quinta-feira, 29 de junho de 2017

TIO PATINHAS GANHA EDIÇÃO ESPECIAL DE 70 ANOS



                A Editora Abril continua caprichando em suas edições especiais dedicadas aos quadrinhos Disney, e neste fim de junho, está lançando mais uma, dedicada especialmente ao Tio Patinhas, personagem que está completando nada menos do que 70 anos de sua primeira aparição. TIO PATINHAS – 70 ANOS, é uma edição no formato 16,1 x 23,7 cm, com lombada quadrada, capa dura, e miolo em papel couché, com cerca de 400 páginas, que está chegando às bancas e livrarias, pelo preço de R$ 69,90, e traz uma seleção de histórias escolhidas a dedo em ordem cronológica, mostrando as mais variadas aventuras do pato mais rico do mundo e de Patópolis.
                São nada menos do que 25 histórias, concebidas pelos mais variados artistas e desenhistas, entre os quais Tony Strobl, Daan Jippes, Giogio Cavazzano, Carlo Panaro, Marco Rota, Lars Jensen, Romano Scarpa, além dos brasileiros Ivan Saidenberg, Irineu Soares Rodrigues, entre muitos outros. E, claro, não poderiam faltar Carl Barks, o criador do Tio Patinhas, e seu mais reconhecido “sucessor”, Keno Don Rosa. Uma seleção de aventuras feita por Paulo Maffia, editor dos quadrinhos Disney na Abril, e por Edenilson Rodrigues e Rivaldo Ribeiro, do site Planeta Gibi (www.planetagibi.com.br), pra fã nenhum do quaquilionário pato botar defeito.
                A edição ainda é recheada de diversos textos informativos sobre o Tio Patinhas, explicando a origem do personagem, as inspirações para a sua criação, como sua personalidade evoluiu, o sucesso editorial que se tornou ao longo dos anos, entre muitas outros detalhes e curiosidades. Um prato cheio para qualquer amante dos quadrinhos, dissecando a trajetória deste personagem ao longo das últimas sete décadas.
                Entre as histórias que compõem esta edição especial não poderia faltar “Natal nas Montanhas”, publicada originalmente em dezembro de 1947, e que é considerada oficialmente a estréia do personagem. Entre as demais aventuras, temos “Em Busca do Ouro”, considerada por muitos a melhor história Disney já produzida nas HQs, e “Uma Pedra no Caminho”, que serve de sequência aos eventos daquela história. Outras histórias mostram a estréia de Brigite, “namorada” que pretende levar Patinhas para o altar, uma aventura da série Ducktales, outra com o pessoal na redação da “A Patada”, com sobras para o antológico Pena Kid, e pelo menos duas histórias completamente inéditas, para deleite dos fãs e leitores brasileiros.
                Estreando na história “Natal nas Montanhas”, publicada na edição Nº 178 da revista Four Color Comics, da Dell Comics, em dezembro de 1947, o personagem, criado por Carl Barks tendo como inspiração básica o personagem Ebenezer Scrooge da história “Um Conto de Natal”, do escritor Charls Dickens (tanto que seu nome original em inglês é Scrooge McDuck), era para ter uma aparição única nos quadrinhos. Tanto que o tio Patinhas da primeira história possui até um visual diferente do que seria visto depois, e era tremendamente mal-humorado, ranzinza, e avarento, tal qual o personagem ganacioso de Dickens, inclusive detestando a comemoração do Natal, a ponto de aprontar uma com Donald e seus sobrinhos, apenas para se divertir e espantar o tédio que o assolava em sua rica mansão. Deveria ser assim, mas Carl Barks viu que o personagem podia ser aproveitado em outras histórias, e logo, cerca de seis meses depois, surgia “O Segredo do Castelo”, onde o Tio Patinhas já era mostrado muito mais cordial e sem se mostrar tão avarento e ganancioso, vivendo uma aventura empolgante e até arrepiante ao lado de Donald e seus sobrinhos, sendo considerada até hoje uma das histórias mais clássicas do personagem.
