quinta-feira, 9 de novembro de 2017

MÁGICO VENTO VOLTA EM EDIÇÃO ESPECIAL PELA MYTHOS



                Os quadrinhos da Bonelli Comics sempre foram marcados em sua maioria por grande qualidade de roteiros proporcionando aventuras cativantes e perssonagens carismáticos. E um dos heróis destes quadrinhos está fazendo um breve retorno em uma edição especial que a Mythos está lançando neste mês de outubro: Mágico Vento.
                Criado em 1997 por Gianfranco Manfredi na Itália, o personagem estrelou uma série publicada pela Bonelli Comics com grande sucesso. Mágico Vento é o nome indígena dado a Ned Ellis, um soldado americano que escapou milagrosamente da explosão de um trem ondeviajava, nos tempos do velho oeste. Muito ferido, ele foi encontrado por um velho xamã, que o levou para sua tribo, entendendo que aquilo era um sinal. Quando acordou, Ned não se recordava de nada sobre si mesmo, e passou então a viver com os Sioux, sendo considerado um xamã, pelo dom das visões que passou a ter graças a uma farpa de metal que se alojou em seu cérebro, por ocasião do acidente de trem onde quase perdeu a vida, recebendo do xamã que o salvou o nome de “Mágico Vento”. Graças a este novo dom, Ned pode ter visões da vida de outras pessoas, além de transes e sonhos que podem até mesmo revelar o futuro de alguns acontecimentos, além de outras informações que só ele tem capacidade de entender e decifrar, por isso, recebeu dos índios que o acolheram o status de um xamã.
                Quando parte em busca de informações sobre o seu passado, Ned acaba conhecendo o jornalista Willy Richards, e ambos se unem para combater um poderoso homem chamado Howard Hogan, que exerce diversas atividades ilícitas, e que teve envolvimento no desastre da explosão do trem onde Mágico Vento estava há tempos atrás. A partir daí, os dois companheiros enfrentam uma árdua jornada, com Ellis buscando redescobrir o seu passado de Ellis, além de expor as patifarias de Hogan e fazê-lo sentir o peso da justiça legal.
                A série regular durou 131 edições na Itália, sendo encerrada em 2010. Em 2002 começou a ser publicada pela Mythos Editora no Brasil, que lançou todas as edições até 2013, quando a publicação foi encerrada. O autor do personagem anunciou recentemente planos de criar uma nova aventura do personagem, o que não ocorreu até o presente momento. O pesonagem deixou muitos fãs em sua passagem pelas bancas nacionais, que agora poderão rever o herói em pelo menos suas primeiras duas aventuras, que são trazidas nesta edição especial, mesmo que não sejam inéditas.
                MÁGICO VENTO GRAPHIC NOVEL DELUXE – FORTE GHOST é uma edição de luxo, no formato 19,6 x 26,7 cm, com 204 páginas, com capa dura, e miolo em papel couché, ao preço de de R$ 69,90, trazendo as histórias Forte Ghost e Garras, ambas com roteiro de Gianfranco Manfredi, e desenhos de José Ortiz, e Giuseppe Barbatti e Bruno Ramella, respectivamente. As páginas do miolo são todas coloridas, o que se traduz em um atrativo especial para os fãs do personagem, já que esta é a primeira edição a cores que o personagem ganha em nosso país. O ponto negativo, obviamente, é o preço um tanto salgado que a edição recebe, o que não deveria ser exatamente uma novidade, em se tratando das edições especiais e encadernados que a Mythos tem lançado recentemente.
                Não deixa de ser um bom lançamento, especialmente para aqueles que nunca leram algo do personagem, e podem começar a acompanhá-lo logo desde o início de suas aventuras, que ganharam muitos fãs tanto na Europa como em todos os demais países onde a série foi publicada, como no Brasil, pela qualidade das histórias desenvolvidas pelo criador do herói, o artista Gianfranco Manfredi. Mas o preço elevado da edição certamente vai espantar muitos potenciais leitores que gostariam de apreciar as aventuras de Mágico Vento, além de tornar a edição inacessível para muitos outros leitores. Infelizmente, o momento delicado de nossa economia, mesmo com alguns sinais de recuperação, ainda é bastante debilitado, e a oferta de edições encadernadas no mercado nacional de quadrinhos anda bastante elevada, com diversos lançamentos a preços variados e alguns até bastante razoáveis, disputando o bolso já sofrido dos leitores nacionais amantes da arte sequencial.
                Que o lançamento da Mythos seja bem-sucedido nas vendas, e anime a editora para que possam vir outras edições do herói no futuro, pois o material é muito bom, e merece ser lido pelo maior número de leitores e fãs de quadrinhos possível, sejam eles quais forem. Boas histórias na praça nunca são demais.

