sábado, 12 de julho de 2014

COMANDOS EM AÇÃO GANHAM NOVA SÉRIE PELA IDW



                Uma das séries de quadrinhos e desenhos animados mais famosos dos anos 1980, Comandos em Ação (G.I. Joe, no original) vai ganhar uma nova série de longa duração em setembro, nas mãos da IDW Publishing, atual editora de quadrinhos dos personagens, e promete colocar o famoso grupo militar antiterrorista americano de pernas para o ar. Entre as novidades do novo título está no anúncio de que a nova série terá uma mulher como roteirista, situação praticamente incomum para o título, apesar das várias séries que já teve desde sua primeira publicação, ainda nos anos 1980, pela Marvel Comics. As histórias ficarão a cargo de Karen Travis, que tem no currículo histórias criadas para as séries "Star Wars," "Gears of War", e "Halo". Os desenhos da série ficarão a cargo de Steve Kurth. O título será mensal, com 32 páginas, e preço de US$ 3,99, e a primeira edição da nova série terá 3 opções de capas.
                "Ficção militar é minha praia, e G.I. Joe é um ícone cultural genuíno. Como eu poderia recusar?", declarou Travis, sobre o convite da editora para que assumisse a criação das aventuras do novo título do supergrupo militar antiterrorista americano, que desde a primeira aventura de quadrinhos nos anos 1980, enfrenta as forças maléficas da organização terrorista Cobra. "Há uma grande possibilidade de explorar as histórias, e estou gostando muito disso", completa. A nova série se passará 5 anos após os eventos finais do título anterior, e o primeiro arco de histórias será centrado na "queda" da equipe G.I. Joe. Afinal, para que manter um supertime militar antiterrorista se não há mais ninguém para enfrentar? A organização Cobra, por incrível que pareça, converteu-se numa força internacional mantenedora da paz, e o restante do time G.I. Joe, liderado agora por Scarlett, tem de lidar com a nova situação política, e ela não é nem um pouco agradável, uma vez que se o Cobra aparentemente não é mais uma ameaça, isso não garante que o mundo esteja mais seguro do que antes, muito pelo contrário.
                "Há um forte tema geopolítico e diplomático que permeia a série, mas como acontece com todas as minhas coisas, ele é visto a partir da perspectiva dos indivíduos, e de como o conflito irá afetá-los pessoalmente", diz Traviss. "As maiores batalhas da história da humanidade sempre foram vistas através dos olhos de quem está na linha de frente, e isso é, por definição, uma visão muito focada, e que vai variar de indivíduo para indivíduo." Os demais membros da equipe, como Flint, Mainframe, Roadblock e outros, estão lutando por suas vidas, mas o pior é não saberem mais onde está realmente o inimigo, e a maior ameaça à eles poderá estar em seu próprio lado. E Scarlett, como líder do grupo, vai ter de encarar esta ameaça da melhor forma possível, e de uma maneira que ela não está acostumada a lutar, como nas frentes de combate. E velhos personagens conhecidos estarão em posições diferentes do que todos imaginavam, tornando a compreensão da situação e seu grau de perigo mais complicados de serem determinados.
                Tendo atuado nas forças militares inglesas, Travis tem uma visão mais acurada do ambiente militar. "Karen vive e respira o mundo dos homens e mulheres de uniforme", declara o editor John Barber. "Ela respeita o uniforme e entende a realidade da vida militar", completa. Para Traviss, a sociedade hoje em dia não tem mais a mesma estreita ligação e simpatia com os militares que havia antigamente, quando as crianças adoravam ganhar os seus primeiros brinquedos das figuras de ação dos G.I. Joes. Ela quer dar aos soldados a chance de se manifestarem, pois eles fazem um trabalho excepcionalmente duro, por vezes indesejável, mas necessário, e a sociedade lhes deve muito por isso. E ela espera ajudar a pagar essa dívida para com os soldados escrevendo esta nova série de G.I. Joe.
                Entre os trunfos que pretende colocar na história está o retorno de alguns personagens do universo dos Joes que há muito tempo andavam sumidos, além de introduzir um personagem com uma temática e motivação mais ambígua. Ela afirma que pretende dar um ar mais "cinza" aos personagens, e não rotulá-los simplesmente como "heróis" e "vilões", e tem planos de mostrar como a velha dicotomia Joes/Cobras podem ser trabalhados de uma forma mais funcional e crível, como um drama real. E, do mesmo modo, mostrar como a nova visão sobre a organização Cobra, que agora age em nome da paz, terá uma explicação e motivação lógica e envolvente, fazendo muito sentido. Mas velhos rótulos e preconceitos ainda são difíceis de se livrar, e esse será um desafio, tanto para os leitores, quanto para os personagens.
                No Brasil, a série G.I. Joe fez muito sucesso quando foi exibida na TV Globo nos anos 1980, com o nome "Comandos em Ação", sendo reprisada por vários anos. Nos quadrinhos, entretanto, a série não teve muita sorte. A Editora Globo lançou pouco mais de 10 edições da série ainda nos anos 1980, antes de cancelar a publicação, procedimento que também haviam feito com os quadrinhos de Transformers, sendo que já haviam até planos de publicar a minissérie onde ambos os grupos de personagens se encontravam. Nos anos 1990, a Editora Abril chegou a lançar aventuras mais recentes, mas o título também não durou muito, sendo também cancelado. Tanto a Abril quanto a Globo publicaram histórias da primeira edição, produzida pela Marvel Comics, que descontinuou a série nos Estados Unidos em meados da década de 1990. A série ficou um bom tempo longe dos quadrinhos, até ser retomada, sendo atualmente a IDW a editora com os direitos de produzir novas histórias, tendo até lançado um título continuando a série interrompida pela Marvel. Mas todo o material recente produzido com os personagens continua praticamente inédito no Brasil, para tristeza dos fãs, situação que não parece propensa a mudar no momento.

