sábado, 29 de abril de 2017

CARRANGER GANHA BOX DVD NOS ESTADOS UNIDOS



                A distribuidora Shout! Factory continua levando adiante seu projeto de disponibilizar no mercado norte-americano as séries Super Sentai que serviram de base para a adaptação das primeiras temporadas de Power Rangers. Neste mês de abril, chegam à lojas físicas e virtuais GEKISOU SENTAI CARRANGER – THE COMPLETE SERIES. Esta série foi adaptada como a 5ª temporada da franquia Power Ranger, chamada de fase Turbo. A temática da série é sobre carros. O lançamento mantém o padrão visto até aqui nas caixas já lançadas pela distribuidora: todos os 48 episódios da série vêm em oito discos DVD, com opção de áudio apenas em japonês, e legendas em inglês. O preço de tabela do box é de US$ 59,97, mas já pode ser encontrado com desconto em algumas lojas.
                No Japão, Carranger substituiu a série Ohranger. Exibida de março de 1996 a fevereiro de 1997, Gekisou Sentai Carranger (Equadrão Acelerado Carranger) é a 20ª produção da franquia Super Sentai, iniciada em 1975 pela Toei Studios. Na trama, o império Borzock, um grupo de encrenqueiros do espaço, chega ao nosso planeta com a intenção de explodi-lo. Um alienígena chamado Dappu, com o intuito de defender nosso mundo, procura 5 jovens e lhes dá um dispositivo de transformação que lhes confere o poder das constelações de carros, chamado Kurumatic Power. Utilizando este poder, os cinco jovens, que trabalham em uma oficina mecânica, acabam se transformando nos Carrangers, e iniciam aos trancos e barrancos sua luta para defender nosso mundo das estripulias da turma de Borzock. São eles: Kyosuke Jinnai (Red Racer, o líder do gripo), Minoru Kamisugi (Green Racer), Naoki Domon (Blue Racer), Natsumi Shinohora (Yellow Racer), e Yoko Yagami (Pink Racer). Os jovens pilotam carros especiais que ao serem combinados, formam o poderoso robô RV Robot, tradicional mecha gigante de combate que todo grupo Super Sentai possui.
                A série foi considerada excessivamente humorística e infantil, com o nonsense marcando presença em vários episódios (houve um em que o heróis quase foram assados dentro de uma torta gigante, só para exemplificar), o que ajudou a derrubar o índices de audiência e por pouco não teria até encerrado a franquia Super Sentai, que conseguiria recuperar seu espaço com as séries seguintes, Megaranger e Gingaman. Além da ajuda de Dappu, os Carrangers ainda tinham a ajuda do robô policial espacial Signalman, vindo do planeta Policial, e que possuía uma viatura gigante capaz de se transformar em um robô de combate, o mecha Sirender, com o qual ele ajudava os heróis na hora de encararem o monstro gigante do episódio.
                Nos Estados Unidos, Carranger serviu de base não apenas para a quinta temporada da franquia Power Rangers, como também para o segundo filme de cinema dos personagens. Sucedendo a fase Zeo, os Power Rangers ganham os poderes Turbo para enfrentar a perversa Divatox que vem causar destruição em nosso planeta. A fase ficou marcada pela presença do primeiro Power Ranger criança, Justin, em substituição a Rocky, personagem que sairia da série. Aliás, Power Rangers Turbo conseguiu apresentar um enredo menos infantil que a versão original japonesa, e até com alguns momentos de drama. No meio da temporada, quase todo o elenco de personagens foi trocado, e a partir dali em diante, todas as novas produções de Power Rangers se espelhariam mais nas versões japonesas, trocando toda a história e todos os personagens ano após ano.
                No Brasil só foi exibida a versão Power Rangers, de modo que a série original Carranger permanece inédita até hoje por aqui, e tão cedo não será exibida em nosso país, sendo acessível apenas através de fansubers. Sorte dos norte-americanos, que terão mais uma série nipônica original à sua disposição. E em breve terão ainda mais: a Shout! Factory já confirmou para o segundo semestre deste ano o lançamento do box da série sentai seguinte, Megaranger, para felicidade dos fãs dos Estados Unidos amante do tokusatsu. Uma sorte que infelizmente os fãs brasileiros não terão tão cedo.

