domingo, 21 de julho de 2019

REVISTA MAD PRATICAMENTE ENCERRA SUAS ATIVIDADES


O mundo dos quadrinhos está perdendo mais um ícone: depois de 67 anos de publicação ininterrupta, desde sua primeira edição, a MAD MAGAZINE, ícone ímpar do humor satírico, está dizendo adeus ao mercado de quadrinhos. A DC Comics, que publica a revista, emitiu nota afirmando que a edição de agosto deste ano será a última a contar com material inédito. A revista, na verdade, continuará a ser publicada por mais algum tempo, mas trazendo apenas republicações de material antigo, com capas novas. Segundo comentários, a publicação só não está sendo cancelada de vez para atender aos assinantes, mas tão logo todas as assinaturas vençam, deve sair de cena de vez. Da mesma forma, falou-se que uma edição especial de fim de ano poderia trazer material inédito, mas isso carece de confirmação oficial.
O que vale mesmo, é que a MAD, depois de quase 70 anos de existência, é a mais nova vítima dos novos tempos no que se refere ao mercado editorial, e com o agravante de se perder um dos últimos bastiões do humor livre e politicamente incorreto que acabou por se tornar tabu nestes tempos do massacrante estilo do politicamente correto, frente a um público que parece cada vez mais radical e que não sabe mais rir de si mesmo, ofendendo-se por qualquer coisa, por menor que seja, o que tem feito do mundo um lugar cada vez mais chato e egocêntrico.
A publicação estreou em outubro de 1952, sob a batuta do editor Harvey Kurtzman, que trabalhava para a editora EC Comics, de William Gaines., com o título completo de “Tales Calculated to Drive You Mad” (“Histórias com a intenção de levá-lo a loucura", numa tradução em português), e desde o início, publicava paródias e piadas. O estilo ácido e provocativo da revista logo a colocou na alça de mira do Comics Code Authority, órgão de censura que virou o pesadelo de muitas editoras na década de 1950, concebido para “vigiar” as publicações editoriais estadunidenses depois da polêmica desencadeada pelo livro “Sedução dos Inocentes”, que associava a delinquência juvenil à leitura de quadrinhos por parte dos jovens. A MAD, contudo, conseguiu escapar da censura ao mudar o seu formato para o estilo magazine (revista), dissociando-se do tradicional formato americano que os títulos de quadrinhos ostentavam na época, e dali em diante, nada mais deteria a publicação da EC Comics.
Nada era tabu na revista, que parodiava a tudo e a todos. De grandes sucessos da TV e do cinema, a personalidades e situações do dia-a-dia, tudo era assunto para render piadas, sátiras, e todo tipo de produção humorística que viesse à cabeça de seu grupo de colaboradores. A revista ganhou até seu personagem-símbolo, Alfred E. Newman, que passou a estrelar as capas da revista e várias páginas internas, sempre “interpretando” ou “estrelando” as maiores loucuras imaginadas. Apesar do grande sucesso que a revista estava alcançando, a EC Comics ia mal das pernas, e Harvey Kurtzman teve de pular fora do negócio, ao mesmo tempo que a EC fechava as portas. Mas a MAD seguiu em frente, agora com Al Feldstein como editor, e a partir dali, a publicação viveria seus momentos mais icônicos, chegando no auge a vender mais de 2 milhões de exemplares. Al Feldstein esteve à frente da publicação até 1984, quando se aposentou. A editoria da publicação passaria para a dupla Nick Meglin e John Ficarra, que por lá ficaram até 2004, quando Meglin também se aposentou da função, deixando Ficarra à frente da revista desde então. William Gaines, por sua vez, havia vendido o que restou da EC Comics para a Kinney Parking Company, que também era dona da National Comics, que viria a se tornar a DC Comics. Gaines passou a ser membro do conselho diretivo da Kinney, e teve liberdade para continuar publicando a MAD sem interferências editoriais, e fez isso até 1992, quando morreu, tendo sido um dos pilares que garantiram a independência da publicação, e um dos motivos da sua fama entre os leitores.