TIRAS DE JORNAL DA MULHER-MARAVILHA GANHAM COLETÂNEA



                Um dos personagens da trindade clássica da DC Comics, a Mulher-Maravilha, vai ganhar em agosto uma reedição de suas aventuras publicadas em tiras de jornal. A empreitada é uma parceria entre a DC Comics, proprietária da personagem, e a IDW Publishing.
            WONDER WOMAN - THE COMPLETE NEWSPAPER STRIP 1943-1944, terá 196 páginas, no formato 28 cm x 21,60 cm, com capa dura, ao preço de US$ 49,99, e faz parte da coleção "Library of American Comics", com reimpressões de materiais clássicos dos quadrinhos, sendo que a IDW lançou até o presente momento 4 volumes com personagens da DC, resgatando as tiras de jornal estreladas pelo Super-Homem (dois deles com aventuras publicadas nas tiras de 1959 a 1963, na Era de Prata; e um volume compilando as tiras dominicais lançadas entre 1943 e 1946), e Batman (1 volume com tiras dominicais de 1966 a 1967). A arte da capa é de Pete Poplaski, e traz junto à heroína e seu amor e parceiro de aventuras Steve Trevor os rostos da dupla criativa responsável pelas histórias.
                Ao contrário do Homem de Aço, que teve um grande número de tiras publicadas ao longo das décadas, a Mulher-Maravilha teve uma vida curta nas tiras de jornais, de modo que este volume que está sendo lançado traz praticamente todas elas, que foram publicadas entre 1° de maio de 1943 a 1° de dezembro de 1944. Os roteiros são de William Moulton Marston, criador da super-heroína; com arte de Harry G. Peters. A personagem havia estreado na edição N° 8 de All-Star Comics, lançada em dezembro de 1941, e foi a primeira super-heroína da então editora National Comics, atual DC, que já tinha lançado com sucesso vários outros super-heróis, entre eles o Super-Homem, Batman, Lanterna Verde, entre outros. A produção foi levada a cabo, na época, pela King Features Syndicate, e contar com os mesmos artistas que cuidavam das aventuras da Princesa Amazona nas revistas de linha da National garantia a fidelidade das aventuras lançadas nas tiras.
                Contratado pela editora no início da década de 1940, William Marston queria criar um novo herói que não vencesse pela violência, mas pelo amor, e que espalhasse o ideal da paz. Por sugestão de sua esposa, o novo herói virou heroína, e assim surgiu a Mulher-Maravilha. Oriunda da Ilha Paraíso, onde as mulheres Amazonas imortais governam sem a presença de homens, que são proibidos na ilha, Diana é a filha da Rainha Hypólita, e vê sua vida mudar com a chegada de Steve Trevor, um piloto americano que, ferido em combate, acaba caindo na ilha, situada em algum ponto desconhecido no Oceano Atlântico próximo ao Caribe. Incumbida de levar Trevor de volta ao continente, Diana também recebe a missão de tornar-se uma embaixadora da paz e fraternidade para tentar ajudar a acabar com o conflito que eclodia no mundo, a Segunda Guerra Mundial, e para isso, adota a identidade de Mulher-Maravilha, e também adota uma identidade secreta, Diana Prince, estando sempre pronta para enfrentar o perigo onde quer que ela esteja.
                Nos anos 1970, a personagem ganhou um seriado de TV estrelado por Lynda Carter, cuja primeira temporada reproduziu com boa fidelidade o ambiente de aventuras dos primeiros anos de existência da personagem, na época da Segunda Guerra, enfrentando principalmente as forças nazistas ao lado de Steve Trevor. As temporadas seguintes trouxeram a heroína para o presente dos dias da época, vivendo agora aventuras ao lado do filho de Steve Trevor. Desde sua criação, a personagem já passou por várias reformulações e visuais nos quadrinhos, tornando-se ao lado do Batman e do Super-Homem, a trindade principal de personagens do Universo DC.
                O lançamento da edição da IDW é muito oportuna não apenas para os fãs da personagem, mas para os fãs de quadrinhos em geral, pois resgata um material da Era de Ouro que desde sua publicação original, em 1943 e 1944, nunca foi republicado, ao contrário do que aconteceu com as tiras de Batman e Super-Homem, que tiveram relançamentos de tempos em tempos. As tiras recontam a origem da Princesa Amazona, seu encontro com Steve Trevor, e sua ida para os Estados Unidos e se tornando uma heroína patriótica no combate ao crime e à ameaça nazista, ao mesmo tempo em que inicia um romance com Steve Trevor. Uma pena que, por enquanto, nenhuma editora brasileira mostre interesse em lançar este material clássico, mas com alguns lançamentos do gênero de outros personagens que saem ocasionalmente por aqui, quem sabe ainda haja chances?

sábado, 5 de julho de 2014

TÚNEL DO TEMPO - AGOSTO DE 1996 - II



            Na última sessão "Túnel do Tempo", trouxe a matéria que escrevi em agosto de 1996 enfocando o fenômeno das revistas informativas no Brasil que teve início em dezembro de 1994 com o lançamento da revista HERÓI, cujo sucesso motivou o lançamento de inúmeras outras publicações, para alegria dos fãs de quadrinhos, animes, desenhos animados, seriados, filmes, etc. Mesmo assim, o público leitor ainda ansiava por ver em nosso mercado uma publicação informativa como as que existiam nos Estados Unidos, que deixavam todos os títulos do gênero lançados por aqui parecendo suplementos de revista, e não uma revista propriamente dita, possuindo estrutura e número de páginas muito superior, com cobertura a fundo dos principais momentos e acontecimentos vividos pelo setor. Em agosto daquele ano, os brasileiros enfim teriam a satisfação de ver uma publicação nacional com a qualidade que tanto invejava nos títulos do mercado estadunidense: a Editora Globo, como parte de uma estratégia para reforçar sua participação no mercado de quadrinhos nacional, lançava a edição nacional da WIZARD, considerada à época uma das mais conceituadas revistas informativas do setor de quadrinhos dos Estados Unidos, já conhecida por parte dos leitores nacionais que tinham chance de comprar as edições importadas, à venda nas bancas de determinadas cidades de grande porte. Fiquem agora com o texto que escrevi na época noticiando o lançamento da Wizard nacional, e boa leitura a todos...


