segunda-feira, 23 de junho de 2014

EPISÓDIO DE JORNADA GANHA QUADRINIZAÇÃO DO ROTEIRO ORIGINAL ESCRITO PARA A SÉRIE DE TV



                Série de TV mais famosa da história, Jornada nas Estrelas está completando nada menos do que 50 anos de existência. Embora a série tenha estreado oficialmente apenas em 1966 na TV americana, é do ano de 1964 a produção de seu primeiro episódio-piloto, intitulado "The Cage" (A Gaiola, em português), que foi produzido e apresentado apenas aos executivos do estúdio Paramount, que o acharam complicado demais para o público, e exigiram a produção de outro piloto com uma nova história mais simples para que a série pudesse enfim ser aprovada para estrear na TV americana. Criada por Gene Roddenberry, a série original de Jornada durou 3 temporadas, e marcou época por discutir temas delicados escapando da rígida censura em vigor na TV dos Estados Unidos, e a qualidade de suas histórias de ficção científica conquistaram fãs no mundo inteiro. Após o cancelamento da série original, essa popularidade continuou crescendo, com o surgimento de vários fã-clubes, a ponto da série ir parar no cinema, com o lançamento de vários filmes, e ganhar novas produções na TV nos anos 1980, 1990, e 2000, para então retornar novamente aos cinemas, com dois filmes de uma nova releitura das aventuras da série clássica dos anos 1960. E é sobre um dos episódios desta produção de quase 5 décadas atrás que a IDW lançou este mês sua mais nova minissérie de Jornada nas Estrelas em quadrinhos.
                STAR TREK: HARLAN ELLISON'S THE CITY ON THE EDGE OF FOREVER - THE ORIGINAL TELEPLAY será uma minissérie composta de 5 edições mensais, ao preço de US$ 3,99 cada uma. "The City on the Edge of Forever", cujo título em português é "A Cidade à Beira da Eternidade" é considerado o melhor episódio da série original de Jornada, tendo ganho o Prêmio Hugo de ficção científica, além do Writers Guild of America’s Award. Na trama, após sofrer um surto psicótico devido a uma overdose acidental de um medicamento, um alucinado doutor McCoy acaba se teleportando para um planeta desabitado que a tripulação da Enterprise preparava-se para explorar. Seguindo o amigo até a superfície do planeta, para contê-lo e tratá-lo da overdose, Kirk, Spock e mais alguns tripulantes são surpreendidos ao se verem subitamente sem contato com sua nave, após verem McCoy se aproximar de uma estrutura circular de pedra desconhecida, e desaparecer repentinamente dentro dela. Ao se aproximarem da estrutura, esta se apresenta como sendo um portal alienígena do tempo e do espaço, chamado Guardião da Eternidade, permitindo àquele que o atravessar ir para qualquer lugar e época em todo o universo. Eles descobrem que McCoy se transportou para a Terra, na época dos anos 1930, na cidade de Nova Iorque, e imediatamente presumem que seu amigo, inadvertidamente, alterou ao história ao interferir em algum acontecimento ocorrido em nosso mundo naquele tempo. Uma alteração que simplesmente fez com que não apenas a Enterprise, mas a própria Federação Unida de Planetas, nunca viesse a existir. Determinados a encontrar seu amigo, e restaurar a linha temporal, Kirk e Spock embarcam para o passado, onde precisam não apenas encontrar Leonard McCoy, mas também descobrir que fato alterou a linha do tempo. O problema é que a própria intenção deles de restaurar a linha temporal pode muito bem ser até mesmo a origem da interferência que causará sua mudança, e como eles poderão impedir que seus próprios atos desencadeiem o que procuram evitar?
                O roteiro do episódio foi criado por Harlan Ellison, um dos mais renomados escritores de ficção científica. Entretanto, sua história original precisou passar por várias mudanças para ser transformada no episódio da série de TV, o que o levou a se desentender ferozmente com Roddenberry. Pessoa de gênio difícil, Ellison já se desentendeu com muitos outros artistas, e o caso de Jornada é apenas mais um entre tantos outros momentos conturbados de sua carreira de escritor, uma vez que é totalmente contra seus textos sofrerem qualquer modificação. Cientes da fama e da popularidade deste episódio, e pelo fato de sua história originalmente criada possuir vários mudanças e fatos que não foram mostrados no episódio, eis que surgiu o mote para a IDW, atual editora dos quadrinhos de Jornada, enfim trazer para os fãs a história original de "A Cidade à Beira da Eternidade" tal como ela deveria ter sido originalmente exibida, na forma de uma minissérie, cuja primeira edição chegou este mês às comic shops dos Estados Unidos. No roteiro original de Ellison, não é Leonard McCoy que acaba fugindo para o passado, mas outro tripulante da Enterprise, chamado Beckwith, que possui uma característica particular: é um viciado em drogas. Sua fuga e estado alucinado ocorrem por causa da abstinência da droga. A história também possui outros personagens, em especial na parte em que nossos heróis se encontram na Terra durante o período da Grande Depressão, pra não mencionar que passam por um número de apuros bem maior do que na versão que acabou sendo filmada. E agora chegou a chance de os fãs conhecerem na íntegra a história original, e terem a chance de compará-la com o que assistiram.
                A adaptação do roteiro de Ellison para a HQ ficou a cargo de Scott Tipton, e a história terá a arte pintada de J.K. Woodward. As capas terão desenhos de Juan Ortiz, e todas as edições terão opção de uma capa variante. Harlan Ellison supervisionou pessoalmente a adaptação de seu texto para a minissérie, de modo a garantir que o texto não fosse novamente "desvirtuado" na transposição para os quadrinhos, como ocorreu na produção da série de TV. A edição da série ficou a cargo de Chris Ryall, editor-chefe da IDW Publishing, que declarou que "esta vai ser realmente uma aventura de Jornada nas Estrelas diferente de qualquer outra, mesmo para aqueles fãs que têm esse amado episódio memorizado", afirmou, prometendo surpresas no desenlance dos fatos da aventura que os fãs desconheciam totalmente no roteiro original de Ellison. Este, por sua vez, afirma que está muito animado para ver sua história finalmente ganhar vida. "Foi uma imensa alegria em minha longa vida ter trabalhado com Leonard Nimoy, que se tornou meu amigo, e muitos outros em Jornada; e uma alegria igualmente feliz de coração de estar trabalhando com artistas como J.K. Woodward, Scott Tipton e Chris Ryall nesta muito aguardada adaptação da minha (humildemente, digo) brilhante idéia original para uma 'Cidade à Beira da Eternidade'", completou o escritor.
                No Brasil, onde existe uma imensa legião de fãs da série, a Devir Livraria tem lançado recentemente alguns dos materiais de quadrinhos de Jornada publicados pela IDW, geralmente em edições encadernadas trazendo histórias completas, o que alimenta a esperança de que tão logo esta minissérie seja concluída nos Estados Unidos haja a possibilidade de que ela seja lançada no mercado nacional, se não este ano, talvez em 2015, mas por enquanto, não há nada de concreto nesse sentido, apenas uma esperança de que seja lançada aqui, o que certamente faria a felicidade da comunidade trekker nacional. Aguardemos notícias neste sentido, e que as preces dos fãs sejam correspondidas.

