terça-feira, 13 de dezembro de 2016

HERÓIS DC E HANNA-BARBERA TERÃO CROSS-OVERS EM 2017



                Os heróis e personagens da Hanna-Barbera tiveram um ano cheio em 2016, quando a DC Comics lançou uma nova leva de revistas promovendo releituras e novas aventuras dos personagens clássicos criados pelo estúdio de William Hanna e Joseph Barbera, com resultados variados que fizeram velhos e novos fãs questionarem a validade da empreitada da editora, com opiniões a favor e contra as abordagens adotadas nos títulos lançados. E a mesma DC Comics prepara-se agora para lançar ainda mais lenha na fogueira dessa discussão, mas em um sentido mais inesperado, ao promover novos e incomuns cross-overs entre os personagens da Hanna-Barbera, que irão encontrar com ninguém menos do que os heróis do Universo DC.
                É isso mesmo o que você leu: os heróis e personagens do Universo DC irão se encontrar com os personagens da Hanna-Barbera, promovendo o primeiro encontro destes seres em toda a sua história, seja nos quadrinhos, seja na animação. Os encontros serão lançados a partir de março de 2017, em edições anuais especiais, que trarão em cada edição duas histórias, uma principal, e outra secundária, com diferentes personagens de ambos os universos se encontrando, em situações variadas, indo do tom cômico ao sério, e promovendo uma interação que os fãs de ambos jamais imaginaram ver um dia. As edições também trarão aos leitores algumas prévias do que a DC estará planejando para os personagens clássicos da Hanna-Barbera.
                Quatro edições já foram divulgadas, mas o preço e o número de páginas de cada edição ainda não foram revelados. Conheçam os primeiros encontros deste novo projeto da DC Comics com os personagens da HB:

ADAM STRANGE/FUTURE QUEST ANUAL # 1 - Argumento por Marc Andreyko e Jeff Parker, com arte por Steve Lieber. Segunda história: Manda-Chuva - Escrito por Dan DiDio, e desenhos de Phil Winslade. Após os eventos ocorridos na minissérie “Death of Hawkman”, Adam Strange é atirado através de múltiplas dimensões apenas para pousar na Terra! Mas ao invés de encontrar os seres superpoderosos e lendários combatentes do crime que já conhece, ele encontra um menino aventureiro e seu pai cientista - e eles são os únicos que podem ajudá-lo a voltar para casa. Jonny Quest, Hadji, Dr. Benton Quest e Race Bannon têm um plano, mas isso irá envolver uma jornada perigosa através do Vale Perdido de ameaças pré-históricas do jovem Dino Boy! Na segunda história, estrelada por ninguém menos do que nosso gato malandro dos becos, o Manda-Chuva. Conseguir sair da prisão é um desafio suficiente para um gato antropomórfico, mas o que acontece quando ao tropeçar através de um portal cósmico, ele vem para outro planeta Terra, indo parar em uma metrópole obscura, e ficando justamente nas mãos do Batman?

BOOSTER GOLD/THE FLINTSTONES ANUAL # 1 - Roteiro de Mark Russell, com desenhos de Rick Leonardi e Scott Hanna. Segunda história: Os Jetsons - Argumento de Amanda Conner e Jimmy Palmiotti, com desenhos de Pier Brito. Bem-vindo ao século 25, onde a Terra se tornou um poluído pesadelo pós-industrial, a maioria dos animais estão extintos e répteis estão invadindo cidades por todo o planeta! Em seu momento de necessidade, os cidadãos do mundo se voltam para o Gladiador Dourado, que viaja no tempo para o passado, para conseguir salvar o seu tempo presente. E para saber por que esses alienígenas estão atacando a Terra, o Gladiador mergulha profundamente no passado pré-histórico para ver o que aconteceu quando eles vieram ao nosso planeta pela primeira vez. E, nesta era passada, Fred Flintstone e Barney Rubble devem ajudar o Gladiador a descobrir a verdade e retornar ao seu próprio tempo armado com as informações que o ajudarão a derrotar os invasores – Claro, isso se o Gladiador Dourado conseguir convencê-los a ajudá-lo em sua missão, do contrário, ele pode não apenas ficar perdido para sempre no passado, como seu futuro ficar irremediavelmente condenado. Passamos então para a segunda história da edição, onde Amanda Conner e Jimmy Palmiotti, os autores por trás da série de Harley Quinn, colocam uma nova expectativa em uma antiga reviravolta sobre o nosso futuro estrelando ninguém menos do que os Jetsons! Jorge Jetson e sua esposa Jane, e seu casal de filhos vivem em um mundo cheio de robótica e engenhocas mirabolantes. Mas como a morte ganha um sentido completamente diferente quando o cérebro da vovó pode ser digitalmente impresso em um robô de limpeza e adquire novos hábitos, por assim dizer, inesperados?