A MÁGICA DOS HERÓIS

Chega ao Brasil a mais conceituada revista sobre quadrinhos e tudo ligado ao gênero publicada nos Estados Unidos.

Adriano de Avance Moreno

Capa da edição americana da revista WIZARD: a mais conceituada publicação sobre quadrinhos e tudo ligado ao gênero do mercado estadunidense. E que agora chega ao Brasil.
            Os amantes do gênero super-heróis e quadrinhos em geral que se preparem. Acaba de chegar ao mercado brasileiro a melhor revista especializada sobre o gênero editada nos Estados Unidos: a WIZARD (Magia, em inglês). O lançamento é da Editora Globo, e a edição de estréia já está nas bancas nacionais.
            Em um mercado forte como o americano, tudo o que acontece na indústria dos quadrinhos é devidamente noticiado por publicações especializadas sobre o gênero. É o caso da revista Wizard, que tem como slogan oficial "The Guide to Comics" ("O Guia dos Quadrinhos", em português). É, de fato, a mais conceituada revista do meio, onde também são publicadas inúmeras outras revistas similares, como a Combo, Comics Scene, Advance Comics, entre inúmeras outras.
            Recentemente, o mercado brasileiro viu o surgimento de revistas nacionais destinadas à divulgação das produções de super-heróis e tudo relacionado ao setor, como animação, filmes, quadrinhos, etc (revistas Herói, Animação, Animax, Comics Generation, etc.). Todas publicações de editoras menores do mercado, mas que mostraram existir no Brasil um vasto público em potencial para este tipo de publicação.
            Desde o início do ano já se falava que a revista Wizard teria uma versão nacional, que a princípio seria publicada pela Best News. As negociações, entretanto, não correram bem, mas a Editora Globo, vendo a chance de disputar o novo filão de mercado criado pelas revistas nacionais, aproveitando a estréia dos títulos que licenciou da Image Comics, decidiu entrar na briga, e o resultado está nas bancas.
            A edição nacional é impecável, seguindo o mesmo padrão gráfico da edição original americana. A única diferença mais notada é no número de páginas: enquanto a edição americana tem mais de 200 páginas, a versão nacional tem apenas 100. Mas há uma boa explicação para isso: a edição dos Estados Unidos possui a cotação do mercado de números atrasados das publicações de quadrinhos, onde ao contrário do que ocorre no Brasil, edições antigas valorizam-se com o passar do tempo, dependendo da edição e título, algumas mais, outras menos. Só esta seção tem cerca de 70 páginas completas, o que já explica boa parte da diferença de páginas entre a edição brasileira e a americana.
Capa da edição N° 1 da versão brasileira da WIZARD: estrutura e qualidade da publicação são totalmente fiéis às das edições originais americanas.
            Outro detalhe importante é que a edição americana tem inúmeras páginas de propaganda de quadrinhos das mais diversas editoras do gênero nos EUA, que claramente não seriam utilizados aqui. Por isso, a edição nacional tem o mérito de ser mais "enxuta" do que a original americana.
            Segundo Leandro Luigi Del Manto, editor responsável pela edição nacional da Wizard, a cotação de quadrinhos de revistas brasileiras poderá vir a fazer parte da revista em breve. É só o tempo de se formar um padrão de valor exclusivo para o mercado brasileiro, pois o americano não serve como parâmetro.
            Com este lançamento, a Editora Globo promete causar um rebuliço geral no mercado de revistas especializadas do gênero. A qualidade da nova publicação é excelente, não apenas no visual, extremamente fiel à versão americana, mas também na qualidade das matérias apresentadas, todas de alto nível. E, como não poderia deixar de ser, a revista trará também matérias de produção exclusivamente nacional, focando acontecimentos do mercado de quadrinhos brasileiro, que apesar de não ser tão forte e importante como o americano, tem lá seus momentos que merecem ser devidamente acompanhados e noticiados. Cerca de dois terços da revista deverá trazer matérias traduzidas da versão americana, ficando o restante ocupado por reportagens e textos sobre o mercado brasileiro. Um exemplo é a matéria assinada por ninguém menos do que Mauricio de Sousa contando aos leitores toda a história da criação de seus personagens e de seu estúdio, matéria exclusiva da edição brasileira. Outro material nacional é a seção "Agenda", que traz a divulgação de eventos nacionais ligados ao gênero dos quadrinhos.
            Para completar, a edição de estréia ainda tem uma capa exclusiva produzida por Rogério Cruz, que já desenhou até os X-Men para a Marvel Comics, e que atualmente está desenhando para a editora de Rob Liefeld, a Maximum Press. Além da capa dupla, o leitor também ganha um adesivo da revista para colar onde quiser.

Matéria sobre a minissérie ZERO HORA: reportagem completa sobre os bastidores da história. A qualidade das matérias é de alto nível na WIZARD.

