sábado, 10 de março de 2018

LANCELOT LINK, O AGENTE SECRETO, EM BREVE EM DVD



                Não há como negar que, no atual estado de pasmaceira do mercado de vídeo nacional, em um momento onde as grandes empresas de home vídeo não colocam muita fé no público consumidor, uma distribuidora como a Vinyx Multimídia tem conseguido causar certo rebuliço pelo resgate de certas produções que muitos consideravam praticamente perdidas, de um tempo onde assistir TV era muito mais prazeiroso do que é atualmente. Claro que havia também muita porcaria naqueles tempos, mas se formos comparar com os dias de hoje, a proporção de boas séries que podíamos acompanhar era muito melhor do que atualmente. Por isso, enquanto as grandes distribuidoras não lançam direito nem as coisas mais recentes, haja vista certas palhaçadas especialmente no que tange aos blu-rays disponíveis em nosso país, por pior que possa parecer, o DVD ainda meio que se salva parcialmente por permitir que algumas distribuidoras resgatem parte das produções antigas que foram completamente abandonadas pelas chamadas “majors”.
                Nem tudo é perfeito, porém. A Vinyx, uma destas distribuidoras que vem surpreendendo nos últimos tempos pela variedade e raridade do material que vem lançando, continua anunciando várias obras que ainda não foram disponibilizadas para venda, o que causa certa apreensão e até irritação em alguns fãs que pensavam nunca mais ver tais obras, mas agora ficam na ansiedade de quando enfim poderão revê-las, já que tudo está atrasado, e nem mesmo se encontram em pré-venda produtos que, pelo cronograma inicial, já deveriam estar disponíveis para compra em janeiro desde ano. E, antes mesmo de concretizar estes lançamentos, eis que a distribuidora surpreende novamente com mais um título extremamente raro que promete lançar em breve, para saudosismo dos fãs que tiveram chance de assistir a essa produção há muitos e muitos anos. LANCELOT LINK, O AGENTE SECRETO – A SÉRIE COMPLETA será um box composto de 4 discos, trazendo todos os 17 episódios deste seriado de humor que marcou época nos anos 1970 com um detalhe inusitado: era toda estrelada por chimpanzés!
                A produção, criada por Stan Burns e Mike Marmer, era um seriado de agentes secretos parodiando as mais famosas produções da TV do gênero, como Agente 86 e O Agente da U.N.C.L.E., e até mesmo filmes do cinema, como o famoso agente James Bond, o 007. Impossível também não se lembrar do filme “Planeta dos Macados”, uma vez que era um filme “estrelado” por símios (ainda que aqui fossem atores vestidos de macacos), mesmo que em um tom completamente diferente. Produzida em 1970 pela Sandler-Burns-Marmer Productions, “Lancelot Link, The Secret Chimp” (seu título original, em inglês) mostrava as aventuras de Lancelot Link, um agente secreto da APE (Agency to Prevent Evil, ou Agência para Prevenção do Mal), e sua parceira Mata Hairi, enfrentando as forças da sinistra organização CHUMP (Criminal Headquarters for the Underworld's Master Plan, ou Quartel-General Criminal dos Planos Mestres do Submundo), que tencionava dominar o mundo. Recebendo suas missões de seu superior Darwin, Lancelot Link e Mata Hairi tinham o dever de desbaratar os planos perversos dos malfeitores e proteger a humanidade (ou deveria dizer, a macacada). A CHUMP era comandada pelo perverso Barão Von Butcher, que estava sempre acompanhado por seu mordomo, Creto. Contando com seu séquito de agentes, como Wang Fu, Ali Assa Sino, Dr. Sinistro, e as igualmente perigosas Duquesa e Mulher Dragão, eles colocavam em prática as mais variadas tramóias que ameaçavam o mundo livre. Pelo menos, até terem seus planos frustrados pela intrépida dupla de agentes. Lancelot Link não era exatamente um agente secreto infalível, mas sempre conseguia dar conta do recado, graças à sua parceira Mata Hairi, muito mais inteligente e capaz do que ele. E assim, mesmo que fosse aos trancos e barrancos, a APE sempre frustrava os planos perversos da CHUMP, salvando novamente o mundo e a humanidade (digo, a macacada).