                Para os leitores brasileiros, esta aventura foi também a estréia do Tio Patinhas nas publicações Disney nacionais, já que a história foi publicada logo na primeira edição da revista “O Pato Donald”, ainda que em parte, em 1950, o primeiro título Disney, e a primeira revista publicada pela então recém-fundada Editora Abril. A história seria concluída na edição 3 da revista, terminando, por assim dizer, de apresentar ao público leitor nacional aquele que viria a ser o pato mais rico do mundo. Carl Barks já dava um grande passo nesta aventura ao definir o personagem, contando parte de suas origens na Escócia, bem como de sua família, durante a busca de um tesouro escondido por um de seus antepassados no castelo ancestral do clã. O visual do personagem também já era diferente, mais próximo do que conhecemos hoje. Curiosamente, em sua primeira aventura em nosso país, o nome completo do personagem foi apresentado como Patinhas McAnjo. Só mais tarde a adaptação do nome seria mudada para Patinhas McPatinhas (embora a adaptação e tradução mais correta, para alguns, seria Patinhas McPato).
                Como Carl Barks previra, sua criação mostrou ser mesmo uma mão na roda para estrelar outras aventuras, a ponto de ele ganhar suas próprias histórias, tornando-se o personagem principal, e não um coadjuvante. E o sucesso do Tio Patinhas nunca mais parou de crescer, surpreendendo até mesmo seu criador, que a princípio não achava que ele tivesse potencial para tanto. No Brasil, o sucesso se repetiu, e em 1963, a Abril lançaria o Almanaque Tio Patinhas, que se tornaria também um sucesso no rol de publicações de quadrinhos Disney da editora, sendo publicado até hoje, agora apenas com o título “Tio Patinhas”, encontrando-se já neste mês de junho de 2017 na sua 625ª edição.
                Ao longo destes 70 anos, as histórias do Tio Patinhas já foram desenvolvidas sob as mais variáveis matizes, com o pato mostrando suas complexas facetas, sendo ora ganancioso (e até um pouco vilão nas tramas), avarento ao extremo, simpático, ranzinza, aventureiro, empreendedor, um pato de família, etc. De longe, as grandes aventuras pelo mundo inteiro são as mais lembradas, mas mesmo em Patópolis, o quaquilionário, já elevado à categoria de pato mais rico do mundo, não tem um minuto de sossego. Quando não está enxotando picaretas que querem dinheiro emprestado, ele precisa defender sua imensa caixa-forte, onde guarda seu rico dinheirinho, das investidas incasáveis dos Irmãos Metralhas, os mais notórios bandidos da cidade, que decidiram fazer de seu objetivo de vida assaltar o velho muquirana... Afinal, por que se contentarem em roubar galinhas, joalherias, bancos, ou lojas, quando uma montanha de três acres cúbicos de dinheiro está à vista? Para azar deles, o Tio Patinhas defende suas posses com mais vigor e determinação do que eles imaginavam, e seu bacamarte está sempre à mão para mandar uma carga dolorosa de sal grosso nos bandidos, nunca estando desabastecido de munição. E como desgraça pouca é bobagem, o pato muquirana ainda precisa proteger-se dos ataques da bruxa Maga Patalógica, que deseja roubar sua moedinha Nº 1, e usá-la para fazer um amuleto que a tornará a mais rica e poderosa feiticeira do mundo. E para isso, ele precisa estar sempre atento às tramóias da bruxa, sozinho, ou na companhia de Donald e seus sobrinhos. E, quando não são os Metralhas ou a Maga, são as disputas do mundo dos negócios, especialmente com seus arquirrivais Pão-Duro McMônei, ou John Pacatôncio, que não desistem de sobrepujar o melho pato no mundo econômico, e tirar dele o título de pato mais rico do mundo. Mas, como o Tio Patinhas sempre diz, ele ficou rico sendo mais esperto que os espertos, e mais durão do que os durões, e está sempre pronto para sobrepujar as armadilhas arrumadas por seus adversários, sejam elas quais forem, e sair-se vitorioso no final. Afora isso, Patinhas está sempre ocupado com outros afazeres, sendo visitando a Vovó Donalda em seu tranquilo sítio, metendo bronca no Gastão por ele não trabalhar, confiando sempre em sua sorte absurda, conduzindo o jornal “A Patada”, entre outras peripécias. A lista é imensa. Haja fôlego para dar conta de tudo. E haja disposição dos leitores para conseguir acompanhar tantas histórias e aventuras com o mesmo vigor que o personagem demonstra, mesmo após 70 anos de sua primeira aparição numa história em quadrinhos.