ESTRUTURA DA REVISTA

            Em suas 100 páginas mensais, a Wizard brasileira terá seções fixas, intercaladas com reportagens sobre tudo o que se refere ao gênero dos quadrinhos, sejam super-heróis, infantis, e similares. Entre as seções fixas, temos:
# PALAVRAS MÁGICAS: Seção de cartas para correspondência dos leitores.
# WIZARD NEWS: Um informativo rápido e geral do que anda acontecendo no mundo dos quadrinhos.
# POR DENTRO: Seção onde serão mostrados os bastidores de qualquer assunto importante no gênero dos quadrinhos e similares.
# FANZINE: Indicação de fanzines, publicações amadoras de quadrinhos, de todos os gostos para os leitores.
# CALENDÁRIO: Quaisquer datas importantes relativas ao mês na indústria dos quadrinhos e seus profissionais.
# Q.I.H.Q. : Se você é fera dos quadrinhos, teste seus conhecimentos neste questionário de Quociente de Inteligência de História em Quadrinhos.
# AGENDA: Todos os eventos relacionados ao gênero dos quadrinhos em território brasileiro, mais endereços de gibitecas por todo o país.
# PISTAS DO MÊS: Um resumo geral do que está acontecendo em todas as revistas em quadrinhos editadas no mercado nacional.
# OS 10 MELHORES QUADRINHOS: Cotação das melhores edições, nacionais ou estrangeiras, de um momento recente.
# GUIA DE PREÇOS DOS QUADRINHOS: Cotação de vários títulos importantes na história dos quadrinhos americanos de curiosidade geral.
# VOCÊ MANDA! : Aqui o leitor faz suas opiniões sobre a revista.
# PERFIL: Importantes nomes ligados ao mundo dos quadrinhos relatam sua experiência no setor.
# CURSO DE IMPACTO: Greg Capullo ensina noções de desenho e quadrinhos para os leitores.
# VIDEOTECA: Matérias rápidas sobre filmes relacionados ao gênero dos quadrinhos.
# START GAME: Dicas de lançamento de games.
# ANTENA LIGADA: Notícias de última hora sobre cinema, TV, quadrinhos e animação.
# FALA, JOTA! : Comentários de Jotapê sobre os quadrinhos.
# MAURICIO: Coluna de Mauricio de Sousa, o mais bem-sucedido desenhista nacional de quadrinhos.
            Além de todas estas seções e colunas mensais, há o espaço das matérias especiais. Neste Nº 01, o destaque vai para as reportagens sobre a nova megassaga DC em publicação no Brasil, ZERO HORA; há também os bastidores do conceituado seriado ARQUIVO X; a estréia dos super-heróis da Image Comics no Brasil; a produção do novo desenho animado do Homem-Aranha; os quadrinhos que viraram filmes; além, claro, de entrevistas exclusivas com dois nomes de peso da indústria dos comics de super-heróis americanos: Marc Silvestri, atualmente um dos desenhistas mais conceituados dos EUA; e Stan Lee, que literalmente dispensa apresentações. E a edição ainda traz a cotação dos melhores desenhistas e roteiristas americanos do momento.
            E tudo isso por um preço bem razoável: R$ 4,90. Nem os mais exigentes leitores de quadrinhos poderão reclamar. Se você ainda não é um adepto do gênero dos quadrinhos, em especial das histórias de super-heróis, esta é a hora certa para conhecer este mundo. Basta ir até a banca mais próxima e adquirir a nova publicação. E para quem já é um fâ inveterado do gênero, é a hora de conhecer uma das melhores publicações sobre esta área da indústria do entretenimento existente em todo o mundo.
 
Cotação dos melhores desenhistas e roteiristas de quadrinhos, segundo votação feita pelos próprios leitores da edição americana. Seção também estará presente na edição brasileira.
ATUALIZANDO: Diz o ditado que "tudo que é bom dura pouco", e infelizmente no caso da edição nacional da Wizard publicada pela Editora Globo, isso acabou sendo verdade. Após 15 edições, a revista acabou cancelada pela editora, sem direito nem mesmo a um comunicado de despedida ao público leitor, que só foi saber mesmo que a revista não era mais lançada quando não mais a encontrou nas bancas nos meses seguintes. Segundo Leandro Luigi Del Manto, editor da publicação na época, embora as vendas da Wizard nacional fossem boas, elas não eram suficientes para manter a publicação dentro do esquema de custos da editora, pelo que então a Globo optou por encerrar o título. "A equipe era muito unida e divertida. Havia um ótimo clima de companheirismo entre nós.", afirma Del Manto, sobre o time de profissionais que cuidava da produção da revista na Globo. A Wizard ainda ganharia mais duas versões nacionais posteriormente: primeiro pela editora Hangar 18, que durou apenas um número; e por último pela Panini Comics, que lançou a revista como um título misto de gibi/revista informativa, buscando tornar a publicação mais atraente. Infelizmente, a edição da Panini também foi cancelada, após 53 edições. Mas a primeira edição, lançada pela Globo, ainda é considerada a melhor de todas em termos de qualidade, tanto gráfica quanto de matérias publicadas, e deixou muitas saudades, sendo lembrada com carinho até hoje por muitos fãs da arte sequencial e da cultura pop.