Tal sucesso não era obra do acaso. Contando com uma trupe de colabores de peso, como Al Jaffee, Don Martin, Dave Berg, Mort Drucker, Antonio Prohías, Sérgio Aragonés, entre muitos outros, a MAD se notabiliza por um humor politicamente incorreto, onde nada era sagrado, mas fazendo também humor sutil e inteligente, parodiando situações com muita classe e sem cair no baixo calão. A revista ganhou muitos leitores de peso, que declararam publicamente seu amor pelo conteúdo por vezes tresloucado que era publicado, e muitos afirmaram que a decisão da DC, atual editora responsável pela publicação, de encerrar a produção de material para a revista significa uma perda irreparável para o mundo editorial, e ao humor contemporâneo.
Infelizmente, a MAD já não tinha mais a inspiração e a sagacidade dos bons tempos. Mas, em vez de tentar formar uma nova e competente equipe que soubesse dar continuidade ao longo histórico de produções realizadas em quase sete décadas, os manda-chuvas editoriais preferiram a saída mais fácil, que era acabar com o título, ainda que de forma sutil. Não foi uma decadência recente, mas um longo processo que foi se acumulando nos últimos anos, onde a MAD foi perdendo relevância e importância não apenas pela queda da qualidade do que era publicado em suas páginas, mas também por más decisões editoriais, que não souberam atualizar a revista para encarar os novos tempos. Sempre houve lugar para o humor, mas ultimamente essa se tornou uma área cinzenta e hostil, com um público cada vez mais rabugento, que implica com piadas por implicar, onde rir de minorias, gays, entre outros esteriótipos passou a ser visto como discriminação e racismo. O mundo perdeu a graça de saber rir, e parece determinado cada vez mais a ficar mais carrancudo e intolerante. A MAD sentiu isso, ainda mais porque o time criativo dos últimos anos nãol possuía a erudição e o talento com o qual muitos colaboradores de antigamente sabiam fazer piada de uma maneira inteligente sem ser provocativa e esculachada.
O grande sucesso que a MAD fazia no mercado editorial estadunidense não passava despercebido em outros países, e um deles foi o Brasil, onde a editora Vecchi resolveu arriscar e lançou a edição nacional da publicação, em 1974. Com Otacílio D’Assunção à frente da publicação brasileira, a MAD em Português também se tornou um grande sucesso editorial, chegando a vender cerca de 200 mil exemplares por edição. O melhor de tudo foi que, para aumentar o material disponível para publicação, começaram a produzir sátiras e piadas por aqui mesmo, utilizando o trabalho de artistas nacionais, dando um charme adicional à edição brasileira. Foram 103 edições regulares até 1983, além de várias edições especiais, todas encerradas pela falência da Vecchi. Mas, para felicidade dos leitores nacionais, a MAD não ficaria muito tempo longe das bancas: em 1984, a editora Record assumiu a publicação, que teve por lá o seu período mais longevo, terminando apenas no ano 2000, após 159 edições regulares e muitas publicações especiais no meio do caminho com o título MAD in Brazil. E, como vaso ruim não quebrava fácil, a revista continuou nas bancas brasileiras, agora pela Mythos Editora, e sempre com o velho Ota como editor, garantindo a qualidade do conteúdo da revista. A publicação na Mythos encerrou-se em 2006, após 46 números, onde a periodicidade já não era mais mensal como antigamente. O mercado editorial nacional, que nunca foi muito fácil, também tinha lá suas crises, e a MAD também começava a sofrer com isso. Em 2008, a publicação ganhou mais uma chance, agora pela Panini, que lançou a revista de forma mais regular até 2016, com 90 números, para então encerrar definitivamente o ciclo da MAD em terras tupiniquins, até o presente momento. O sucesso da MAD nacional motivou até o surgimento de revistas concorrentes tentando imitar o seu estilo de humor, como a Pancada, mas sem conseguir o mesmo sucesso e popularidade, durando pouco tempo nas bancas nacionais.