                Apesar do sucesso, nos desenhos animados, Patinhas só foi ter mesmo o devido destaque com o lançamento da série Ducktales, em 1987, sendo praticamente a estrela da série, protagonizando diversas aventuras inspiradas diretamente nas aventuras clássicas criadas por Carl Barks. Sua primeira aparição em animação foi na abertura do Clube do Mickey, mais foi só uma mera aparição na abertura. Em 1967, ele estrelou “A História do Dinheiro”, sendo apenas uma produção em meio a tantas outras da Dsiney. Nos anos 1980, entretanto, sua sorte começava a mudar: ele participou da animação “A Canção de Natal do Mickey”, interpretando o personagem no qual foi inspirado, Ebenezer Scrooge, na adaptação do conto escrito por Charles Dickens. E, pouco antes de Ducktales estrear na TV americana, Tio Patinhas também participaria de uma animação do Pateta, intitulada “Louco por Futebol”, onde também veríamos pela primeira vez os Irmãos Metralhas, seus mais fidagais inimigos, em um desenho animado.
                O personagem ganharia ainda a maior de todas as histórias já desenvolvidas nosso quadrinhos da Disney, na década de 1990, pelas mãos de Keno Don Rosa, o mais famoso desenhista das aventuras da Família Pato depois de Carl Barks. Entre 1992 e 1994, ele produziu para a editora européia Egmont, que publicava HQs Disney no Velho Continente, a história completa do Tio Patinhas, em 12 capítulos, mostrando desde a sua infância, até logo após os eventos passados na primeira aparição do personagem, em 1947. Extremamente rica e detalhada, a “Saga do Tio Patinhas” ganhou o prêmio Eisner, o oscar os quadrinhos, em 1995, como melhor história seriada. Don Rosa ainda deixaria a obra mais completa ao produzir, entre 1996 e 2006, capítulos “extras” da história, revelando novos acontecimentos na vida do pato escocês que deixou sua terra muito cedo na vida para tentar a sorte mundo afora, até se tornar o pato mais rico do mundo. Esta história já foi publicada pela Editora Abril algumas vezes, sendo que da última vez, em 2015, a fez numa belíssima edição de luxo, com capa dura, e quase 400 páginas, o que demonstra a popularidade da história, e principalmente de seu protagonista, que novamente volta a ganhar uma edição tão bela quanto aquela, comemorando seus 70 anos de incríveis histórias, das simples comédias de hábitos do dia-a-dia, às mais tresloucadas, imponentes e épicas aventuras pelo mundo afora, seja procurando tesouros, mistérios, realizando disputas financeiras com seus rivais, duelando com seus inimigos, etc. E, acima de tudo, divertindo todos os seus leitores.
                Uma edição certamente imperdível para os fãs do pato quaquilionário, e um investimento dos mais compensadores para qualquer fã de quadrinhos. Mais uma excelente jogada da Editora Abril, que vem caprichando como nunca no lançamento destas edições especiais.

domingo, 18 de junho de 2017

IDW LANÇA NOVO CROSS-OVER COM HERÓIS DA HASBRO



                Depois de lançar o primeiro grande evento no ano passado unindo em uma grande aventura seus títulos de heróis licenciados pela Hasbro, eis que a IDW Publishing lançará agora em agosto, mais um grande evento unindo novamente parte destes personagens, na minissérie FIRST STRIKE, em seis edições, com a missão de impedir uma tragédia de proporções monumentais que pode atingir não apenas nosso planeta, mas também o mundo natal dos Transformers, Cybertron.
