quarta-feira, 4 de setembro de 2013

PIXEL LANÇA AVENTURA CLÁSSICA DO FANTASMA



Um dos heróis mais clássicos dos quadrinhos está de volta às bancas brasileiras. O Fantasma, herói criado por Lee Falk, e o primeiro justiceiro uniformizado dos quadrinhos, acaba de ganhar uma edição especial com uma de suas mais clássicas e famosas aventuras. O FANTASMA: PIRATAS DO CÉU - A SAGA COMPLETA, é um lançamento da Pixel Media, com 132 páginas, totalmente em cores, no formato 17 x 24 cm, com capa cartonada e miolo em papel couché, pelo preço de R$ 16,90. A aventura é uma das primeiras criadas por Lee Falk, e foi lançada em forma de tiras de jornais de novembro de 1936 a abril de 1937. A arte é de Ray Moore. A edição da Pixel é muito bem acabada, e além de um preço bem em conta, o encadernado traz a história completa do personagem contra os Piratas do Céu (Sky Band, no original), aventura que ajudaria o Fantasma a ganhar fama e popularidade no fim da década de 1930.
Criado por Lee Falk em fevereiro de 1936, o Fantasma teve sua origem há mais de 400 anos, quando um único sobrevivente de um ataque dos temíveis piratas Singh chegou às praias da fictícia nação africana de Bangala. Sobre o crânio do assassino de seu pai, este sobrevivente jurou devotar sua vida ao combate à pirataria e qualquer outra forma de criminoso que vivesse sobre a terra, e que seus descendentes seguiriam seu caminho. Passando a trajar um uniforme roxo, o novo herói passava sua identidade para seu filho, e este para o seu filho, e assim por diante, criando o mito do Fantasma, o "Espírito-Que-Anda", o "Homem que não Morre". Nos dias atuais, o atual Fantasma é o 21° da linhagem, e leva adiante a luta contra o mal iniciada por seu antepassado. Nesta aventura, o herói combate a infame quadrilha dos Piratas do Céu, cuja principal particularidade é ser formada unicamente por belíssimas, mas terrivelmente mortais, mulheres. Lideradas pela Baronesa, o herói travará uma luta sem tréguas para desmantelar o grupo criminoso. Mas, ao mesmo tempo em que são terrivelmente implacáveis com seus inimigos, as integrantes dos Piratas do Céu ainda são mulheres, e quando elas acabam se apaixonando pelo Espírito-que-Anda, pode ser o passo em falso que arruinará toda a organização. Mas o reverso também pode ser perigoso, e as estonteantes Baronesa, e Sala, ao mesmo tempo em que se apaixonam pelo herói, também acabam mexendo fundo com os sentimentos do Fantasma, algo que também pode ser fatal para o vigilante mascarado.
Esta aventura foi tão popular, que cerca de 4 anos depois o Fantasma voltou a se defrontar com uma nova gangue das Piratas do Céu. E, quando o personagem fez parte do desenho animado dos Defensores da Terra, na década de 1980, ganhou uma aventura inspirada neste confronto, onde o Fantasma atual (da animação) relembrava a aventura de seu antepassado (da HQ), quando surgia uma nova versão dos Piratas do Céu atuando no mundo. No Brasil, sua primeira publicação foi ainda na década de 1930, nas edições 243 a 258 da Gazeta, e 12 a 28 de O Globo Juvenil, ambas em 1937. No mesmo ano, a aventura também ganharia uma publicação na Edição Maravilhosa do Correio Universal N°241A. Os leitores nacionais só teriam nova chance de rever a aventura quase 40 anos depois, em 1975, na edição Gibi Especial N° 2, da RGE - Rio Gráfica e Editora, que editava regularmente as aventuras do Fantasma. A editora L&PM republicaria a saga em 1987 em um álbum. Na década de 1990, a Editora Globo faria a última republicação da clássica aventura, em Gibi N° 1 - Fantasma.
A iniciativa da Pixel é muito bem-vinda, por trazer o Fantasma de volta às bancas, e ainda por cima em uma de suas mais antigas e famosas aventuras, criada e desenhada pela dupla que deu vida ao personagem. Esta foi praticamente a segunda aventura publicada com o personagem. A primeira, "A Irmandade Singh", deu início às aventuras do herói mascarado no início de 1936, tendo sido publicada em tiras de jornal de fevereiro a novembro daquele ano. O personagem já foi muito popular no Brasil, tendo sido publicado regularmente pela RGE, atual Editora Globo, de 1950 até a primeira metade da década de 1990, quando simplesmente cancelou toda a sua linha de quadrinhos - exceção às revistas de Mauricio de Sousa. De lá para cá, ganhou edições esporádicas pela Saber, Mythos, e Kalaco, que há pouco tempo atrás lançou um belo álbum reimprimindo o casamento do 21° Fantasma.
Ainda é cedo para dizer se esta edição irá reafirmar a presença do personagem nas bancas nacionais. A edição é muito bem-feita, e seu formato serve bem ao propósito de trazer uma aventura completa do personagem, de modo que o leitor não precise adquirir nenhuma outra edição para terminar de ler a história. Se o resultado das vendas for bom, é possível que saiam outras edições no mesmo estilo. Nos últimos tempos, a Pixel vem se esforçando em resgatar nas bancas nacionais personagens clássicos dos quadrinhos. Seu maior êxito até agora são as atuais publicações de Luluzinha e Bolinha, que já estão há 2 anos nas bancas. Mais recentemente, relançou nas bancas os personagens Recruta Zero e Popeye, em edições que trazem histórias de outros personagens. Mas nem todas as iniciativas da Pixel frutificaram: no último ano, pelo menos 3 novas revistas estreladas por velhos personagens clássicos, Riquinho, Gasparzinho, e Brasinha, acabaram lançadas e canceladas alguns meses depois, em virtude das baixas vendas. Esperemos que o Fantasma tenha melhor sorte nesta nova iniciativa da Pixel, e ao contrário das tentativas anteriores da Mythos, consiga voltar firme e permanecer nas bancas nacionais. Há toda uma leva de boas aventuras do herói, antigas e mais recentes, que merecem ser conhecidas pelos atuais leitores, para não falar dos antigos fãs de HQs também.

