quarta-feira, 27 de março de 2019

SALVAT CANCELA COLEÇÕES DE GRAPHIC NOVELS DA MARVEL


                Em agosto de 2013, o mercado nacional de quadrinhos sofreu um abalo poucas vezes imaginado até então. A Savat, uma editora que tinha como ponto forte lançar coleções de itens variados, resolveu apostar no mercado de quadrinhos, trazendo às bancas e livrarias a COLEÇÃO OFICIAL DE GRAPHICS MARVEL, que seria composto inicialmente de 60 edições com acabamento de primeira qualidade, capa dura, e publicação quinzenal. E o mais importante: por um preço que era, à epoca, bem mais acessível que as edições de luxo equivalentes publicada pela Panini Comics, casa oficial da Marvel em nosso país. Pode-se dizer que foi um verdadeiro estouro, a ponto de motivar empresas rivais, como a Eaglemoss e a Planeta DeAgostini a investirem no segmento, lançando coleções de quadrinhos em formato de luxo dos heróis da DC, e dos quadrinhos de Star Wars. E a própria Salvat, vendo o sucesso da empreitada, não tardou em lançar uma nova coleção, OS HERÓIS MAIS PODEROSOS DA MARVEL, outra coleção de Graphics estrelada pelos super-heróis da Marvel Comics, a exemplo da primeira, que ficou conhecida popularmente como coleção “Capa Preta”, enquanto esta nova virou a coleção “Capa Vermelha”.
                De lá para cá, foram inúmeras edições chegando regularmente às bancas e livrarias do país, em esquemas de distribuição diferenciados, e abrindo de vez o mercado de venda de quadrinhos de luxo para as livrarias, aumentando o leque de opções para os leitores adquirirem HQs em nosso país, até então mais centrado em bancas e comic shops. Mas veio a crise econômica, e com isso, o mercado de quadrinhos nacional, que mesmo nos tempos de bonança econômica tinha seus problemas, também sentiu seus efeitos, uma vez que boa parte do público leitor já não tinha como manter o mesmo nível de consumo de quadrinhos. Ou não?
                Por incrível que pareça, as coleção de Graphics resistiram, em meio aos trancos e barrancos do mercado de quadrinhos. A coleção Capa Preta, após atingir as 60 edições programadas, foi ampliada para 120, obviamente em razão dos bons números de venda até então. A coleção Capa Vermelha foi estendida de 60 para 100 números, mantendo o otimismo da operação. E a Salvat, confiando em manter o sucesso, lançou mais uma nova coleção, esta exclusiva do Homem-Aranha, da Marvel Comics. E não foi apenas essa: Tex, o ranger do velho oeste, carro-chefe das publicações da Mythos Editora, também ganhou uma coleção de Graphics nos mesmos moldes editoriais dos lançamentos das séries da Marvel. Apesar das dificuldades econômicas, que provocaram o desemprego de mais de 12 milhões de brasileiros, por incrível que pareça, o projeto editorial das graphics da Salvat conseguia ir bem, pois do contrário, não teria havido as ampliações das coleções, nem o lançamento de novas, se as vendas não justificassem o investimento.
                Com os sinais da economia parando de piorar, parecia que a tempestade estava passando, e pouco a pouco, os céus voltariam a brilhar, com melhores dias. Tanto que a Salvat chegou a anunciar o lançamento de uma coleção de Graphics dedicada a Conan, o Bárbaro, cuja fase de testes, procedimento comum ao lançamento de todas as coleções, ocorreu sem problemas. Mas quando ia ser lançada, esta coleção acabou sendo adiada de última hora. Embora a Salvat não tenha se pronunciado oficialmente sobre os motivos do atraso, as mudanças de propriedade de licença de quadrinhos envolvendo o personagem do guerreiro bárbaro, que voltava à Marvel depois de mais de uma década e meia, certamente contribuíram para complicar a situação. Para os leitores, o adiamento da coleção vinha em boa hora, pois a situação econômica continuava instável, e os gastos com quadrinhos permaneciam altos. Era mais do que prudente a Salvat apenas manter sua posição, pois o risco de saturar o mercado sempre existira, e nos últimos anos, estava mais alto do que nunca.