SOBRINHOS DO DONALD GANHAM EDIÇÃO DE 80 ANOS



                A Editora Abril continua investindo forte nas edições especiais, e acaba de lançar mais uma, agora comemorando nada menos que os 80 anos de Hughinho, Zezinho e Luisinho, os sobrinhos do Pato Donald, que surgiram numa série de tiras lançadas em outubro de 1937, concebidas pelo artista Al Taliaferro. De meninos endiabrados que se envolviam em brigas homéricas com seu Tio Donald, a quem foram confiiados por Dunbella, irmã gêmea de Donald, os garotos evoluíram bastante, ganhando novas personalidades e sendo até mais sensatos e “maduros” que seu tio, a quem passaram a ajudar e livrar de inúmeras encrencas, ao mesmo tempo em que passaram a se aventurar mundo afora nas viagens empreendidas pelo Tio Patinhas.
                HUGUINHO, ZEZINHO E LUISINHO – 80 ANOS DOS SOBRINHOS DO DONALD é uma bela edição no formato 16 x 23 cm, com capa dura e cerca de 400 páginas, ao preço de R$ 59,90, trazendo 30 histórias estreladas pelos garotos, várias delas completamente inéditas no Brasil, publicadas pela primeira vez nesta edição especial, que traz, entre outras preciosidades, a primeira aparição dos garotos na história “Os sobrinhos do Donald”, compilando as primeiras seis tiras dominicais lançadas em 17, 24 e 31 de outubro, e 07, 14 e 21 de novembro de 1937, concebidas por Al Taliaferro (argumento e arte) e Ted Osborne (roteiro), pela primeira vez em ordem cronológica, e em sua formatação original no Brasil. Desta primeira aparição, até os dias de hoje, a vida do pato mais esquentado de Patópolis nunca mais foi a mesma, para o bem e para o mal, e a felicidade de gerações de leitores que até hoje se deliciam com as peripécias envolvendo Donald e seus sobrinhos, nas mais variadas situações.
                Das situações de brigas familiares e situações próprias do confronto de idéias entre adultos e crianças, os garotos já viveram de tudo, tornando-se renomados generais da tropa de escoteiros-mirins de Patópolis, a aventuras nos mais diversos lugares e situações, e até mesmo indo ao espaço sideral, sejam pelas encrencas arrumadas por eles próprios ou por seu Tio Donald, ou arrastados para as mais diversas aventuras ao lado do Tio Patinhas. E sempre com seu infalível Manual do Escoteiro Mirim a tiracolo, com informações indispensáveis para ajudá-los a tirar seus tios das mais variadas enrascadas possíveis.
                Com a estréia das animações de Walt Disney, Donald não demorou a estrelar suas aventuras em celulóide, e seus sobrinhos também não tardaram a aparecer nelas, repetindo muitas das aventuras e situações vividas nos quadrinhos até então. Se Al Taliaferro criou e desenvolveu as primeiras aventuras do trio de patinhos, Carl Barks tratou de inclui-los em grandes aventuras, reforçando o seu papel como membros indispensáveis da Família Pato. Em Ducktales, série animada dos anos 1980, baseada em várias das histórias criadas pelo Homem dos Patos, Huguinho, Zezinho e Luisinho são as estrelas, ao lado do Tio Patinhas, estando sempre juntos em suas aventuras, sejam em Patópolis ou qualquer lugar, ainda que tenham deixado Donald de lado em quase todas as histórias, ao alistá-lo na marinha, e forçando-o a deixar os meninos aos cuidados de seu tio quaquilionário. No remake da série, que acabou de estrear na TV americana, os garotos estão lá, ao lado de ambos, mais uma vez, para viverem as mais diversas aventuras. Os garotos também apareceram na série de TV TV Quaquack (Quack Pack, no original), ao lado de Donald e Margarida, mas como adolescentes, e não como crianças.
                Como de costume, a edição da Abril conta com alguns materiais interessantes, entre eles um prefácio sobre a origem dos sobrinhos do Donald por Rivaldo Ribeiro e Edenilson Rodrigues, do site Planeta Gibi (www.planetagibi.com.br) além de comentários sobre as histórias reunidas na edição, contando também com storyboards, curiosidades arespeito da história dos trigêmeos nestas 8 décadas de vida, uma pequena biografia de Al Taliaferro, galeria de capas das edições, e outros mimos, para deixar o leitor completamente por dentro da história dos meninos.
                Sem dúvida, uma obra muito interessante para os fãs da Família Pato da Disney, e dos sobrinhos do Donald, que chegaram para morar com seu tio naquele distante ano de 1937, e nunca mais se separaram, vivendo aventuras conjuntas até hoje, e com fôlego para muito, muito mais.

