segunda-feira, 16 de março de 2015

SPAWN CHEGA À 250ª EDIÇÃO E TRAZ O RETORNO DE AL SIMMONS



                Praticamente o personagem mais famoso da Image Comics, Spawn chegou no último mês de fevereiro a um número invejável: seu título regular atingiu 250 edições, publicadas ininterruptamente desde a estréia da revista em 1992. O personagem foi criado pelo desenhista Todd McFarlane, que junto de vários outros artistas, deixaram seus empregos para fundar a Image, uma nova editora onde cada artista teria o controle total de seus personagens, ao contrário do que ocorria nos seus trabalhos para editoras como Marvel e DC, onde o fruto de seus trabalhos pertencia às editoras. De início, com artes de grande impacto visual, a nova editora "estourou" no mercado, tornando-se logo a maior empresa de quadrinhos logo depois das gigantes DC e Marvel, e deixando até a tradicional Dark Horse para trás. Com o passar do tempo, porém, as histórias dos personagens criados foram perdendo apelo, uma vez que as histórias não tinham a mesma qualidade dos desenhos. Alguns dos desenhistas fundadores, como Jim Lee, saíram da empresa, e vários títulos acabaram cancelados. Mesmo assim, a Image continuou sendo um nome forte, e aos poucos, foi consolidando sua posição no mercado estadunidense de quadrinhos, apesar de não possuir mais a força de seus primeiros anos. Hoje, dos primeiros anos da editora, sobraram praticamente três títulos mais longevos: Savage Dragon, Witchblade...e Spawn,
                Spawn conta a história de Al Simmons, agente secreto do governo federal que, após ser morto, acaba enviado para o inferno, por todos os pecados que cometeu em sua vida a serviço do governo. No desespero para retornar ao mundo dos vivos, e rever sua esposa Wanda, ele faz um trato com o demônio Malebolgia, para se tornar seu agente. Como de costume em acordos com o Diabo, Simmons volta à vida, mas vários anos depois de sua morte, seu corpo está completamente desfigurado, e usando um traje que lhe confere poderes demoníacos variados, e para piorar, sua esposa casou-se com seu melhor amigo. Como desgraça pouca é bobagem, Malebolgia ainda o atormenta com o perverso Violador, um demônio dos mais sanguinários, ao mesmo tempo em que Simmons tenta dar um sentido à sua nova existência. O título caiu no gosto dos leitores, e se tornou o mais popular da Image Comics, fazendo Todd McFarlane ganhar rios de dinheiro. O personagem ainda ganhou uma série de animação adulta com 13 episódios e um filme com atores.
                Com o tempo, McFarlane passou o comando das histórias para outros artistas, ficando apenas na administração da Image e de sua nova empresa, a McFarlane Toys, mas sempre mantendo-se atualizado sobre as aventuras e o destino do personagem, no que fez bem, pois sua capacidade como roteirista não estava à altura de suas habilidades de desenhista. E assim, Spawn teve uma longa vida de aventuras. Al Simmons comeu literalmente o pão que o Diabo amassou em sua existência como ser infernal, até que conseguiu inverter as posições do jogo e destronou o próprio Malebolgia do comando das hostes infernais. Por fim, chegou a declarar guerra até mesmo ao Céu, e no final, acabou por selar tanto o Inferno quanto o Céu em suas batalhas, adquirindo poderes divinos e conseguindo até recriar a Terra sem a participação tanto do Céu quanto do Inferno. Por fim, sem ter mais o que fazer, Simmons cometeu suicídio na edição n° 185 do título, mas a lenda do Spawn não terminaria por ali.
                Surgiu um novo Spawn na figura de Jim Downing, que ao contrário de Simmons, renascido como um ser infernal, era apenas uma pessoa comum que, estranhamente, passou a ter o traje simbionte do Spawn, passando a ter acesso aos poderes de seu antecessor, e de repente se vendo em uma encrenca atrás da outra, inclusive com antigos desafetos do anti-herói surgindo para acertar contas. E a saga de Jim atingiu o clímax na edição 250, com o destino de toda a cidade de Nova Iorque na balança, tendo que lutar inclusive contra seu próprio uniforme. A edição teve 64 páginas, o dobro do tamanho das edições convencionais, para comportar a aventura decisiva, além de trazer capas variantes desenhadas por Todd MCFarlane, Greg Capullo, Skottie Young, Jock, Sean Murphy, e Philip Tan. Mas o mais importante é que, ao fim da batalha travada, estará aberto o caminho para o retorno de...Al Simmons!
                Isso mesmo, os leitores verão o retorno daquele que foi o Spawn original da série. E esse é o mote da edição SPAWN RESURRECTION, lançada este mês, com roteiros de Paul Jenkins e desenhos de Jonboy Meyers, e que assumem o título a partir da edição 251, com Al Simmons estrelando novamente a série. O que aconteceu com ele após seu suicídio? O quefez durante esse tempo, e como ele irá lidar com sua nova condição? Ele está mais forte do que antes e possuindo novos poderes aos quais está tentando se ajustar, bem como tentando entender a experiência pela qual passou. Mas, ao mesmo tempo em que tenta descobrir os mistérios que sua nova condição lhe apresentam, uma nova ameaça potencial se aproxima, o que o obriga a forjar novas alianças e planejar suas defesas, em uma parte de Nova Iorque amplamente dominada pelo crime. Aproxima-se uma batalha que fará a guerra que travou contra o Céu e o Inferno parecerem uma briga de botequim.
                Todd McFarlane desafiou Jenkins a promover Simmons à condição de um homem mais maduro, bem mudado em relação ao que era inicialmente, bem como criar novos fatos à mitologia do personagem. "Dê-me algo novo sobre sua mitologia. Surpreenda-me assim como vai surpreender o leitor.", afirmou o criador de Spawn, que sabe que Jenkins conhece o personagem o suficiente para dar conta do desafio da nova empreitada. A intenção é levar Spawn de novo ao topo da lista de títulos mais vendidos do mercado americano, onde já esteve nos anos 1990.
                No Brasil, Spawn foi lançado em 1996, quando os personagens da Image debutaram nas bancas nacionais em lançamentos tanto da Editora Globo quanto da Abril, que foi a responsável por trazer o personagem infernal criado por McFarlane. A revista durou até 2005, totalizando 150 números, quando foi cancelada. Em 2006, a Pixel Media deu seguimento à publicação das aventuras, lançando mais 28 edições, até seu cancelamento, em 2008. Em 2012, a HQ Maniacs publicou a edição "Spawn - Herança Maldita", no que foi sua última edição lançada por aqui. Desde então, o personagem não foi mais visto no mercado editorial nacional. Spawn também teve várias edições especiais lançadas por aqui, primeiro pela Abril e depois pela Pixel, bem como o cross-over com o Batman. Enquanto os leitores americanos podem comemorar a volta do protagonista original de Spawn, os leitores nacionais ainda ficam na esperança do título um dia voltar a ser publicado por aqui. Nos últimos tempos vimos vários novos títulos de quadrinhos ganharem o mercado, e só resta esperar que a crise econômica pelo qual nosso país passa não deixe as editoras muito arredias em seus projetos de lançar novos títulos. Se isso acontecer, as chances de Spawn retornar às bancas nacionais, que já são pequenas, podem se tornar ainda menores. Só resta ter fé aos leitores por dias melhores, mantendo firme o otimismo.