                E não era por menos: motivados pela concorrência das Graphics lançadas a rodo pela Salvat, e com a concorrência da Eaglemoss e da Planeta DeAgostini, Panini e Abril aumentaram significativamente seus lançamentos de luxo, a primeira reforçando seus títulos Marvel e DC, enquanto a Abril focava na linha Disney, com vários títulos a disputarem o bolso do leitor. O que os amantes de quadrinhos sempre quiseram virara realidade: inúmeros lançamentos com acabamento de luxo no mercado nacional, dos mais variados personagens, para delírio dos fãs. Tudo isso em um panorama de debilidade econômica patente que faria qualquer um temer pelo momento em que tudo implodisse, se os efeitos da crise econômica atingissem em cheio esse tipo de lançamentos.
                O primeiro sinal do desastre ocorreu em julho passado: a falência da Abril, a maior editora do país, que vinha sendo mal administrada já havia anos, motivou o cancelamento da linha de quadrinhos Disney, incluídas suas coleções e edições de luxo. Mas não ficou nisso: a Total Express, ex-Dinap, praticamente a única distribuidora de porte do país, foi igualmente afetada pelo entrada do grupo Abril em recuperação judicial, prejudicando inúmeros clientes. E entre eles, a Salvat, que tinha suas coleções distribuídas em bancas pela empresa do grupo Abril. A situação acarretou a suspensão dos lançamentos das novas edições das coleções em publicação pela Salvat, que ficaram fora das bancas do início de agosto até o inicio de dezembro, quando a situação começou a se normalizar.
                Numa jogada para tentar recuperar o tempo perdido pela paralisação da distribuição em bancas, a Salvat resolveu que ia fazer as coleções serem lançadas semanalmente nas bancas, o que foi considerado por muitos um erro crasso, já que isso demandaria gastos dobrados para o público leitor, que ainda não vivia um momento econômico melhor do que nos últimos anos propriamente. A Salvat até tentou voltar atrás na decisão, mas muitos leitores que já sentiam não ser mais possível manter os gastos com a coleção começaram a se avolumar, deixando de comprar por falta de dinheiro. Muitos já haviam desistido, até pelas expansões, que demandaram mais gastos para quem queria ter todos os números, e via o número de lançamentos ser estendido, a cada encerramento previsto inicialmente. Mesmo assim, parecia que as coisas haviam voltado ao normal, com os lançamentos voltando a chegar regularmente nas bancas. Mas o entusiasmo dos leitores, depois de mais de cinco anos de lançamentos neste esquema, já não era mais tão vigoroso quanto antes.
                E no último dia 20 desde mês de março, veio o comunicado oficial feito pela Salvat, anunciando o encerramento das coleções de Graphics da Marvel em publicação pela empresa. Os motivos, obviamente, eram o cenário econômico nacional, ainda muito ruim, e com perspectivas de melhora muito lentas, e ainda incertas, mas a empresa especificou as dificuldades no processo de distribuição ao longo de 2018, que culminaram em pausas nas entregas por alguns meses, e que nas palavras da Salvat, trouxe um impacto direto no planejamento editorial e logístico, a tal ponto que acabou por motivar as mudanças anunciadas, resultando no calcelamento das coleções.
                Com isso, a Marvel Capa Preta, que já estava em sua segunda expanção, prevista para ir até a edição150, só irá até a edição 135. Já a coleção Marvel Capa Vermelha terá sua expansão finalizada, na edição 100, a qual já está para ser lançada, sem ter uma nova expansão, como muitos imaginavam acontecer, a exemplo do que ocorreu antes. E a Coleção do Homem-Aranha também será descontinuada, sendo a edição 40 a última delas, sem atingir a meta original de 60 edições no projeto anunciado quando de seu lançamento. De acordo com a editora, todos os assinantes irão receber com o seu último pacote instruções para solucionar a pendência referente ao saldo financeiro da sua assinatura, e poderão entrar em contato com a central do assinante em caso de dúvidas referentes ao status do seu pacote.