                Neste mês, a editora lança um preview da minissérie, intitulada First Strike # 0 (Edição 0), com acontecimentos que conduzirão ao início da saga. Os roteiros são de Mairghread Scott e David Rodriguez, com arte de Max Dunbar. Esta edição, assim como as demais da minissérie, terão 32 páginas, com preço de US$ 3,99 cada número. Cada edição, claro, terá suas opções de capas variantes, ao gosto do leitor. Mas os eventos não ficarão restritos somente às edições da minissérie: eles se estenderão também pelos títulos de linha dos personagens na editora, que ganharão edições especiais dedicadas ao megaevento, com numeração própria, inclusive. A editora confirmou desdobramentos com edições para as séries M.A.S.K., Transformers, Optimus Prime, Rom, Micronautas e, obviamente, GI Joe. A minissérie principal terá periodicidade quinzenal, saindo duas edições por mês.
                O mote do evento é a raça mecânica alienígena dos Transformers, existente há milhões de anos em um mundo distante chamado Cybertron, onde as duas facções existentes naquele mundo entraram em um conflito desencadeado pelos Decepcticons, com o objetivo de conquista e poder. Uma guerra que acabou chegando também à Terra, nosso planeta, que acabou envolvido neste conflito. Os Transformers são uma raça alienígena antiga, poderosa, que tem lutado consigo mesma por milhões de anos, em uma guerra que trouxe morte e destruição para todos os planetas que acabaram envolvidos. E agora, os Transformers anexaram a Terra ao seu império galáctico. A história nos diz que isso pode ser um grande problema. O que pode ser feito para salvar um planeta inteiro nesta situação? Que sacrifícios devem ser feitos para salvar a toda a humanidade? Como você pode destruir todos os Transformers? Quem ou o quê pode realizar tal coisa? Pois é com esta premissa que a IDW dá a largada para o evento do ano de seus personagens da Hasbro! Uma nova era de paz está começando quando a Terra está para se juntar formalmente ao Conselho Cibertroniano dos Mundos. Mas há pessoas que tem outros planos para tal evento que deveria ser saudado por todos como uma grande oportunidade para a humanidade se desenvolver e ganhar inclusive acesso às estrelas. Quando o Baron Ironblood se junta a Destro, Storm Shadow e outros vilões nefastos em um ataque terrorista altamente explosivo contra a cidade de Iacon, em Cybertron, tudo vira de cabeça para baixo! À medida que o caos se apodera do planeta dos Transformers, Scarlett e o resto da equipe GI Joe na Terra terão de correr contra o tempo para descobrir o verdadeiro propósito por trás deste ataque antes que ambos os mundos entrem numa guerra que pode ter consequências devastadoras para nosso planeta, sem mencionar que Cybertron também não sairia ileso deste confronto. Do lado dos Transformers, caberá a Optimus Prime e aos Autobots empreenderem esforços para descobrir como tal ataque foi possível, e evitar que o iminente confronto com a Terra desencadeie uma guerra de proporções imprevisíveis. E não é por que os humanos possam ser inferiores aos Transformers que eles não podem causar uma devastação imprevisível neste confronto de forças, por mais desequilibrado que ele possa parecer à primeira vista.
                Tudo só fica ainda mais complicado quando Scarlett finalmente consegue descobrir a verdade por trás do plano de Baron Ironblood, que envolve destruir completamente toda a vida em Cybertron. Mas, com seu time encalhado na Terra, sem meios de chegar a Cybertron e impedir que o conflito aumente cada vez mais, ela deve se voltar para um aliado altamente improvável para ajudá-la a alcançar o planeta sitiado. Ninguém menos do que Soundwave, um dos Decepticons! Mas a equipe GI Joe também terá o auxílio do pessoal do M.A.S.K. para tentar chegar à solução do problema, que ficará mais complicado a cada momento, com o envolvimento de muito mais personagens que, em tese, não deveriam estar envolvidos nisso, mas não só estarão, como deixarão tudo bem difícil de ser resolvido.