LEONARD NIMOY, O ETERNO SR. SPOCK, MORRE AOS 83 ANOS



                A comunidade trekker mundial está de luto. Faleceu no último dia 27 de fevereiro Leonard Nimoy, que se notabilizou por interpretar o Senhor Spock, o mais famoso personagem da série Jornada nas Estrelas, que se tornou o seriado mais famoso da história. O ator tinha 83 anos, e o comunicado da morte foi feito por sua esposa, Susan Bay Nimoy. A causa da morte foi doença pulmonar obstrutiva crônica, que o ator revelou há um ano atrás possuir, e que nos últimos meses já havia causado várias debilitações em seu estado de saúde. A doença é causada pelo fumo, e Nimoy era um fumante inveterado antigamente. Mesmo tento parado de fumar há 30 anos, os males do vício infelizmente ficaram, segundo ele, e desde então ele fez diversos alertas em vários canais de comunicação e redes sociais sobre os perigos do cigarro, aumentando o tom crítico que adotara em relação ao vício desde que parara de fumar.
                Nimoy havia sido já havia sido internado em algumas ocasiões no ano passado, por causa da decadência de sua condição física devido à doença, e em fevereiro deste ano foi novamente levado para o hospital, após sentir fortes dores no peito. O ator faleceu em sua casa, em Los Angeles, e a notícia de sua morte repercutiu no mundo inteiro. Não apenas os tradicionais fãs de Jornada nas Estrelas, mas fãs de ficção científica, TV, seriados e de muitas outras áreas, sentiram o peso da notícia. O impacto também atingiu fortemente seus velhos colegas de seriado, como William Shatner, que declarou que havia perdido um verdadeiro irmão, e George Takei, que lamentou a morte do amigo.
                Nascido em 26 de março de 1931 na cidade de Boston, Estado de Massachussets, Leonard Simon Nimoy era filho de imigrantes judeus ucranianos, e desde cedo mostrou inclinação para as artes cênicas. Mas foi somente em 1951 que ele estreou oficialmente sua carreira de ator, atuando no filme "Queen for a Day" (Rainha por um Dia). Seguiram-se mais alguns filmes, fazendo pequenos papéis, e em 1953, começou a participar de episódios em vários seriados de TV, iniciando por "Dragnet", onde fez o papel de Julius Carver no episódio "The Big Boys". Nos anos seguintes, ele passou pelas séries "The West Point Story", "Highway Patrol" (Patrulha Rodoviária), "Broken Arrow", "Mackenzie's Raiders", "Sea Hunt" (Aventura Submarina), "Bonanza", "Mod Squad", "The Rebel" (O Rebelde), "Gunsmoke", "The Twilight Zone" (Além da Imaginação), "87th Precinct", "The Untouchables" (Os Intocáveis), "Perry Mason", "Combat!", "The Outer Limits" (Quinta Dimensão), "The Man from U.N.C.L.E." (O Agente da U.N.C.L.E.), "Get Smart" (Agente 86), "Daniel Boone", entre vários outros. Ao mesmo tempo, continuava a aparecer em alguns filmes, fazendo um papel aqui e ali. Era um nome conhecido no meio, mas sem muito destaque.
                Mas a carreira do ator iria mudar para sempre a partir de 1964. Gene Roddenberry havia conseguido a aprovação para o piloto de sua série de TV, Jornada nas Estrelas, e Leonard Nimoy foi um dos artistas escolhidos para estrelar a nova série. Outro ator, DeForest Kelley, também estava na parada, e a ele teria sido oferecido o papel do Senhor Spock, um alienígena mestiço humano/vulcano. Mas Kelley recusara o papel de Spock. Segundo consta, o ator detestou o lance de usar as orelhas vulcanas pontudas. O papel então acabou com Nimoy, que o estrelaria no piloto da série, intitulado "The Cage". O piloto acabou recusado pela direção da Paramount e da NBC, por acharem a história complicada demais. Felizmente para Roddenberry, o estúdio autorizou a produção de um segundo piloto, onde todos os personagens foram trocados, com exceção do Sr. Spock, para sorte de Nimoy.
                O segundo piloto foi aprovado, Jornada nas estrelas estreou na TV americana em 1966, e o resto é história. Depois de ser cancelado após 3 temporadas, o seriado foi exibido em reprise em inúmeros canais, ganhando uma legião de fãs que nunca mais parou de crescer, idolatrando os personagens da intrépida nave estelar da Frota Estelar da Federação Unida de Planetas do século XXIII: o heróico capital James T. Kirk, o milagreiro engenheiro Sr. Scotty, o resmungão médico Dr. McCoy (que acabou sendo interpretado por DeForest Kelley), o navegador Sr. Sulu, a Oficial de Comunicações Uhura, o jovem Checov, e claro, o personagem mais icônico da série, o Sr. Spock. E Leonard Nimoy nunca mais conseguiria se separar dele, por mais que tentasse. Fruto de um casamento de um embaixador do planeta Vulcano com uma jovem terrestre, Spock é um mestiço, e vive em conflito com suas duas naturezas, a humana e a vulcana. Os vulcanos, após quase se exterminarem em guerras, adotaram o raciocínio lógico, suprimindo suas emoções através da disciplina, e Spock vive o dilema de conciliar o seu lado lógico com seu lado emocional. Pensando sempre com frieza e calma, sua linha de raciocínio sempre o levava a discussões com o Dr. McCoy, para quem Spock não passava de um computador ambulante em forma humana em inúmeras ocasiões. O que não impediu de ambos se tornarem grandes amigos, compondo junto com o determinado capitão James Kirk a tríade de suporte do seriado. Nimoy ajudou a compor alguns detalhes do seu personagem, criando a clássica saudação vulcana com os dizeres "Vida Longa e Próspera", além do truque da pinça vulcana, que permitia a Spock nocautear um adversário com uma leve pressão em um ponto próximo ao pescoço, detalhes que passaram a compor a rica personalidade do personagem.