                O grande charme da série era ser estrelada inteiramente por chimpanzés, vestidos e caracterizados como gente, dando o ar da graça. Graças a um bom orçamento para os padrões de séries de TV na época, os produtores puderam caprichar nos cenários, no figurino, e no treinamento dos chimpanzés, que aliado a uma boa dublagem, dava até mesmo para acreditar que eram atores de verdade estrelando um seriado, graças aos esforços do time de treinadores, que tiveram muito trabalho para conseguir que os animais dessem conta do recado. Mas o resultado mais do que valeu a pena. Criado para um público infantil, Lancelot Link acabou ganhando muitos fãs mesmo entre os adultos, que adoravam ver os animais fazendo as mais variadas peripécias para dar andamento às histórias, que tinham roteiros até interessantes, com muitas referências, fossem dos mais variados lugares, além de várias tiradas geniais. Exibida pela TV CBS, aprodução ficou no ar durante pouco mais de dois anos, embora tenham sido produzidos apenas cerca de 17 episódios de meia hora cada um. Inicialmente, a série era exibida em conjunto com desenhos animados, mas depois passou a ser reprisada sem eles. Além das histórias dos episódios, havia também clipes musicais com a banda formada por Lancelot Link e Mata Hairi, chamada “A Revolução da Evolução”, com todo aquele estilo musical próprio dos anos 1970, e que eram bem legais também. Infelizmente, a série durou pouco, mas quem a assistiu nunca mais a esqueceu, por verem os chimpanzés fazendo as maisvariadas atividades, como se fossem gente de verdade. Fosse produzida nos dias de hoje, os cretinos do politicamente correto, para não falar dos “gaviões” das associações de proteção aos animais, cairiam de pau em cima dos produtores da série, alegando todo tipo de acusação contra a série, começando por maus tratos e exploração dos animais coitadinhos... O mundo já foi muito menos cretino e hipócrita.
                Lancelot Link tinha um estilo a lá Hunphrey Bogart em seu modo de falar. Mata Hairi tinha seu nome derivado da famosa espiã Mata Hari. E seu chefe na APE, Darwin, era uma citação a Charles Darwin, tanto que uma das falas de Lancelot quando perguntava algo ao chefe era “Qual a teoria, Darwin?”. O nome de uma das organizações faz referência a símios: APE é macaco, em inglês; enquanto o nome da organização do mal, CHUMP, significa pateta, idiota. A série chegou a ganhar até mesmo um título em quadrinhos, publicado pela Gold Key, com cerca de 8 números lançados em 1972. No Brasil, o seriado foi exibido originalmente pela TV Tupi, sendo posteriormente exibida pela TV Record, e depois TVS/SBT. Nos anos 1990, a produção ainda ganharia uma última reprise, no canal pago Teleuno, para sumir de vez da programação daTV nacional, aberta ou paga. E agora, graças à Vinyx Multimédia, a série poderá ser revista na íntegra.
                A caixa, que até o fechamento desta matéria, ainda não tinha preço nem data exata de lançamento, trará todos os 17 episódios, com sua dublagem em português original, realizada pela Herbert Richers. De quebra, ainda trará alguns extras, como os clipes da banda “A Revolução da Evolução”, o Making Of da produção do seriado, além de alguns outros materiais. Trata-se de um material realmente bem-vindo, em meio a vários outros que aVinyx tem trazido e anunciado lançar no mercado nacional. Algumas destas produções, como é o caso de Lancelot Link, podem não ser tão famosas como muitas outras, mas tem lá sua legião de fãs, sejam da série em si, ou por se tratar de seriados antigos, onde muitos gostam de rever os programas que assistiam quando eram mais novos. Uma iniciativa mais do que válida. Agora, é esperar que esta caixa esteja logo disponível para ser adquirida, junto com vários dos outros títulos já anunciados recentemente pela distribuidora, uma vez que muitos fãs estão pra lá de ávidos para colocar as mãos nestes material. E aguardar também as futuras novidades da empresa, que prometeu muitas surpresas em seus lançamentos para este ano no mercado nacional de vídeo. Mas que não demore tanto entre os anúncios e o lançamento efetivo dos mesmos.



domingo, 25 de fevereiro de 2018

LUPINRANGER X PATRANGER É A NOVA SÉRIE SUPER SENTAI 2018



                Os fãs do gênero tokusatsu das produções japonesas podem enfim curtir a mais nova produção da Toei Studios, que segue firme com a franquia Super Sentai, lançada este mês na TV nipônica. A série da vez tem um título e uma concepção pra lá de originais na franquia, que em tempos recentes parecia carecer de novas idéias, e vivia de reciclar temas e clichês costumeiros das produções do gênero: KAITOUN SENTIA LUPINRANGER VS KEISATSU SENTAI PATRANGER. Numa tradução livre, seria “Esquadrão Ladrão Fantasma Lupinranger VS Esquadrão de Polícia Patranger”. Sim, é isso mesmo: a 42ª série da franquia Super Sentai pela primeira vez apresenta duas equipes estrelando uma mesma série, e não só isso, serão dois times antagônicos, que travarão combates entre eles mesmos, sem contar com os vilões da parada.