Ao longo destes 67 anos, a revista foi publicada nos mais diversos países mundo afora, entre eles a Argentina, Canadá, Dinamarca, França, Grécia, Holanda, Israel, Itália, México, Reino Unido, Suécia, Turquia, entre outros, e ainda segue sendo lançada na Alemanha, Austrália, África do Sul, Espanha, Finlândia, e até na Hungria, países que certamente cessarão também suas publicações, com o fim da produção de material nos Estados Unidos. O humor da revista, obviamente, nem sempre agradava a todo mundo, e não foram poucos os problemas enfrentados pela publicação durante estes 67 anos de estrada, mas a MAD parecia sobreviver a tudo, e nem ela era imune à si própria. A própria revista debochava de si mesma, inclusive satirizando o preço, ou afirmando que seu papel não servia nem como papel higiênico, ou falando na cara dura que certas edições especiais nada mais eram do que uma tentativa de faturar mais alguns cobres dos leitores empurrando material requentado e/ou encalhado. Mas a maioria dos leitores encarava numa boa, e isso se traduzia em mais um diferencial da publicação, por zoar o barraco de si mesma.
Nos Estados Unidos, a revista chegou a 550 edições, e certamente deixará saudades para muitos, em especial os mais velhos, que se tornaram o principal público leitor da revista desde há muito tempo, apreciando o humor que ela apresentava todos os meses, e que criticava também o estilo de vida americano muito antes que certas séries, como Simpsons ou South Park, ganhassem vida e fizessem o mesmo. No Brasil, a equipe de tradução soube adaptar com muita categoria as paródias concebidas pela matriz estadunidense, para não mencionar que o material nacional nada ficava a dever, apresentando resultados por vezes até superiores, dependendo do assunto. Afinal, como esquecer as inúmeras paródias de novelas brasileiras que a MAD publicou ao longo de sua história nacional? Ou a sátira de seriados famosos e filmes. Jornada nas Estrelas virou “Burrada nas Estrelas”, Robocop virou “Robocó”, O Incrível Hulk virou “O Incrível Hurgh!”; Rambo virou “Rombo”, entre muitos títulos traduzidos na versão nacional. E nem os heróis japoneses escapavam, quando Jaspion foi parodiado na história “Japa”, e os Cavaleiros do Zodíaco viraram “Caganeira do Zodículo”.
Foram tempos gloriosos, que infelizmente agora ficarão no passado. Ou nem tanto. Muitos esperam que a republicação de material antigo consiga levantar o astral da revista, que continuará sendo vendida em comic shops, além de ser enviada para os assinantes, e quem sabe a qualidade deste material não consiga estender a vida da publicação. Afinal, 67 anos de história ainda tem muita coisa para contar às novas gerações de leitores que tiverem curiosidade, ou a loucura de tentar ler este tipo de humor que fez o nome e a fama que tornaram a MAD uma lenda. O mundo, mais do que nunca, precisa cada vez mais de humor e menos gente emburrada que não sabe encarar a si mesmo com um pouco de deboche e esculacho. Mesmo que a revista acabe se mantendo neste novo formato, ao menos oferecerá aos leitores da atual geração todo um repertório de humor construído ao longo de mais de seis décadas de trabalho que não podem ser esquecidos sem mais nem menos.
                E, quem sabe, numa dessas, até a MAD ressuscite, inclusive no Brasil. Mesmo sem material inédito, muita coisa antiga, por mais datada que esteja, ainda vale a pena ser vista novamente. Afinal, como a publicação se dizia um caso perdido de quem gostava de ler suas doideiras, e o mundo está cada vez mais louco, quem sabe um milagre desses não acontece? A esperança é sempre a última que morre...

terça-feira, 2 de julho de 2019

JBC ANUNCIA LANÇAMENTO DE “HOKUTO NO KEN”


                Uma das séries de mangá mais famosas e icônicas dos anos 1980 finalmente ganhará sua versão nacional, pelas mãos da editora JBC, que já havia anunciado o título ainda no ano passado, mas sem especificar uma data para o lançamento, que ocorreria este ano. Depois de vários meses de espera, é chegada a hora, e os fãs dos quadrinhos japoneses finalmente poderão conferir a história de Kenshiro, o guerreiro do Punho da Estrela Polar, na saga “Hokuto no Ken”, cuja primeira edição será lançada agora em julho pela editora nipo-brasileira.