GREEN LANTERN / SPACE GHOST ANNUAL # 1 – Argumento por James Tynion IV e Chris Sebela, com desenhos de Ariel Olivetti. Segunda história: Jambo e Ruivão - História e arte por Howard Chaykin. Presos em um estranho lapso no tempo, os heróis espaciais Lanterna Verde e Space Ghost se encontram forçados a combater uma grande variedade de inimigos - e um ao outro! E mesmo se eles conseguirem sobreviver, eles serão lançados em um mundo sem o conceito de viagem interestelar, e sem conceberem o que é um alienígena! Despojada de suas armas por uma cultura xenófoba, a dupla terá que lutar para recuperá-las. Mas o que acontece quando Space Ghost coloca o Anel dos Lanternas e Hal Jordan tem de fazer uso das braçadeiras de força? Na segunda história, o icônico escritor Howard Chaykin coloca um giro moderno em uma das primeiras duplas animadas de animais criadas pela Hanna-Barbera! Jambo e Ruivão já foram destaque em discotecas, shows de variedades dos fins de noite e astros de festas da Broadway. Saiba como eles se tornaram a dupla cômico de ontem ... Antes que eles atingissem o seu status de hoje!

SUICID SQUAD/BANANA SPLITS ANUAL # 1 – Argumento por Tony Bedard, com arte de Ben Caldwell. Segunda história: Leão da Montanha - Escrito por Mark Russell, com arte por Dale Eaglesham. "Suicide Splits" é o resultado de uma parceria de uma banda de rock animal do Saturday Morning com a força tarefa especial da agente governamental Amanda Waller, resultando nos jogadores mais sujos que se pode encontrar! Confundidos com metahumanos e jogados nas entranhas da Penitenciária Belle Reve, os Banana Splits acabam sendo recrutados por Amanda Waller para uma inusitada missão secreta: nada menos do que salvar o Esquadrão Suicida, que pra variar, entrou em uma tremenda fria! O que se segue é, possivelmente, a equipe mais estranha que já existiu: Afinal, como Fleegle, Bingo, Drooper e Snorky vão acabar se entendendo com com Harley, Deadshot, Katana e Killer Croc? Se é verdade que as missões do Esquadrão Suicida não tem esse nome à toa, agora é capaz que as loucuras extrapolem todos os limites, e a própria sanidade do leitor seja colocada à prova neste desafio incomum. Na segunda história, o escritor Mark Russell traz seu estilo hilariantemente satírico para esta aventura, onde nosso conhecido Leão da Montanha é um dramaturgo gótico do Sul trabalhando com um elenco de figuras culturais, explorando um tempo intensamente criativo na cena do teatro de Nova York da década de 1950.

                A expectativa do potencial destes encontros é alto, tanto por parte da DC Comics, como dos próprios leitores, que estão aguardando ansiosamente para ver o que poderá acontecer em cada uma destas histórias. Aqui no Brasil, a Panini, atual editora do material da DC, já manifestou interesse em publicar o material da Hanna-Barbera produzido pela DC Comics, mas por enquanto, ainda não há nenhuma data sobre uma possível publicação em nosso país. Só resta aos fãs e leitores nacionais torcerem para que isso seja feito o mais breve possível em 2017.