                Após o fim de Jornada na TV, Leonard Nimoy seguiu sua carreira tanto na TV quanto no cinema. Seu papel seguinte de sucesso foi Paris, em Missão Impossível, onde fazia o mestre dos disfarces da equipe de Jim Phelps. Fez mais alguns filmes e participações em seriados, mas Spock havia se tornado uma sombra constante na vida do ator, a ponto de ele lançar uma biografia intitulada "Eu Não sou Spock", em 1975. Nimoy temia ficar estimagtizado pelo papel do vulcano, assim como o ator Adam West ficou para sempre ligado ao personagem Batman na série dos anos 1960. Nimoy ainda reprisou seu papel de Spock na série animada de Jornada nas Estrelas, mas não estava mais interessado em interpretar o personagem. Assim, quando Jornada começou a pré-produção do que seria o segundo seriado, Nimoy estava determinado a não voltar. Tanto que os roteiros escritos já constavam o nome de outro personagem, Xon, que iria ocupar o mesmo posto de Spock numa renovada Enterprise que partia em nova missão. Mas, diferente de seu antecessor, Xon seria um vulcano puro. O sucesso do filme Guerra nas Estrelas, contudo, mudou os planos da Paramount, e a nova série de TV foi cancelada: Jornada iria para o cinema. E então, finalmente conseguiram que Leonard Nimoy voltasse atrás em sua decisão de renegar Spock. Assim, em 1979, estreava o filme de Jornada nos cinemas, trazendo toda a velha tripulação de volta, inclusive Spock. Foi o delírio para os fãs.
                Em Jornada nas Estrelas II, a comunidade trekker levou um choque: Spock morria após salvar a nave Enterprise após um combate com o tirânico Khan, abrindo caminho para a ressurreição do personagem no terceiro filme, que foi dirigido pelo próprio ator, que repetiu a dose também no quarto filme. A fama de Jornada havia voltado a crescer, e o seriado ganhou enfim uma nova produção para TV - A Nova Geração, que se passava no século XXIV, com novos personagens. Mesmo assim, a turma clássica ainda estrelou mais 2 filmes, com todos eles fazendo suas despedidas oficiais em Jornada nas Estrelas VI, em 1991. Spock ainda voltaria em um episódio duplo da Nova Geração - Unificação, dando seguimento aos acontecimentos do sexto filme para cinema. Foi sua despedida do personagem. Dali em diante, Nimoy deu seguimento à carreira, fazendo participações em filmes e seriados, além de atuar também como diretor. E, sentindo que havia feito suas pazes com Spock, o ator lançou uma nova biografia, "Eu Sou Spock", em 1995, onde mostrava sua reconciliação com o personagem que o tornou famoso mundialmente.
                Em 2009, cerca de 18 anos após encerrar sua participação em Jornada, Nimoy voltou à franquia, e novamente ao papel de Spock, na nova versão da série clássica dirigida por J. J. Abrahms, onde um vilão surge no século XXIII com desejo de vingança contra Spock por considerá-lo culpado pela perda de seu planeta natal, e provoca mudanças na linha do tempo até então conhecida. Neste novo filme, Spock é interpretado pelo ator Zachary Quinto, mas o Spock "original" surge vindo do futuro, dando à tripulação da Enterprise as informações necessárias de como derrotar o inimigo. Em 2013, Nimoy voltou novamente ao papel de Spock em uma rápida participação em Jornada nas Estrelas - Além da Escuridão, segundo filme do reboot da franquia.
                Além de ator, Nimoy também foi poeta e fotógrafo, tendo lançado alguns livros e feito exposições de seus trabalhos com fotografia. Como ator, além de atuar em cena, também foi dublador, tendo participado do longa animado para cinema Transformers, de 1986, onde deu voz ao vilão Galvatron. Em Transformers: O Lado Oculto da Lua, de 2011, ele deu voz novamente a um dos robôs da franquia, Sentinela Prime. Também dublou a si próprio em séries animadas como Futurama e Simpsons, além de fazer narração e vozes em diversos seriados, filmes e jogos de videogame. Seus últimos trabalhos na TV foram no seriado Fringe, em 2012, onde participou de pelo menos 11 episódios como o Dr. Willian Bell. Também em 2012 ele voltou a dar voz a Spock no seriado "The Big Bang Theory", dublando um boneco do personagem de Jornada.
                Leonard Nimoy foi casado duas vezes: a primeira vez, com Sandi Zober, de 1954 a 1987, quando se divorciaram; e a segunda vez com Susan Bay, em 1989 até o dia de sua morte. Teve dois filhos do primeiro casamento, 6 netos e um bisnetos. Durante a produção da série de Jornada nas Estrelas na década de 1960, outro problema também afligiu o ator: o alcoolismo, o qual conseguiu superar com a ajuda de colegas e do programa de reabilitação de drogas. Na mesma época também fumava compulsivamente, mas este vício Nimoy só se livraria nos anos 1980, quando largou o cigarro em definitivo. Quando foi diagnosticado com a doença em seus pulmões o ator lamentou ter parado "tarde demais" para evitar os estragos que culminaram na doença que o acometeu. Em 2009, a Prefeitura de Boston, sua cidade natal, instituiu o dia 14 de novembro daquele ano como o "Dia de Leonard Nimoy". Em janeiro de 1985, o ator ganhou sua Estrela na Calçada da Fama, em Hollywood, onde os fãs prestaram inúmeras homenagens ao ator desde a notícia de seu falecimento. Sua última mensagem foi passada pela rede de micro-blogs Twitter, no dia 23 de fevereiro, onde declarou “A vida é como um jardim. Momentos perfeitos podem acontecer, mas não podem ser guardados, a não ser na memória. LLAP”. A sigla LLAP, com a qual Leonard sempre encerrava suas mensagens, significa Life Long And Prosper (Vida Longa e Próspera), a frase da saudação vulcana sempre dita por Spock.
                Descanse em paz, grande Leonard Nimoy. Vida Longa e Próspera em sua nova e grandiosa jornada...