                HOKUTO NO KEN – FIST OF NORTH STAR (O Punho da Estrela do Norte, em português) é uma série de mangá publicada na revista semanal Shonen Jump, de 1983 a 1988, criada pelos artistas Yoshiyuki Okamura (mais conhecido pelo pseudônimo Buronson) e Tetsuo Hara, contando com um total de 245 capítulos, que renderam 27 volumes encadernados. A série causou grande impacto pelo nível de violência, e por uma arte que retratava os personagens com mais realismo e exatidão do que as obras lançadas até então. Não demorou para a popularidade da série de mangá fazer com que uma versão animada fosse produzida, o que ocorreu em outubro de 1984, através da Toei Animation, que foi exibida pela Fuji TV até março de 1987, contando com 109 episódios, que adaptaram a primeira fase do mangá. Mas, tão logo essa primeira série terminou, foi iniciada a continuação, uma semana depois, com mais 43 episódios contando a história da segunda fase do mangá, encerrando-se em definitivo em fevereiro de 1988. Hokuto no Ken ganhou também movies para o cinema, readaptando histórias já exibidas nas séries de TV, mas com mais acuro e até violência, com a maior liberdade do circuito cinematográfico. Alguns especiais de vídeo, e até versões “alternativas” com outros personagens acabaram produzidas, baseadas nos conceitos da série desenvolvida por Okamura e Hara.
                No ano de 199X, o mundo encontra-se devastado por chamas nucleares, devido a uma guerra com armas atômicas ocorridas vários anos antes. A sociedade civilizada foi dizimada, e agora a violência rege esse novo mundo, que se tornou um ambiente inóspito, e de recursos extremamente limitados. É uma Era onde apenas os mais fortes sobrevivem, e os mais fracos tem de se submeter aos fortes, na esperança de sobreviverem, mesmo sofrendo as piores agruras e sofrimento possíveis. Neste cenário pós-apocalíptico, um homem com sete feridas no peito vaga pelo deserto… Ele é aquele que foi escolhido como o sucessor do terrível estilo assassino conhecido como “Punho da Estrela do Norte”, o herdeiro do Hokuto Shin-ken. Ele é Kenshiro!! A lenda do salvador da humanidade está prestes a começar. Mas aqueles que ousarem se interpor em seu caminho sentirão a fúria do seu punho… “Você já está morto!” será o epitáfio de morte destes que se atreverem a oprimir os fracos e desamparados, e tiverem a infelicidade de cruzarem o caminho do solitário guerreiro marcial.
                Não é uma série para estômagos fracos, pois os inimigos que Kenshiro enfrenta em sua jornada são implacáveis e cruéis, causando todo tipo de sofrimento aos menos afortunados, em um mundo onde a violência impera. E eles enfrentarão a punição nas mãos do protagonista, que os executará sem dó nem piedade, uma vez que são pessoas completamente desprovidas de compaixão e solidariedade para com as pessoas mais fracas. E a arte de Tetsuo Hara consegue expressar estas lutas com mortes dos vilões pra lá de violentas. A versão em anime, obviamente, ameniza o tom de violência da série de mangá, mas mesmo assim, os vilões que são derrotados por Kenshiro explodem num festival de sangue, vítimas da mortífera arte marcial do Hokuto Shin-Ken. E Kenshiro, por sua vez, não se deterá por nada até castigar aqueles que trazem dor e sofrimento às pessoas, aplicando sua punição do punho da estrela do norte. Hokuto no Ken foi uma série que fez muito sucesso nos anos 1980 no Japão, e seu estilo de luta influenciaria outras séries de luta, como Cavaleiros do Zodíaco, por exemplo, onde os protagonistas enfrentam violentos combates contra inimigos por vezes cruéis e desumanos como os oponentes que Kenshiro combate.