GHOST IN THE SHELL GANHA EDIÇÃO NACIONAL PELA JBC



                Quem espera sempre alcança, e os fãs dos quadrinhos nipônicos viram sua paciência recompensada após praticamente quase dois anos de espera, desde quando a editora JBC prometeu que lançaria no mercado nacional uma das mais cultuadas obras da história dos mangás. Pois eis que durante a Comic Com Experience 2016, a megaconvenção dedicada ao universo pop/nerd, a editora nipo-brasileira apresentou a edição nacional de GHOST IN THE SHELL, com uma riqueza de acabamento nos detalhes de deixar qualquer fã de quadrinhos satisfeito. O anúncio de que a obra criada por Shirow Masamune finalmente seria lançada em nosso país, durante a CCXP 2016, já havia sido anunciada semanas antes do evento, e todo o pessoal da JBC trabalhou horas sem fio para garantir que a edição chegasse impressa a tempo de ser apresentada na convenção que ocorreu na capital paulista, nos últimos dias 1 a 4 deste mês de dezembro, no bairro do Jabaquara, zona sul da metrópole.
                A edição nacional compila todos os capítulos do mangá original, criado por Shirow Masamune, nome artístico do mangaká Masanori Ota, publicado entre 1989 e 1991 na revista japonesa Young Magazine, da editora Kodansha. Lançada no formato 17 x 24 cm, a edição tem 352 páginas, sendo 62 delas inteiramente coloridas, com papel lux cream, com direito a sobrecapa com 2 cores especiais, além das 4 cores normais que são utilizadas na produção de todas as capas, ao preço de R$ 64,90. A edição não será vendida em bancas, e terá distribuição exclusiva para livrarias e lojas especializadas.
                E a receptividade dos fãs no estande da JBC, durante a CCXP, para adquirir este lançamento, foi excelente, com a maior parte da tiragem levada à feira sendo vendida com incrível rapidez. E os fãs que visitaram o estande da editora ainda tiveram a oportunidade de acompanhar uma palestra ministrada por Marcelo Del Greco e Cassius Medauar, gerentes de conteúdo da editora, que explicaram aos fãs toda a epopéia que a JBC enfrentou para poder publicar enfim o mangá de Ghost in The Shell no Brasil, com vários detalhes curiosos revelados em primeira mão para todos os presentes.
                Foram reuniões e mais reuniões, tanto com a Kodansha, como com o autor, para aprovar todos os pormenores da edição nacional. Um exemplo citado por Del Greco e Medauar foram sobre as orelhas da edição nacional, que por imposição dos japoneses, tiveram que ficar em japonês igual ao original. E a quarta capa (contra-capa) ficou em uma mistura de inglês e japonês (igual ao original) e com inserções em português. A meticulosidade de exigências chegou ao nível de se determinar até em quantos milímetros ficariam certas medidas da edição, e todas elas tiveram que ser acatadas para que a obra tivesse sua publicação finalmente aprovada e liberada para ser lançada aqui. Outro exemplo de exigência imposta pelo autor foi a obrigatoriedade de seu nome ser grafado conforme a ordem de apresentação japonesa, Masamune Shirow, e não Shirow Masamune, como seria o correto por aqui. No Japão, o sobrenome costume ser dito antes do nome, ao contrário do costume ocidental. Acontece que o pseudônimo adotado por Masanori Ota faz referência ao legendário criador de espadas Masamune, e a inversão da ordem do nome de seu pseudônimo deixaria sem sentido o termo. Por outras razões, a editora não pode nem mesmo aproveitar o logo da versão animada do mangá, cuja primeira produção para cinema foi lançada no mercado nacional de vídeo, primeiro pela Flashstar, e mais recentemente pela Focus Filmes, com o subtítulo de “O Fantasma do Futuro”. Tanto apuro por parte dos japoneses acabou atrasando em vários meses o lançamento, e algo que era tido por muitos para ser lançado até no ano passado, só conseguiu efetivamente sair já neste mês de dezembro, primeiro com exclusividade para quem esteve presente na CCXP. Aos poucos, as livrarias e comic shops estão recebendo os exemplares para venda a seus clientes, bem como começando a estar disponíveis também em algumas lojas on-line.
                A história de Ghost in the Shell se passa depois do ano de 2029, marcado pelo surgimento de uma nova tecnologia que permite a fusão do cérebro à computação, e por tabela, à rede mundial de computadores, marcando uma nova era no que tange à interação entre o mundo real e o virtual. Com uma ambientação estilo cyberpunk, o autor foca os acontecimentos mais nas ramificações éticas, filosóficas e sociais da fusão em massa da humanidade com a tecnologia, com consequente o desenvolvimento de inteligências artificiais, e a onipresença da rede de computadores como uma oportunidade para reavaliar assuntos como a identidade pessoal, a singularidade da consciência e o aparecimento do trans-humanismo. O fio narrativo da história cobre as atividades desenvolvidas pela Comissão Nacional Japonesa de Segurança Pública, Seção 9, especializada no combate a crimes perpetrados com uso da tecnologia, tendo como principal protagonista Motoko Kusanagi, que ocupa a função de líder tática da Seção 9. Devido ao fato de seu corpo ser artificial (ela é uma ciborgue, dotada de um corpo robótico, sendo que apenas o seu cérebro e a coluna medular serem orgânicos), ela possui capacidades sobre-humanas, podendo executar certas operações que pessoas comuns nunca conseguiriam. Entre outras habilidades, Motoko tem conectores que a permitem se ligar à rede, para as mais diversas finalidades.
                O sucesso da série rendeu um longa metragem animado, produzido pela IG Productions em 1995, com direção de Mamoru Oshii, que tocava fundo no dilema onde terminava o ser humano e começava a máquina. O filme fez sucesso em diversos países, e acabou sendo lançado também no Brasil, com o título de “O Fantasma do Futuro”. Em 2002, Ghost In The Shell ganharia uma série animada para TV, com 26 episódios, intitulada “Ghost In The Shell: Stand Alone Complex”, com direito a uma segunda temporada, “Ghost in the Shell: Stand Alone Complex 2nd GIG”, e um especial de vídeo, finalizando a história, em “Ghost in the Shell: Stand Alone Complex - Solid State Society”. Paralelamente, um novo filme animado para cinema foi lançado em 2004, continuando os eventos do longa de 1995, intitulado “Ghost in the Shell 2: Innocence”. De 2013 a 2015, a série ganhou mais uma versão animada: “Ghost In The Shell: Arise”, com novas aventuras, em uma nova versão das aventuras. Mas, fora o primeiro longa para cinema, todas as demais produções animadas permanecem inéditas no Brasil até hoje.
                Em 2017, será lançado nos cinemas uma versão cinematográfica estrelada por atores, tendo Scarlet Johansson no papel da personagem Motoko Kusanagi. Pelos primeiros trailers divulgados, o visual da produção está bem fiel ao mangá e às animações lançadas até aqui. O filme também será exibido no Brasil, já tendo o nome adaptado com o subtítulo “O Vigilante do Futuro”. Tendo finalmente o mangá sido lançado por aqui, em mais uma excelente iniciativa da editora JBC, é aguardar pela produção live-action e conferir se ela fará juz à história criada por Shirow Masamune.