ASTRAL LANÇA HQS DE ASSASSIN'S CREED



No início deste ano, o mercado nacional de quadrinhos ganhou uma nova editora, a Alto Astral, que resolveu se aventuras na área lançando seu selo Astral Comics. De início, publicou quatro edições com histórias baseadas na nova versão de Robocop que estreou recentemente nos cinemas mundiais, e além disso, também trouxe de volta ao mercado nacional as HQs da série Hellraiser, aproveitando o material novo lançado pela editora americana Boom! Studios. A nova editora também já lançou até um título de mangá, Omega Complex, com 3 edições, e neste mês de junho fez chegar às bancas nacionais uma edição com os quadrinhos baseados na famosa série de games Assassin's Creed.
ASSASSIN'S CREED - A QUEDA, tem 112 páginas, formato americano, e preço de R$ 22,90. Na trama, temos a saga do assassino Nikolai Orelov e a sua busca por um poderoso artefato nos tempos da Rússia Czarista. No tempo presente, o foco da trama é um jovem problemático, Daniel Cross, que tem muitas visões sobre uma possível vida antepassada, justamente Nikolai Orelov, e ao entrar em contato com uma misteriosa jovem chamada Hannah, ele vê seu futuro mudar de forma irreversível, ao conhecer a Ordem dos Assassinos. Mas como e porquê Daniel tem essas visões, e o que Nikolai Orelov fez no passado que poderá afetar o futuro? Determinado a descobrir as respostas para suas visões, Daniel encara uma aventura para encontrar o Mentor da Ordem, e possivelmente salvar o mundo ao descobrir um artefato com poderes que podem mudar a história da humanidade. O roteiro é de Karl Kerschl, com arte de Cameron Stewart e Nadine Thomas. A edição traz a história completa, e de brinde tem ainda um epílogo de 10 páginas que serve de gancho para uma continuação, além de nada menos do que 20 páginas de extras, que deverão agradar àqueles que conhecem o jogo e curtem este tipo de material em encadernados de quadrinhos. A série foi publicada em 2010 pela DC Comics, em uma minissérie de 3 edições
Mesmo para aqueles que não conhecem os jogos da série, a edição é autocontida, apresentando uma aventura bem orquestrada e com excelente arte, de modo que quem for fã de quadrinhos poderá apreciar a história em si. Já para quem conhece os jogos, vai encontrar várias referências, embora a aventura seja considerada mais um spin-off do universo da série de jogos. E o melhor de tudo é que a editora já engatilhou uma nova edição, ASSASSIN'S CREED - A CORRENTE, que será lançada em agosto, com a continuação da história.
Interessante é que esta edição lançada pela Astral Comics já havia sido lançada recentemente pela Panini Comics em 2012, quase nos mesmos moldes da edição atual. Na época, a Panini também lançou a história em um volume único, contendo a história completa, em 108 páginas. Essa edição ainda pode ser encontrada em algumas comic shops e sebos, pelo fato de ser recente. A Panini, contudo, não lançou novas edições, pelo que a Astral Comics, agora detentora da série, faz bem em oferecer novamente o material já lançado pela Panini, oferecendo uma oportunidade àqueles que não adquiriram a edição anterior, e marca outro ponto ao já anunciar a continuação da série, agora um material inédito para quem já teve chance de ler a edição lançada pela outra editora.
Assassin's Credd foi lançado em 2007, e até o presente momento, já conta com vários jogos, sejam na série principal ou em jogos paralelos, lançados para os mais diversos consoles pela Ubisoft, atual proprietária da marca. A história geral da série é centrada em uma eterna batalha travada entre a Ordem dos Assassinos e a Ordem dos Cavaleiros Templários, que se digladiam ao longo da história da humanidade, com aventuras que se passam em diversos períodos. Além dos jogos, a série já ganhou também vários livros, sendo que vários deles já foram lançados no Brasil pela Editora Galera Record, podendo ser encontrados nas livrarias nacionais e comic shops.
A iniciativa da Astral é bem-vinda para oferecer um maior número de títulos ao leitor nacional de quadrinhos. Os poucos títulos ofertados até o momento mostram uma postura sóbria de entrada no mercado, lançando poucos títulos, mas apostando em nomes com certo conhecimento por parte do público leitor. E, dependendo da receptividade, a intenção é ampliar o leque de opções. Resta esperar que o público leitor corresponda e permita que a nova editora ganhe seu lugar efetivo no mercado de quadrinhos nacional.