                E agora, será a vez dos fãs brasileiros dos quadrinhos japoneses conhecerem enfim a série, depois de meses de espera, desde o anúncio da JBC de que traria a série para nosso país. E isso não é tudo: a A JBC está trazendo para o Brasil a versão “Extreme Edition” do mangá. Trata-se de uma edição de luxo, com várias páginas coloridas exclusivas, conteúdo especial e com cada volume possuindo em média de 300 páginas, de modo que a coleção completa terá 18 volumes, no formato 13,2 x 20 cm. O primeiro volume terá 312 páginas, com preço de R$ 42,90. Devido à forte violência presente nas lutas da história, a classificação etária será de 18 anos. A JBC anunciou a possibilidade da primeira edição já estar disponível para os fãs durante o evento Animefriends, que ocorrerá em São Paulo, capital, nos dias 12 a 14 de julho, no Pavilhão do Anhembi, zona norte da cidade, próximo ao Terminal Rodoviário do Tietê.
                Apesar da imensa fama que obteve no Japão, as produções animadas de Hokuto no Ken continuam inéditas até hoje no Brasil, e não é difícil imaginar o motivo. Se fazem tanto estardalhaço e escarcéu com cenas de violência leves em algumas séries hoje em dia, imaginem as críticas que o anime de Kenshiro receberia por aqui, onde as mortes dos protagonistas fariam a violência vista em Cavaleiros do Zodíaco parecerem brigas à toa. Infelizmente, não é uma série que qualquer um possa assistir. Ao menos agora, graças à JBC, os fãs que já conheciam a série, mangá ou anime (esta, disponível na internet legendada em português por fansubbers), poderão ao menos conhecer os quadrinhos que deram origem a este sucesso que se tornou a saga do guerreiro do punho da estrela do norte. E, com certeza, as carteiras de muitos leitores serão impiedosamente chacinadas pelo preço das edições, mas que vale muito a pena, pelo formato que a JBC está oferecendo aos leitores nacionais.



VINGADORES ULTIMATO EM VÍDEO EM AGOSTO


O filme “Vingadores – Ultimato” foi o filme mais aguardado de 2019, e encerrou com dignidade toda uma fase da Marvel nos cinemas mundiais, iniciada em 2008 com o primeiro “Homem de Ferro”. A sequência de “Guerra Infinita” levou milhões de fãs aos cinemas pelo mundo inteiro, fazendo o filme render, até o fechamento desta matéria, uma bilheteria de cerca de 2,752 bilhões de dólares. Durante os primeiros dias de exibição nos cinemas nacionais, todas as sessões reservadas ao filme estavam esgotadas, obrigando alguns fãs menos sortudos a terem de ter paciência para achar alguma sessão com lugares livres para poderem assistir ao grande desfecho da aventura iniciada no filme anterior, exibido um ano antes. E a espera foi mais do que recompensada para a imensa maioria dos que assistiram ao filme, fossem fãs ou não dos personagens dos quadrinhos que estrelaram a grande aventura para vencer o vilão Thanos e restaurar a população do universo inteiro, que havia sido dizimada pela metade pelo vilão em “Guerra Infinita”.
E agora, é hora de começar a contagem regressiva para o lançamento do filme no mercado de vídeo, e para alegria dos fãs, VINGADORES – ULTIMATO já entrou em pré-venda nas principais lojas e livrarias on-line, tendo como data de lançamento no mercado brasileiro o dia 14 de agosto. E haverá três versões do filme, para agradar aos fãs que desejarem adquirir o filme. Mas nem tudo que foi anunciado agradou aos fãs e consumidores que planejam comprar os discos que serão lançados no nosso país.