ITÁLIA CONQUISTA O WORLD COSPLAY SUMMIT 2013



                A Itália foi a vencedora da edição 2013 do World Cosplay Summit, o maior concurso de cosplay do mundo. No último dia 3 de agosto, em Nagoya, a dupla italiana formada por Andrea Vesnaver e Massimo Barbera venceram a final em disputa com as duplas de mais 19 países, em um total de 20 que estiveram na disputa do título deste ano, entre eles o Brasil. Com o resultado, a Itália torna-se, ao lado do nosso país, os maiores vencedores do WCS, com 3 vitórias cada na competição. O Japão, país anfitrião da final mundial, conta com duas vitórias, e a França, uma.
                O Brasil venceu a competição nos anos de 2006, 2008, e 2011. Além do título deste ano, a Itália já havia vencido o WCS em 2005 e 2010. a França obteve sua única vitória em 2007, e o Japão triunfou nos anos de 2009 e 2012. A dupla italiana foi campeã exibindo uma performance dos personagens da animação “Mazinkaiser: Shitou! Ankoku Dai Shogun“, série de super robôs de Go Nagai. Em segundo lugar ficou a dupla dos Estados Unidos, Cassandra May e Tiffany Tezna, representando personagens da série “Alice in the Country of Hearts“. Na terceira posição ficou a dupla da Tailândia, Chittaworn e Pongwat, com apresentação baseada no jogo “Metal Gear Rising: Revengeance“.
                A dupla brasileira, os irmãos Mônica e Mauricio Somenzari, fizeram a sua apresentação com personagens do jogo Final Fantasy XIV, e ficaram na 4ª posição. Foi a 3ª vez que a dupla representou o Brasil na final mundial em Nagoya, tendo se sagrado campeã em 2006 e 2011. Melhor sorte na próxima vez.

