quarta-feira, 10 de agosto de 2016

EAGLEMOSS LANÇA COLEÇÃO ESPECIAL DO BATMAN



                Nos últimos anos, abriu-se um filão no mercado de quadrinhos nacionais de super-heróis com a coleção de Graphic Novels da Marvel Comics da editora Salvat, que conquistou inúmeros leitores, a ponto de a coleção inicial ser ampliada de 60 para 120 edições, além da própria Salvat lançar uma segunda coleção, com foco ligeiramente diferente, mas também oferecendo edições encadernadas com acabamento de luxo a preços bem razoáveis. E a Eaglemoss, editora concorrente, também entrou na briga, oferecendo sua própria coleção de Graphic Novels, mas tendo os heróis da DC Comics como protagonistas, no início deste ano. E a própria Eaglemoss chegou a divulgar que faria outro lançamento, tendo o Batman, um dos principais heróis do panteão da DC Comics, como protagonista. Logo se especulou que seria outra coleção de Graphics exclusiva do Cavaleiro das Trevas, o que por si só já serviu para deixar os fãs do Homem Morcego mais do que eufóricos com a possibilidade.
                Mas a própria Eaglemoss esclareceu melhor as informações, e o que será lançado será uma coleção exclusiva em formato Graphic Novel, similar ao que é adotado na coleção de Graphics DC, abordando uma das maiores sagas já vividas pelo Cruzado Embuçado ao longo de toda a sua carreira: os arcos Cataclismo e Terra de Ninguém, publicados nos títulos de linha do Batman e dos demais heróis de Gotham City durante a maior parte do ano de 1998, todo o ano de 1999 e o início do ano 2000. Serão nada menos do que 6 edições especiais, com periodicidade mensal, que começaram a ser vendidos em bancas no início deste mês de agosto. As edições também estão disponíveis para assinatura no site da editora, no endereço http://assinecolecoeseaglemoss.com.br/terradeninguem/index.asp#offer, bem como para venda direta.
                Esta história foi um dos momentos mais conturbados e difíceis de serem enfrentados pelo Homem Morcego. Na trama, Gotham City, a metrópole onde vive o herói, é atingida por um terremoto de magnitude 7.6 graus na escala Richter. A cidade é devastada pelo fenômeno sísmico. Edifícios desabam, perdem-se os recursos básicos de energia, água, e até mesmo a comida começa a ser rara. Pego de surpresa pelo desastre, o próprio Batman e seu fiel mordomo, Alfred, são engolidos pelo desabamento da Mansão Wayne e da Batcaverna. Com milhões de pessoas atingidas, e um número considerável de feridos e mortos, Batman, após lutar para escapar vivo do que era seu lar, tem uma missão praticamente impossível de vencer por si só: evitar que o caos tome conta de sua metrópole. E a situação só piora quando o governo federal americano, numa atitude descabida, resolve isolar Gotham City do continente, tornando-a oficialmente uma “Terra de Ninguém”. Os que puderam deixar a cidade tiveram sorte. Já quem ficou, tornou-se prisioneiro de seu próprio lar. Como desgraça pouca é bobagem, os perigosos criminosos que estavam encarcerados na penitenciária Blackgate, e no perigoso Asilo Arkhan, escapam, e cada grupo toma parte da cidade, estabelecendo ali seu “território”, fazendo valer a sua lei particular. Até mesmo a polícia e demais forças legais, forçadas a disputar os poucos recursos que sobraram, tem de conquistar e manter o seu próprio “território”.
