sábado, 25 de abril de 2015

SUPERPATETA GANHA EDIÇÃO COMEMORATIVA DE SEUS 50 ANOS



                Ele é um dos maiores super-heróis dos quadrinhos, e está comemorando nada menos do que 50 anos de criação. Mais rápido que uma bala, ele também é mais poderoso que uma locomotiva. Parece familiar? Sim, parece, mas não estamos falando do Super-Homem, o mais famoso de todos os "supers" dos quadrinhos, mas de alguém que pode ser considerado o seu equivalente no Universo Disney: o Superpateta, a identidade heróica do Pateta, o melhor amigo do Mickey. E, para comemorar as 5 décadas de sua primeira aparição, a Editora Abril acaba de lançar nas bancas a edição SUPERPATETA - 50 ANOS, com algumas das histórias mais emblemáticas do poderoso defensor atrapalhado da lei de Patópolis.
                A edição, no tradicional formatinho, tem capa cartão envernizada, e traz nada menos do que 308 páginas, ao preço de R$ 16,00. A idéia de "transformar" o Pateta em super-herói surgiu no início dos anos 1960, inspirada no grande sucesso que as revistas de super-heróis da Marvel Comics estavam fazendo nos Estados Unidos, revigorando por completo o gênero, que andava desgastado na década anterior. O mérito da criação da nova identidade do Pateta foi de Dell Connel, editor da Western Publishing, que publicava as revistas Disney na época. Connel criou a história onde pela primeira vez o Pateta banca o super-herói, já se intitulando Superpateta, que foi publicada em 1965, na edição n° 2 da revista The Phantom Blot, com data de abril daquele ano.
                Nesta primeira história, contudo, o personagem não adquire ainda seus superpoderes. Ao ingerir um supercombustível inventado pelo Professor Pardal durante os trabalhos de uma caçada de Mickey ao seu grande inimigo Mancha Negra, Pateta acaba acreditando que ganhou poderes devido ao supercombustível, e protagoniza, já vestido com um uniforme vermelho e capa azul improvisados, um festival de confusões tentando ajudar Mickey a prender o Mancha Negra. Os desenhos ficaram a cargo de Paul Murry, que se tornou o primeiro desenhista do Superpateta. Como a idéia pareceu ter potencial, nada melhor do que dar superpoderes de verdade ao Pateta para desempenhar sua nova "carreira" heróica, e assim, alguns meses depois, eis que surgiu a primeira história do "Super" Pateta, que graças a uma capa especial inventada pelo Professor Pardal, podia exibir vários superfeitos, como voar, ter superforça, superaudição, além de outros atributos, o que só aumentava ainda mais o seu potencial de criar tremendas confusões tentando salvar a todos pela frente. Essa segunda história também contou com roteiro de Dell Connel, assim como os desenhos continuaram com Paul Murry, que estavam chegando perto daquela que seria a versão definitiva do herói. Esta surgiu em outubro de 1965, e já com o início de um título mensal próprio, "Super Goof" (Superpateta, em inglês, uma vez que o nome original do Pateta é Goofy). Nesta história, criada por Bob Ogle, com desenhos de Paul Murrym são introduzidos os famosos superamendoins, os quais Pateta cultivava em seu quintal, até que descobriu que eles podiam lhe dar superpoderes.
                Agora exibindo superhabilidades de verdade, o Pateta abraça sua nova identidade heróica, dando ao povo de Patópolis um novo e grande defensor da justiça, ainda que continue cometendo algumas trapalhadas de vez em quando, mesmo após ganhar mais experiência no uso de seus superpoderes. Como o efeito dos superamendoins é temporário, ele sempre leva um estoque extra no seu chapéu, para todas as eventualidades, o que não o livra de passar por vários apertos quando seu poder some nos momentos mais inoportunos. E o Pateta encara sua identidade secreta com responsabilidade, pois nem mesmo seu melhor amigo Mickey sequer desconfia que seu atrapalhado parceiro de aventuras é o paladino escarlate da justiça. Em 1966, seria a vez do Pateta ganhar a companhia de seu sobrinho Gilberto em suas aventuras super-heróicas, ganhando a companhia do Supergilberto, alcunha que seu sobrinho adota após também provar os superamendoins do tio, sendo que até então até mesmo ele desconhecia o segredo do Pateta.