CROSS-OVER DE JORNADA NAS ESTRELAS E PLANETA DOS MACACOS É LANÇADO NO BRASIL



                Quem espera sempre alcança, diz o tradicional ditado, mas quando se trata de quadrinhos, muitos materiais que são lançados nos Estados Unidos raramente tem a oportunidade de serem publicados no Brasil. Felizmente, uma exceção a estes casos é o belo cross-over envolvendo duas famosas franquias da TV e do cinema, que acaba de ganhar uma bela edição nacional através do selo Geektopia, da editora Novo Século, que já está disponível nas livrarias e comic shops do país: JORNADA NAS ESTRELAS/PLANETA DOS MACACOS: A DIRETRIZ PRIMATA.
                Lançada no formato 17,5 x 26,5 cm, com cerca de 136 páginas, e capa dura, ao preço de R$ 49,90, a edição compila a minissérie lançada nos Estados Unidos no final de 2014 e início de 2015 pela IDW Publishing, atual detentora dos direitos de publicação de quadrinhos de Jornada, e a Boom! Studios, que detém os direitos relativos a Planeta dos Macacos. O roteiro ficou a cargo dos irmãos Scott e David Tipton, e a arte das histórias é de Rachael Stott. Os irmãos Tipton já haviam criado um belo cross-over anterior de Jornada nas Estrelas, com a tripulação da Nova Geração junto com Doctor Who, enfrentando ninguém menos do que os borgs, com bons elogios tanto dos fãs quanto da crítica, e partiram para repetir a dose, agora com a turma da Entreprise clássica, liderada pelo bom e velho capitão James T. Kirk, tentando descobrir o que os tradicionais rivais da Federação, os Klingons, andam aprontando, cujos relatórios da Frota Estelar têm apresentado informações de atividades incomuns dos beligerantes guerreiros em um quadrante estelar aparentemente sem importância.
                E o que eles descobrem é absurdamente perturbador: impedidos de conquistarem os mundos da Federação devido ao tratado de Organia, os Klingons desenvolveram um aparelho que lhes permite viajar para uma realidade paralela, onde naturalmente a restrição de Organia não os afeta. E o primeiro planeta onde eles resolvem interferir é um mundo muito similar à Terra, com a única diferença de que a espécie dominante são... os macacos. Descobrindo o rastro dos Klingons neste mundo, Kirk, Spock, McCoy e toda atripulação da NCC-1701 dos tempos da série clássica de TV precisarão encontrar uma maneira de deter os planos dos Klingons de alterarem o equilíbrio de poder neste mundo dominado pelos primatas, e de modo a não infringirem sua famosa primeira diretriz. E para isso, eles precisarão do auxílio de alguns dos próprios primatas, como Zira e Cornelius, que por acaso também conhecem outro humano que poderá tanto auxiliar quanto criar ainda mais problemas para a tripulação da Enterprise, um astronauta chamado George Taylor, que já teve sua própria experiência com estes primatas sensientes, e não gostou nem um pouco da experiência. Vendo o potencial da tecnologia da nave Enterprise, Taylor começa a ter suas próprias idéias em relação às possibilidades de auxiliar a turma de Kirk & cia., e isso pode se revelar uma ameaça tão ou até mais complicada do que os Klingons, que por si sós jà são uma encrenca daquelas para o pessoal da Federação.
                Com uma perfeita ambientação reproduzindo os ambientes tanto da série clássica de TV de Jornada, quanto do filme original de Planeta dos Macacos, a história da minissérie consegue se manter fiel às caracterizações dos personagens, com direito a um final que, se não é perfeito, acaba por ser interessante para quem acompanhou ambas as franquias e conhece suas histórias, embora alguns achem que poderia ter sido melhor finalizado. Mas, é uma bela história de ficção científica, devidamente plausível para um encontro entre ambas as franquias. "O Planeta dos Macacos e Jornada nas Estrelas são franquias inovadoras de ficção científica, e ambos lidam com muitos dos mesmos temas e problemas sociais", declarou Greg Goldstein, presidente e chefe de operações da IDW Publishing, à época do anúncio do lançamento da minissérie nos Estados Unidos. "Um cruzamento entre os dois é algo mais do que natural e vem com muito atraso.", finalizou. "Antes que eu conseguisse ler histórias em quadrinhos quando era criança, eu podia assistir ficção científica na televisão. Meu pai costumava me acordar quando já tinha passado da minha hora de dormir para assistir a Jornada nas Estrelas, e eu levava uma lancheira de Planeta dos Macacos comigo ao jardim de infância todos os dias", declarou Ross Richie, fundador e CEO da BOOM! Studios. "Basta dizer que, juntar estes dois titãs da ficção científica numa mesma página, de uma forma que provavelmente nunca aconteceria nas telas, é um grande momento para mim tanto pessoal como emocionalmente.", completou.
                Para os fãs de Jornada Nas Estrelas, o lançamento desta minissérie é praticamente um marco inédito, pois trata-se do primeiro cross-over de quadrinhos envolvendo a franquia no Brasil. Nos anos 1990, o cross-over envolvendo a tripulação clássica da Enterprise e os X-Men estava praticamente pronto para ser publicado pela Abril Jovem quando o projeto da edição acabou cancelado na última hora. Outros cross-overs envolvendo a franquia de Jornada tem sido desenvolvidos recentemente pela IDW Publishing nos Estados Unidos, como por exemplo o encontro da tripulação da Enterprise, versão pós-reboot do filme de 2009, com a Tropa dos Lanternas Verdes, da DC Comics, que já rendeu duas minisséries, ainda inéditas em nosso país. Quem sabe, dependendo da receptividade deste lançamento da Editora Novo Século, não venham os outros cross-overs com a turma de Jornada? A esperança é a última que morre. E é preciso ter perseverança. Afinal, sem isso não se chega a lugar nenhum, e com a economia brasileira ainda claudicante, lançamentos como este têm de ser comemorados. Vida longa e próspera!