                Muitos leitores ficaram indignados com o comunicado, cobrando melhor planejamento e profissionalismo por parte da Salvat, que em resposta oficial, apenas mencionava que não foi possível tomar outra decisão. Pelo tempo que as coleções duraram, e com tantos títulos sendo lançados no mercado, e com o cenário econômico brasileiro dos últimos anos, é praticamente um milagre tal situação ter se mantido até agora, para finalmente começar a desmoronar. Por mais erros que a editora tenha cometido, os lançamentos, até a paralisação da distribuição ocasionada pela quebra do Grupo Abril, vinham sendo cumpridos, e com aumentos até razoáveis, se comparados com os praticados pela concorrente Eaglemoss, que custam bem mais caros. Infelizmente, não dá para agradar a todos, e o principal erro da Salvat foi não ter sido mais prudente, em um momento difícil da economia nacional, mantendo um número de edições lançadas acima do que seria considerado prudente, apesar dos índices de vendas até aqueles momentos indicarem o contrário. O aumento da competição também ajudou a complicar a situação do mercado, que desde julho do ano passado se retraiu com a saída da Abril, e deve encolher ainda mais com o cancelamento das coleções publicadas pela Salvat.
                A editora ainda publica a coleção TEX GOLD, com previsão de 60 edições iniciais, e que está praticamente na metade, nos mesmos moldes das coleções de graphics da Marvel. Por enquanto, parece que essa coleção continuará sendo lançada, mas depois do ocorrido com as demais, até a conclusão desta coleção de Tex fica na berlinda se será feita ou não. Infelizmente, é uma perda para o mercado de quadrinhos, que talvez pudesse ter sido evitada com um pouco mais de moderação e prudência por parte da Salvat, que infelizmente não teve como contornar o estrago potencial causado pela paralisação da distribuição ocorrida no ano passado, que segundo eles, foi o motivo principal do colapso do projeto editorial.
                Para os leitores, fica a sensação ruim de ficarem com suas coleções incompletas, no caso da coleção do Homem-Aranha, e da coleção Capa Preta. Já para aqueles que compravam apenas ocasionalmente, de acordo com o material publicado, também fará falta na medida que histórias aguardadas não serão mais publicadas com o cancelamento das coleções. Para a Salvat, a prejuízo da perda da credibilidade junto ao público leitor, que pode comprometer futuras tentativas da editora de voltar à publicação de quadrinhos. Ao menos, a coleção Capa Vermelha deu sorte do momento coincidir com a conclusão de sua expansão, de modo que uma ampliação da mesma não virá. Uma pena, mas infelizmente, nem sempre as coisas dão certo. O projeto da Salvat foi muito bom quando lançado, mas infelizmente, a editora cai no pecado de causar saturação do mercado.

quarta-feira, 20 de março de 2019

MARVEL INICIA REPUBLICAÇÃO CLÁSSICA DE CONAN


                No início da década passada, a Marvel Comics surpreendeu seus leitores, quando não renovou o contrato de licença de direitos que lhe permitia produzir histórias em quadrinhos de Conan, o Bárbaro, personagem criado na literatura por Robert E. Howard. A editora de quadrinhos dos Estados Unidos havia lançado os quadrinhos do personagem em 1970, com o título “Conan The Barbarian” obtendo grande sucesso entre os leitores de quadrinhos, fazendo com que Conan ganhasse outras publicações pela “Casa das Idéias”, como “The Savage Sword of Conan”, que viria a ser o mais famoso deles por muitos anos. Mas, depois de mais de 30 anos publicando histórias do guerreiro cimeriano, a editora achou que Conan já não tinha mais o que render. A fama do personagem também já não era a mesma de antes, então optou por encerrar seus títulos. Coube à Dark Horse Comics adquirir a licença para produção de quadrinhos do personagem, e lançar novas aventuras, o que fez muito bem desde então, mostrando que o personagem ainda tinha fôlego para continuar sendo trabalhado.