                Os vilões, aliás, serão um grupo de criminosos alienígenas chamados Ganglers, vindos de outra dimensão, cujo “cappo” da organização, Dogranio Yabun, na comemoração de seu 999º aniversário, resolve que está na hora de escolher um sucessor para comandar a organização, que ele unificou há 500 anos atrás, e que o escolhido será aquele que conseguir conquistar nosso planeta, a Terra, onde eles já estão infiltrados há tempos, praticando diversas atividades criminosas. Tal anúncio provoca uma competição desenfreada entre os principais capangas da quadrilha, àvidos para assumirem a posição de poder e liderança como sucessores de Yabun. Mas, para conseguirem esse objetivo, eles terão um enorme obstáculo pela frente. Na verdade, dois grandes obstáculos: as equipes Lupinranger e Patranger, que irão defender nosso planeta, embora com objetivos diferentes.
                Os Lupinrangers serão um grupo de ladrões ousados que confrontarão os Ganglers. Usando de trajes estilizados, eles também adotarão um visual demonstrando grandes poderes, anunciando-se como Esquadrão Fantasma Lupinrangers, compostos por três membros: Kairi Yano, o líder dos Ladrões Fantasmas, codinome Lupinred (vermelho); Touma Yoimachi, codinome Lupinblue (azul); e a jovem Umika Hayami, codinome Lupinyellow (amarelo). Em contrapartida, os Patrangers serão uma equipe especial da Polícia Global terrestre, cuja missão é defender a lei e a ordem, e prender os criminosos e todos aqueles que infringem a lei. O grupo é formado por Keiichiro Asaka, como líder dos Patrangers, codinome Patren Nº 01 (vermelho); Sakuya Hikawa, codinome Patren Nº 02 (verde); e Tsukasa Myojin, a única mulher do grupo, codinome Patren Nº 03 (rosa). Assim, teremos um esquadrão de ladrões, e um esquadrão de policiais. Em resumo: dois times completamente antagônicos, portanto. E a relação entre eles, de confronto, será uma das tônicas da nova série Super Sentai, que sucedeu a série Uchu Sentai Kyuranger (Esquadrão Estelar Kyuranger), produzida em 2017, contando com 48 episódios e alguns especiais, e que trouxe como inovação um esquadrão com nada menos do que 12 heróis.
                Quando a história desta nova série começa, vemos os Lupinrangers empreenderem um ataque a um cassino comandado pelos Ganglers. Apesar da chegada dos oficiais da Polícia Global, os Ladrões Fantasmas conseguem seu objetivo, fugindo logo em seguida, para irritação de Keiichiro Asaka, uma vez que eles são criminosos também. Mas, qual o objetivo dos Lupinrangers? Eles serão vilões na história, ou anti-heróis? Não demora para ficarmos sabendo mais a respeito deste grupo de ladrões, e o que os levou a esse modo de agir: Após perderem importantes pessoas em suas vidas, devido a ataques perpetrados por capangas da organização Gangler, Kairi, Touma e Umika acabam sendo contatados pelo misterioso Sr. Kogure, que os contrata para recuperarem os tesouros da lendária Coleção de Antiguidades Lupin, um grupo de itens que possuem diversos e misteriosos poderes, reunidos pelo lendário ladrão histórico conhecido como Arséne Lupin, no século passado, e que foram roubados pelos Ganglers de seu patrão, que seria descendente do próprio lendário ladrão cavalheiro do início do século XX, Arsène Lupin. Com a promessa de que, reunidos todos os itens, seria possível que eles trouxessem de volta as pessoas amadas que perderam em ataques perpetrados pelos Ganglers, utilizando seu misterioso poder, os três aceitam a empreitada, e recebem dispositivos que permitem a eles transformarem-se nos Lupinrangers, e usar estas novas habilidades para roubar dos Ganglers os itens Lupin roubados originalmente pelos criminosos alienígenas, empreendendo diversos ataques aos integrantes do grupo mafioso, e ao mesmo tempo em que tentam recuperar os tesouros, também desbaratam suas atividades ilícitas, como ocorre logo no primeiro capítulo, onde além de conseguirem o item de tesouro almejado, ainda derrotaram o chefão local da quadrilha, e destruíram o cassino ilegal operado pelo grupo. Tais atividaes acabam fazendo com que os Lupinrangers caiam no gosto do público, sendo admirados pelas pessoas, uma vez que estão enfrentando criminosos perigosos, mesmo sendo considerados foras-da-lei, também.