sábado, 28 de fevereiro de 2015

DARK HORSE LANÇARÁ EDIÇÃO COM ARTES DE HE-MAN



                Os anos 1980 foram esplendorosos na criação de muitas séries que se tornaram icônicas no mundo inteiro, e que até hoje continuam cativando fãs e ganhando novos produtos. E uma destas produções daquela década está para ganhar uma edição ilustrativa para fã nenhum botar defeito, pelas mãos da Dark Horse Comics, uma das principais editoras de quadrinhos dos Estados Unidos. E a série abordada é He-Man e os Mestres do Universo, que na época fez um tremendo sucesso em todos os países em que foi exibida, ganhando uma verdadeira avalanche de produtos licenciados, especialmente brinquedos e quadrinhos. Na trama, o indolente e por vezes "irresponsável" e fanfarrão Príncipe Adam, do principal reino do Planeta Etérnia, transforma-se, sempre que necessário, no maior defensor daquele mundo, o poderoso He-Man, sempre preparado para encarar os pérfidos planos dos vilões que ameaçam a paz de Etérnia, em especial de Esqueleto, seu maior inimigo, que tem por objetivo dominar todo o Universo, tencionando apossar-se dos segredos mágicos guardados na principal fortaleza mística do planeta, o Castelo de Grayskull. Com a ajuda de inúmeros outros combatentes, chamados de Mestres do Universo, He-Man sempre frustrava os planos malignos dos vilões, além de sempre dar conselhos e dicas ao final de cada episódio da série animada
                A edição em questão chama-se THE ART OF HE-MAN AND THE MASTERS OF THE UNIVERSE, e será um livro de mais de 300 páginas que trarão informações e detalhes nunca antes revelados aos fãs da série He-Man e os Mestres do Universo. O lançamento terá duas edições: uma convencional, ao preço de cerca de US$ 40,00, com capa "standard" em cartolina; e uma edição limitada para colecionadores, pelo preço de cerca de US$ 130,00. Esta edição limitada, além de trazer páginas extras, terá capa dura, e apenas 4 mil exemplares à venda, e trará também um portifólio do artista Gerald Parel, além de um box com o desenho do Castelo de Grayskull para acomodar a obra. O lançamento será feito para as comic shops dos Estados Unidos, com data de lançamento para 1° de abril, e depois, também para as livrarias, onde estará disponível a partir do dia 14 do mesmo mês. Ambas as edições já se encontram em pré-venda em diversos sites, como a Amazon (www.amazon.com), e a Barnes & Noble (www.barnesandnoble.com). O projeto foi anunciado na Comic Con de San Diego de 2014, e reúne praticamente mais de 30 anos de material de produção e outras artes nunca vistas antes da franquia, em um esforço conjunto entre a Mattel, detentora dos personagens, e a Dark Horse Comics. Pela qualidade das informações e artes que compõe a obra, este livro definitivamente "tem a força", como diriam os fãs do famoso defensor de Etérnia.
                O livro é escrito pelos irmãos Tim e Steve Seeley, e traz inúmeras artes dos bastidores da produção do personagem, desde as concepções dos primeiros brinquedos, storyboards dos personagens, artes da criação das séries de TV, e muito mais, em ordem cronológica, contando como uma linha de brinquedos acabou por se tornar um fenômeno da cultura pop, ganhando inúmeras produções posteriores e mantendo sua fama até hoje. Tim Seeley já desenhou e roteirizou diversas séries de quadrinhos, entre elas G.I. Joe (Comandos em Ação), Wild C.A.T.S., Hack/Slash, Witchblade, e Batman Eterno, entre outros trabalhos. Todas as artes foram recuperadas para o lançamento do livro, através do ilustrador Earl Norem, celebrado como um dos artistas que produziram as mais memoráveis imagens de He-Man até hoje.
                Tim Seeley explicou que o livro foi praticamente um projeto de sonho. "Quando a Mattel concordou com este projeto, eu dei um pulo! Todo mundo que me conhece sabe que sou um grande fã de He-Man, e esta era uma grande chance, fazendo entrevistas, escrevendo o texto, e colocando tudo em um único livro", declarou. Indagado pelo site Newsarama se houve algum desafio para compor esta obra, Tim declarou que havia muito material à disposição, e que o trabalho maior foi encontrar coisas que ninguém tinha visto antes, o que levou a encontrar um notável número de revelações, artes nas profundezas dos arquivos, os primeiros projetos feitos para a série animada da Filmation, projetos de brinquedos que foram concebidos mas nunca produzidos, etc. "Queremos dar às pessoas coisas que só poderão ser vistas neste livro", afirmou. "Tentamos dividir o livro em sua maioria por ano, mas também por produtos diferentes. Assim, o primeiro capítulo trata da concepção dos brinquedos e os detalhes dos seus bastidores, e como isso contribuiu para o estilo da arte que foi feita para todos os seus aspectos. Tivemos que lidar também com o mini-quadrinhos originais, assim como os quadrinhos das outras linhas", enfatizou.
                "Nós fizemos um monte de entrevistas, na verdade. Chamamos um monte de pessoas associadas com 'Mestres do Universo' para obter a sua opinião sobre a série, como Earl Norem, Erika Scheimer - cujo pai Lou comandava a Filmation, Steven Grant, Larry Houston, e até mesmo Dolph Lundgren." Lundgren estrelou o filme "Mestres do Universo, produzido em 1987, fazendo o defensor de Etérnia, mas mesmo com a fama do personagem no auge, depois de duas temporadas com 130 episódios, a produção não conseguiu cativar os fãs por mostrar muitas diferenças com a ambientação vista no desenho animado. Sobre o conteúdo do livro, Tim completa: "É uma visão exaustiva de como esse universo foi criado a partir de uma simples linha de brinquedos, e como isso se traduziu em todos estes diferentes meios de comunicação, e como se criou todo um universo a partir da necessidade de apenas fazer novos brinquedos."
                Da criação da linha de brinquedos, He-Man fez duas aparições nos quadrinhos da DC em 1982, contracenando com ninguém menos do que o Super-Homem. Em 1983 e 1984, ganhou sua primeira série animada, produzida pelo Estúdio Filmation, com 130 episódios que fizeram um sucesso estrondoso e levaram à criação e produção de uma nova série - She-Ra: a Princesa do Poder, mostrando as aventuras da irmã gêmea do defensor de Etérnia. De lá para cá, He-Man ganhou duas novas produções animadas, e várias séries de quadrinhos, passando por editoras como Marvel, Image, e voltando à DC Comics, onde tem uma nova série regular em publicação atualmente, e com perspectivas de ganhar uma nova produção com atores em breve.
                O personagem tem muitos fãs no Brasil, e recentemente, ganhou duas edições especiais em quadrinhos da Panini Comics, compilando minisséries recentemente produzidas pela DC Comics. Depois de lançar livros dedicados às produções cinematográficas do Super-Homem, Batman, e Homem de Ferro, será que a editora se arriscaria a lançar esta obra por aqui? Talvez sim, talvez não... Não dá para saber. A única certeza é que os fãs estadunidenses do herói de Etérnia certamente não veem a hora de colocar as mãos nesta bela edição, que com certeza merece todos os elogios pela iniciativa da Dark Horse e da Mattel em produzir este belo material.



