quarta-feira, 10 de agosto de 2016

“TRANSFORMERS: O FILME” GANHA EDIÇÃO ESPECIAL DE 30 ANOS



                Uma das franquias mais famosas de desenhos animados iniciada nos anos 1980, Transformers já completou mais de 30 anos, e segue firme com a produção de novas séries animadas, além dos discutíveis filmes dirigidos por Michael Bay nos cinemas, e novos jogos e séries de quadrinhos. E uma das versões com mais fãs de toda a franquia é a fase G-1, ou simplesmente a série original que deu origem a tudo, produzida entre 1984 e 1987, contando com 98 episódios, além do famoso longa-metragem animado para cinema, intitulado simplesmente como “Transformers: O Filme”, lançado em agosto de 1986, e que agora está comemorando nada menos do que 30 anos de seu lançamento. E, como não poderia deixar de ser, esta data não passará em branco.
                A Shout! Factory está lançando agora no início de setembro uma edição comemorativa do longa metragem animado de 1986. TRANSFORMERS: THE MOVIE – 30TH ANNIVERSARY EDITION é o nome da edição que chegará às lojas dos Estados Unidos a partir de 13 de setembro, nas versões DVD e Blu-Ray, com direito a muitos extras, alguns deles inéditos, na versão em alta definição. Tanto a versão em DVD quanto em Blu-Ray terá opções em inglês, sem nenhum outro idioma, tanto em áudio quanto em legendas, para infelicidade dos fãs de outros países e outros idiomas. O preço da versão em DVD será de US$ 9,71, enquanto a versão em Blu-Ray, que vem com um disco exclusivo de extras, será de US$ 19,98. A versão em Blu-Ray também terá uma edição limitada com capa em steelbook pelo mesmo valor. Todas as versões já se encontram em pré-venda na maioria dos sites de lojas dos Estados Unidos.
                Entre os extras que virão no disco exclusivo do Blu-Ray, teremos os seguintes materiais: ‘Til All Are One – The Comprehensive Documentary Looking Back At The Transformers: The Movie; Transformers: The Restoration Featurette; Rolling Out The New Cover Featurette; Audio Commentary with Nelson Shin, Flint Dille and Susan Blu; Archival Featurettes – “The Death Of Optimus Prime,” “The Cast & Characters,” And “Transformers Q&A”; Animated Storyboards; Original Theatrical Trailers; TV Spots, etc. As versões em DVD e Blu-Ray também trarão uma cópia digital do filme.
                Os eventos do filme situam-se cronologicamente entre a segunda e a terceira temporada da série animada. Ocorrendo praticamente 20 anos após os eventos mostrados nestas primeiras temporadas, estamos no ano de 2005. Os Autobots ainda lutam para reconquistar seu mundo natal, o planeta Cybertron, controlado por Megatron e seus nefastos Decepticons. Num ataque surpresa a Autobot City, no planeta Terra, Megatron e seus soldados arrasam com vários Autobots, até ser detido por Optimus Prime, em um combate titânico onde o heroico líder dos Autobots acaba perdendo a vida. Mas uma nova ameaça surge no Universo: o Planeta Unicron, que devora literalmente mundos em seu caminho, e ruma para devastar Cybertron. E para garantir que seus planos não sofram interferências, ele restaura o corpo danificado de Megatron, transformando-o em Galvatron, e ordenando-lhe que destrua a Matrix Autobot da Liderança, passada por Optimus para Ultra Magnus, que assume provisoriamente a chefia dos Autobots.
                Com uma animação muito superior à da série de TV, o filme impressionou os fãs pela violência dos combates, onde vários personagens morreram violentamente, enquanto alguns foram mostrados destroçados no meio do combate. E muitos fãs ficaram ainda mais chocados com a morte de Optimus Prime, o heroico líder dos Autobots e um dos personagens mais carismáticos da série. O impacto foi tão forte, que no filme seguinte que a Hasbro planejava, onde iria mostrar também a morte de um dos personagens principais da série G.I. Joe (Comandos em Ação, no Brasil), acabou tendo que mudar essa premissa, deixando o herói em questão apenas em coma, gravemente ferido, devido ao impacto negativo ocorrido em Transformers. Optimus Prime acabaria revivido no fim da terceira temporada da série animada, para delírio dos fãs da série e do personagem.