GROO GANHA ENCADERNADO DE NOVA MINISSÉRIE NOS EUA



                Tremei, leitores! O bárbaro errante mais desmiolado e destrutivo do mundo dos quadrinhos está em ação novamente! Sim, estamos falando de Groo, a criação imortal de Sergio Aragones e Mark Evanier, que acaba de ter sua mais recente minissérie, publicada no ano passado em terras americanas, relançada na forma de uma edição única, em álbum de luxo, para deleite dos fãs que costumam acompanhar as aventuras épicas do personagem, que mais uma vez serão vitimizadas em seus bolsos, pois afinal, Groo não poupa ninguém, nem mesmo os seus ardorosos fãs, de sofrerem este desfaque financeiro, o qual muitos certamente farão de muito bom grado, pelo privilégio de acompanhar mais uma de suas aventuras.
                GROO – FRAY OF THE GODS TRADE PAPERBACK compila a minissérie em 4 edições publicada pela Dark Horse no segundo semestre de 2016, agora com opção de ter a história completa, com capa dura, ao preço de US$ 17,99, com cerca de 116 páginas, em formato americano. A aclamada dupla Mark Evanier e Sergio Aragones entra mais uma vez em ação para mostrar o mais novo dilema na vida de Groo: após resolver entrar, pela enésima vez, em mais uma peleja, e praticar o seu esporte favorito, o bárbaro errante é questionado sobre os motivos de ele lutar de maneira tão impetuosa e sem sentido. Enquanto Groo tenta pensar no que o impele às lutas, eis que um povo está em confronto justamente pela devoção a seus deuses. Um legítimo rei defende a crença nos deuses tradicionais, mas quando seu irmão resolve tomar o trono, que acha que é seu por direito, ele também quer impor sua visão dos deuses, que é tida pelos outros como blasfema e infiel.
                Como ninguém se entende, eis que a luta começa, e no meio dela, para sorte de uns, e azar de muitos outros, está Groo. E tudo só fica ainda mais complicado quando os próprios deuses resolvem se meter na história, tomando parte da situação. Mas os deuses não abençoaram Groo com o cérebro, apenas com a habilidade de lutar. Agora, eles estão em conflito sobre o espírito e o futuro da humanidade... E é Groo que acaba se tornando o peão (involuntário, é claro) em sua guerra. Se o futuro da humanidade depende do bárbaro errante, estamos todos com muitos problemas. E quem conhece o modo como Groo resolve seus problemas... Bem, digamos que o fim do mundo seria algo muito menos complicado de encarar do que uma guerra dos deuses completamente sem rumo e sem nexo...
                Um ponto positivo é que esta minissérie pode pintar por aqui no Brasil em pouco tempo, ou um pouco mais. O fato de poder sair em uma edição encadernada se ajusta no estilo de lançamentos que a Mythos Editora tem feito de seus lançamentos de quadrinhos, e Groo, para sorte dos leitores tupiniquins, é um personagem que tem tido a sorte de ver suas últimas empreitadas serem lançadas por aqui, com um pouco ou maior atraso em relação à publicação original americana. Com um pouco de sorte, quem sabe ainda pinte por aqui este ano. Ou talvez em 2017. As histórias hilariantes do bárbaro errante são garantias não apenas de boas risadas, mas de roteiros interessantes e inteligentes, no qual a dupla de autores sabe cutucar feridas com incomum sutileza, e colocando Groo para detonar com situações muito pertinentes de nossos dia-a-dias. Groo é um caso raro onde a falta de um título regular é mais do que compensada com lançamentos de minisséries e edições especiais onde sua dupla de autores mais do que faz merecer a espera por novas histórias com novos combates e, por que não, novos desastres homéricos perpetrados pelo bárbaro errante, que selva sempre o desastre aonde quer que vá, mesmo que não seja culpa dele próprio, mas certamente é garantida até mesmo por sua presença. Vida longa a Groo, portanto!