NINNINGER É A SÉRIE SUPER SENTAI DE 2015



                Entra ano, sai ano, e uma das franquias mais longevas da Toei Productions, o Super Sentai, continua ganhando novas séries. A produção de 2015 chama-se Shuriken Sentai Ninninger (Esquadrão Shuriken Ninninger), e é a 39ª série da franquia, que caminha firme para completar 4 décadas no ar, desde que a primeira série, Himitsu Sentai Goranger, estreou em abril de 1975. De lá para cá, com exceção de 1978, em todos os anos surgiu um novo esquadrão de heróis vestindo uniformes coloridos, que se tornaram um dos ícones sagrados das produções tokusatsu, ao lado das franquias Kamen Rider, e da inesquecível Ultraman.
                A nova série substitui a produção de 2014, Ressha Sentai ToQger (Esquadrão do Trem Expresso ToQger), que tinha como temática trens. A nova produção retoma um tema já utilizado anteriormente na franquia: os ninjas. A primeira série a utilizar esse tema foi Ninja Sentai Kakuranger (Esquadrão Ninja Kakuranger), de 1994; e Ninpuu Sentai Hurricanger (Esquadrão Ninjas do Vento Hurricanger), de 2002. Ninninger estreou no último dia 22 de fevereiro, sendo transmitido pela TV Asahi, no horário das 7:30.
                A trama desta série é a ameaça que nosso mundo sofre pelo retorno de Gensetsu Kibaoni, um cruel general que durante a Era Sengoku da história do Japão, tentou conquistar o país através do terror. Kibaoni foi derrotado pelos guerreiros da família Igasaki, um poderoso clã ninja. Mas Kibaoni jurou que um dia retornaria, e voltaria a disseminar o terror, mais de 4 séculos depois. Quando ele retornou, não era mais um ser humano, mas um demônio, youkai, mas seus planos foram mais uma vez frustrados pelo clã Igasaki, nas mãos de Yoshitaka Igasaki, que pelo feito, ganhou o título de "Último Ninja". Contudo, o selo que prendia o temível vilão acabou se rompendo, e novamente livre, ele pretende espalhar novamente o terror sobre o Japão. E cabe à nova geração dos netos de Yoshitaka Igasaki a tarefa de deter o demônio renascido e seus asseclas, bem como os monstros que ele cria para seus propósitos maléficos.
                O herói principal é Takaharu Igasaki, que ao retornar de uma longa viagem de treinamento, encontra o dojo ninja de sua família totalmente destruído pelos homens de Kibaoni. Agora ele precisa se reunir a seus primos Yakumo Kato, Nagi Matsuo, Kasumi Momochi, e à irmã caçula, Fuuka Igasaki, para enfrentar a grande ameaça. Mas, tirando Takaharu, que idolatra o feito do avô e quer se tornar um grande ninja como ele foi, os demais querem apenas continuar suas vidas como jovens normais, vendo as artes ninjas apenas como algo do passado e uma diversão. Mas quando Kibaoni lança seu primeiro monstro atacando a cidade, a determinação de Takaharu em confrontar o inimigo, mesmo sozinho, motiva os demais a aceitarem sua herança ninja e a responsabilidade de confrontar a ameaça. Utilizando as espadas lendárias dos Igasaki, as Ninja Ichibantou, os cinco transformam-se no Esquadrão Shuriken Ninninger. Takaharu é o brilho selvagem, Akaninger (vermelho); Yakumo é a nuvem estrondosa, Aoninger (azul); Nagi é a deslumbrante serenidade, Kininger (amarelo); Kasumi é a neblina cintilante, Momoninger (rosa); e Fuuka é a flor do vento, Shironinger (branca).
                Mas o desafio dos jovens será duplo: além de terem de combaterem as forças de Kibaoni, sendo adolescentes, todos eles ainda são novatos e inexperientes nas artes ninja, apesar de dominarem vários truques, e precisarão aprender e treinar intensivamente para aprimorar seus conhecimentos e habilidades ninja, além de aprenderem a dominar seus novos poderes como Ninninger, como por exemplo controlar adequadamente os veículos de combate, que unidos, formam o poderoso robô Shurikenjin, para ser usado nos momentos em que os monstros se tornam gigantes, clichê mais do que batido nas séries Super Sentai. E, mais para a frente na série, o grupo ainda contará com mais um integrante, cujo nome será Starninger, como já vem sendo de hábito nas séries Super Sentai nos últimos tempos. E assim, vai começar mais uma luta épica para defender a humanidade das forças do mal...
                As séries Sentai com temática ninja nunca foram exibidas por aqui, sendo que o público brasileiro só teve oportunidade de ver as adaptações feitas para Power Rangers. No caso de Kakuranger, foram aproveitados praticamente somente os robôs de combate, já que continuavam usando os uniformes da fase Zyuranger, durante a maior parte do terceiro ano da série. Apenas no final aproveitaram o visual dos Kakurangers para os Alien Rangers, heróis de outro planeta que vinham dar uma ajuda aos heróis terrestres, que haviam sido transformados em crianças. Anos depois, a série Hurricanger seria adaptada em Power Rangers Tempestade Ninja. E como já virou costume - ou praga, para alguns fãs das produções originais japonesas, Ninninger deverá ser adaptado para Power Rangers em um futuro próximo, a exemplo da série Sentai de 2013, Kyoryuger, que serviu de base para Power Rangers Dino Charge, a produção de Power Rangers de 2015. E será provavelmente apenas como base de Power Rangers que Ninninger será visto no Brasil, visto que as séries Sentai originais nunca mais deram a cara por estas bandas desde que Power Rangers desembarcou por aqui. O jeito será apreciar a série apenas por fansubbers, o que virou rotina nos últimos anos.