                Neste panorama de caos e incerteza, onde todos tem de se preocupar em como encarar o dia seguinte, tudo fica ainda mais nebuloso quando o próprio Batman desaparece, após Bruce Wayne acabar derrotado em Washington, tentando reverter a decisão do governo de isolar a metrópole destruída e prender sua própria população dentro dela. Todos os heróis da cidade, como Asa Noturna, Robin, Oráculo, uma nova Batgirl, Azrael, e outros, tentam fazer o que podem para tentar reinstalar a ordem e a lei no que sobrou de Gotham City, mas é uma tarefa hercúlea. Os estragos, a destruição, e o número de mortos e feridos é tamanho que mesmo os maiores esforços de todos não conseguem nem aliviar toda a tragédia ocorrida, e a que está em vias de acontecer, quando o clima de “terra de ninguém” se espalha por tudo o que foi a cidade, e os piores instintos de quem assume o poder em determinados locais afloram.
                Gotham City já tinha tido maus momentos nos anos anteriores, com o lançamento da saga Contágio, onde um vírus mortal era espalhado pela metrópole, obrigando todos os heróis da cidade a uma verdadeira operação de guerra para impedir sua proliferação, no que foi seguida da saga Legado, onde a disseminação do mesmo vírus precisava ser impedida a nível mundial. Mas, como desgraça pouca é bobagem, eis que a mãe natureza resolve literalmente arrasar com Gotham City, e da maneira mais dramática possível: bastam segundos para a cidade desmantelar-se em grande parte, tragando com isso construções, veículos, vidas, tudo por onde a terra tremeu nunca mais seria como antes.
                No primeiro volume da coleção, intitulado CATACLISMO, é mostrado o terremoto que joga a metrópole no mais completo caos e desordem. O volume com cerca de 464 páginas, compila as edições Detective Comics 719 a 721, Batman: Shadow of the Bat 73 e 74, Nightwing 19 e 20, Batman 553 e 554, Azrael 40, Catwoman 56 e 57, Robin 52 e 53, Batman: Blackgate – Isle of Man 1, Batman Chonicles 12, Batman: Huntress/Spoiler - Blunt Trauma 1, e Batman: Arkham Asylum Mad Tales 1. O preço da edição é de R$ 89,99. A edição vem com uma introdução, além e uma galeria das capas das edições das histórias componentes deste volume.
                As edições seguintes trarão o título de TERRA DE NINGUÉM, dando sequência aos eventos mostrados no primeiro volume da coleção. Cada uma destas edições terá mais de 300 páginas. O preço de cada uma das edições seguintes não foi divulgado.
                A saga foi publicada no Brasil a partir do ano 2000, primeiro nas edições em formatinho da DC Comics publicadas pela Editora Abril, e depois na linha Premium adotada pela editora. Desde então, nunca foi republicada em nosso país. Nem mesmo quando a Panini assumiu as publicações dos heróis DC, a saga esteve nos planos de republicação, muito provavelmente devido ao seu tamanho e incrível complexidade, o que tornaria o desafio de relançamento da saga mais complicado. Afinal, juntando tudo, são mais de 2.000 páginas de quadrinhos, em edições com um número de páginas bem maior do que os encadernados usualmente lançados não apenas nas coleções de Graphics que a Salvat e a Eaglemoss tem publicado, mas raramente visto nas edições encadernadas lançadas pela própria Panini.
                Mas a Eaglemoss lança um produto adicional à sua linha de Graphic Novels da DC com uma das sagas mais complexas e desafiadoras de um dos maiores heróis da DC, com um material que há tempos merecia ser visto novamente no mercado editorial brasileiro, e com histórias densas e pesadas, onde mesmo a grande capacidade do Batman pouco pode fazer para mudar a dramática realidade que se abate sobre sua cidade, vítima de uma força da natureza destrutiva como poucas em nosso planeta, capaz de fazer o que muitas pessoas construíram ao longo dos anos, talvez décadas, virarem escombros, tanto físicos, como psicológicos. Um desafio descomunal imposto a maior herói de Gotham e todos os seus aliados na cidade, onde todos terão de dar o máximo de si mesmos apenas para conseguirem permanecer onde estão. Um salvamento que não será possível efetuar de um momento para o outro, e onde os esforços isolados de alguns heróis pouco poderão oferecer de alívio a uma população desolada de milhões de pessoas.