                Tanto que, no início do ano passado, a Marvel anunciou que voltaria a trabalhar com o guerreiro bárbaro, recuperando a licença para produção de novas histórias em quadrinhos, então em poder da Dark Horse Comics. As novas histórias de Conan pela Marvel começaram a sair este ano, mas a editora já havia anunciado que os objetivos não seriam apenas de produzir novas aventuras, mas também de republicar todo o material clássico do personagem, desde sua primeira aparição em 1970. E esse momento chegou agora, com o lançamento de uma edição especial do personagem, que será a apenas a primeira de várias que a Marvel disponibilizará aos leitores, trazendo todo o material clássico de Conan, produzido pela própria Marvel há quase 50 anos. Parte deste material foi republicado pela própria Dark Horse durante o período em que deteve a licença de quadrinhos de Conan, e boa parte destas edições ainda está disponível no mercado estadunidense, seja na própria Dark Horse, em comic shops, e livrarias, mas a Marvel anunciou que iria remasterizar o material original para esta nova republicação, a fim de restaurar sua qualidade gráfica, e apresentá-lo completamente restaurado, como grande atrativo para motivar os fãs, novos e/ou antigos, a adquirem esta nova edição.
                THE SAVAGE SWORD OF CONAN: THE ORIGINAL MARVEL YEARS OMNIBUS – VOLUME 01 será uma edição em formato 19,82 cm x 28,85 cm, com capa dura inclusa, compilando as primeiras aventuras do guerreiro bárbaro no seu título mais famoso de publicação na Marvel. Serão nada menos do que 1.072 páginas, pelo preço de US$ 125, compilando as histórias de Conan publicadas em “Savage Tales” (1971) edições 1 a 5, e “The Savage Sword Of Conan (1974) edições 1 a 12 e “Special” (1975) edição 1. Por Crom! Este volume de estréia inaugura a linha Marvel de coleções definitivas de “Savage Sword of Conan” (A Espada Selvagem de Conan). Depois do grande sucesso das histórias em quadrinhos coloridas de Conan, a Marvel trouxe a lendária saga de espada e feitiçaria do herói de Robert E. Howard à sua linha de revistas em novíssimas aventuras em preto e branco. Em aventuras de longa duração ilustradas com todo o drama, violência e sedução que o meio de histórias em quadrinhos pode oferecer, com os talentos de equipes criativas de primeiro nível, como o escritor Roy Thomas e os maiores artistas da Marvel na época criam uma série de clássicos Conan como "Red Nails" de Barry Windsor-Smith, "Black Colossus" de John Buscema, "A Witch Shall Be Born", apresentando a infame Árvore da Morte, são apenas o começo da longa saga de aventuras do guerreiro da Ciméria! Tudo capitaneado pelos talentos de seus times criativos originais, com histórias que até hoje são lembradas pelos fãs.
                No Brasil, Conan estreou pela editora Minami & Cunha em 1972, que publicou 3 edições. Posteriormente, o guerreiro bárbaro teve três outras edições lançadas pela editora Roval em 1973. Em 1976, ele teve seis edições publicadas pela Bloch, retornando depois no mix da revista Heróis da TV, já na Editora Abril, onde ganharia várias publicações, até 2001, quando a editora encerrou a publicação do personagem. Foi na Abril que Conan teve pela primeira vez as histórias publicadas que são agora reunidas nesta edição Omnibus que a Marvel está lançando.