segunda-feira, 23 de junho de 2014

EPISÓDIO DE JORNADA GANHA QUADRINIZAÇÃO DO ROTEIRO ORIGINAL ESCRITO PARA A SÉRIE DE TV



                Série de TV mais famosa da história, Jornada nas Estrelas está completando nada menos do que 50 anos de existência. Embora a série tenha estreado oficialmente apenas em 1966 na TV americana, é do ano de 1964 a produção de seu primeiro episódio-piloto, intitulado "The Cage" (A Gaiola, em português), que foi produzido e apresentado apenas aos executivos do estúdio Paramount, que o acharam complicado demais para o público, e exigiram a produção de outro piloto com uma nova história mais simples para que a série pudesse enfim ser aprovada para estrear na TV americana. Criada por Gene Roddenberry, a série original de Jornada durou 3 temporadas, e marcou época por discutir temas delicados escapando da rígida censura em vigor na TV dos Estados Unidos, e a qualidade de suas histórias de ficção científica conquistaram fãs no mundo inteiro. Após o cancelamento da série original, essa popularidade continuou crescendo, com o surgimento de vários fã-clubes, a ponto da série ir parar no cinema, com o lançamento de vários filmes, e ganhar novas produções na TV nos anos 1980, 1990, e 2000, para então retornar novamente aos cinemas, com dois filmes de uma nova releitura das aventuras da série clássica dos anos 1960. E é sobre um dos episódios desta produção de quase 5 décadas atrás que a IDW lançou este mês sua mais nova minissérie de Jornada nas Estrelas em quadrinhos.
                STAR TREK: HARLAN ELLISON'S THE CITY ON THE EDGE OF FOREVER - THE ORIGINAL TELEPLAY será uma minissérie composta de 5 edições mensais, ao preço de US$ 3,99 cada uma. "The City on the Edge of Forever", cujo título em português é "A Cidade à Beira da Eternidade" é considerado o melhor episódio da série original de Jornada, tendo ganho o Prêmio Hugo de ficção científica, além do Writers Guild of America’s Award. Na trama, após sofrer um surto psicótico devido a uma overdose acidental de um medicamento, um alucinado doutor McCoy acaba se teleportando para um planeta desabitado que a tripulação da Enterprise preparava-se para explorar. Seguindo o amigo até a superfície do planeta, para contê-lo e tratá-lo da overdose, Kirk, Spock e mais alguns tripulantes são surpreendidos ao se verem subitamente sem contato com sua nave, após verem McCoy se aproximar de uma estrutura circular de pedra desconhecida, e desaparecer repentinamente dentro dela. Ao se aproximarem da estrutura, esta se apresenta como sendo um portal alienígena do tempo e do espaço, chamado Guardião da Eternidade, permitindo àquele que o atravessar ir para qualquer lugar e época em todo o universo. Eles descobrem que McCoy se transportou para a Terra, na época dos anos 1930, na cidade de Nova Iorque, e imediatamente presumem que seu amigo, inadvertidamente, alterou ao história ao interferir em algum acontecimento ocorrido em nosso mundo naquele tempo. Uma alteração que simplesmente fez com que não apenas a Enterprise, mas a própria Federação Unida de Planetas, nunca viesse a existir. Determinados a encontrar seu amigo, e restaurar a linha temporal, Kirk e Spock embarcam para o passado, onde precisam não apenas encontrar Leonard McCoy, mas também descobrir que fato alterou a linha do tempo. O problema é que a própria intenção deles de restaurar a linha temporal pode muito bem ser até mesmo a origem da interferência que causará sua mudança, e como eles poderão impedir que seus próprios atos desencadeiem o que procuram evitar?
                O roteiro do episódio foi criado por Harlan Ellison, um dos mais renomados escritores de ficção científica. Entretanto, sua história original precisou passar por várias mudanças para ser transformada no episódio da série de TV, o que o levou a se desentender ferozmente com Roddenberry. Pessoa de gênio difícil, Ellison já se desentendeu com muitos outros artistas, e o caso de Jornada é apenas mais um entre tantos outros momentos conturbados de sua carreira de escritor, uma vez que é totalmente contra seus textos sofrerem qualquer modificação. Cientes da fama e da popularidade deste episódio, e pelo fato de sua história originalmente criada possuir vários mudanças e fatos que não foram mostrados no episódio, eis que surgiu o mote para a IDW, atual editora dos quadrinhos de Jornada, enfim trazer para os fãs a história original de "A Cidade à Beira da Eternidade" tal como ela deveria ter sido originalmente exibida, na forma de uma minissérie, cuja primeira edição chegou este mês às comic shops dos Estados Unidos. No roteiro original de Ellison, não é Leonard McCoy que acaba fugindo para o passado, mas outro tripulante da Enterprise, chamado Beckwith, que possui uma característica particular: é um viciado em drogas. Sua fuga e estado alucinado ocorrem por causa da abstinência da droga. A história também possui outros personagens, em especial na parte em que nossos heróis se encontram na Terra durante o período da Grande Depressão, pra não mencionar que passam por um número de apuros bem maior do que na versão que acabou sendo filmada. E agora chegou a chance de os fãs conhecerem na íntegra a história original, e terem a chance de compará-la com o que assistiram.
                A adaptação do roteiro de Ellison para a HQ ficou a cargo de Scott Tipton, e a história terá a arte pintada de J.K. Woodward. As capas terão desenhos de Juan Ortiz, e todas as edições terão opção de uma capa variante. Harlan Ellison supervisionou pessoalmente a adaptação de seu texto para a minissérie, de modo a garantir que o texto não fosse novamente "desvirtuado" na transposição para os quadrinhos, como ocorreu na produção da série de TV. A edição da série ficou a cargo de Chris Ryall, editor-chefe da IDW Publishing, que declarou que "esta vai ser realmente uma aventura de Jornada nas Estrelas diferente de qualquer outra, mesmo para aqueles fãs que têm esse amado episódio memorizado", afirmou, prometendo surpresas no desenlance dos fatos da aventura que os fãs desconheciam totalmente no roteiro original de Ellison. Este, por sua vez, afirma que está muito animado para ver sua história finalmente ganhar vida. "Foi uma imensa alegria em minha longa vida ter trabalhado com Leonard Nimoy, que se tornou meu amigo, e muitos outros em Jornada; e uma alegria igualmente feliz de coração de estar trabalhando com artistas como J.K. Woodward, Scott Tipton e Chris Ryall nesta muito aguardada adaptação da minha (humildemente, digo) brilhante idéia original para uma 'Cidade à Beira da Eternidade'", completou o escritor.
                No Brasil, onde existe uma imensa legião de fãs da série, a Devir Livraria tem lançado recentemente alguns dos materiais de quadrinhos de Jornada publicados pela IDW, geralmente em edições encadernadas trazendo histórias completas, o que alimenta a esperança de que tão logo esta minissérie seja concluída nos Estados Unidos haja a possibilidade de que ela seja lançada no mercado nacional, se não este ano, talvez em 2015, mas por enquanto, não há nada de concreto nesse sentido, apenas uma esperança de que seja lançada aqui, o que certamente faria a felicidade da comunidade trekker nacional. Aguardemos notícias neste sentido, e que as preces dos fãs sejam correspondidas.