DYNAMITE RELANÇA SUPERMOUSE NOS QUADRINHOS



Mais um personagem clássico está sendo resgatado nos Estados Unidos pela Dynamite Entertainment. Desta vez, é o Supermouse (Mighty Mouse, no original, em inglês), que ganhará uma série mensal a partir de junho deste ano. A edição, mensal, ao preço de US$ 3,99, trará as novas aventuras do herói criadas por Sholly Fisch, e com arte de Igor Lima, com direito a várias capas variantes na primeira edição, providenciadas por artistas como Alex Ross, Neal Adams, além das capas oficiais de Igor Lima. MIGHTY MOUSE marca o retorno do personagem aos quadrinhos após mais de 25 anos depois de sua última aparição nos quadrinhos, ocorrida em uma publicação mensal lançada pela Marvel Comics em 1990, que durou apenas 10 edições.
O retorno do Supermouse marca também a comemoração dos 75 anos do personagem, criado inicialmente em 1942 por Izzy Klein como uma paródia ao Super-Homem, em um desenho animado chamado de “The Mouse of Tomorrow” (O rato do amanhã). Coube a Paul Terry, o chefe do estúdio Terrytoons, que produziu o desenho, dar-lhe as feições pelas quais o personagem seria efetivamente conhecido, inclusive sendo chamado realmente de Supermouse, no original em inglês, a princípio, até ser forçado a mudar o nome do herói camundongo para Mighty Mouse (Poderoso Rato), após constatar que já havia um personagem que usava o nome, a fim de evitar problemas. O herói, aliás, usava um uniforme nas mesmas cores do Super-Homem, a princípio, mas não demorou para ele ter as cores mudada para o amarelo e mantendo a capa vermelha. A série original de desenhos animados contou com cerca de 76 episódios, que foram exibidos primeiro nos cinemas americanos, e posteriormente na televisão. Ao mesmo tempo, o poderoso rato defensor da justiça ganhou suas primeiras aventuras em quadrinhos através da Timely Comics (atual Marvel), que lançou as primeiras edições mensais do Supermouse, paralelamente às edições da revista Terry-Toons Comics, que também trazia as histórias em quadrinhos do herói, em 1945. Essa revista continuaria lançando novas aventuras do Supermouse até 1955. Enquanto a série publicada pela Marvel encerrou-se após 4 edições, suas histórias passariam a ser publicadas pela St. John Publications, que editaria a revista Mighty Mouse de 1947 a 1957. Posteriormente, suas aventuras seriam continuadas pelas editoras Pines Comics, Dell Comics e Gold Key, sendo lançadas regularmente até 1968, quando o título “The Adventures of Mighty Mouse” acabou descontinuado.
                A série animada ficou bastante tempo sendo exibida nas TVs americanas, e em fins dos anos 1970, o estúdio Filmation produziu uma nova versão das aventuras do roedor voador, com relativo sucesso, onde o principal vilão do herói era o Gato Gatuno (Oil Can Harry, no original). Esta nova série de aventuras foi exibida no Brasil, fazendo sucesso entre a criançada, o que motivou o lançamento de várias aventuras em quadrinhos com o personagem, pela Editora Abril e RGE, com o herói sendo chamado de Supermouse. Pela Abril, o personagem teve várias aventuras publicadas no título “Diversões Infantis”, que trazia histórias de muitos outros personagens clássicos, como as duplas Faísca e Fumaça, e O Gordo e o Magro, entre outros personagens. Ao mesmo tempo, o Supermouse ganhou revista própria com cerca de 22 edições, passando posteriormente a ser lançado pela RGE, onde ganhou mais 11 números, até o seu cancelamento. Muitos anos antes, durante as décadas de 1950 e 1960, o heroico camundongo já tinha frequentado as bancas nacionais, com suas aventuras em quadrinhos tendo sido lançadas pelas editora La Selva e Ebal, que o batizaram de Possante.
                "O Supermouse faz parte da cultura pop americana como o personagem no qual ele é inspirado", diz Nick Barrucci, editor e CEO da Dynamite, que complementa: "Os quadrinhos e as animações originais entreteram gerações de fãs, e com a popularidade atual dos filmes de super-heróis, não poderia haver um momento melhor para o seu retorno! Estou entusiasmado em ver como a Dynamite será capaz de trazer este herói atemporal para toda uma nova geração de fãs". Bom para os leitores de quadrinhos dos Estados Unidos, que poderão ter a chance de conhecer e/ou rever este personagem que há muito andava desaparecido do mercado de quadrinhos. E com a onda de remakes de algumas animações, quem sabe o poderoso roedor também não ganha uma nova série de animação. Tudo dependerá da reação dos leitores, sejam novos e velhos, às novas aventuras do personagem. Vida longa ao Supermouse, como como dizia o refrão do herói, em seu desenho animado, o Supermouse, “seu amigo, sempre irá salvá-lo do perigo!”