SALVAT LANÇA SEGUNDA COLEÇÃO DE ALBÚNS MARVEL



                Marvetes, preparem seus bolsos. A editora Salvat, que já vem publicando a Coleção Oficial de Graphics Marvel, com luxuosas edições em capa dura e papel de primeira qualidade de várias sagas dos heróis da Casa das Idéias, acaba de lançar oficialmente a sua segunda coleção de álbuns com os heróis.
                Intitulada OS MAIS PODEROSOS HERÓIS DA MARVEL, esta nova coleção, assim como a primeira, segundo a editora, será composta de 60 números, que serão lançados quinzenalmente nas bancas. A primeira edição enfoca ninguém menos do que o mais poderoso grupo de heróis da editora americana, os Vingadores. A segunda edição será focada no Homem-Aranha, a edição 3 no Wolverine, a 4 no Hulk, e assim por diante, cada edição enfocando um personagem ou grupo. O acabamento gráfico é idêntico ao da primeira coleção, e os preços, idem. A edição de estréia tem preço promocional de R$ 9,90; já a segunda edição vem pelo preço de R$ 19,90; a partir do terceiro número, o preço já será de R$ 32,90. E, assim como a primeira coleção, as lombadas das edições irão compor uma arte com vários dos heróis desenhada pelo artista Adi Granov.
                Esta coleção, tal como a primeira, passou por um lançamento-teste em algumas cidades, para verificar a aceitação do público leitor, e agora sairá pra valer. Inicialmente, as edições serão distribuídas nas bancas dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Piauí, Goiás, e Rio Grande do Norte, e posteriormente será lançada nos demais Estados do país, em data ainda a ser anunciada pela editora.
                Cada edição, além de trazer geralmente a primeira história do personagem e/ou grupo focado, trará também matérias especiais, colocando o leitor a par de informações essenciais da história do grupo e/ou personagem da edição. No álbum de estréia, protagonizado pelos Vingadores, a edição traz a primeira história do grupo, publicada em Avengers N° 1, de setembro de 1963, a saga "A Vingança de Ultron", além de detalhes dos bastidores da criação da superequipe, em 1963, uma relação completa de todos os heróis que já fizeram parte dos Vingadores em toda a sua história, uma indicação das mais importantes sagas já vividas pelo grupo, além de um resumo de toda a história da equipe mais poderosa de heróis do Universo Marvel. Assim, nesse esquema, todas as edições trarão textos com o histórico e biografia do personagem/grupo, galerias de artes, indicações das principais histórias, e muito mais. A edição de estréia ainda traz um pôster dos Vingadores, desenhado por Arthur Adams, com vários dos heróis que já integraram a equipe.
                Em agosto de 2013, a Salvat iniciou a onda das coleções em álbuns de luxo (Graphic Novels) no mercado nacional. O sucesso da coleção de álbuns da Marvel instigou outras editoras a apostar no gênero, como a PlanetadeAgostini, que no ano passado lançou uma coleção de álbuns com os quadrinhos da franquia Guerra Nas Estrelas (Star Wars). E outra editora, a Eaglemoss, já lançou, em fase de testes, os primeiros volumes de uma coleção idêntica à da Salvat, mas voltada para os heróis da DC Comics, cujo lançamento "oficial" deve ser feito muito em breve. Ao mesmo tempo, a Altaya, outra editora, também lançou uma coleção, de placas colecionáveis da Marvel, em metal, para testes. Com a concorrência se armando, a Salvat tratou de garantir o seu filão, lançando esta nova coleção de álbuns da Marvel ainda com a primeira coleção em andamento, que acabou de ter a sua 40ª edição lançada, na intenção de fidelizar o público leitor que já está adquirindo a primeira coleção da editora. Resta esperar que o bolso dos marvetes aguente firme o tranco, pois se resolver comprar ambas as coleções em todos os seus volumes, o dispêndio de 4 edições por mês vai começar a pesar no bolso, e infelizmente, a situação econômica atual não é das melhores em nosso país. Vários leitores já declararam, em fóruns e blogs pela internet, que pretendem adquirir apenas certas edições, de acordo com o material que será trazido, e também pelo fato de as finanças andarem curtas, além de já comprarem outros quadrinhos. Isso pode levar as vendas a não serem tão boas quanto as das edições da primeira coleção, que até agora só tiveram concorrência mesmo com a coleção de Star Wars da PlanetadeAgostini.
                Ainda assim, pela qualidade gráfica das edições, o valor cobrado pela Salvat tem ficado bem abaixo das correspondentes edições lançadas pela Panini Comics, atual editora Marvel no Brasil, cujos álbuns de luxo raramente ficam com preço tão acessível. E esta nova coleção, enfocando os heróis, promete trazer alguns materiais bem interessantes, e que há muito não eram republicados, ou sendo até mesmo inéditos no Brasil. Na Europa, esta coleção foi lançada pela Salvat em 2013, e até o presente momento, teve 32 edições lançadas lá fora. Entre os heróis que ganharam enfoque nas edições desta nova coleção encontram-se Miss Marvel, Justiceiro, Luke Cage, Tocha Humana (o original, dos anos 1940), Os Três Guerreiros (Hogun, Frandral, e Volstagg), Visão, Feiticeira Escarlate, Harpia, Destrutor, Os Defensores, Falcão, Guardiões da Galáxia (a equipe original, do século XXXI), Pantera Negra, Capitão América, Doutor Estranho, Homem de Ferro, Professor X, Jean Grey, entre outros heróis, ainda a serem anunciados na coleção que está sendo publicada no Velho Continente.
                Esta nova coleção é mais do que bem-vinda ao mercado nacional, por oferecer mais opções de quadrinhos com excelente acabamento gráfico ao público leitor, que sempre clamou por um tratamento mais sofisticado para várias aventuras de seus heróis favoritos. É torcer para o delicado momento econômico pelo que nosso país atravessa não melar o projeto desenvolvido pela Salvat, que precisa ter suas metas de venda corresponderem ao investimento feito, em um momento onde o leitor pode não conseguir dar todo o apoio que gostaria a este tipo de lançamento.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