                No Brasil, Transformers: O Filme, acabou exibido nos cinemas, sendo depois lançado em vídeo pela distribuidora Paris Filmes. O longa também foi exibido pela TV Globo, que já apresentava a série animada, tendo sido feita uma nova dublagem exclusiva da emissora carioca, que não utilizou a dublagem usada nos cinemas e no lançamento em vídeo. Muitos anos depois, o longa seria reapresentado na TV por assinatura Fox Kids, porém com uma nova dublagem, para desgosto dos fãs. O longa nunca foi lançado oficialmente em DVD em nosso país, para tristeza dos fãs da série, enquanto nos Estados Unidos ela já foi lançada completa em DVD, e em mais de uma oportunidade, assim como o longa–metragem animado para cinema, que agora está ganhando este novo lançamento comemorativo em DVD e Blu-Ray.
                Infelizmente, só resta aos fãs nacionais da série importarem a edição americana, mesmo que ela não tenha nenhuma opção em português, ou ficar com uma tremenda inveja dos fãs americanos, por terem este novo e merecido lançamento.


EAGLEMOSS LANÇA COLEÇÃO ESPECIAL DO BATMAN



                Nos últimos anos, abriu-se um filão no mercado de quadrinhos nacionais de super-heróis com a coleção de Graphic Novels da Marvel Comics da editora Salvat, que conquistou inúmeros leitores, a ponto de a coleção inicial ser ampliada de 60 para 120 edições, além da própria Salvat lançar uma segunda coleção, com foco ligeiramente diferente, mas também oferecendo edições encadernadas com acabamento de luxo a preços bem razoáveis. E a Eaglemoss, editora concorrente, também entrou na briga, oferecendo sua própria coleção de Graphic Novels, mas tendo os heróis da DC Comics como protagonistas, no início deste ano. E a própria Eaglemoss chegou a divulgar que faria outro lançamento, tendo o Batman, um dos principais heróis do panteão da DC Comics, como protagonista. Logo se especulou que seria outra coleção de Graphics exclusiva do Cavaleiro das Trevas, o que por si só já serviu para deixar os fãs do Homem Morcego mais do que eufóricos com a possibilidade.
                Mas a própria Eaglemoss esclareceu melhor as informações, e o que será lançado será uma coleção exclusiva em formato Graphic Novel, similar ao que é adotado na coleção de Graphics DC, abordando uma das maiores sagas já vividas pelo Cruzado Embuçado ao longo de toda a sua carreira: os arcos Cataclismo e Terra de Ninguém, publicados nos títulos de linha do Batman e dos demais heróis de Gotham City durante a maior parte do ano de 1998, todo o ano de 1999 e o início do ano 2000. Serão nada menos do que 6 edições especiais, com periodicidade mensal, que começaram a ser vendidos em bancas no início deste mês de agosto. As edições também estão disponíveis para assinatura no site da editora, no endereço http://assinecolecoeseaglemoss.com.br/terradeninguem/index.asp#offer, bem como para venda direta.
                Esta história foi um dos momentos mais conturbados e difíceis de serem enfrentados pelo Homem Morcego. Na trama, Gotham City, a metrópole onde vive o herói, é atingida por um terremoto de magnitude 7.6 graus na escala Richter. A cidade é devastada pelo fenômeno sísmico. Edifícios desabam, perdem-se os recursos básicos de energia, água, e até mesmo a comida começa a ser rara. Pego de surpresa pelo desastre, o próprio Batman e seu fiel mordomo, Alfred, são engolidos pelo desabamento da Mansão Wayne e da Batcaverna. Com milhões de pessoas atingidas, e um número considerável de feridos e mortos, Batman, após lutar para escapar vivo do que era seu lar, tem uma missão praticamente impossível de vencer por si só: evitar que o caos tome conta de sua metrópole. E a situação só piora quando o governo federal americano, numa atitude descabida, resolve isolar Gotham City do continente, tornando-a oficialmente uma “Terra de Ninguém”. Os que puderam deixar a cidade tiveram sorte. Já quem ficou, tornou-se prisioneiro de seu próprio lar. Como desgraça pouca é bobagem, os perigosos criminosos que estavam encarcerados na penitenciária Blackgate, e no perigoso Asilo Arkhan, escapam, e cada grupo toma parte da cidade, estabelecendo ali seu “território”, fazendo valer a sua lei particular. Até mesmo a polícia e demais forças legais, forçadas a disputar os poucos recursos que sobraram, tem de conquistar e manter o seu próprio “território”.