terça-feira, 3 de junho de 2014

OITAVO HOMEM É O NOVO LANÇAMENTO DA CULT CLASSIC



                Os fãs da animação japonesa parecem ter encontrado parcialmente sua redenção na distribuidora Cult Classic. Depois de lançar nos últimos meses várias séries antigas do Japão, tanto em anime quanto em live-action, este mês está lançando no mercado nacional mais um título dos bons e antigos tempos: Oitavo Homem, nada menos do que o primeiro ciborgue da animação japonesa.
                Baseado na série de mangá publicada na revista Weekly Shonen Magazine criada por Kazumasa Hirai, ainda em 1963 ganhou uma versão em anime, produzida pelo estúdio TCJ, e contou com 56 episódios, exibidos na rede TBS do Japão até o fim de 1964. A publicação do mangá encerrou-se em 1966. Na série, o detetive Azuma é assassinado por uma gangue de criminosos, mas o Doutor Tani, um cientista para o qual trabalhava, transfere seu cérebro para um corpo andróide que ele vinha desenvolvendo, tendo acumulado 7 fracassos até aquele momento. A transferência, contudo, dá certo, e agora Azuma possui um poderoso corpo andróide, possuindo diversas habilidades que passa a utilizar no combate aos criminosos, adotando a alcunha de "Oitavo Homem". Contando com a ajuda do Doutor Tani, o único que sabe de sua nova condição, ao lado do chefe de polícia Tanaka, Azuma retoma sua vida, escondendo de todos a sua nova identidade de super-herói, até mesmo de sua namorada. Muitos anos depois, em 1987, o cineasta Paul Verhoeven criaria Robocop, utilizando um enredo com muitas semelhanças à da história do primeiro ciborgue da animação japonesa. Entre os bandidos enfrentados pelo Oitavo Homem, o principal era o Dr. Demon, um cientista perverso pertencente à organização Intercrime, um grupo criminoso que desenvolvia novas maneiras de cometer roubos e impôr seu domínio do crime organizado onde quer que estivesse. Com os sucessivos planos frustrados pelo herói, o Dr. Demon passa a ter fixação em eliminar o Oitavo Homem, que passa a ter no cientista perverso seu maior inimigo. Entre os poderes do herói estão a capacidade de correr em alta velocidade, usar visão de raios infra-vermelhos (permitindo enxergar no escuro), superforça, além de poder se disfarçar em qualquer outra pessoal, assumindo sua aparência.
                Na década de 1990, surgiu no Japão uma continuação da série, com o surgimento de um novo e atualizado Oitavo Homem, enfrentando gangues de marginais com implantes cibernéticos, abusando da pancadaria e violência extremas. "Eight Man After", como ficou conhecida, teve 4 episódios produzidos diretamente para o mercado de vídeo nipônico, e acabou sendo lançada também no mercado brasileiro de vídeo, através da Mundial Filmes, na febre de animações nipônicas desencadeada em nosso país pela série "Cavaleiros do Zodíaco". Posteriormente, foi relançado em DVD pela distribuidora Mundo Mágico. A série original, contudo, depois de algumas reprises na década de 1970, desapareceu do mapa da TV nacional, ficando apenas na memória daqueles que a assistiram, e que agora terão a chance de rever o material, graças à Cult Classic. A série original, entretanto, tem um ponto ótimo para gerar polêmica nos dias atuais: o herói recarregava suas energias fumando um "cigarro" especial, para recompor suas forças enquanto combatia os meliantes. Eram outros tempos, onde o hábito de fumar era visto de forma diferente dos dias de hoje, conferindo glamour a seus praticantes, enquanto hoje em dia o cigarro cada vez mais sofre o preconceito da sociedade, que vê no produto o que ele sempre foi, uma droga legalizada, diferente de outras como a maconha.
                OITAVO HOMEM - O POLICIAL DO FUTURO - Volume 1, traz os primeiros 28 episódios da série, em preto-e-branco, em 4 discos, com o áudio original em japonês, e opção de legendas em português somente. Exibido na TV Globo no fim dos anos 1960 e início dos anos 1970, sua dublagem em português há muito se perdeu, restando somente alguns trechos em mãos de colecionadores, razão pela qual a distribuidora não providenciou áudio em nosso idioma. O preço desta caixa é o padrão adotado para os lançamentos da distribuidora: R$ 79,90. O restante da série será lançado mais à frente, possivelmente ainda este ano, mas sem data ainda definida pela distribuidora. Uma pena a Cult Classic não investir em uma redublagem, pois aumentaria o alcance da série, restrita ao nicho dos saudosistas e fãs mais ferrenhos da animação japonesa. De qualquer maneira, é um lançamento a ser valorizado pelo público que pede pelo lançamento de séries antigas, sejam elas de que país forem, e que conquistaram seu público nas exibições décadas atrás na TV nacional, em épocas onde nossas emissoras tinham mais critério com suas grades de programação, atualmente entupidas com programas de qualidade pra lá de duvidosa, além de um código hipócrita e cretino chamado "classificação indicativa", onde os moralistas atuais definem o que pode ou não ser exibido no famigerado "horário de proteção à criança", entre outras atitudes que ajudaram a acabar com um monte de programas legais.
                Nos últimos meses, a distribuidora tem feito um bom trabalho de resgate de antigas séries da animação nipônica, lançado Fantomas, Judoca, Pirata do Espaço, além dos live-actions Robô Gigante e Vingadores do Espaço. Esperemos que continue proporcionando bons lançamentos no futuro, para alegria dos fãs saudosos de várias séries clássicas.