                Isso acaba sendo um motivo a mais para a Polícia Global ficar incomodada com o assunto, pois como representantes da lei, é sua função combater os criminosos como os Ganglers, e sendo passados para trás pelos Lupinrangers acaba virando não apenas um caso de orgulho, mas de princípios: afinal, como permitir que criminosos acabem fazendo o trabalho dos policiais? Isso acaba comprometendo a imagem da própria força policial, e é o bastante para Keiichiro Asaka, da Polícia Global, empreender todos os seus esforços para não apenas combater os capangas e integrantes da quadrilha dos Ganglers, como também prender os Lupinrangers. E, para essa empreitada, a polícia também acaba tomando posse de alguns artefatos da coleção Lupin, que permitem a eles criar sua própria equipe especial de ação, os Patrangers, sob ordens do Comandante Hilltop, com o objetivo de confrontar os Ganglers, e levar os Lupinrangers à justiça. E o confronto entre estes dois times será um dos diferenciais da série, uma vez que eles serão adversários, encarando um inimigo em comum. Para o time policial, sua meta primordial é impedir que os Ganglers continuem a ameaçar as pessoas inocentes com suas atividades criminosas. E os alienígenas não estão nem aí para os inocentes que eles exploram ou oprimem. Aliás, os Ganglers usam e abusam dos poderes conferidos pelos tesouros da coleção Lupin, o que os torna ainda mais perigosos do que já eram, transformando cada confronto com eles numa batalha altamente perigosa, sejam para os Lupinrangers, ou os Patrangers.
                Enquanto travam sua luta contra os Ganglers, os Lupinrangers tocam suas vidas trabalhando em um restaurante, o Bistrô Jurer, à espera dos contatos do Sr. Kogure, que lhes passa as informações necessárias para recuperar os tesouros Lupin, partindo então para enfrentar os criminosos alienígenas, e tentando resolver tudo antes que os Patrangers apareçam e compliquem a situação. Só que, mais cedo ou mais tarde, os Lupinrangers terão que enfrentar os Patrangers, não apenas por estarem em lados opostos da lei, mas pelo fato da polícia também estar de posse de itens da coleção Lupin, que Kairi, Touma e Umika prometeram a si mesmos reunir para poderem trazer de volta seus entes queridos, confiando na promessa feita pelo Sr. Kogure e seu misterioso patrão. E eles estarão dispostos a tudo para conseguirem tornar o seu objetivo realidade, por mais nobre que sejam seus sentimentos.
                Esta é a segunda série da franquia Super Sentai onde os heróis, ou parte deles, atuam como foras-da-lei. A primeira série foi Kaizoku Sentai Gokaiger (Esquadrão Pirata Gokaiger), em 2011, onde os heróis eram piratas, em busca de tesouros, e não por acaso, acabavam enfrentando os vilões, que também queriam pegar tais tesouros. E o nome do ladrão da literatura francesa, criado por Maurice Le Blanc no início do século passado, não é usado na nova série por acaso: Lupin serviu de inspiração para o mangaká Monkey Punch criar o personagem Lupin III, que seria neto do Lupin original, e tal como seu antepassado, deu seguimento à “tradição” da família, roubando jóias, dinheiro e o que mais lhe der na telha, na segunda metade dos anos 1960. O personagem ganhou sua primeira série de TV em 1969, e de lá para cá, Lupin III, ao lado de seus companheiros de aventuras, o pistoleiro Jigen Daisuke, o samurai Goemon Ishikawa, e a ladra Fujiko Mine, sempreàs voltas com a perseguição implacável do inspetor Koichi Zenigata, da Interpol, que jurou prender o audacioso ladrão, já ganhou inúmeros filmes para cinema, além de novas séries de animação para TV, e até hoje ganha novas produções, sejam para TV ou cinema, mostrando que o personagem é extremamente popular, a ponto até de ter ganho dois filmes cross-overs com Detective Conan. E a tradição dos ladrões e do nome Lupin acaba por ser explorado agora na nova série da franquia Super Sentai, com uma abordagem original na longa história da franquia. Vejamos como a Toei irá desenvolver a saga desta nova série.