                Neste panorama de caos e incerteza, onde todos tem de se preocupar em como encarar o dia seguinte, tudo fica ainda mais nebuloso quando o próprio Batman desaparece, após Bruce Wayne acabar derrotado em Washington, tentando reverter a decisão do governo de isolar a metrópole destruída e prender sua própria população dentro dela. Todos os heróis da cidade, como Asa Noturna, Robin, Oráculo, uma nova Batgirl, Azrael, e outros, tentam fazer o que podem para tentar reinstalar a ordem e a lei no que sobrou de Gotham City, mas é uma tarefa hercúlea. Os estragos, a destruição, e o número de mortos e feridos é tamanho que mesmo os maiores esforços de todos não conseguem nem aliviar toda a tragédia ocorrida, e a que está em vias de acontecer, quando o clima de “terra de ninguém” se espalha por tudo o que foi a cidade, e os piores instintos de quem assume o poder em determinados locais afloram.
                Gotham City já tinha tido maus momentos nos anos anteriores, com o lançamento da saga Contágio, onde um vírus mortal era espalhado pela metrópole, obrigando todos os heróis da cidade a uma verdadeira operação de guerra para impedir sua proliferação, no que foi seguida da saga Legado, onde a disseminação do mesmo vírus precisava ser impedida a nível mundial. Mas, como desgraça pouca é bobagem, eis que a mãe natureza resolve literalmente arrasar com Gotham City, e da maneira mais dramática possível: bastam segundos para a cidade desmantelar-se em grande parte, tragando com isso construções, veículos, vidas, tudo por onde a terra tremeu nunca mais seria como antes.
                No primeiro volume da coleção, intitulado CATACLISMO, é mostrado o terremoto que joga a metrópole no mais completo caos e desordem. O volume com cerca de 464 páginas, compila as edições Detective Comics 719 a 721, Batman: Shadow of the Bat 73 e 74, Nightwing 19 e 20, Batman 553 e 554, Azrael 40, Catwoman 56 e 57, Robin 52 e 53, Batman: Blackgate – Isle of Man 1, Batman Chonicles 12, Batman: Huntress/Spoiler - Blunt Trauma 1, e Batman: Arkham Asylum Mad Tales 1. O preço da edição é de R$ 89,99. A edição vem com uma introdução, além e uma galeria das capas das edições das histórias componentes deste volume.
                As edições seguintes trarão o título de TERRA DE NINGUÉM, dando sequência aos eventos mostrados no primeiro volume da coleção. Cada uma destas edições terá mais de 300 páginas. O preço de cada uma das edições seguintes não foi divulgado.
                A saga foi publicada no Brasil a partir do ano 2000, primeiro nas edições em formatinho da DC Comics publicadas pela Editora Abril, e depois na linha Premium adotada pela editora. Desde então, nunca foi republicada em nosso país. Nem mesmo quando a Panini assumiu as publicações dos heróis DC, a saga esteve nos planos de republicação, muito provavelmente devido ao seu tamanho e incrível complexidade, o que tornaria o desafio de relançamento da saga mais complicado. Afinal, juntando tudo, são mais de 2.000 páginas de quadrinhos, em edições com um número de páginas bem maior do que os encadernados usualmente lançados não apenas nas coleções de Graphics que a Salvat e a Eaglemoss tem publicado, mas raramente visto nas edições encadernadas lançadas pela própria Panini.
                Mas a Eaglemoss lança um produto adicional à sua linha de Graphic Novels da DC com uma das sagas mais complexas e desafiadoras de um dos maiores heróis da DC, com um material que há tempos merecia ser visto novamente no mercado editorial brasileiro, e com histórias densas e pesadas, onde mesmo a grande capacidade do Batman pouco pode fazer para mudar a dramática realidade que se abate sobre sua cidade, vítima de uma força da natureza destrutiva como poucas em nosso planeta, capaz de fazer o que muitas pessoas construíram ao longo dos anos, talvez décadas, virarem escombros, tanto físicos, como psicológicos. Um desafio descomunal imposto a maior herói de Gotham e todos os seus aliados na cidade, onde todos terão de dar o máximo de si mesmos apenas para conseguirem permanecer onde estão. Um salvamento que não será possível efetuar de um momento para o outro, e onde os esforços isolados de alguns heróis pouco poderão oferecer de alívio a uma população desolada de milhões de pessoas.
                O único ponto negativo deste lançamento é talvez o momento em que ele é feito. A crise econômica anda forte, e com as pessoas tendo de se segurar em seus empregos. Dado o volume imenso de páginas de cada volume desta coleção, que faz o seu valor ser bem maior do que o das edições normalmente lançadas, o público leitor terá de fazer um bom esforço financeiro para adquirir todas as edições desta saga. Não que ela não valha a pena, mas certamente o alcance da coleção, pelo menos neste atual momento, certamente não será o ideal, ainda mais se levarmos em conta que as bancas já andam bem disputadas em se tratando de publicações de álbuns de luxo. O que não desmerece a iniciativa louvável da Eaglemoss em lançar esta grande megassaga do Homem Morcego. Que ela possa ser bem sucedida, e os leitores tenham chance de apreciar esta que foi um dos maiores desafios de toda a carreira de aventuras do Cavaleiro das Trevas.