                A partir de 2002, Conan passou a ser publicado pela Mythos Editora, que manteve um título regular do personagem até 2010, passando a investir dali em diante apenas em edições especiais do herói, além de edições de luxo, como Conan Edição Histórica, que republicava histórias clássicas do personagem. Com o retorno do personagem à Marvel, o novo acordo da Conan Properties com a editora dos Estados Unidos garante o direito de publicação do personagem às editoras que já trabalham com material da Marvel, no caso do Brasil, a Panini Comics.
                Consultada, a Mythos informou recentemente que iria pausar suas publicações de Conan, as quais continuariam sendo vendidas enquanto houvesse estoque dos títulos lançados. A editora Salvat, que vem publicando várias coleções de Graphics de heróis da Marvel, chegou a anunciar o lançamento de uma coleção dedicada a Conan, e chegou a publicar 4 edições na fase de testes, inclusive anunciando opção de assinatura para a coleção, que acabou sendo adiada perto de seu lançamento, onde republicariam toda a fase clássica das aventuras de Conan desde 1970. A Salvat não se pronunciou oficialmente sobre o status atual deste projeto, se foi apenas suspenso, ou cancelado, mas com o recente comunicado cancelando suas coleções da Marvel em andamento, fica claro que a prometida coleção de Conan também não mais sairá.
                A Panini, editora Marvel no Brasil, por enquanto ainda não anunciou o lançamento dos novos materiais de Conan lançados pela Marvel este ano, nem se lançará por aqui o conteúdo destas edições Omnibus da Marvel. Para os fãs de Conan, é preciso lembrar que esta edição que está saindo nos Estados Unidos é apenas o primeiro volume da coleção, que pretende republicar toda a fase clássica do guerreiro cimeriano.

NOVO CROSS-OVER REÚNE TRANSFORMERS E OS CAÇA-FANTASMAS


                A onda dos cross-overs continua a toda no mercado de quadrinhos dos Estados Unidos. Nunca tantos projetos foram desenvolvidos e lançados na terra do Tio Sam, envolvendo tantas editoras e tantos personagens, nos mais variados encontros já imaginados, dos mais lógicos e óbvios, até os mais loucos e completamente improváveis, para delírio dos leitores de quadrinhos como um todo, e para os fãs dos personagens envolvidos. E para o próximo mês de junho, mais um novo e inusitado projeto chegará às comic shops estadunidenses, através da IDW Publishing, juntando os mais afamados caçadores de fantasmas, espectros e quaisquer outras entidades sobrenaturais aos sofisticados habitantes de um mundo alienígena chamado Cybertron.
                TRANSFORMERS/GHOSTBUSTERS será uma minissérie mensal em 5 edições, e trará o mais novo encontro de ambos os grupos, que mal saíram de alguns cross-overs recentes, e já estão embarcando em um outro, completamente inédito. O anúncio foi feito pela IDW neste mês de fevereiro. No primeiro capítulo do enredo “Ghost of Cybertron” (Fantasma de Cybertron), os valentes transformers conhecidos como Autobots, tendo escapado da guerra que destruiu seu planeta natal, Cybertron, acabam traçando o rastreio de um sinal de características cibertrônicas perdido até o planeta Terra. Investigar a fonte desse sinal neste outro mundo trará os conhecidos robôs que mudam de forma até a grande metrópole de Nova Iorque, onde eles acabarão cara a cara com os renomados profissionais de investigação e eliminação de entidades de natureza paranormal: Peter Venkman, Egon Spengler, Ray Stantz e Winston Zeddmore! Os Caça-Fantasmas estarão nesta investigação também, e irão se surpreender com o que encontrarão pela frente. E olha que, quando você lida com todo tipo de entidade sobrenatural, tendo sorte de sair vivo em algumas ocasiões, não é fácil você se surpreender com alguma coisa.
                "Se você estiver incomodado com ruídos estranhos no meio da noite, ou se você ou alguém da sua família já viu um Decepticon no seu porão ou no sótão, não espere mais um minuto: esta é a série de cross-over recomendada para você" diz Michael Kelly, vice-presidente de publicações globais da Hasbro, detentora dos direitos dos Transformers, que não esconde o entusiasmo com esta nova minissérie.