ASTRAL LANÇA HQS DE ASSASSIN'S CREED



No início deste ano, o mercado nacional de quadrinhos ganhou uma nova editora, a Alto Astral, que resolveu se aventuras na área lançando seu selo Astral Comics. De início, publicou quatro edições com histórias baseadas na nova versão de Robocop que estreou recentemente nos cinemas mundiais, e além disso, também trouxe de volta ao mercado nacional as HQs da série Hellraiser, aproveitando o material novo lançado pela editora americana Boom! Studios. A nova editora também já lançou até um título de mangá, Omega Complex, com 3 edições, e neste mês de junho fez chegar às bancas nacionais uma edição com os quadrinhos baseados na famosa série de games Assassin's Creed.
ASSASSIN'S CREED - A QUEDA, tem 112 páginas, formato americano, e preço de R$ 22,90. Na trama, temos a saga do assassino Nikolai Orelov e a sua busca por um poderoso artefato nos tempos da Rússia Czarista. No tempo presente, o foco da trama é um jovem problemático, Daniel Cross, que tem muitas visões sobre uma possível vida antepassada, justamente Nikolai Orelov, e ao entrar em contato com uma misteriosa jovem chamada Hannah, ele vê seu futuro mudar de forma irreversível, ao conhecer a Ordem dos Assassinos. Mas como e porquê Daniel tem essas visões, e o que Nikolai Orelov fez no passado que poderá afetar o futuro? Determinado a descobrir as respostas para suas visões, Daniel encara uma aventura para encontrar o Mentor da Ordem, e possivelmente salvar o mundo ao descobrir um artefato com poderes que podem mudar a história da humanidade. O roteiro é de Karl Kerschl, com arte de Cameron Stewart e Nadine Thomas. A edição traz a história completa, e de brinde tem ainda um epílogo de 10 páginas que serve de gancho para uma continuação, além de nada menos do que 20 páginas de extras, que deverão agradar àqueles que conhecem o jogo e curtem este tipo de material em encadernados de quadrinhos. A série foi publicada em 2010 pela DC Comics, em uma minissérie de 3 edições
Mesmo para aqueles que não conhecem os jogos da série, a edição é autocontida, apresentando uma aventura bem orquestrada e com excelente arte, de modo que quem for fã de quadrinhos poderá apreciar a história em si. Já para quem conhece os jogos, vai encontrar várias referências, embora a aventura seja considerada mais um spin-off do universo da série de jogos. E o melhor de tudo é que a editora já engatilhou uma nova edição, ASSASSIN'S CREED - A CORRENTE, que será lançada em agosto, com a continuação da história.
Interessante é que esta edição lançada pela Astral Comics já havia sido lançada recentemente pela Panini Comics em 2012, quase nos mesmos moldes da edição atual. Na época, a Panini também lançou a história em um volume único, contendo a história completa, em 108 páginas. Essa edição ainda pode ser encontrada em algumas comic shops e sebos, pelo fato de ser recente. A Panini, contudo, não lançou novas edições, pelo que a Astral Comics, agora detentora da série, faz bem em oferecer novamente o material já lançado pela Panini, oferecendo uma oportunidade àqueles que não adquiriram a edição anterior, e marca outro ponto ao já anunciar a continuação da série, agora um material inédito para quem já teve chance de ler a edição lançada pela outra editora.
Assassin's Credd foi lançado em 2007, e até o presente momento, já conta com vários jogos, sejam na série principal ou em jogos paralelos, lançados para os mais diversos consoles pela Ubisoft, atual proprietária da marca. A história geral da série é centrada em uma eterna batalha travada entre a Ordem dos Assassinos e a Ordem dos Cavaleiros Templários, que se digladiam ao longo da história da humanidade, com aventuras que se passam em diversos períodos. Além dos jogos, a série já ganhou também vários livros, sendo que vários deles já foram lançados no Brasil pela Editora Galera Record, podendo ser encontrados nas livrarias nacionais e comic shops.
A iniciativa da Astral é bem-vinda para oferecer um maior número de títulos ao leitor nacional de quadrinhos. Os poucos títulos ofertados até o momento mostram uma postura sóbria de entrada no mercado, lançando poucos títulos, mas apostando em nomes com certo conhecimento por parte do público leitor. E, dependendo da receptividade, a intenção é ampliar o leque de opções. Resta esperar que o público leitor corresponda e permita que a nova editora ganhe seu lugar efetivo no mercado de quadrinhos nacional.