DEVIR TRAZ VOLUME 1 DE "IMPERDOÁVEL"



                No mundo dos quadrinhos, sempre vemos heróis poderosos enfrentarem ameaças e criminosos extremamente perigosos, sempre na luta para tornar o mundo um lugar melhor para todos, ou pelo menos, impedir que ele seja destruído. Mas, e o que acontece quando o maior herói do mundo acaba se tornando uma grande ameaça, e de paladino da justiça, acaba se tornando o maior vilão do planeta? Esta é a pergunta que se pode fazer da série IMPERDOÁVEL (Irredeemable, no original em inglês), e ver as consequências deste tipo de acontecimento. Quando o Plutoniano, que era o maior super-herói da Terra, aparentemente enlouquece e acaba se tornando o pior vilão de todo o planeta, apenas aqueles que eram os seus ex-aliados de combate ao crime têm uma chance de tentar deter a sua onda de violência. Mas, enquanto fogem da ira desenfreada daquele que é o ser mais poderoso e zangado do mundo, será que esses antigos companheiros conseguirão descobrir os segredos dele a tempo de conseguirem salvar não apenas a si mesmos, mas ao mundo que passou a ser ameaçado por quem mais o defendia? Ao mesmo tempo, é preciso achar respostas para uma série de perguntas: Como ele ficou assim? Que fim levaram a esperança e a promessa que outrora carregava consigo? O que pode acontecer com o mundo quando ele é traído pelo seu salvador? O que torna um herói IMPERDOÁVEL? E as coisas podem piorar quando as respostas podem ser ainda mais desalentadoras do que as perguntas.
                Publicada em 37 edições pela editora americana Boom! Studios em 37 edições entre 2009 e 2012, agora chega a vez dos leitores brasileiros terem a chance de conhecerem este conto apocalíptico de super-heróis criado e escrito por Mark Waid, que tem no currículo obras como o premiado "Reino do Aamanhã" (Kingdon Come) e "Empire". A arte é de Peter Krause, que trabalhou na série "Shazam!", da DC Comics. IMPERDOÁVEL - VOLUME 1, tem acabamento em brochura, laminação fosca com reserva de verniz e orelhas, com o miolo de 128 páginas coloridas em papel couché 90g, no formato 16,0 cm × 23,0 cm. O preço é de R$ 45,00. O volume reúne as primeiras 4 edições da série americana, e traz também várias capas alternativas, além de um postfácio especial escrito por Grant Morrison, um dos mais cultuados escritores de quadrinhos dos tempos atuais.
                Quando é comemorada este ano o aniversário de 75 anos da criação do Super-Homem (da DC Comics), a história mostrada nesta série que a Devir está trazendo ao mercado nacional não pode deixar de ser comparada com o que poderia acontecer se o Homem de Aço enlouquecesse e promovesse a destruição que sempre combateu. No fim, a pergunta que sempre poderia ser feita sobre um herói de tal magnitude é mais do que válida, e traz à tona um temor secreto que todas as pessoas deveriam ter: estaríamos realmente seguros se um super-herói superpoderoso, quase um deus, existisse e caminhasse entre nós?
É hora de ver o que acontece quando o maior de todos os heróis de mundo se torna o seu pior pesadelo. E este volume 1 é apenas o início da história. Esperemos que a Devir dê sequência à série mais à frente. Os leitores, claro, agradecem.

PANINI LANÇA EDIÇÃO DEFINITIVA DE "JUSTIÇA"