Haverá a edição comum em DVD simples, pelo preço de R$ 29,90, onde teremos apenas o filme, praticamente sem extras. O básico do básico, infelizmente. Já a edição em Blu-Ray, em disco simples, pelo preço de R$ 39,90, também trará apenas o filme, e como extras, teremos apenas comentários em áudio dos diretores Anthony e Joe Russo, e dos roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely, além de uma opção com introdução dos diretores Joe e Anthony Russo. E só. Mas só isso mesmo? Um filme da magnitude que foi Vingadores – Ultimato, merecia coisa melhor, ainda mais por encerrar uma fase que vinha sendo construída, peça a peça, desde o primeiro Homem de Ferro, e que ganhou grande impulso com o primeiro filme dos Vingadores, em 2012. Infelizmente, a versão em Blu-Ray do filme é isso, apenas, e nada mais.
Quem quiser o pacote completo mesmo, com os vários extras a que o filme tem direito, terá de adquirir a versão steelbook, que virá com um exclusivo disco de extras da produção, que realmente merecia um tratamento à altura no seu lançamento no mercado de vídeo. Mas, nem tudo são flores... O steelbook, que teve seu lançamento confirmado pela distribuidora da Disney no Brasil, certamente fará a festa de muitos fãs e colecionadores, mas não de todos. O motivo? Esta edição especial terá o preço de R$ 129,90. Pois é, um preço ainda mais alto do que já vinha sendo cobrado por edições em steelbook no mercado de vídeo nacional, que já vinham sendo bem caras, mas que agora, resolveram extrapolar de vez, especialmente a carteira do público consumidor, uma vez que o steelbook será composto de apenas 2 discos. Só para comparação, Os Incríveis 2 também teve uma edição exclusiva em steelbook, mas foi lançada com o preço, já exagerado, de R$ 119,90, e esta edição continha 3 discos (o disco do filme, sem nenhum extra; o disco do filme em 3D; e um disco de extras exclusivo). Agora, a Disney resolveu arrebentar com ainda mais força o bolso dos fãs. E nem todos estão gostando disso.
Pela bilheteria arrecadada pelo filme, e sua importância no fechamento de um ciclo do Universo Marvel nos cinemas, não dá para tratar Vingadores – Ultimato como uma mera produção. Portanto, lançar uma edição mais caprichada era mais do que uma obrigação para a Disney, que faria um tremendo desrespeito ao filme se repetisse o esquema de lançamento em disco simples, como tem feito com as suas últimas produções da Marvel. Portanto, nada melhor do que um disco duplo para o filme poder chegar “chegando” no mercado de vídeo. E o disco de extras exclusivo que virá no steelbook trará os seguintes materias extras, de acordo com as informações divulgadas:
               
# Celebrando Stan Lee: Cineastas e elenco prestam homenagem ao grande Stan Lee através de uma respectiva sobre suas aparições especiais nos filmes do MCU.
# Dando o Tom: Escalando Robert Downey Jr.: Escute a história de como Robert Downey Jr. foi escalado como Tony Stark no primeiro HOMEM DE FERRO, que lançou o MCU.
# Um Homem Fora do Tempo: Criando o Capitão América: Siga a evolução do Capitão América com aqueles que ajudaram a dar vida a ele, seu visual e personalidade.
# Viúva Negra: O Que For Preciso: Veja a jornada da Viúva Negra dentro e fora do grupo de Vingadores, incluindo os desafios que ela enfrentou e superou pelo caminho.
# Os Irmãos Russo: Jornada a Ultimato: Veja como Anthony e Joe Russo encararam o desafio de fazer dois dos maiores filmes da história do cinema…. de uma só vez!
# As Mulheres do MCU: As mulheres do MCU compartilham como foi juntar forças pela primeira vez em uma cena de batalha épica, e a se tornar parte de um grupo tão histórico.
# Mano Thor: Sua aparência pode ter mudado, mas seu heroísmo continua o mesmo! Veja os bastidores de como o Mano Thor foi criado.
# Cenas Inéditas: Teremos 6 cenas: “Goji Berries,” “Bombas a Bordo,” “O Pior Exército da Galáxia,” “Caramba, Você Morava Aqui,” “Tony e Howard” e “Vingadores se Ajoelham.”