MORRE VAN WILLIAMS, ASTRO DE “O BESOURO VERDE”



                A passagem do tempo é implacável, e mais um ator que interpretou um herói clássico nos deixou no último dia 28 de novembro. Van Williams, ator que estrelou a série televisiva do Besouro Verde, interpretando o herói, faleceu aos 82 anos de idade. A notícia foi dada por sua esposa, e a causa da morte foi insuficiência renal, um problema que Van tinha há décadas. De acordo com sua esposa, desde os 25 anos, seu marido sempre viveu com apenas um dos rins funcionando, e mesmo sofrendo com as limitações decorrentes disso, ele nunca se deixou abater pelo problema.
                Nascido Van Zandt Jarvis Williams, no dia 27 de fevereiro de 1934, em Forth Worth, no Estado do Texas, Van cresceu em um rancho, e chegou a estudar sobre criação de animais. Em 1956, ele se mudou para o Havaí, onde passou a trabalhar como instrutor de mergulho, e foi lá que conheceu o produtor Mike Todd, que o incentivou a tentar a carreira de ator. Assim, em 1958, adotando o nome artístico de Van Williams, ele iniciou sua carreira no gênero, sendo contratado pela Warner em 1959, estrelando vários papéis em produções diversas, como os seriados “Bourbon Street Beat” e “Surfside 6”, onde interpretou uma mesmo personagem, que havia caído no gosto do público. Com o fim de seu contrato com o estúdio, Williams procurou outros destinos, e em 1966, acabou selecionado para estrelar o seriado “O Besouro Verde”, sobre um herói que combatia o crime se passando por um vilão, baseado em uma série de rádio de vários anos antes.
                Interpretando o herói Besouro Verde e seu alter ego, o editor do jornal Sentinela Diária, Britt Reid, Van Williams não ganhou mais fama do que já tinha. O seriado, produzido por William Dozier, que também contava com Bruce Lee no papel do ajudante do herói, Kato, nunca conseguiu o sucesso esperado, e a produção acabou cancelada após 26 episódios produzidos. E Van voltou a procurar novos serviços na área. Mas as opções de papéis foram rareando, até que nos anos 1980, o ator decidiu deixar a vida artística, fazendo apenas trabalhos esporádicos na área. Williams montou uma empresa que fornecia aparelhos de comunicação, ao mesmo tempo em que trabalhava como policial de reserva numa delegacia em Los Angeles, função na qual se aposentou na segunda metade dos anos 1990. O ator também havia se tornado um investidor de sucesso em algumas áreas.
                Van Williams teve 5 filhas, de seus dois casamentos, e teve também cinco netos. Descanse em paz, Besouro Verde.