COMIC CON EXPERIENCE INICIA VENDA DE INGRESSOS



Anunciada há cerca de dois meses, o evento que promete revolucionar as convenções de quadrinhos no Brasil, a Comic Con Experience, iniciou a venda de seus ingressos no dia 2 deste mês. A convenção está marcada para os dias 4 a 7 de dezembro, e será realizada no Centro de Convenções Imigrantes, próximo ao Terminal Rodoviário do Jabaquara, em São Paulo, capital. Organizada pelo grupo do site informativo Omelete e pela Chiaroscuro Studios, a intenção do evento é trazer para nosso país o estilo e modo das grandes convenções de quadrinhos dos Estados Unidos, das quais a mais famosa e concorrida é a Comic Con da cidade de San Diego, na área metropolitana de Los Angeles, Califórnia, que todo mês de julho reúne mais de 150 mil visitantes em seus 4 dias de duração, reunindo grande parte dos fãs e profissionais da cultura pop, abrangendo editoras de quadrinhos, produtores de filmes, games e seriados. Daí o nome COMIC CON EXPERIENCE para o evento brasileiro, que será uma "experiência" de realizar em nosso país um evento nos mesmos moldes das convenções dos EUA, que são bem diferentes do que as que são realizadas por aqui.
Prometendo trazer inúmeros profissionais e empresas da área da cultura pop, eles já iniciaram a venda dos ingressos para a convenção com mais de 6 meses de antecedência, o que dará a muitos tempo mais do que suficiente para se planejar para participar do evento. As opções de ingresso oferecidas neste primeiro lote disponibilizado no site oficial (www.ccxp.com.br), todas elas com preços promocionais, são as seguintes:

# Day Pass: R$ 69,99 + doação de um livro (valor integral: R$ 139,98) - Ingresso diário, válido apenas para um dia;
# 4 Day Pass: R$ 199,99 + doação de um livro (valor integral: R$ 399,98) - Pacote Promocional, válido para todos os dias;

O benefício da meia entrada é oferecido a Estudantes (desde que em posse da respectiva carteirinha), idosos, professores e portadores de necessidades especiais, mas também será estendido a todas as demais pessoas que doarem um livro (em bom estado de conservação que posteriormente será distribuído a bibliotecas e escolas públicas de São Paulo. O livro deverá ser entregue na entrada do evento e o desconto não é acumulativo. Estes são os ingressos normais ou "comuns" à disposição da grande maioria do público, mas haverá também uma série de ingressos chamados "VIPS", com direito a algumas regalias para quem se dispor a gastar bem mais e ter um tratamento diferenciado. Neste primeiro lote de ingressos oferecidos, também estarão disponíveis os seguintes pacotes VIPS já definidos pelos organizadores:

# Kirk Hammett Fan Experience: R$ 699,99 + doação de um livro (valor integral: R$ 1.399,98). Este pacote inclui ingresso para os quatro dias do evento, e ainda dá acesso garantido ao auditório principal nos painéis com a presença do artista e assento reservado em área VIP próxima ao palco, com direito ainda ao "Meet and Greet" (encontro com o artista Kirk Hammett com direito a foto oficial), além de acesso prioritário e sem filas ao evento em todos os dias, e uma camiseta oficial da CCXP (a ser retirada no evento).
# Sean Astin Fan Experience: R$ 499,99 + doação de um livro (valor integral: R$ 999,98). Assim como o pacote anterior, este inclui também ingresso para os quatro dias do evento, acesso garantido ao auditório principal nos painéis com o artista e assento em área VIP próxima ao palco, o "Meet and Greet" (encontro com o artista Sean Austin com direito a foto oficial), acesso prioritário e sem filas ao evento em todos os dias, e a camiseta oficial da CCXP (a ser retirada no evento).
# Full Experience VIP: Este pacote ainda não teve o seu valor definido, o qual será divulgado posteriormente. Inclui ingresso para os quatro dias do evento, acesso garantido ao auditório principal em um dos painéis com 4 (quatro) dos artistas convidados e assento reservado em área VIP próxima ao palco, o "Meet and Greet" (encontro com os artistas com direito a foto oficial) com os mesmos 4 (quatro artistas), acesso prioritário e sem filas ao evento em todos os dias.