# Erros de Gravação: Ria com o elenco e uma coleção épica de erros, confusões e palhaçadas no set de filmagem.

                Mas o que a Disney resolveu aprontar com os fãs e consumidores brasileiros é simplesmente levar a lei da oferta e da procura de mercado ao seu extremo: sabendo que o filme terá procura condizente com a imensa bilheteria que o filme teve no mundo inteiro, pelo menos deveria oferecer mais opções, e quem sabe, uma tiragem um pouco maior, certo? Errado, pelo menos no Brasil, onde a distribuidora está limitando a tiragem do steelbook, a fim de manter o preço nas alturas, e faturar mais em cima do consumidor que se dispuser a comprar esta edição mais caprichada. E sem direito a um lançamento em disco BD duplo em estojo amaray plástico, como vinha fazendo até há algum tempo atrás, de modo que o consumidor fica na verdade sem opção: ou compra o steelbook, mesmo não tendo gosto da caixa metálica que acomoda os discos, para ter o material completo, ou fica apenas com o filme nas edições simples, sem praticamente nenhum extra. E depois, se a distribuidora ainda vier reclamando das vendas do filme no mercado interno, de quem será a maior parte da culpa? Infelizmente, a ameaça aos fãs e consumidores, de que não haverá nova tiragem caso a inicial se esgote, tem tido feito, com várias lojas on-line que já abriram o item do steelbook em pré-venda já colocando o produto como “esgotado”, indicando que a quantidade adquirida junto à Disney já atingiu o seu limite de vendas, restando aos fãs procurarem por lojas em que suas cotas de compras ainda não tenham atingido seu limite. E, como está havendo esta procura, a Disney certamente se sente no direito de aplicar este preço exorbitante pela edição, portanto, o público consumidor nacional também acaba colaborando para este tipo de situação. O anúncio dos preços dividiu as opiniões do públicon consumidor, com boa parte tecendo várias críticas ao preço imposto pela distribuidora, e à falta de opções mais flexíveis. Muitos já afirmaram que ficarão sem a opção mais completa, pelo preço exagerado, enquanto alguns clamaram até por um boicote à Disney, por sua política de lançamento em vídeo do produto. Mas duvido que a distribuidora vá perder o sono ou se incomodar com as críticas e vozes que a condenam por isso, sabendo que as vendas serão mais do que garantidas, e que se dane o gosto do público consumidor, pelo menos o brasileiro, que fica relegado a não ser ouvido em suas queixas em quase todos os casos.
                O descaso e desrespeito para com o consumidor nacional fica ainda mais evidente quando vemos as versões americanas de Vingadores – Ultimato nos Estados Unidos. Aliás, o steelbook que será lançado aqui tem a arte da versão exclusiva da Best Buy, que também conta com dois discos por lá. Só que estes dois discos são o Blu-Ray do filme, e o Blu-Ray 4K da produção. E os extras, onde estão? Todos os extras estão no disco Blu-Ray do filme, sendo que o disco 4K traz apenas o filme, sem material adicional ao disco BD convencional. Em outras palavras, aqui os extras foram arrancados do disco do filme, e colocados em um disco à parte, que estará disponível apenas no steelbook, a um preço mais de três vezes maior do que o que está sendo cobrado pelo disco simples do filme em Blu-Ray.
                Definitivamente, a Disney está dando mesmo um ultimato ao fã e colecionador nacional: ou paga o preço que ela impõe, ou fica-se sem o produto mais completo. Difícil ser fã no Brasil, deste jeito... Ainda mais com a crise econômica, que dificulta ainda mais o que já anda difícil. E depois, culpar a crise da economia pelo mercado de vídeo estar ruim, é tapar o sol com a peneira, porque as distribuidoras também não se esforçam como poderiam para contornar o problema. Vingadores – Ultimato merecia melhor tratamento em território nacional. Ficaremos a ver navios no que tange à acessibilidade em mídia oficial do filme, e o pior, é que a situação do mercado nacional de vídeo tem tudo para piorar ainda mais, e por culpa maior das próprias distribuidoras. Quem viver verá...