                O único ponto negativo deste lançamento é talvez o momento em que ele é feito. A crise econômica anda forte, e com as pessoas tendo de se segurar em seus empregos. Dado o volume imenso de páginas de cada volume desta coleção, que faz o seu valor ser bem maior do que o das edições normalmente lançadas, o público leitor terá de fazer um bom esforço financeiro para adquirir todas as edições desta saga. Não que ela não valha a pena, mas certamente o alcance da coleção, pelo menos neste atual momento, certamente não será o ideal, ainda mais se levarmos em conta que as bancas já andam bem disputadas em se tratando de publicações de álbuns de luxo. O que não desmerece a iniciativa louvável da Eaglemoss em lançar esta grande megassaga do Homem Morcego. Que ela possa ser bem sucedida, e os leitores tenham chance de apreciar esta que foi um dos maiores desafios de toda a carreira de aventuras do Cavaleiro das Trevas.


O MUNDO DA DUBLAGEM PERDE SILVIO NAVAS



                O universo da dublagem brasileira perdeu mais uma de suas vozes marcantes. Silvio Navas, dublador que fez a voz nacional de vários personagens marcantes em diversos filmes e desenhos, faleceu no último dia 29 de julho, em Santos, sua cidade natal. A família não divulgou a causa da morte, mas o estado de saúde de Silvio inspirava cuidados nos últimos tempos, o que o fez reduzir muito suas atividades profissionais, sendo que em 2014 o ator foi diagnosticado com o Mal de Alzheimer.
                Nascido em 1942 na cidade de Santos, Silvio iniciou sua carreira profissional nos anos 1960, quando se mudou para o Rio de Janeiro, primeiro na AIC, e depois na Herbert Richers. Com um notável timbre de voz e um grande talento, Silvio mostrava imensa versatilidade para dublar os mais variados personagens, o que teria lhe valido o apelido de “dublador das mil vozes”. Para aqueles que assistiram a várias séries de desenhos animados nos anos 1980, Silvio Navas participou da dublagem de vários deles. Fez o Papai Smurf na série “Os Smurfs”; o vilão Destro, em “Comandos em Ação” (G.I. Joe); Schockwave, em “Transformers”; o Monstro Estelar, em “Silverhawks”; Granamir, em “He-Man”; o vilão Cy-Kill em “Gobots”; General Deslock em “Patrulha Estelar”; além do vilão ao qual seu nome é mais lembrado, o temível Munn-Raa, na série “Thundercats”, entre outros papéis em várias séries.
Em seriados, fez a voz de Peter Thorton, na série “Profissão Perigo” (MacGyver); Dr. Elias Heuer em “Buck Rogers no Século XXV”; Mark Gordon em “O Homem que Veio do Céu”; Charles Ingals em “Os Pioneiros”; Carl Sagan em “Cosmos”, entre vários outros personagens. Fez também por diversas vezes a voz dos atores Charlen Bronson, Anthony Quinn, Marlon Brando, Peter Sellers, Kirk Douglas, Fred Astaire, Robert Duvall, Charles Chaplin, Bud Spencer, Gene Wilder em “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, entre muitos outros. Na primeira dublagem da trilogia original de Guerra nas Estrelas (Star Wars), coube a ele dar a voz ao maior vilão da saga criada por George Lucas, o temível Darth Vader, que infelizmente não foi mantida na redublagem feitas nos filmes muitos anos depois.
Em 1998, Silvio retornou a Santos, onde passou a viver novamente, dividindo-se entre suas atividades de dublador e ministrando cursos na área, bem como comparecendo a eventos de animes como convidado, onde sempre interagia com os fãs, dando autógrafos e se mostrando bastante atencioso com todos.