O MUNDO DA DUBLAGEM PERDE SILVIO NAVAS



                O universo da dublagem brasileira perdeu mais uma de suas vozes marcantes. Silvio Navas, dublador que fez a voz nacional de vários personagens marcantes em diversos filmes e desenhos, faleceu no último dia 29 de julho, em Santos, sua cidade natal. A família não divulgou a causa da morte, mas o estado de saúde de Silvio inspirava cuidados nos últimos tempos, o que o fez reduzir muito suas atividades profissionais, sendo que em 2014 o ator foi diagnosticado com o Mal de Alzheimer.
                Nascido em 1942 na cidade de Santos, Silvio iniciou sua carreira profissional nos anos 1960, quando se mudou para o Rio de Janeiro, primeiro na AIC, e depois na Herbert Richers. Com um notável timbre de voz e um grande talento, Silvio mostrava imensa versatilidade para dublar os mais variados personagens, o que teria lhe valido o apelido de “dublador das mil vozes”. Para aqueles que assistiram a várias séries de desenhos animados nos anos 1980, Silvio Navas participou da dublagem de vários deles. Fez o Papai Smurf na série “Os Smurfs”; o vilão Destro, em “Comandos em Ação” (G.I. Joe); Schockwave, em “Transformers”; o Monstro Estelar, em “Silverhawks”; Granamir, em “He-Man”; o vilão Cy-Kill em “Gobots”; General Deslock em “Patrulha Estelar”; além do vilão ao qual seu nome é mais lembrado, o temível Munn-Raa, na série “Thundercats”, entre outros papéis em várias séries.
Em seriados, fez a voz de Peter Thorton, na série “Profissão Perigo” (MacGyver); Dr. Elias Heuer em “Buck Rogers no Século XXV”; Mark Gordon em “O Homem que Veio do Céu”; Charles Ingals em “Os Pioneiros”; Carl Sagan em “Cosmos”, entre vários outros personagens. Fez também por diversas vezes a voz dos atores Charlen Bronson, Anthony Quinn, Marlon Brando, Peter Sellers, Kirk Douglas, Fred Astaire, Robert Duvall, Charles Chaplin, Bud Spencer, Gene Wilder em “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, entre muitos outros. Na primeira dublagem da trilogia original de Guerra nas Estrelas (Star Wars), coube a ele dar a voz ao maior vilão da saga criada por George Lucas, o temível Darth Vader, que infelizmente não foi mantida na redublagem feitas nos filmes muitos anos depois.
Em 1998, Silvio retornou a Santos, onde passou a viver novamente, dividindo-se entre suas atividades de dublador e ministrando cursos na área, bem como comparecendo a eventos de animes como convidado, onde sempre interagia com os fãs, dando autógrafos e se mostrando bastante atencioso com todos.
Seu último trabalho como ator foi no longa-metragem O Indulto (independente e sem fins lucrativos), produzido pelo Canal Sun 21 HD, gravado em 2014 na cidade de Ourinhos, no interior de SP. Dois anos antes, o ator sofreu um acidente em sua casa, fraturando o fêmur, e precisando passar por uma cirurgia, com a colocação de uma prótese, e tendo de utilizar uma bengala desde então. Sílvio estava internado no Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Santos, com um quadro de infecção, e esperava na fila do SUS (Sistema Único de Saúde) para ser submetido a uma cirurgia para retirar a prótese implantada na perna em 2012. Infelizmente, o quadro de saúde do ator se agravou, e ele veio a falecer. Seu corpo foi velado na própria Santa Casa de Santos.
Vários fãs e conhecidos se manifestaram na internet, pelas redes sociais, lamentando o falecimento do notável dublador que tantas vezes emprestou seu talento e voz a tantos personagens nos mais de 50 anos de carreira no meio artístico. Infelizmente, mais uma grande voz que se calou, e cujos muitos trabalhos oficialmente foram perdidos com redublagens, onde sua participação acabou substituída por outros atores, uma vez que os distribuidores não se preocuparam em manter tanto quanto possível o mesmo elenco de dublagem.
                Descanse em paz, Silvio Navas. A dublagem brasileira, bem como os inúmeros fãs de suas interpretações ao longo dos anos, ficaram mais órfãos com a perda de seu grande talento.