Os ingressos serão vendidos somente pelo site, através da plataforma online da Eventioz, empresa do grupo Eventbrite, podendo ser adquiridos em pagamentos parcelados de até 12 vezes sem juros, no caso de pagamento por cartão de crédito, e à vista para pagamento com boleto bancário. A taxa de conveniência é de 6% a 8%. No momento do fechamento desta matéria, poucos dias após o início das vendas, já haviam se esgotado os ingressos para o sábado do evento, dia 6 de dezembro. Espera-se que os organizadores liberem um novo lote em breve.
Até o presente momento, várias empresas de porte já confirmaram presença oficial na Comic Con Experiente, entre elas a Bandai, Disney, Limited Edition, Iron Studios, Kotobukiya, Sideshow Collectibles, Playarts, Tamashi Nations, Comiccon Costume & Playorder, Piziitoys, Mundo Geek, Fúria Nerd, e outras empresas. Quanto aos artistas já confirmados, teremos a presença de Joe Maddalena, Kirk Hammett, Sean Astin, Danilo Beyruth, Fábio Moon e Gabriel Bá, Greg Tocchini, Gustavo Duarte, Ivan Reis, João Montanaro, Klaus Janson, Lu Cafaggi, Olivier Coipel, Rafael Albuquerque, Rafael Grampá, Scott Snyder, e Sean Gordon Murphy. Os organizadores prometem revelar os nomes de mais empresas participantes e artistas e profissionais tão logo suas presenças no evento estejam plenamente confirmadas, e garantem que vem muita coisa boa por aí. Outras atrações e atividades estão sendo desenvolvidas, como o concurso de Cosplay, cuja organização ficará a cargo da JBC Editora, e será mais amplo do que qualquer outro concurso já visto no Brasil em eventos deste tipo.
Está se criando uma grande expectativa em torno deste evento, a ponto de a concorrência já ter se mexido para tentar garantir parte do público próximo ao final do ano. Um exemplo é a Yamato, que desmembrou seu Brasil Comic Con, espaço reservado aos quadrinhos existente dentro do evento Anime Friends no ano passado para torná-lo um evento independente, que terá lugar nos dias 15 e 16 de novembro, a ser realizado no Centro de Eventos Pro Magno, também em São Paulo, capital, já tendo confirmado vários convidados. E há a possibilidade de termos mais eventos dedicados aos quadrinhos, a serem anunciados ainda. Resta esperar que a concorrência seja sadia e não se torne predatória, como ocorreu na década passada entre os eventos de anime em São Paulo, capital, quando o Anime Friends entrou no mercado visando mais destruir a concorrência do que competir propriamente, no que resultou no desaparecimento de vários eventos menores frequentados pelo público amante das produções nipônicas.
Espaço e público para os eventos há, de eventos já tradicionais como o FIQ - Festival Internacional de Quadrinhos, e o Fest Comix, que mostram que os comics merecem mais eventos dedicados a eles, depois de praticamente 15 anos onde o grosso dos eventos nacionais em sua maioria sempre foram destinados em sua temática, aos animes e mangás. Desde que seja um evento organizado decentemente, e que o público também faça a sua parte, não participando de picuinhas e rixas entre eventos/séries/temáticas, todos só têm a ganhar. Aguardemos então o desenrolar dos acontecimentos, e que o Comic Con Experience de fato marque o início de uma nova era nos eventos dedicados à cultura pop/nerd no Brasil.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