                Para Mairghread Scott, co-roteirista da minissérie, o conceito central da aventura é duplo, ao afirmar que tanto a IDW quanto a Hasbro queriam muito ver a equipe GI Joe em Cybertron: “Esta é uma luta tão grande que arrastará todas as outras marcas da Hasbro para ela, e essa idéia é super-divertida!”, declarou, afirmando que as duas franquias, GI Joe e Transformers,  têm uma longa história juntos e é definitivamente algo que estava muito interessado em explorar. E, como se desgraça pouca fosse bobagem, o que acontece quando Scarlett, a líder do GI Joe, descobre que seu próprio mentor, Joe Colton, parece estar envolvido nestes acontecimentos, e altamente inclinado a arrastar a Terra para uma guerra interplanetária? Por que ele está fazendo isso, e qual sua motivação para tanto?
                De acordo com David Rodriguez, o outro co-roteirista de First Strike, Colton não é um supervilão com um plano grandioso ou caricato. Ele é metódico, tático e incrivelmente perigoso. Ele teria passado anos planejando e montando a execução desta missão. E Scarlett sabe que Colton não teria puxado o gatilho, a menos que ele soubesse ter um argumento razoável para ter feito isso. E embora os Transformers pensem que os humanos representam pouca ou nenhuma ameaça para o Cybertron, a realidade é que todo o planeta está em perigo muito real e imediato. E poderão descobrir que subestimar os humanos pode ser altamente imprudente.
                O projeto de First Strike começou a ser discutido em janeiro pela editora americana, que logo começou a selecionar o time criativo que cuidaria da aventura. David Rodriguez sintetiza o momento: “Começamos neste projeto em janeiro. Foi aí que aconteceram todas as apresentações e as primeiras discussões sobre os eventos naturais que surgiriam a partir de ‘Revolutions’, e a indicação da Terra para o Conselho. É um grande projeto e há muitas partes móveis para se gerenciar, muitos personagens e motivações em jogo. Mas todos tiveram uma atitude muito acolhedora e colaborativa. Houve um grande feedback e assistência de todas as equipes tanto da Hasbro quanto da IDW, e eles foram excelentes para se trabalhar.” O artista ainda explica quais foram os maiores desafios que enfrentou ao trabalhar em First Strike, ao afirmar que teria que fazer referência a todas essas partes móveis envolvidas, e com dezenas de personagens envolvidos nesta história, seria necessário ter certeza de que sua participação fizesse sentido, bem como se certificar de que seu desenvolvimento fosse bem acompanhado, desde o final de “Revolutions”, até os eventos que desembocaram em “First Strike”. Felizmente, informa Rodriguez, os editores foram rápidos em responder qualquer dúvida que pudessem ter a respeito. E David Rodriguez é um dos profissionais mais indicados para o time criativo, por ter uma experiência de uma década e meia trabalhando com personagens daHasbro como designer e escritor de jogos de videogames.
                Rodriguez ainda enfatiza que “era importante para nós que todos os vilões envolvidos nesta história tivessem um motivo claro para participar desta operação. Sabíamos o que eles tinham que ganhar com isso, por que estavam assumindo um risco tão grande e quais habilidades e recursos trouxeram à mesa. Seu objetivo pode parecer impossível, mas trata-se de um grupo de indivíduos que colocaram anos de pensamento e esforço em um plano que consiste unicamente em derrubar os Transformers. O que é aterrador é que eles realmente têm o que é preciso para realizar isso”.
                A direção da IDW aponta “First Strike” como o desdobramento óbvio dos acontecimentos ocorridos em “Revolution”, e de como a união de tantos personagens e sua exposição ao mundo trouxe consequências benéficas de um lado, e tremendamente negativas, de outro. Infelizmente, para os fãs brasileiros destes personagens, a possibilidade deste material chegar por aqui é praticamente nula. Mesmo em seus bons tempos de popularidade, Transformers e GI Joe nunca conseguiram emplacar seus quadrinhos por aqui por muito tempo. A RGE (e posteriormente, Editora Globo), lançou séries próprias de ambos os grupos, mas que duraram muito pouco. A Editora Abril chegou a publicar também os quadrinhos de GI Joe, mas também não foi muito longe. E, mais recentemente, até mesmo a Panini não mostrou interesse em publicar o cross-over entre os Transformers e os Vingadores, dando mostras de que os leitores nacionais, infelizmente, não poderão almejar esperanças de ver este material ser lançado por aqui, a exemplo do cross-over Revolution, lançado no ano passado. Só resta mesmo é ficar com inveja dos leitores americanos, que poderão apreciar esta aventura conjunta de alguns dos mais populares heróis da Hasbro, que ficaram muito conhecidos em nosso país pelas versões animadas exibidas nos anos 1980.