                Escrita e ilustrada pela equipe de criadores da série dos Caça-Fantasmas Erik Burnham (roteiro), Dan Schoening e Luis Antonio Delgado (arte), Transformers/Ghostbusters vão abranger cinco edições, com direito a capas variantes no primeiro número abordando os talentos artísticos de Dan Schoening, Andrew Griffith, Thomas Deer, Paulina Ganucheau, Nick Roche, e Alex Milne, com várias opções para os fãs de ambos os grupos.
                "Os Caça-Fantasmas compartilharam um longo e bem-sucedido relacionamento com a IDW Publishing", diz Jamie Stevens, vice-presidente executivo de produtos de consumo mundial da Sony Pictures Entertainment. "Estamos felizes em continuar nossas aventuras de quadrinhos dos Caça-Fantasmas ao lado da Hasbro e sua incrível marca Transformers com este cross-over único celebrando nossos aniversários compartilhados de 35 anos."
                A equipe de três décadas e meia de formação se conectará diretamente ao lançamento anunciado dos brinquedos, apresentando aparições do novo personagem Transformer, ECTOTRON, além de algumas outras surpresas neste cross-over que ainda serão reveladas, e que certamente causarão histeria em massa em ambos os fandoms.
                "1984 foi um ano de mudanças sísmicas para o mundo do entretenimento, o ano em que lançaram os Transformers e os Caça-Fantasmas", diz John Barber, editor-chefe da IDW. “Naquela época, o pequeno John Barber estava lá para ver Transformers e com um pouco de medo dos Caça-Fantasmas - mas agora eu sou um pouco mais corajoso e mal posso esperar para ver estes dois mundos se chocarem. Sério, é incrível pensar que esses conjuntos de personagens seriam mais vivos e relevantes agora em 2019 do que nunca ... E estarão se unindo de uma maneira sem precedentes aqui na IDW!”, completa.
                “Que excitação! Eu trabalho com a IDW há 11 anos e já trabalhei em praticamente todas as propriedades com as quais cresci. O que eu ainda estava sonhando em fazer parte era justamente Transformers, e para fazer isso agora combinado com o meu time favorito, os Caça-Fantasmas, era tudo que eu poderia querer. Além disso, eu já sabia que Erik Burnham viria com uma maneira fantástica de juntar os dois (já fiz isso uma vez com as Tartarugas Ninjas), então eu mal podia esperar para ler a história”, confessa Luís Antonio Delgado, um dos artistas do projeto, que admitiu ter sido um grande desafio ilustrar esta minissérie: “Quando se trata dos Caça-Fantasmas, eu conheço os caras e seus equipamentos melhor do que eu jamais imaginei que faria, mas os robôs de Transformers são uma história diferente - existem tantos e são tão complexos que é um pouco assustador. Dan Schoening é o verdadeiro gênio por trás de toda a arte, não apenas no lápis, ele fez toda a pesquisa para que pudesse ser fiel aos personagens e teve a gentileza de compartilhar essa pesquisa. Então, depois de algumas tentativas, consegui acertar todos os recursos dos robôs e agora tenho vários arquivos prontos para quando eu tiver que trabalhar neles”, completa. “Esteja pronto para uma história que você nunca pensou ser possível, participe da festa e aproveite o passeio. Eu prometo que vai valer a pena. Trabalhar nestes projetos me faz sentir animado a cada dia. Eu não tenho apenas sorte em fazer este trabalho, eu tenho ainda mais sorte de poder fazer isso com uma propriedade que eu amava desde que eu era criança e com a melhor equipe do mundo. Eu gosto de trabalhar em cada novo fantasma, cada nova história e cada novo desafio. Além disso, tentando mantê-lo fresco e novo depois de tantos problemas, é o que o torna excitante”, finaliza, a respeito do que é trabalhar como desenhista nas aventuras dos Caça-Fantasmas.