Seu último trabalho como ator foi no longa-metragem O Indulto (independente e sem fins lucrativos), produzido pelo Canal Sun 21 HD, gravado em 2014 na cidade de Ourinhos, no interior de SP. Dois anos antes, o ator sofreu um acidente em sua casa, fraturando o fêmur, e precisando passar por uma cirurgia, com a colocação de uma prótese, e tendo de utilizar uma bengala desde então. Sílvio estava internado no Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Santos, com um quadro de infecção, e esperava na fila do SUS (Sistema Único de Saúde) para ser submetido a uma cirurgia para retirar a prótese implantada na perna em 2012. Infelizmente, o quadro de saúde do ator se agravou, e ele veio a falecer. Seu corpo foi velado na própria Santa Casa de Santos.
Vários fãs e conhecidos se manifestaram na internet, pelas redes sociais, lamentando o falecimento do notável dublador que tantas vezes emprestou seu talento e voz a tantos personagens nos mais de 50 anos de carreira no meio artístico. Infelizmente, mais uma grande voz que se calou, e cujos muitos trabalhos oficialmente foram perdidos com redublagens, onde sua participação acabou substituída por outros atores, uma vez que os distribuidores não se preocuparam em manter tanto quanto possível o mesmo elenco de dublagem.
                Descanse em paz, Silvio Navas. A dublagem brasileira, bem como os inúmeros fãs de suas interpretações ao longo dos anos, ficaram mais órfãos com a perda de seu grande talento.


quarta-feira, 27 de julho de 2016

ROM, O CAVALEIRO DO ESPAÇO, REESTRÉIA NAS HQS



                Rufem os tambores: um dos personagens mais legais dos quadrinhos dos anos 1980 finalmente está de volta. Rom, o Cavaleiro do Espaço, que enfrentava os perversos Espectros na série produzida de 1979 a 1986 pela Marvel Comics, acaba de retornar aos quadrinhos após exatos 30 anos de ausência, na nova série mensal produzida pela IDW Publishing, cuja primeira edição acaba de chegar às comic shops dos Estados Unidos.
                No ano passado, a IDW anunciou que havia conseguido a licença para produzir novas aventuras em quadrinhos do herói, que há décadas havia sumido dos quadrinhos, quanto teve encerrada sua primeira série regular, publicada pela Marvel Comics. Os fãs aguardaram pacientemente o anúncio da data oficial do retorno do personagem, o que foi revelado há alguns meses, sendo que a espera finalmente chegou ao fim, e tal qual outra série aguardada pelos leitores, os Micronautas, também trazida de volta recentemente pela mesma editora, as expectativas das novas aventuras de Rom são bem altas.
                O personagem teve direito a uma edição “0”, que foi lançada como parte das ofertas do “Free Comic Book Day” nos Estados Unidos no mês de maio, mas é agora que a história decola propriamente, com roteiros de Chris Ryall, e desenhos de Christos Gage. O novo título, mensal, tem o preço de US$ 4,99. E a primeira edição terá diversas capas variantes, uma delas com o desenho de ninguém menos do que Sal Buscema, desenhista das primeiras aventuras do Cavaleiro do Espaço quando lançadas pela Marvel, no fim dos anos 1970.
                "Não é nenhum exagero para mim dizer que o lançamento de uma nova série do Rom é uma das coisas que mais queria fazer acontecer para os fãs", disse Chris Ryall, roteirista da nova série, que explica: "Eu sei disso porque eu sou um deles. O personagem tem estado ausente quadrinhos por muito tempo e não podemos mais esperar para introduzir esta nova versão dele para todo mundo".
                Rom foi criado originalmente como um brinquedo, pelas mãos do trio Scott Dankman, Richard C. Levy, e Bryan L. McCoy, que o venderam à empresa Parker Brothers, nos anos 1970. Denominado inicialmente como “Cobol”, seu nome foi mudado para “Rom” por decisão dos executivos da empresa. Curiosamente, ambos os nomes são inspirados na área de informática, sendo “Cobol” uma linguagem de programação, enquanto “Rom” é a abreviação de “read only memory” (memória apenas para leitura, em português). Para a Parker Brothers, que até então figurava essencialmente como uma empresa que produzia jogos de tabuleiro, o personagem era um produto totalmente novo para sua linha, portanto, era preciso incrementar a sua divulgação, e para tanto, foi feito um acordo com a Marvel Comics, que produziria uma série mensal baseada no brinquedo, que porquestões de custos, tinha um visual e acabamento muito pobres, para tentar ser o mais acessível possível.