MORREU ADAM WEST, O BATMAN DA SÉRIE DOS ANOS 1960



                Santas más notícias! Faleceu no último dia 9, em Los Angeles, na Califórnia, Estados Unidos, aos 88 anos, William West Anderson, mais conhecido como Adam West, que ficou imortalizado por interpretar o super-herói Batman no seriado produzido há 50 anos atrás pela Fox, e que fez fama no mundo inteiro. O ator faleceu devido a uma leucemia, doença descoberta há pouco tempo. O comunicado da morte foi feito através de uma nota no Twiter oficial do ator.
                Nascido em Walla Walla, Washington, Estados Unidos, em 19 de setembro de 1928, aos 10 anos de idade, já colecionava quadrinhos, e um dos personagens que mais o impressionou foi justamente Batman, o Homem-Morcego criado por Bob Kane. Na segunda metade dos anos 1950, ele fez suas primeiras aparições como ator em filmes e seriados, participando de várias produções, algumas não creditadas. No início dos anos 1960, ele assumiu o nome artístico de Adam West, e seguia sua vida, aparecendo em filmes e séries variadas, entre elas, Bonanza, Perry Mason, O Homem do Rifle, A Feiticeira, Gunsmoke, Laramie, etc. Apesar de já ser um rosto conhecido no meio, o sucesso ainda não havia surgido de fato em sua carreira, até então marcada somente por aparições secundárias em filmes, e participações esporádicas em episódios de seriados. Mas tudo mudaria quando ele acabou selecionado pela Fox para interpretar Batman no novo seriado para TV que estavam produzindo.
                De fato, Batman, quando estreou em 1966, foi um verdadeiro estouro de audiência, desencadeando a primeira onda da Batmania pelo mundo afora, com o seriado produzido sob o comando de William Dozier fazendo sucesso estrondoso onde quer que fosse exibido. De ator de fama apenas mediana, Adam West e seu parceiro de tela na série, Burt Ward, tornaram-se astros de fama mundial. Apresentando um humor “camp”, o seriado mostrava um Batman bem-humorado, dando lições de moral, e com diversas situações estapafúrdicas e até hilárias, como as santas exclamações de Robin, o Menino Prodígio, as lutas com as onomatopéias invadindo a cena, e a extensa galeria de vilões interpretados por alguns dos mais proeminentes artistas da época, sempre prontos a aplicar um plano sinistro para conquistar Gotham City e o mundo, e tendo seus planos desbaratados pela Dupla Dinâmica. Foram três temporadas de aventuras com um humor pastelão e por vezes insano, com um total de 120 episódios, mais um filme para cinema, que conquistou a audiência nas emissoras em que foi exibida, mas que teve seu esgotamento durante a terceira temporada, quando a Fox decidiu não renovar a produção da série. Outra emissora até tentou comprar a produção para mantê-la no ar, mas a Fox já havia desmantelado os cenários, e os pretendentes não quiseram reconstruir tudo de novo. Assim, terminou a fase mais áurea da carreira de Adam West, que nunca mais brilharia da mesma maneira como nos três anos em que vestiu a máscara do Cruzado Embuçado.
                Pior: a imagem de West ficou extremamente vinculada à do Homem-Morcego, e isso prejudicou seriamente o desenvolvimento posterior de sua carreira artística. Durante o final dos anos 1960 e toda a década de 1970, foram poucos os filmes em que o ator participou, tendo tido um pouco mais de sorte como ator convidado em episódios de seriados variados, como Big Valey, entre outros. West retornaria ao papel de Batman, agora como dublador, na série de desenhos animados produzidos pela Filmation,e em algumas produções posteriores. Curiosamente, o ator recusou-se a interpretar o personagem James Bond, após ter sido convidado pelo produtor Albert Broccoli para o fazer o ppapel de 007 no filme “Os Diamantes São Eternos”. Em sua autobiografia, lançada muitos anos depois, o ator explicou que recusou o papel porque acreditava que James Bond deveria sempre ser feito por um ator britânico. Com sua recusa, Broccoli teve de convencer Sean Connery a retornar ao papel do agente secreto, sendo substituído nos filmes posteriores por Roger Moore. Muitos consideram que, ao recusar interpretar Bond, Adam West perdeu a chance de sua vida de se desvincular da imagem do Batman do seriado de TV, além da oportunidade de fazer sucesso em uma franquia cinematográfica de sucesso.