Quando o assunto é lançar uma edição "definitiva", a Panini Comics está mostrando que sabe não apenas apresentar uma edição de respeito no aspecto físico e de conteúdo, mas também que sabe escolher muito bem o material que merece ganhar este tipo de lançamento. E neste mês de agosto, a escolha da editora para a mais nova edição deste tipo de lançamento é JUSTIÇA, minissérie de 12 edições publicada entre 2005 e 2006 nos Estados Unidos, com roteiro de Jim Krueger, e arte de Alex Ross e Doug Braithwaite. Publicada aqui em 2007 pela própria Panini, a minissérie chega este mês às livrarias e gibiterias em uma luxuosa edição com quase 500 páginas, com direito a capa dura, com lombada quadrada, e miolo em papel couché. JUSTIÇA - EDIÇÃO DEFINITIVA, tem o formato 19,5 cm X 30 cm, e o preço, infelizmente, é bem salgado: R$ 110,00.
Nesta minissérie, Alex Ross e Jim Krueger praticamente prestam uma grande homenagem à velha série animada dos Superamigos, onde os heróis enfrentavam a Legião do Mal, repetindo o velho antagonismo exibido na animação, mas com uma abordagem bem mais séria e atual. Vários vilões do Universo DC começam a ter pesadelos recorrentes onde nosso planeta é destruído por um holocausto nuclear, ao qual os famosos "heróis" da Liga da Justiça não conseguem impedir. Acreditando que o excesso de confiança dos heróis e sua fé na humanidade será a ruína do mundo, os vilões decidem que só eles podem de fato salvar o planeta, e para isso, começam a praticar atos visando resolver os grandes dilemas do mundo, como a fome, por exemplo. Tais atitudes fazem a opinião pública começar a duvidar das reais intenções dos heróis, que nunca tentaram "resolver" os problemas básicos do mundo, e estes ficam com sua imagem comprometida perante o povo em geral. Os Maiores Heróis da Terra agora precisam responder a uma questão que nunca acharam que teriam de encarar: o que aconteceria se os mais temidos vilões do planeta resolvessem voltar seus esforços para melhorar o mundo?
Algo certamente está errado? Mas o quê? Os vilões estão de fato fazendo o bem, ou isso é mais um plano diabolicamente engendrado para conquistar o planeta e vencer definitivamente os heróis? Quando Aquaman é capturado e desaparece, os heróis se convencem de que existe algo mesmo de errado nisto tudo, mas os esforços de investigar os acontecimentos são mais complicados do que se imaginava, e quando se descobre a existência de um traidor dentro da própria Liga da Justiça, que acaba comprometendo as identidades secretas de todos os heróis, estes passam a ser implacavelmente atacados pelos vilões, que acreditam piamente ser este o melhor meio de "salvar" o mundo de seus pretensos "heróis".
Após a publicação original em minissérie de 12 edições, a DC Comics compilou Justiça (Justice, no original) em 3 edições, cada uma englobando 4 edições. E, em 2009, relançou a minissérie em Justice: Absolute Edition, que serve de base para a edição nacional. E a edição que a Panini está lançando, além de trazer a história na íntegra, ainda traz vários materiais "extras" totalmente inéditos, como posfácios dos autores, esboços dos desenhistas, além de reapresentar alguns materiais que já haviam sido lançados na publicação original da minissérie por aqui, como as fichas dos personagens centrais da história, que servem para situar o leitor não apenas sobre a posição de cada personagem em si, mas dar uma idéia mais abrangente da história em si, e de como é o relacionamento entre os heróis mais icônicos da DC Comics.
Além da boa e intrigante história, os maravilhosos desenhos com a arte pintada de Alex Ross fazem a alegria dos leitores de quadrinhos. Desde que apresentou a estonteante minissérie Marvels, na primeira metade da década de 1990, Alex Ross praticamente deixa o público leitor em estado de espera quando se envolve em um novo projeto de quadrinhos. E não é para menos: praticamente todos os seus trabalhos conseguem sair do tradicional lugar comum e oferecer uma visão diferenciada, com histórias que mostram pontos interessantes e por vezes, até inusitados. Em Marvels, seu primeiro projeto, era como o Universo dos heróis Marvel era "visto" pelas pessoas normais, que de repente, se viam às voltas com seres "maravilhosos", os super-heróis. Em Kingdon Come (O Reino do Amanhã, título nacional), víamos o que acontecia quando os heróis da DC em um futuro próximo passavam a exercer um radicalismo e autoritarismo crescentes na luta contra os vilões. E, nesta minissérie, o que aconteceria se os heróis da DC tivessem que enfrentar vilões fazendo o bem por todo o mundo, e resolvendo problemas que, em teoria, eles deveriam resolver? E fica a dúvida de quem está realmente do lado errado nesta história: os heróis, ou os vilões? Preocupados com o que pode desencadear o fim do planeta, os assim chamados "vilões" não poderiam estar de fato batalhando para salvar um mundo que também é deles? É uma dúvida que chega atingir os heróis em cheio e, por algum tempo, coloca até suas certezas e motivações em dúvida.
Sem dúvida, é mais um excelente lançamento da Panini, em que pese o alto valor da edição, que como de costume neste tipo de produto, infelizmente não conta com uma opção "econômica" que a torne acessível a um maior número de leitores. Certamente a edição vale a pena e merece constar na estante de todo leitor que goste de uma boa história em quadrinhos, seja ele de super-herói ou de boas histórias em geral apresentadas na arte sequencial. A editora multinacional italiana certamente marca mais um ponto com este belo lançamento no mercado nacional, que para ser melhor, só precisava mesmo ser mais acessível aos leitores brasileiros, que infelizmente não têm como gastar tanto em uma edição deste tipo.