PANINI LANÇA EDIÇÃO ESPECIAL DE HE-MAN



                Um dos heróis mais cultuados dos anos 1980 está de volta ao mercado nacional de quadrinhos. He-Man, o incansável defensor do planeta Etérnia, cuja série animada ganhou o mundo há aproximadamente 30 anos atrás, acaba de ganhar uma edição especial pela Panini Comics, trazendo o material produzido pela DC Comics. HE-MAN E OS MESTRES DO UNIVERSO - ORIGEM, tem 156 páginas, com capa cartonada, em formato americano, pelo preço de R$ 21,90. A edição compila as edições 1 a 6 da minissérie "Origins", publicada em 2012, como parte do projeto da DC, nova editora do herói nos Estados Unidos, de reapresentar o personagem ao público leitor. Completa o material uma história de uma edição especial ligada diretamente aos acontecimentos mostrados.
                Apesar do nome, a história na verdade trata-se de um "reboot" do personagem, e não sua origem propriamente. No início da história, somos apresentados a um jovem loiro, que vive nas florestas do mundo de Etérnia. Seu nome é Adam e ele é apenas um simples lenhador. Desde que consegue se lembrar, ele tem tido uma vida simples na floresta, onde seu mundo resume-se a seu machado e as árvores que corta com ele. Os terrores além dessas fronteiras são apenas sombras distantes para Adam. Até que o surgimento de um falcão estranhamente familiar muda sua vida para sempre, levando Adam a ser assombrado por lembranças de uma vida diferente. Uma vida repleta de heroísmo, perigo, de bravura, e aventura. Procurando respostas sobre esse passado que nunca conheceu, Adam descobre que sua vida pacata é observada por seres que nunca imaginara, e que agora querem impedi-lo de descobrir o que procura e o assombra. Os seres mais perversos e mortais de Etérnia agora estão no encalço do jovem viajante. Homem-Fera. Aquático. Mandíbula. Maligna. E o senhor da escuridão em pessoa… o Esqueleto. Porque Adam não é o que, ou quem, ele acha que é. Dentro de sua solitária alma, o poder de Grayskull aguarda adormecido, um poder que Adam precisará redescobrir para desvendar sua verdadeira identidade, recuperar seus amigos, e libertar seu mundo da tirania da maior ameaça que ele já conheceu…
                É hora de fazer uma grande jornada, e reencontrar vários personagens que há muito não eram vistos. Os roteiros são de James Robinson, com arte de Keith Giffen, com Philip Tan, Pop Mhan e Geoff Johns completando o elenco de artistas reunidos para trazer de volta ao mundo dos quadrinhos as aventuras do poderoso herói. Servindo de novo ponto de partida, a história vai apresentando aos poucos os personagens, tanto heróis como vilões, até o momento decisivo do renascimento de uma lenda da justiça para o povo de Etérnia, e o início de uma nova leva de aventuras. Com algumas edições especiais e esta minissérie que agora chega ao público leitor brasileiro, a DC iniciou em seguida a publicação de uma série regular com He-Man, com um novo panorama que trará grandes mudanças para os antigos fãs. A série atual do personagem ainda está em publicação pela DC Comics nos EUA, e dependendo da aceitação do público por esta edição, é bem possível que a Panini lance uma nova edição futuramente, assim que houver mais material disponível. Aliás, recentemente a DC publicou um cross-over onde He-Man e seus aliados acabam batendo de frente com a Liga da Justiça, em uma aventura que pode decidir os destinos tanto da Terra quanto de Etérnia, um encontro que pode ser lançado por aqui a qualquer momento, nos mesmos moldes desta primeira edição dos Mestres do Universo. O lançamento de edições especiais encadernadas tem sido uma boa iniciativa da editora, lançando neste tipo de edições algumas séries de personagens que andam sem espaço em alguns títulos regulares tanto da Marvel quanto da DC Comics, conseguindo alcançar melhor os fãs específicos destes personagens.
                No caso de He-Man, o formato é muito convidativo por facilitar aos leitores a aquisição da história completa. Uma pena, contudo, que a editora pecou por não apresentar uma releitura da origem do personagem, mas o seu "renascimento". Talvez tenha sido uma maneira de validar todas as aventuras já criadas, o que não deixa de ser válido, mostrando respeito pelo material produzido anteriormente por outras editoras. Vemos que He-Man e Esqueleto já travaram várias lutas, à medida que descobrimos que os sonhos de Adam não são apenas imaginação sua. Mas fica vários mistérios: como a situação chegou naquele ponto? Como Esqueleto virou o jogo e venceu seu maior inimigo? Como He-Man acabou traído por um de seus aliados? De que modo o Castelo de Grayskull, sede dos segredos do Universo, enfim foi tomado pelo nefasto Esqueleto? Perguntas que ficaram sem respostas, pelo menos nestas histórias que estão sendo lançadas no Brasil.
                É a terceira vez que o personagem ganha uma publicação em quadrinhos nas bancas brasileiras. Nos anos 1980, no auge da fama da série animada produzida pela Filmation, He-Man teve 32 edições lançadas pela Editora Abril, com histórias de qualidades variadas. Na década passada, a Panini lançou por aqui uma das minisséries produzidas pela Image, focadas na série animada produzida em 2002. Agora é a vez da mesma Panini trazer novamente aos leitores as aventuras do personagem, e ficar no aguardo do lançamento de mais histórias em futuro próximo. Mesmo depois de 30 anos de criação, He-Man continua mostrando possuir a "força", com muitos fãs que nunca esqueceram as suas aventuras. E que elas continuem firmes na nova série produzida pela DC Comics. Mas melhor ainda será se os fãs brasileiros continuarem tendo acesso a este material. A Panini deu o primeiro passo. Cabe aos leitores e fãs mostrarem que a iniciativa merece ganhar continuações...