                Do fim do seriado de TV, até início dos anos 1970, Adam West ganhou a vida fazendo aparições vestido como Batman, aproveitando a imagem construída junto à série, enquanto não conseguia oportunidades melhores de trabalho. Em 1979, Adam West, ao lado de Burt Ward, vestiu novamente o uniforme do Homem-Morcego em um especial para TV, intitulado Legends of The Superheroes, composto de dois episódios, ao lado de outros atores interpretando vários heróis da DC Comics. Nas décadas seguintes, o ator ainda participou de alguns filmes e seriados, conseguindo alguns papéis aqui e ali. Em 1994, lançou sua autobiografia, intitulada “De Volta à Batcaverna”, sendo que em 2003, ele estrelou, ao lado de Burt Ward, o filme “Return to the Batcave: The Misadventures of Adam and Burt”, ao lado de Frank Gorshin, Julie Newmar e Lee Meriwether, que também haviam participado da série de TV.
                Ao longo dos últimos vinte anos, Adam West aproveitou sua fama como ídolo da cultura pop para aparecer como ele mesmo em diversas produções, fossem no cinema ou na TV, além de investir no papel de dublador, tendo participado de diversas séries animadas, como Batman: The Animated Series, Os Simpsons, Johnny Bravo, Contos da Crypta, Rugrats, Scooby-Doo, Frango Robô, etc. Em 2012, ele enfim ganhou sua estrela na Calçada da Fama em Hollywood, e no ano passado, voltou a reprisar o papel de Batman, dublando o personagem no longa animado “O Retorno da Dupla Dinâmica”, produzido no mesmo estilo da série de TV dos anos 1960. Em 2016, na comemoração dos 200 episódios da série The Big Bang Theory, os personagens lembraram dos 50 anos da série de TV do Batman, com direito à presença de Adam West no episódio, para delírio dos fãs da comunidade nerd. O sucesso da produção da Fox se faz sentir até hoje, cada vez que a série é reprisada na TV, tendo sido lançada há pouco tempo no mercado de vídeo dos Estados Unidos em Blu-Ray e DVD (e no Brasil apenas em DVD), além de ter ganhado série de quadrinhos pela DC Comics recentemente.
                Na vida real, Adam West foi casado três vezes. Seu primeiro casamento foi com Billie Lou Yeager, em 1950, de quem se divorciou em 1956. Ele casou-se com uma dançarina chamada Frisbie Dawson, com quem teve um casal de filhos, vindo a separarem-se em 1962. Em 1971 ele casou novamente, agora com Marcelle Tagand Lear, com quem teve mais dois filhos, e que esteve ao seu lado até sua morte. No Twiter, sua família expressou a perda do ator, e do seu legado de uma carreira de praticamente 60 anos no meio artístico: "Nosso amado Adam West morreu na última noite. Ele era grandioso. Sentiremos uma incrível falta dele. Nós sabemos que vocês sentirão sua falta também. Nosso pai sempre se viu como um Cavaleiro Brilhante e buscava trazer um impacto positivo aos fãs. Ele era e sempre será nosso herói."
                De fato, para muitos, até hoje, a imagem de Adam West como Batman é mais icônica do que a de qualquer outro de seus intérpretes nos filmes do cinema, mesmo os mais bem sucedidos, como a trilogia conduzida por Christopher Nolam, com Christian Bale no papel do Cavaleiro das Trevas. Por mais ingênua e escrachada que a série possa parecer hoje, ela marcou toda uma geração, e seu intérprete. Descanse em paz, Adam West. Sua memória será eterna na mente e no coração dos fãs pelo mundo inteiro...