COLEÇÃO DE CONAN PELA SALVAT CHEGA EM MARÇO



                Os fãs do guerreiro bárbaro cimeriano mais famoso de todos os tempos podem comemorar. Está chegando o momento do lançamento oficial da mais nova coleção da Editora Salvat, que será dedicada a Conan, o Bárbaro! A ESPADA SELVAGEM DE CONAN – A COLEÇÃO chega às bancas da primeira fase de distribuição da publicação neste mês de março, e terá publicação quinzenal, a exemplo das demais coleções de graphic novels da Marvel Comics lançada pela editora. O formato da coleção, entretanto, é ligeiramente diferente, nas dimensões 21 x 27,5 cm, o chamado formato “magazine”, com direito a capa dura em todas as edições, e papel off-set de excelente gramatura no miolo, trazendo as histórias da melhor fase do guerreiro cimeriano, lançadas principalmente pela Marvel Comics nos anos 1970, 1980 e 1990.
                As histórias serão lançadas não apenas neste formato original, magazine, mas também como foram publicadas pela primeira vez, com a arte em preto e branco. A primeira edição terá preço promocional de R$ 9,90, e a segunda edição, R$ 29,90. A partir do terceiro número, o preço ficará em R$ 44,90, por tempo indeterminado. No segundo semestre do ano passado, a editora lançou a fase de testes da coleção, procedimento padrão para avaliação da viabilidade danova publicação, com os 4 primeiros números. E, em dezembro de 2017, durante a Comic Com Experience, a Salvat já anunciou que a coleção seria lançada oficialmente no mês de março, oferecendo na ocasião a possibilidade de se fazer a assinatura de toda a coleção com um desconto promocional vigente entre os dias 6 e 20 de dezembro daquele mês, de 10% para a coleção completa e mais 5% de desconto exclusivo para quem fizesse a compra durante os quatro dias da convenção, realizada em São Paulo, capital. Atualmente, a editora oferece apenas a assinatura “padrão” de dois em dois volumes, pelo preço de R$ 89,80 ao mês, e os dois números do primeiro mês de publicação pelo preço de R$ 34,80.
                A mais famosa fase de Conan começou a ser publicada pela Marvel Comics em 1974, quando lançou a revista Savage Sword Of Conan, nome no qual esta nova coleção será lançada. Conan já vinha sendo publicado há algum tempo na casa das idéias, que havia obtido a licença para produzir histórias em quadrinhos do personagem criado pelo escritor Robert E. Howard. A nova revista, devido ao seu formato “magazine”, diferente das demais edições de quadrinhos lançados pela Marvel, lhe permitia escapar da vigilância do autoritário “Comic’s Code”, e com isso, os autores podiam ter muito mais liberdade para trabalhar nas aventuras do guerreiro bárbaro, que vivia em uma era onde a justiça costumava ser tão brutal quanto as perversidades cometidas, fugindo do lugar-comum dos quadrinhos de heróis lançados pelas editoras, que costumavam ser ”certinhos”. Contando inicialmente com os talentos de gente tarimbada como Roy Thomas e Barry Windsor-Smith, entre outros nomes que fizeram fama escrevendo aventuras do guerreiro bárbaro, o novo título de Conan tornou-se um sucesso estrondoso de vendas, sendo publicado ininterruptamente por mais de 20 anos, desde agosto de 1974, data de lançamento oficial do primeiro número, até julho de 1995, quando o título foi encerrado com 235 edições publicadas.
                No Brasil, Conan chegou a ganhar seu primeiro título-solo pela Minami & Cunha Editora, em 1972, passando depois por uma edição não-oficial lançada pela Graúna Editora, e em 1976, ganharia revista mensal pela Bloch Editora, na época a principal editora da Marvel no Brasil. O personagem passaria a ser lançado pela Editora Abril nos anos 1980, que em 1984, dez anos depois do lançamento do principal título de aventuras do cimeriano nos EUA, lançaria a versão nacional, com o título “A Espada Selvagem de Conan”, no mesmo tamanho e formato da edição norte-americana. Como não poderia deixar de ser, o excelente material cativou os leitores de quadrinhos, sendo que a revista teve, em seus momentos áureos, vendas superiores a 200 mil exemplares por edição. A revista só deixaria de ser publicada aqui em 2001, com um total de 205 números lançados. O sucesso era tanto, que a Abril lançou até uma reedição das primeiras edições, entre 1990 e 1994, totalizando 54 números.