                Assim, em dezembro de 1979, estreava pela Casa das Idéias a série de Rom, o Cavaleiro do Espaço, com roteiros produzidos por Bill Mantlo, e desenhos de Sal Buscema. Na história, há cerca de dois séculos atrás, na vastidão do espaço interplanetário, existia o planeta Gálador, lar de uma civilização que conseguira, através da tecnologia, eliminar todas as necessidades de seu povo. No auge de sua civilização, os galadorianos passaram a explorar o universo, para compartilhar o seu conhecimento e tecnologia com raças que estivessem em necessidade. Ao adentrarem a Nebulosa Negra, contudo, eles se depararam com uma raça alienígena extremamente hostil e perversa, conhecida como Espectros (dire wraiths, no original em inglês), seres metamorfos que possuíam uma alta tecnologia combinada com magia negra, e que visavam conquistar a galáxia. Estes seres exterminaram quase completamente a frota galadoriana, cujos sobreviventes conseguiram retornar a Gálador e avisar seu mundo da ameaça que poderia chegar a seu planeta.
                Seus líderes elaboraram um plano que transformaria, através da avançada tecnologia que detinham, vários de seus cidadãos em verdadeiras armas de combate, dotadas de armaduras e poder incríveis, que poderiam enfrentar os Espectros, como cavaleiros espaciais. Mas, para isso, aqueles que se submetessem ao processo perderiam seus corpos humanos. Rom, um cidadão de Gálador, foi o primeiro a se voluntariar para se tornar um cavaleiro espacial, e sua coragem inspirou milhares de outros compatriotas a fazerem o sacrifício para salvar seu mundo da ameaça que se aproximava. Na batalha que se travou na Nebulosa Negra, os cavaleiros espaciais conseguiram vencer, após uma dura e sofrida luta, onde vários cavaleiros deram suas vidas para salvar o Universo, com Rom sendo saudado como o maior de todos os heróis de Gálador, pela sua coragem e liderança que inspirou a todos durante o combate, mas os Espectros sobreviventes fugiram para outras partes da galáxia, e para impedir que eles retornassem, os cavaleiros se dirigiram às várias regiões do cosmos. Quase duzentos anos depois, essa busca trouxe Rom à Terra, onde seus sensores haviam descoberto uma grande colônia dos Espectros, que graças a seus poderes de transmutação, viviam ocultos em meio à população humana do planeta. E iniciava-se a luta do lendário cavaleiro do espaço para livrar nosso mundo da ameaça alienígena que, cedo ou tarde, poderia conquistar nosso planeta.
                A principal arma do cavaleiro do espaço, além dos poderes conferidos por sua armadura, era o Neutralizador, uma das mais poderosas armas já criadas em Gálador, com a qual ele podia anular várias formas de energia, e também podia banir os Espectros para a dimensão do limbo, onde permaneceriam aprisionados por toda a eternidade. O herói também contava com o Analisador, que podia verificar a real natureza dos seres que iluminava com seus raios, descobrindo suas verdadeiras formas, o que o ajudava a identificar seus inimigos, que sempre estavam disfarçados nas mais variadas formas.