GOBOTS GANHA BOX EM DVD NOS ESTADOS UNIDOS



Enquanto por aqui os fãs saudosistas de séries e animações clássicas atualmente enfrenta a teimosia e incompetência das distribuidoras em explorar devidamente este nicho do mercado de vídeo, nos Estados Unidos a situação é bem diferente. E neste início de mês, mais um título clássico de animação foi disponibilizado aos fãs no mercado estadunidense: os Gobots. Integrando a coleção "Clássicos Hanna-Barbera", que chegou a ter alguns títulos lançados por aqui antes que a filial brasileira da Warner passasse a ignorar completamente os mais novos lançamentos, CHALLENGE OF GOBOTS - THE SERIES, VOLUME 1 já está disponível para compra em um box de 3 discos, contendo os primeiros 30 episódios da série. Como é de praxe nos lançamentos de séries animadas desta coleção pela Warner no mercado americano, só há opção de áudio em inglês, ao preço de cerca de US$ 30,00.
A série foi produzida pela Hanna-Barbera em 1984, tendo estreado em outubro daquele ano, como uma minissérie animada de 5 episódios. Com o bom resultado da audiência, foram produzidos mais 60 episódios, totalizando 65, que foram exibidos até 1986 na TV americana, com direito a várias reprises. Na trama, no distante planeta alienígena Gobotron, os perversos Renegados tramam como conquistar o seu mundo natal e dominar o universo. Para tanto, seu líder, Cy-Kill, faz uma aliança com um cientista terrestre com más intenções, o Doutor Braxis, que vê na ajuda dos alienígenas a chance de se tornar o senhor de nosso planeta, a Terra, promovendo a chegada dos Renegados à Terra, onde iniciam planos de se apoderarem de nosso mundo. Mas os valorosos Guardiões, defensores da paz de Gobotron, descobrem os planos de seus inimigos, e também destacam um grupo selecionado para vir à Terra frustrar os objetivos dos Renegados. E assim, a Terra passa a fazer parte dos combates entre os corajosos Guardiões e os perversos Renegados.
Se o enredo parece familiar, não é para menos, ainda mais se adiantarmos que tanto os Guardiões quanto os Renegados são robôs alienígenas, vindos de um mundo mecânico, e com a capacidade de mudar de forma, transformando-se em veículos variados. Alguém lembrou de Transformers? Pois é, Gobots praticamente pode ser definido como uma "cópia" destes. Não é coincidência, pois quando Gobots estreou nos EUA, na forma de minissérie animada, Transformers havia feito sua estréia cerca de um mês antes, fazendo grande sucesso. Daí para tentarem aproveitar a idéia lançando uma série parecida foi um pulo. E, se a série dos Transformers tinha uma vasta linha de brinquedos à venda, promovida pela Hasbro, patrocinadora e dona dos direitos do nome, que havia adquirido os brinquedos da japonesa Takara, os Gobots também tinham brinquedos de seus personagens à venda, sendo estes produzidos pela Tonka, uma tradicional empresa americana do ramo que produziu também brinquedos de outras séries, como Spiral Zone. E, pra variar, a Tonka havia licenciado estes brinquedos de uma empresa japonesa também, para ver que o esquema utilizado pela Hasbro acabou copiado praticamente na íntegra, mudando-se apenas os nomes envolvidos.
No Brasil, a série estreou na TV Globo, onde foi exibida na programação infantil durante a semana, enquanto Transformers era uma das estrelas da programação dominical da emissora. Coincidência ou não, Gobots estreou aqui vários meses depois de Transformers, e não demorou a ganhar a pecha de "imitação" da primeira série por quem assistia. Todos os 65 episódios da série foram exibidos, com dublagem feita pela Herbert Richers, contando com grandes nomes da área, como Sílvio Navas, José Santa Cruz, Antonio Patiño, e Garcia Neto, entre outros. No fundo, o público curtia as duas séries, apesar da qualidade obviamente superior da série da Hasbro, produzida em conjunto com a Marvel Studios/Toei Animation. E, para alegria dos fãs, se a Estrela trazia uma linha relativamente limitada de brinquedos dos Transformers, a Glasslite e a Mimo fizeram a festa lançando uma variedade bem maior de modelos da série dos Gobots, ainda que com nomes diferentes e que não faziam menção nenhuma em relação à série animada. Na Glasslite, os robôs eram chamados de "Mutantes", enquanto na Mimo eram os "Converts". A garotada aproveitou para fazer a festa, para desespero de muitos pais, uma vez que eram vários brinquedos, e ninguém queria ter apenas um em sua coleção.
Imitação ou não, e mesmo tendo apenas 65 episódios lançados na TV americana, os Gobots ainda conseguiram fazer certo sucesso, ganhando até um filme longa-metragem em animação, intitulado "The Lord Rocks". Este filme aliás, foi lançado no mercado de vídeo nacional, no que foi o único lançamento da série por aqui, ainda nos tempos do VHS. A série de TV foi reprisada algumas vezes na TV Globo, mas depois que saiu do ar, foi mais uma produção a engordar a imensa lista de séries que nunca mais foi reprisada na TV nacional, aberta ou paga.
Curiosamente, a minissérie original dos Gobots acabou lançada em 2011 no mercado americano, também como parte da coleção "Clássicos Hanna-Barbera", da divisão de vídeo da Warner. Esta minissérie, aliás, encontra-se à venda no site americano da loja Amazon (www.amazon.com), bem como na loja virtual da Warner Video (www.wbshop.com) no esquema de confecção "sob demanda": o box é produzido com mídias DVD-R quando solicitado por algum comprador, e não produzido em escala como a grande maioria dos lançamentos em vídeo, produzidos com mídias prensadas. O mesmo esquema está sendo utilizado neste lançamento dos primeiros 30 episódios da série. Não deixa de ser um dado interessante, que indica que o produto é disponibilizado fisicamente apenas quando há uma compra, e portanto, não há produção em massa do mesmo, nem a necessidade de manter estoques. Se parece algo interessante para se diminuir os custos de um lançamento, que normalmente exigem uma tiragem razoável para distribuição em várias lojas a fim de aumentar a oferta, também pode sinalizar que o produto em questão não possui muita atratividade junto ao público consumidor, indicando vendas baixas, que não viabilizariam o lançamento nos moldes convencionais.
É algo que as distribuidoras poderiam implantar aqui no Brasil, se tivessem vontade e empenho, podendo minimizar os custos e riscos do empreendimento, uma vez que todas elas alegam sempre falta de mercado, leia-se vendas baixas, para justificar os cancelamentos do lançamento de séries que deram início, ou de produções às quais nunca têm intenção de oferecer no mercado, espaço que acaba sendo ocupado pela pirataria, que nos últimos tempos tem chegado a lançar alguns materiais interessantes no mercado nacional de vídeo que acabaram ignorados pelas distribuidoras oficiais.
Se a Warner brasileira ainda tivesse a disposição de uma década atrás, este lançamento de Gobots em DVD era algo a ser tido como praticamente certo para chegar ao mercado nacional, ficando a expectativa apenas quanto à data de chegada. Infelizmente, nos últimos tempos, até séries de sucesso consagrado e de grande base de fãs, como Flintstones e Scooby-Doo, ficaram com suas séries de TV restritas às primeiras temporadas, mostrando que o respeito junto ao público consumidor e valorização deste, andam muito em baixa junto à direção da filial brasileira. Depois, se a pirataria resolver aproveitar a oportunidade, que não venham reclamar pelo público comprar um produto "não oficial", quando eles tiveram sua oportunidade e simplesmente deram de ombros...