Dan Schoening, o outro artista responsável pelos desenhos da série, também revela sua excitação, e ansiedades com o desenvolvimento do projeto: “Com exceção de alguns esboços para diversão, esta será minha primeira vez lidando com os personagens de Transformers. Sendo uma criança dos anos 1980, meu coração sempre volta para a série animada que começou em 84 e no filme de 1986. Para o crossover, vou manter a aparência dos Autobots e Decepticons dentro daquela estética estabelecida. Tê-los no estilo animado também combina muito bem com o estilo visual que criamos para os Ghostbusters nos últimos 8 anos.” Dan revelou que ficou surpreso com o projeto, e que nunca pensou que teria a oportunidade de desenhar os dois grupos, além de trabalhar com a equipe criativa da série dos Caça-Fantasmas. E quando questionado sobre qual seria o seu caça-fantasma favorito, escolheu Ray Stantz. Já no lado dos transformers, seu personagem favorito seria o Miragem, seguido pelo Perceptor
                Erik Brunham, responsável pelos roteiros, garante que a série terá muita aventura e diversão, e com os momentos de humor devidamente encaixados nos momentos e personagens corretos dentro da trama. Ele declarou seu amor pelos personagens, e só não revelou mais detalhes da história porque a Hasbro mandaria seus ninjas silencia-lo (risos). A série ainda mostrará o novo personagem Ecotron, que será nada menos que um novo Autobot cuja forma transformer será o ECTO-1, o carro de serviço dos Caça-Fantasmas, cuja origem será mostrada na história, e com o brinquedo do personagem sendo lançado pela Hasbro, como parte da promoção do cross-over.
                Nas artes já divulgadas da história, dá para ver um encontro deveras inusitado, entre os Decepticons, e Gozer, o demônio que quase acabou com os Caça-Fantasmas no filme original de 1984, em um palco que os fãs não terão nenhuma dificuldade em reconhecer. Que consequências terão uma possível aliança entre Megatron e seus Decepticons com o nefasto demônio dimensional, e como os Caça-Fantasmas e os Autobots irão lidar com isso, e superar esta situação? A resposta chegará em junho. Preparem seus feixes de protóns e fiquem prontos para transformar e rodar!
                Entre os encontros inusitados que ambos os grupos participaram nos últimos tempos, os Caça-Fantasmas encontraram-se com as Tartarugas Ninjas. Já os Transformers acabaram de participar de um cross-over com a tripulação clássica da série animada de Jornada nas Estrelas, ambos inéditos no Brasil. Veremos agora como eles se sairão nesta nova aventura conjunta, que colocará ambos os grupos em situações completamente inesperadas.
Infelizmente, apesar da fama de ambos os grupos de personagens, não há nenhuma garantia de que este material seja lançado no Brasil. Transformers já teve séries de quadrinhos em nosso país, com o material publicado pela Marvel lançados nos anos 1980 pela RGE/Editora Globo, e na década passada, pelas editoras Panini e OnLine, com material inédito produzido pela extinta editora Dreamwave, além de quadrinhos produzidos como prévias dos acontecimentos do primeiro longa-metragem de cinema conduzido por Michael Bay, inclusive com a republicação de algumas histórias do período da Marvel. Mas de lá para cá, nada mais foi lançado, mesmo com o sucesso dos filmes de cinema dirigidos por Michael Bay. Nem mesmo o cross-over dos robôs de Cybertron com o maior grupo de super-heróis da Marvel, os Vingadores, chegou a ser lançado por aqui. Já os Caça-Fantasmas tiveram menos sorte ainda, pois nunca tiveram suas aventuras em quadrinhos lançadas por aqui, por nenhuma editora, com exceção de uma história publicada junto com o álbum de figurinhas da série animada lançada nos anos 1980, que fez grande sucesso na época, exibida pela TV Globo, que também exibiu a série animada original de Transformers.