IDW RESGATA TÍTULOS DE QUADRINHOS DA DISNEY



                Enquanto no Brasil os leitores tem a oportunidade de acompanharem ininterruptamente desde 1950 as aventuras dos personagens de Walt Disney nos quadrinhos, nos Estados Unidos, imaginem só, a situação é muito diferente do que muitos podem imaginar. Tão diferente a ponto de, em abril, as aventuras dos personagens clássicos da companhia, como Pato Donald, Tio Patinhas, Mickey, e diversos outros personagens, estarem enfim retornando ao mercado editorial de quadrinhos, para felicidade dos leitores que curtem estes personagens. A empreitada é da IDW Publishing, nova casa de publicações dos personagens Disney nos EUA.
                E a editora começa em grande estilo. Agora em março, antecedendo o lançamento de sua nova linha de títulos mensais, a IDW trará para os leitores nada menos do que uma das mais famosas histórias produzidas nos últimos anos: DON ROSA'S THE LIFE AND TIME OF SCROOGE MCDUCK - VOLUME 1 - ARTIST EDITION, ou simplesmente, A Saga do Tio Patinhas, que conta toda a história do pato mais rico do mundo desde sua infância pobre, na cidade escocesa de Glasgow, até a conquista de sua imensa fortuna, passando por aventuras incríveis pelo mundo inteiro, concebida nos anos 1990 pelo desenhista Keno Don Rosa, considerado o "herdeiro" de Carl Barks, artista que fez a fama da Família Pato nos quadrinhos Disney ganhar fama internacional. As "edições de artista" publicadas pela IDW se caracterizam por trazer as obras escaneadas diretamente das artes originais das histórias, totalmente limpas, isto é, sem recordatórios ou balões inseridos, permitindo ao leitor apreciar a arte e os desenhos na sua plenitude. Este primeiro volume, com cerca de 160 páginas, no formato 51,0 cm x 36,0 cm, em capa dura, traz as primeiras seis histórias da saga do Tio Patinhas, escaneadas em altíssima qualidade, sendo que a coleção completa terá 3 volumes. Os volumes seguintes serão lançados em data ainda a ser anunciada pela editora. É a primeira vez que a Saga do Tio Patinhas ganha um lançamento deste tipo.
                "As histórias de Don Rosa são tão frescas e divertidas hoje como eram quando as li pela primeira vez há 25 anos", declarou o Diretor de Projetos Especiais da IDW, Scott Dunbier. "Elas são tesouros eternos", enfatizou, mostrando seu entusiasmo com o lançamento da mais aclamada história concebida pelo artista.
                E, com esse lançamento que dá partida a essa nova fase dos quadrinhos clássicos Disney em terras americanas, nada mais óbvio que o primeiro título mensal Disney a ser lançado pela editora seja UNCLE SCROOGE (Tio Patinhas), que chega às comic shops em abril. No mês de maio, o título do pato mais rico do mundo ganhará a companhia do título próprio de seu irascível sobrinho, em DONALD DUCK (Pato Donald). A lista de títulos que a editora irá lançar, apesar de não ser exatamente grande, vai crescendo com o passar dos meses: em junho, teremos o retorno de MICKEY MOUSE, com as aventuras do camundongo mais famoso do mundo e seu séquito de amigos e inimigos; no mês de julho, é a vez de WALT DISNEY'S COMICS AND STORIES retornar, trazendo aventuras de vários personagens. Os títulos mensais param por aqui, mas a IDW planeja lançar edições especiais no segundo semestre. A partir do mês de agosto, estão previstas várias edições "Trade Paperback" para serem lançadas, que deverão ser coletâneas das histórias que são trazidas pelos títulos mensais regulares. Por enquanto, estas edições estão nomeadas apenas como UNCLE SCROOGE TPB, DONALD DUCK TPB, MICKEY MOUSE TPB, E WALT DISNEY TPB, seguidos da palavra "volume" e seu número correspondente.
                Todas as edições mensais terão 48 páginas em suas edições de estréia, pelo preço de US$ 3,99. As edições subsequentes conterão 40 páginas, pelo mesmo preço. Cada edição terá duas capas regulares, e o título "Walt Disney's Comics And Stories" retornará na numeração de sua última publicação, recomeçando na edição 721. Já as edições especiais que serão lançadas no segundo semestre ainda não tiveram maiores detalhes de seu conteúdo, formato ou preço.
                "A chance de trazer os quadrinhos Disney para os fãs, antigos ou novos, é fantástica!", resume Sarah Gaydos, editora da IDW. "Mal podemos esperar para colocar isto nas mãos dos leitores. A IDW é a melhor companhia quando se trata de quadrinhos licenciados, de Transformers a "Pequeno Pônei", além de nossas várias "Edições de Artista" sejam elas de quadrinhos da Marvel ou da DC Comics", complementa. "Estamos ansiosos para mostrar aos nossos leitores, de todas as idades, os melhores quadrinhos Disney do mundo todo".
                David Gerstein, da editoria de arquivos, dá a dica do que os leitores verão nos novos títulos: "Vocês verão o Donald, seus sobrinhos, e também os Irmãos Metralha, além do Professor Pardal, com todas as suas invenções malucas. Mas aqui e em nossos outros títulos, vocês verão mais do que nunca alguns personagens clássicos, com aventuras concebidas por grandes criadores, como Romano Scarpa e Dick Kinney. Que criança não sonha em ser um herói, lutando contra caras malvados e contra magia negra? Ou ser super-ricos? Ou protagonizar caçadas a tesouros sejam nas selvas ou no espaço ideral? Como Carl Barks uma vez afirmou, o Tio Patinhas é "mais durão do que os durões e mais esperto do que os espertos", então este tipo de coisa é a sua rotina diária. E ele possui uma personalidade nem um pouco excêntrica. Ele poderia ser um charmoso avô aventureiro de idade, mas ele não é: em vez disso, ele tem um temperamento selvagem e uma mesquinhez assustadora, além de três acres cúbicos de dinheiro.", completa.
                A empreitada da IDW é digna de elogios, e resta esperar que os novos títulos se consolidem e se tornem uma opção regular para os leitores americanos que curtem os quadrinhos clássicos da Disney. Nos últimos tempos, os quadrinhos dos personagens enfrentaram vários altos e baixos na sua luta por um lugar ao sol no concorrido mercado de comics dos Estados Unidos. Com o fechamento da Gladstone em fins dos anos 1990, os títulos Disney ficaram sem ser publicados por cerca de quatro anos. Em 2003, a Gemstone Publishing adquiriu os direitos dos quadrinhos, e lançou toda a uma série de títulos dos personagens, que durou até 2009, quando encerrou estas publicações. No mesmo ano, porém, para a felicidade dos leitores, a Boom! Studios assumiu a continuidade dos quadrinhos, continuando a trazer aventuras regulares para os leitores até 2011, quando mais uma vez, os títulos acabaram descontinuados.
                Nesse meio tempo, os títulos dos personagens clássicos da Disney ficaram fora do mercado, salvo um lançamento ou outro, como a coleção de edições especiais recentemente lançada pela Fantagraphics com as obras de Don Rosa com a Família Pato. Mas a espera está chegando ao fim, e em breve, espera-se que os novos títulos que a IDW está trazendo mate a saudade dos leitores fãs da Disney, além de conquistarem outros e novos fãs que porventura nunca tenham tido a chance de conhecer estas aventuras. Atualmente, os quadrinhos Disney são produzidos na Europa, principalmente na Itália.
                No Brasil, os quadrinhos Disney tiveram seu primeiro título lançado em 1950, com a primeira edição nacional de "O Pato Donald", que marcou a estréia da Editora Abril, hoje o maior conglomerado editorial da América Latina. E, apesar de alguns altos e baixos, os quadrinhos Disney seguem firmes na Editora, ainda que sem a mesma força e prestígio de outras épocas, quando havia dentro da Abril um estúdio próprio destinado a criar histórias para os vários títulos publicados por aqui, com vários artistas que souberam dar destaque a vários personagens até hoje pouco explorados do Universo Disney, como o trapalhão Peninha, transformando-o até em super-herói (o Morcego Vermelho), ou o enfezado caipira Urtigão, sempre pronto a passar fogo em algum intrometido com sua espingarda, ou criando personagens próprios, como o herói Vespa Vermelha, para não mencionar as aventuras do malandro Zé Carioca, que recentemente voltaram a ser produzidas por aqui, porém, sem a mesma quantidade dos tempos áureos da Abril no ramo.
                Mas, mesmo com menos títulos do que antigamente, a linha Disney na Abril tem recebido um bom tratamento editorial nos últimos anos, com várias coleções e edições especiais que agradaram bastante aos leitores nacionais, algo que os leitores americanos não tiveram chance de ter nos últimos tempos, num raro privilégio dos fãs tupiniquins sobre os norte-americanos. E a Abril já tem pronta para lançar edições especiais comemorando nada menos do que 80 anos de criação do Pato Donald. Nesse ponto, palmas para a Abril, por manter firme os títulos Disney por praticamente 65 anos no mercado editorial nacional. E que a IDW tenha mais sorte na publicação dos títulos Disney do que as suas antecessoras. Os leitores americanos merecem ter melhor sorte...