segunda-feira, 5 de maio de 2014

HQM LANÇA COLETÂNEA DA DARK HORSE



                Chegou às bancas nacionais neste mês de abril mais uma bela opção de leitura para quem curte HQs alternativas. A Editora HQM, que nos últimos tempos vem publicando no mercado nacional a série em quadrinhos do famoso seriado Walking Dead, além do material da Valiant Comics, lançou a revista DARK HORSE APRESENTA, uma publicação mensal que traz várias histórias curtas produzidas por diversos autores para a editora americana Dark Horse. Com 84 páginas coloridas, em papel couché e formato americano, a edição tem preço de R$ 12,90, e a princípio, será mensal. A editora ainda pretende avaliar as vendas dos primeiros números para verificar a viabilidade da publicação. Não foi divulgado quantos números serão lançados ainda no período de experiência. Para os leitores, é a chance de conferir vários materiais interessantes, que são lançados pela editora americana Dark Horse em seu título "Dark Horse Presents", no qual a edição nacional se espelha.
                A edição foi lançada com duas opções de capas. Em uma delas, o destaque vai para Concreto, personagem criado por Paul Chadwick, e que estréia a primeira história da publicação. Na outra capa, a chamada é para Xerxes, de ninguém menos do que Frank Miller, ligada à saga dos "300" de Esparta, que já ganharam dois filmes no cinema. Entre os demais materiais apresentados temos histórias dos artistas Richard Corben, Carla Speed McNeil, Harlan Ellison, Howard Chaykin, Mike Mignola, e Michael T. Gilbert. Uma variedade de profissionais nada desprezível, em que pese alguns nomes serem completamente desconhecidos do público leitor nacional. Dos autores do mix desta primeira edição, além de Paul Chadwick e seu personagem Concreto, os únicos nomes conhecidos são do já citado Frank Miller, que em tempos áureos foi responsável pela cultuada minissérie "Cavaleiro das Trevas", que redefiniu a imagem do Batman nos quadrinhos, além de uma excelente fase de histórias do Demolidor, incluída aqui "A Queda de Murdock"; e Mike Mignola, ninguém menos do que o criador de Hellboy, que já teve várias histórias lançadas pela Mythos, que vez ou outra lança algum encadernado com o personagem.
                São todas histórias curtas, com desempenhos variados, sendo que algumas delas precisam de mais capítulos para mostrar a que vieram. A idéia da revista é apresentar um material mais diversificado, e fazer com que o leitor conheça materiais que seriam mais difíceis de serem veiculados em séries próprias, mas trazendo sempre algum material mais conhecido para capitanear a publicação e ajudar a garantir sua viabilidade comercial, como foi o caso de Concreto, para exemplificar nesta edição de estréia, além de Xerxes, e de uma história produzida por Mignola. A idéia é combinar materiais de autores conhecidos com novos nomes na área, e ampliar o leque de opções disponíveis para publicação. Resta saber se o título vai ter chance de vingar por aqui, e se o leitor terá a paciência necessária para fazer as histórias apresentadas deslancharem e conquistarem seu espaço.
                A idéia de uma revista coletânea para apresentar novos materiais ao público leitor e explorar personagens mais "alternativos" e de qualidade não é novidade no mercado nacional, que volta e meia já viu outras revistas lançadas neste tipo de conceito. O mais recente lançamento ocorreu no ano passado, quando a Mythos Editora lançou a revista "Dredd Megazine", título mensal, em formatão, trazendo vários materiais da conceituada revista inglesa 2000AD, com destaque para o Juiz Dredd, o personagem mais conhecido por estas bandas. Tendo Dredd como âncora, a revista trazia várias histórias de outros personagens e autores, boa parte deles desconhecidos por aqui. Após um período experimental de 6 edições, em que a Mythos avaliou os resultados de vendas, a revista mostrou que havia um público leitor interessado nas histórias suficiente para sustentar a publicação, e ela continua até o momento firme nas bancas nacionais, já completando 12 edições, para alegria de quem quer curtir quadrinhos fora do binômio "comics" e "mangá".
                A iniciativa da HQM é mais do que bem-vinda, por ampliar a oferta de quadrinhos disponíveis no mercado nacional, e oferecer um material que há tempos era ignorado por aqui. A Dark Horse é uma das principais editoras de quadrinhos do mercado americano, situando-se abaixo apenas da Marvel e da DC Comics, e num nível superior na qualidade de seus materiais em relação à Image, tendo publicado quadrinhos de várias séries de cinema, entre as quais Indiana Jones, Exterminador do Futuro, e Guerra nas Estrelas (Star Wars). A publicação de seus materiais no Brasil, entretanto, sempre foi meio irregular, ficando mais focado em minisséries. Em tempos recentes, os quadrinhos de Star Wars tiveram um bom tempo de publicação regular nas bancas nacionais, pela Pixel, mas a publicação acabou encerrada, sem mostrar todo o vasto repertório produzido pela editora americana nos últimos anos. A revista possui excelente qualidade gráfica, o que compensa o preço de R$ 12,90, e num momento onde os leitores perdem uma opção de leitura com o cancelamento da revista Vertigo, pela Panini, após 51 edições, com seu excelente material adulto, este lançamento da HQM transforma-se desde já em uma excelente opção de substituição, em que pese as temáticas terem abordagens ligeiramente diferentes, mas ainda assim, capazes de satisfazer amplamente o leitor que busca histórias adultas de quadrinhos.
                O fato da Dredd Meganize estar conseguindo se manter nas bancas pode ser encarado como um sinal positivo para a viabilidade desta coletânea da HQM. Mas, como estamos falando de Brasil, e de um mercado que nem sempre responde da maneira como esperamos, é esperar para ver, e torcer para que tudo dê certo e a Dark Horse Apresenta se fixe nas bancas, trazendo sempre novos materiais para o público leitor, que certamente apreciará a oportunidade de ler novas e variadas histórias em quadrinhos.