terça-feira, 3 de junho de 2014

OITAVO HOMEM É O NOVO LANÇAMENTO DA CULT CLASSIC



                Os fãs da animação japonesa parecem ter encontrado parcialmente sua redenção na distribuidora Cult Classic. Depois de lançar nos últimos meses várias séries antigas do Japão, tanto em anime quanto em live-action, este mês está lançando no mercado nacional mais um título dos bons e antigos tempos: Oitavo Homem, nada menos do que o primeiro ciborgue da animação japonesa.
                Baseado na série de mangá publicada na revista Weekly Shonen Magazine criada por Kazumasa Hirai, ainda em 1963 ganhou uma versão em anime, produzida pelo estúdio TCJ, e contou com 56 episódios, exibidos na rede TBS do Japão até o fim de 1964. A publicação do mangá encerrou-se em 1966. Na série, o detetive Azuma é assassinado por uma gangue de criminosos, mas o Doutor Tani, um cientista para o qual trabalhava, transfere seu cérebro para um corpo andróide que ele vinha desenvolvendo, tendo acumulado 7 fracassos até aquele momento. A transferência, contudo, dá certo, e agora Azuma possui um poderoso corpo andróide, possuindo diversas habilidades que passa a utilizar no combate aos criminosos, adotando a alcunha de "Oitavo Homem". Contando com a ajuda do Doutor Tani, o único que sabe de sua nova condição, ao lado do chefe de polícia Tanaka, Azuma retoma sua vida, escondendo de todos a sua nova identidade de super-herói, até mesmo de sua namorada. Muitos anos depois, em 1987, o cineasta Paul Verhoeven criaria Robocop, utilizando um enredo com muitas semelhanças à da história do primeiro ciborgue da animação japonesa. Entre os bandidos enfrentados pelo Oitavo Homem, o principal era o Dr. Demon, um cientista perverso pertencente à organização Intercrime, um grupo criminoso que desenvolvia novas maneiras de cometer roubos e impôr seu domínio do crime organizado onde quer que estivesse. Com os sucessivos planos frustrados pelo herói, o Dr. Demon passa a ter fixação em eliminar o Oitavo Homem, que passa a ter no cientista perverso seu maior inimigo. Entre os poderes do herói estão a capacidade de correr em alta velocidade, usar visão de raios infra-vermelhos (permitindo enxergar no escuro), superforça, além de poder se disfarçar em qualquer outra pessoal, assumindo sua aparência.
                Na década de 1990, surgiu no Japão uma continuação da série, com o surgimento de um novo e atualizado Oitavo Homem, enfrentando gangues de marginais com implantes cibernéticos, abusando da pancadaria e violência extremas. "Eight Man After", como ficou conhecida, teve 4 episódios produzidos diretamente para o mercado de vídeo nipônico, e acabou sendo lançada também no mercado brasileiro de vídeo, através da Mundial Filmes, na febre de animações nipônicas desencadeada em nosso país pela série "Cavaleiros do Zodíaco". Posteriormente, foi relançado em DVD pela distribuidora Mundo Mágico. A série original, contudo, depois de algumas reprises na década de 1970, desapareceu do mapa da TV nacional, ficando apenas na memória daqueles que a assistiram, e que agora terão a chance de rever o material, graças à Cult Classic. A série original, entretanto, tem um ponto ótimo para gerar polêmica nos dias atuais: o herói recarregava suas energias fumando um "cigarro" especial, para recompor suas forças enquanto combatia os meliantes. Eram outros tempos, onde o hábito de fumar era visto de forma diferente dos dias de hoje, conferindo glamour a seus praticantes, enquanto hoje em dia o cigarro cada vez mais sofre o preconceito da sociedade, que vê no produto o que ele sempre foi, uma droga legalizada, diferente de outras como a maconha.
                OITAVO HOMEM - O POLICIAL DO FUTURO - Volume 1, traz os primeiros 28 episódios da série, em preto-e-branco, em 4 discos, com o áudio original em japonês, e opção de legendas em português somente. Exibido na TV Globo no fim dos anos 1960 e início dos anos 1970, sua dublagem em português há muito se perdeu, restando somente alguns trechos em mãos de colecionadores, razão pela qual a distribuidora não providenciou áudio em nosso idioma. O preço desta caixa é o padrão adotado para os lançamentos da distribuidora: R$ 79,90. O restante da série será lançado mais à frente, possivelmente ainda este ano, mas sem data ainda definida pela distribuidora. Uma pena a Cult Classic não investir em uma redublagem, pois aumentaria o alcance da série, restrita ao nicho dos saudosistas e fãs mais ferrenhos da animação japonesa. De qualquer maneira, é um lançamento a ser valorizado pelo público que pede pelo lançamento de séries antigas, sejam elas de que país forem, e que conquistaram seu público nas exibições décadas atrás na TV nacional, em épocas onde nossas emissoras tinham mais critério com suas grades de programação, atualmente entupidas com programas de qualidade pra lá de duvidosa, além de um código hipócrita e cretino chamado "classificação indicativa", onde os moralistas atuais definem o que pode ou não ser exibido no famigerado "horário de proteção à criança", entre outras atitudes que ajudaram a acabar com um monte de programas legais.
                Nos últimos meses, a distribuidora tem feito um bom trabalho de resgate de antigas séries da animação nipônica, lançado Fantomas, Judoca, Pirata do Espaço, além dos live-actions Robô Gigante e Vingadores do Espaço. Esperemos que continue proporcionando bons lançamentos no futuro, para alegria dos fãs saudosos de várias séries clássicas.

COMIC CON EXPERIENCE INICIA VENDA DE INGRESSOS



Anunciada há cerca de dois meses, o evento que promete revolucionar as convenções de quadrinhos no Brasil, a Comic Con Experience, iniciou a venda de seus ingressos no dia 2 deste mês. A convenção está marcada para os dias 4 a 7 de dezembro, e será realizada no Centro de Convenções Imigrantes, próximo ao Terminal Rodoviário do Jabaquara, em São Paulo, capital. Organizada pelo grupo do site informativo Omelete e pela Chiaroscuro Studios, a intenção do evento é trazer para nosso país o estilo e modo das grandes convenções de quadrinhos dos Estados Unidos, das quais a mais famosa e concorrida é a Comic Con da cidade de San Diego, na área metropolitana de Los Angeles, Califórnia, que todo mês de julho reúne mais de 150 mil visitantes em seus 4 dias de duração, reunindo grande parte dos fãs e profissionais da cultura pop, abrangendo editoras de quadrinhos, produtores de filmes, games e seriados. Daí o nome COMIC CON EXPERIENCE para o evento brasileiro, que será uma "experiência" de realizar em nosso país um evento nos mesmos moldes das convenções dos EUA, que são bem diferentes do que as que são realizadas por aqui.
Prometendo trazer inúmeros profissionais e empresas da área da cultura pop, eles já iniciaram a venda dos ingressos para a convenção com mais de 6 meses de antecedência, o que dará a muitos tempo mais do que suficiente para se planejar para participar do evento. As opções de ingresso oferecidas neste primeiro lote disponibilizado no site oficial (www.ccxp.com.br), todas elas com preços promocionais, são as seguintes:

# Day Pass: R$ 69,99 + doação de um livro (valor integral: R$ 139,98) - Ingresso diário, válido apenas para um dia;
# 4 Day Pass: R$ 199,99 + doação de um livro (valor integral: R$ 399,98) - Pacote Promocional, válido para todos os dias;

O benefício da meia entrada é oferecido a Estudantes (desde que em posse da respectiva carteirinha), idosos, professores e portadores de necessidades especiais, mas também será estendido a todas as demais pessoas que doarem um livro (em bom estado de conservação que posteriormente será distribuído a bibliotecas e escolas públicas de São Paulo. O livro deverá ser entregue na entrada do evento e o desconto não é acumulativo. Estes são os ingressos normais ou "comuns" à disposição da grande maioria do público, mas haverá também uma série de ingressos chamados "VIPS", com direito a algumas regalias para quem se dispor a gastar bem mais e ter um tratamento diferenciado. Neste primeiro lote de ingressos oferecidos, também estarão disponíveis os seguintes pacotes VIPS já definidos pelos organizadores:

# Kirk Hammett Fan Experience: R$ 699,99 + doação de um livro (valor integral: R$ 1.399,98). Este pacote inclui ingresso para os quatro dias do evento, e ainda dá acesso garantido ao auditório principal nos painéis com a presença do artista e assento reservado em área VIP próxima ao palco, com direito ainda ao "Meet and Greet" (encontro com o artista Kirk Hammett com direito a foto oficial), além de acesso prioritário e sem filas ao evento em todos os dias, e uma camiseta oficial da CCXP (a ser retirada no evento).
# Sean Astin Fan Experience: R$ 499,99 + doação de um livro (valor integral: R$ 999,98). Assim como o pacote anterior, este inclui também ingresso para os quatro dias do evento, acesso garantido ao auditório principal nos painéis com o artista e assento em área VIP próxima ao palco, o "Meet and Greet" (encontro com o artista Sean Austin com direito a foto oficial), acesso prioritário e sem filas ao evento em todos os dias, e a camiseta oficial da CCXP (a ser retirada no evento).
# Full Experience VIP: Este pacote ainda não teve o seu valor definido, o qual será divulgado posteriormente. Inclui ingresso para os quatro dias do evento, acesso garantido ao auditório principal em um dos painéis com 4 (quatro) dos artistas convidados e assento reservado em área VIP próxima ao palco, o "Meet and Greet" (encontro com os artistas com direito a foto oficial) com os mesmos 4 (quatro artistas), acesso prioritário e sem filas ao evento em todos os dias.

Os ingressos serão vendidos somente pelo site, através da plataforma online da Eventioz, empresa do grupo Eventbrite, podendo ser adquiridos em pagamentos parcelados de até 12 vezes sem juros, no caso de pagamento por cartão de crédito, e à vista para pagamento com boleto bancário. A taxa de conveniência é de 6% a 8%. No momento do fechamento desta matéria, poucos dias após o início das vendas, já haviam se esgotado os ingressos para o sábado do evento, dia 6 de dezembro. Espera-se que os organizadores liberem um novo lote em breve.
Até o presente momento, várias empresas de porte já confirmaram presença oficial na Comic Con Experiente, entre elas a Bandai, Disney, Limited Edition, Iron Studios, Kotobukiya, Sideshow Collectibles, Playarts, Tamashi Nations, Comiccon Costume & Playorder, Piziitoys, Mundo Geek, Fúria Nerd, e outras empresas. Quanto aos artistas já confirmados, teremos a presença de Joe Maddalena, Kirk Hammett, Sean Astin, Danilo Beyruth, Fábio Moon e Gabriel Bá, Greg Tocchini, Gustavo Duarte, Ivan Reis, João Montanaro, Klaus Janson, Lu Cafaggi, Olivier Coipel, Rafael Albuquerque, Rafael Grampá, Scott Snyder, e Sean Gordon Murphy. Os organizadores prometem revelar os nomes de mais empresas participantes e artistas e profissionais tão logo suas presenças no evento estejam plenamente confirmadas, e garantem que vem muita coisa boa por aí. Outras atrações e atividades estão sendo desenvolvidas, como o concurso de Cosplay, cuja organização ficará a cargo da JBC Editora, e será mais amplo do que qualquer outro concurso já visto no Brasil em eventos deste tipo.
Está se criando uma grande expectativa em torno deste evento, a ponto de a concorrência já ter se mexido para tentar garantir parte do público próximo ao final do ano. Um exemplo é a Yamato, que desmembrou seu Brasil Comic Con, espaço reservado aos quadrinhos existente dentro do evento Anime Friends no ano passado para torná-lo um evento independente, que terá lugar nos dias 15 e 16 de novembro, a ser realizado no Centro de Eventos Pro Magno, também em São Paulo, capital, já tendo confirmado vários convidados. E há a possibilidade de termos mais eventos dedicados aos quadrinhos, a serem anunciados ainda. Resta esperar que a concorrência seja sadia e não se torne predatória, como ocorreu na década passada entre os eventos de anime em São Paulo, capital, quando o Anime Friends entrou no mercado visando mais destruir a concorrência do que competir propriamente, no que resultou no desaparecimento de vários eventos menores frequentados pelo público amante das produções nipônicas.
Espaço e público para os eventos há, de eventos já tradicionais como o FIQ - Festival Internacional de Quadrinhos, e o Fest Comix, que mostram que os comics merecem mais eventos dedicados a eles, depois de praticamente 15 anos onde o grosso dos eventos nacionais em sua maioria sempre foram destinados em sua temática, aos animes e mangás. Desde que seja um evento organizado decentemente, e que o público também faça a sua parte, não participando de picuinhas e rixas entre eventos/séries/temáticas, todos só têm a ganhar. Aguardemos então o desenrolar dos acontecimentos, e que o Comic Con Experience de fato marque o início de uma nova era nos eventos dedicados à cultura pop/nerd no Brasil.