                Mas sua aparência robótica assustava as pessoas, e quando ele eliminava algum espectro, isso era visto pelo público simplesmente como assassinato de pessoas comuns, já que a ameaça dos Espectros era completamente desconhecida pela humanidade, o que o levou a ser considerado uma ameaça, chegando inclusive a confrontar vários heróis do panteão da Marvel, como os X-Men, Luke Cage, Punho de Ferro, e muitos outros. O herói tinha conseguido fazer amizade com duas pessoas, Steve Jackson e Brandy Clark, que depois de um tempo apaixonou-se pelo herói do espaço. A série publicada pela Marvel teve 75 edições regulares e alguns especiais, sendo encerrada em 1986. Com o fim do contrato, a Marvel infelizmente não pode mais usar o personagem em seu visual robótico, que pertencia à Parker Brothers, mas Rom ainda apareceu em algumas histórias posteriores ao fim da série, mas em sua aparência humana, reconquistada ao fim da série regular.
                No Brasil, o personagem estreou na edição N° 2 da revista Almanaque Premiere Marvel, da RGE-Rio Gráfica e Editora, onde teve suas primeiras 7 histórias de seu título regular publicadas. Com o fim da publicação, em dezembro de 1982, o personagem só voltaria à cena alguns meses depois, em julho de 1983, passando a ter suas histórias na nova revista do Hulk, lançada pela Editora Abril, que publicou por lá a grande maioria das aventuras do cavaleiro espacial, iniciando do ponto onde suas histórias haviam deixado de ser publicadas pela RGE. Depois, suas aventuras passaram a sair na revista dos X-Men, a partir de 1989, com a luta do cavaleiro espacial contra os Espectros encontrando seu fim na primeira edição do Superalmanaque Marvel, onde suas últimas aventuras foram publicadas no Brasil (edições 62 a 65 do título americano). A Abril deixou de lançar todas as demais histórias lançadas pela Marvel, que iam até a derradeira edição 75, quando foi encerrado o título nos Estados Unidos.
                Na nova série que está se iniciando, Rom continuará a enfrentar os Espectros, que novamente são uma ameaça a toda a galáxia. O herói agora faz parte da Ordem da Estrela Solar (Solstar Order, no original), uma força benevolente que criou os Cavaleiros Espaciais para trazer paz ao cosmo, enfrentando ameaças que possam comprometer o destino de várias raças e planetas pelo universo. Segundo Chris Ryall, os fãs que conhecem a história original de Rom já tem uma versão pré-concebida do personagem, e vários dos elementos vistos na série da Marvel continuarão presentes nestas novas aventuras, que reiniciam completamente a saga de Rom, que continua a ser visto como o maior herói dentre todos os cavaleiros espaciais.
                Curiosamente, apesar da boa receptividade da série de quadrinhos produzida pela Marvel o brinquedo original do personagem não fez muito sucesso no mercado, apesar das boas vendas iniciais, sendo descontinuado pouco tempo depois. Em 1991, a Parker Brothers acabou encampada pela Hasbro, empresa de brinquedos que comercializava produtos de várias outras séries, como G.I. Joe, Transformers, e outros, e é a atual detentora dos personagens, que o licenciou à IDW no ano passado para a criação das novas aventuras em quadrinhos. Aliás, por não possuir mais os direitos do visual robótico de Rom, original do brinquedo, a Marvel ficou impossibilitada de reeditar as histórias produzidas com o personagem, bem como das aventuras onde ele aparecida nas séries de outros personagens, como X-Men, Hulk, etc.
                Os velhos fãs agora esperam para ver como se dará a nova publicação do personagem em sua nova editora, que promete reapresentar o herói espacial com sua essência preservada, não só para atrair aqueles que conheceram suas aventura originais na Marvel, mas também para conquistar os leitores dos tempos atuais. Infelizmente, para os fãs brasileiros, as chances destas novas aventuras aportarem por aqui é pequena, já que boa parte das séries produzidas pela IDW de outras franquias de sucesso conhecidas pelos leitores nacionais, como Transformers, G.I. Joe, entre outras, continuam inéditas por aqui, sem perspectivas de serem lançadas em nosso mercado, o que deve ser a sina das novas aventuras do intrépido cavaleiro espacial.