                Com a Marvel deixando de publicar histórias do personagem, Conan acabou indo para a Dark Horse Comics, que passou a produzir novas histórias do personagem, o que acontece até os dias atuais. Aqui no Brasil, a Abril encerrou seus títulos com Conan, que passou a ser publicado pela Mythos Editora, até que esta também encerrou a publicação regular do herói, que ficou restrito ao lançamento de alguns álbuns especiais estrelados com o material mais recente da Dark Horse. Mas o auge da fama de Conan foi no seu período de publicação pela Marvel, que aliás, retomou os direitos de quadrinhos sobre o guerreiro cimeriano, e voltará a produzir novos quadrinhos de Conan a partir de 2019. E, para os fãs, antigos e novos, nada como poder ver e/ou rever as grandes aventuras que já foram produzidas nos bons tempos, uma vez que este material teve suas últimas publicações em nosso país já há muito tempo atrás, e várias aventuras sequer foram republicadas, o que torna esta nova coleção que a Salvat está lançando imperdível para muitos, não apenas oferecendo aos fãs edições com acabamento gráfico muito mais elaborado, como servindo de excelente chamativo para convidar muitos leitores da atual geração de quadrinhos que nunca viram as aventuras de Conan, embora tenham ouvido falar do personagem. E tem muita coisa interessante para ser vista. O único ponto decepcionante na coleção é com relação à imagem que será formada pela junção das lombadas das edições, que quando postas lado a lado, formarão apenas a imagem com o logo da série em maior destaque, junto a duas pequenas artes nas extremidades, e não formando uma única e grande arte, o que muitos consideram uma furada no planejamento gráfico da coleção, haja visto que nas outras coleções que vem sendo lançadas pela Salvat, as lombadas compõem uma magnífica arte dos personagens envolvidos, o que não é o caso desta coleção de Conan. Infelizmente, neste ponto, a Salvat apenas está mantendo a estética gráfica da coleção lançada na Europa, que traz este mesmo tipo de arte composta pelas lombadas. Em compensação, cada volume traz vários textos explicativos sobre a história, equipe criativa, além de galeria das capas originais de publicação, situando os leitores a respeito das aventuras trazidas no volume, como já acontece nas demais coleções publicadas pela Salvat.
                A primeira edição da coleção traz nada menos do que as histórias lançadas na revista Savage Tales, da Curtis Comics, um selo da Marvel, nas edições 1 a 5, em 1971, além de uma pequena história lançada na segunda edição de Savage Sword of Conan, em 1974. As histórias são “A filha do gigante de gelo”, “A cidadela dos condenados” (partes 1, 2 e 3), “A noite do Deus Negro”, “O habitante das trevas”, e “O segredo do rio da morte”, contando com roteiros de Roy Thomas, e a arte de Barry Windsor-Smith, Neal Adams, e Jim Starlin. Um excelente ponto de partida para introduzir os leitores novatos no mundo da espada e magia de Conan. A coleção terá ao todo 75 edições, com duração pelos próximos 3 anos, um tempo considerável para os fãs de quadrinhos, amantes ou não de Conan, aproveitarem para se fartar com as aventuras do personagem, que merecia há muito uma coleção só dele, dada a importância e a fama que o herói teve nos velhos tempos, quando teve até dois filmes estrelados por ninguém menos do que Arnold Schwarzenegger no papel do bárbaro da Ciméria. Mais recentemente, Conan ganhou um novo filme,estrelado por Jason Momoa, mas sem fazer o mesmo sucesso. E, em breve, ele terá uma nova série de TV, a ser produzida pela Amazon. Nos anos 1990, ele já havia ganhado também uma produção paraTV, com 22 episódios.
                Isso apenas comprova que Conan continua vivo e forte entre os fãs, e portanto, a escolha da Salvat para sua nova coleção é mais do que óbvia. Que ela possa ser apreciada por muitos leitores. E que se preparem para aguentar também o impacto nos seus bolsos, pois é a coleção mais cara da editora até agora, por edição. Mas que vale muito a pena. E não ousem duvidar, ainda mais se Conan resolver questionar os motivos da discordância, lago que nem sempre costuma ser saudável. Por Crom, então é hora de se preparar para uma tremenda horda de grandes aventuras!