NOVO CROSS-OVER CHEGANDO: ARCHIE VS PREDADOR



                Uma das vantagens dos quadrinhos é que praticamente qualquer tipo de história pode ser contada, e uma vez acertados detalhes comerciais, está aberto o caminho para vermos um leque praticamente infinito de aventuras, com quaisquer tipos de personagens. Se as histórias criadas são boas ou não, isso é outro assunto. E, agora em abril, uma parceria inédita entre as editoras Dark Horse e Archie Comics vai proporcionar aos leitores americanos um dos cross-overs mais inusitados e improváveis já imaginados: ARCHIE VS PREDATOR!
                É isso mesmo o que está sendo anunciado: a turma do Archie, os adolescentes mais queridos dos quadrinhos americanos vão ficar cara a cara com o mais temido caçador intergaláctico de todos os tempos. Archie Jughead e seus amigos já se meteram em todo tipo de confusão e aventuras, mas o que farão tendo um alienígena armado até os dentes (e olha que ele tem dentes sobrando) em seus calcanhares? E o Predador, o mais temido e brutal caçador das galáxias, está preparado para encarar a turma de adolescentes de Riverdale? A resposta será conhecida nessa minissérie em 4 partes, que chegará às comic shops americanas no próximo mês de abril, e não é pegadinha de 1° de abril coisa nenhuma. O roteiro é de Alex de Campi, com desenhos de Fernando Ruiz, que também assina a arte de capa das edições. A arte-final será de Rich Koslowski. Cada edição terá 32 páginas, com o preço de US$ 3,99.
                Archie e seus amigos estão na Costa Rica para aproveitar as férias de primavera, aproveitando o prêmio que Archie ganhou em uma promoção de uma marca de salgadinhos. Mas as diversões na praia visadas pela galera acabarão substituídas por algo muito mais tenebroso e perigoso. E o que a turma de Archie terá de tão atrativo para chamar tanto a atenção até mesmo do Predator, e como eles irão se dar conta da encrenca em que se meteram, antes que o implacável caçador alienígena comece a capturá-los um a um? Que troféu o perigoso alienígena almeja? E mais importante, como os adolescentes vão escapar inteiros dessa?
                O anúncio deste encontro já havia sido feito em outubro do ano passado, e muita gente até chegou a duvidar da veracidade do cross-over. Mas o momento do lançamento se aproxima, e os fãs que se preparem para a minissérie. E não custa lembrar que este não seria o primeiro encontro estranho da turma de Archie com outros personagens. Há anos atrás, a turma de Archie participou de um cross-over com a Marvel Comics, onde ninguém menos do que o Justiceiro fazia uma visita a Riverdale, na caça de um perigoso bandido que, por ter feições de adolescente, sempre conseguia usar isso como trunfo em seus crimes, enganando suas vítimas até ser tarde demais. E que melhor lugar para se esconder do que no meio de uma turma de adolescentes? Em outro encontro nada convencional, Archie e seus amigos toparam com os integrantes da banda KISS, com todo o seu visual característico. Daí a terem um encontro com o Predador, então...
                "Na grande tradição de 'Archie Meets the Punisher' e 'Archie Meets Kiss', estamos incrivelmente animados com a parceria com a Dark Horse para mostrar o que pode acontecer quando o Predator trata de turma de Riverdale", disse Jon Goldater, publisher da Archie Comics, a editora que edita os títulos da turma do Archie. "Vai ser um encontro surpreendente, cheio de energia, e uma série de leitura obrigatória, e estamos muito felizes que Alex de Campi e Fernando Ruiz estão unindo suas forças para contar essa história", completou.
                Para Alex de Campi, que escreve a história, ele define o que mais a atrai nela: "É algo completamente insano. Se eu ignorasse a chance de escrever algo assim, eu deveria mandar examinar minha cabeça. Misturar adolescentes com horror e humor é algo que tenho feito com sucesso na minha série Grindhouse.", complementa o roteirista.
                Archie VS Predator soma-se à lista recente de cross-overs que andam sendo lançados no mercado de quadrinhos norte-americano, como os encontros de Conan e Groo, Tartarugas Ninjas e Caça-Fantasmas, Zorro e Django, entre outros, o que significa que o público leitor está demonstrando interesse por verem personagens de diferentes editoras e temáticas vivendo uma aventura conjunta. Uma pena que boa parte desse material não esteja nas prioridades das editoras nacionais, pois algumas idéias tem sido interessantes na concepção das tramas engendradas para unir os personagens. Mas, quem sabe o que o futuro nos reserva? A esperança nunca morre...