaria ao Brasil. Enfim, os fãs tiveram motivos para comemorar. Muitos até esperavam que a editora conseguisse trazer Rosa de Versalhes a tempo de lançar na CCXP 2018, como conseguira fazer com Akira, mas não foi possível. Um dos motivos foi que a produção dos volumes, apesar de mais simples, burocraticamente falando, do que a obra de Katsuhiro Otomo, por outro lado, deu maior trabalho em virtude da confecção do projeto gráfico da edição brasileira ser totalmente nacional, uma vez que os japoneses não mandaram nenhum material personalizado para esse fim.
                Mas nem por isso o leitor poderá reclamar. A edição nacional de A Rosa de Versalhes erá publicada no mesmo formato diferenciado com o qual a editora lançou Akira, e o relançamento de Battle Angel Alita. Os 10 volumes iniciais foram transformados em 5 volumes, no formato 13,2 cm por 20,0 cm, com o miolo em papel luxcream, o mesmo usado em Akira. O volume 1, que equivale às edições 1 e 2 originais, terá nada meno dos que 408 páginas. Já o volume 2, com o conteúdo das edições 3 e 4 do mangá, terá 376 páginas. Os dois volumes, que já podem ser adquiridos em pré-venda, estão sendo vendidos pelo preço de R$ 43,90. Pode parecer salgado, mas é preciso lembrar que cada edição equivale a dois volumes originais japoneses, cujo preço de edições similares no mercado editorial nacional chega próximo de R$ 20,00, para não mencionar que o acabamento é superior ao de uma edição “convencional” do mesmo formato, de forma que o preço cobrado é bem justo pela qualidade gráfica e apresentação da série.
                Enquanto os fãs e leitores nacionais aguardam para poderem enfim conferir o mangá original da série concebida por Ryoko Ikeda, no Japão houve até uma nova publicação, intitulada Berusaiyu no Bara Gaiden, uma coletânea de contos da série, nos anos 1970 e 1980. Mais recentemente, Ikeda produziu Eikou no Napoleon – Eroica, uma continuação da série original, com aparição de alguns dos personagens remanescentes. Esta série ainda está em produção, e por enquanto, não há planos da JBC de publicá-la por aqui. Mas, quem sabe no futuro, dependendo do sucesso que o lançamento de Rosa de Versalhes possa obter? Que os leitores e fãs brasileiros possam apreciar esta clássica obra dos quadrinhos japoneses, e que a JBC possa continuar surpreendendo, e trazendo mais séries famosas antigas dos mangás.