                No Brasil, as histórias que mostram as diferentes "origens" do Superpateta foram publicadas em 1966, e de lá para cá o personagem sempre esteve presente nas edições publicadas pela Editora Abril, ganhando ainda nos anos 1960, suas primeiras aventuras criadas por artistas nacionais. Com a criação do estúdio de quadrinhos Disney dentro da editora, a partir dos anos 1970, o herói ganhou inúmeras aventuras produzidas por aqui, chegando a contracenar com outros heróis de Patópolis, como o Morcego Vermelho. E não ficou apenas nisso, tendo encontros também com o Zé Carioca, e seu alter ego heróico, o Morcego Verde, provocando estripulias em pleno Rio de Janeiro, em histórias bem inspiradas de nossos profissionais da arte sequencial. E nosso herói enfrentou todo tipo de problemas, desde salvar gatinhos perdidos em cima de árvores, a criminosos como os Metralhas, João Bafo-de-Onça, cientistas perversos como o Dr. Estigma e o Professor Gavião, além de ameaças alienígenas, conseguindo sempre sair vitorioso, mesmo que às custas de várias confusões, mas mostrando que o bem sempre vence o mal. Mesmo com a fama adquirida entre os leitores nacionais, o Superpateta nunca estrelou um título regular no Brasil, ficando restrito a alguns almanaques e edições especiais, compilando histórias publicadas nos títulos de linha da editora, como Mickey, Almanaque Disney, Tio Patinhas, Pateta, entre outros. Mas é claro que isso nunca deteve nosso herói na sua missão de divertir o público leitor. E esta edição comemorativa de 50 anos é mais do que bem-vinda e merecida pelo personagem.
                A edição lançada pela Abril traz 18 histórias do herói de ceroula vermelha, divididas em 3 "fases", começando pela americana, com as primeiras histórias do personagem. E, pela primeira vez, as histórias de suas três "origens" são publicadas em uma mesma edição, o que não confunde o público leitor, que já conhece há tempos a fama de atrapalhado do Pateta, e que não precisaria ter uma origem certinha ao estilo Marvel ou DC. A edição também traz a história de estréia do Supergilberto. A segunda "fase" é a brasileira, com algumas das histórias criadas com o personagem em nosso país. A terceira e última "fase" é a italiana, uma vez que atualmente o país europeu é o responsável pela criação das últimas aventuras do personagem, uma vez que o estúdio de quadrinhos da Abril foi desativado há vários anos. Cada fase vem com um texto de introdução de Marcelo Alencar, explicando todos os pormenores de cada uma destas fases, situando o leitor, seja ele um velho fã do herói ou um novo leitor. Tirando as fases americana e brasileira, compostas por republicações de aventuras já lançadas no Brasil, todas as 3 histórias da fase italiana são inéditas em nosso país, e segundo Paulo Maffia, da redação Disney da Abril, as novas aventuras produzidas pela sucursal Disney da Itália passarão a ser publicadas regularmente na revista do Pateta, trazendo material inédito para os fãs.
                Mesmo após 50 anos de inúmeras aventuras, o Superpateta mostra fôlego para continuar por muito tempo ainda, a exemplo de vários de seus "colegas" das outras editoras americanas. E quem ganha é o leitor, que sempre poderá contar com o renomado herói de Patópolis para renovar seu bom humor e disposição com as estripulias e trapalhadas do intrépido paladino da justiça. E congratulações à Abril por mais uma edição caprichada de um dos mais queridos personagens Disney entre o público leitor nacional, que merece sempre ter este tipo de edição em suas coleções de quadrinhos.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

AOS 75 ANOS, MORREU HERB TRIMPE



                Um dos artistas que mais desenharam séries de quadrinhos na Marvel Comics nos anos 1970 e 1980 faleceu no último dia 13 de abril. Aos 75 anos, o mundo dos quadrinhos perdeu Herb Trimpe, artista que teve a honra de desenhar nada menos do que a estréia do Wolverine nos títulos da Marvel, em 1974, na edição N° 181 do título "O Incrível Hulk". O artista estava fora da Marvel desde a década de 1990, e nos últimos tempos, ainda se mantinha em atividade, desenhando capas e fazendo uma edição aqui e ali, além de comparecer a convenções para dialogar com os fãs. Nada mal para uma carreira de mais de 40 anos dedicados ao mundo dos quadrinhos, tendo desenhado dezenas de títulos ao longo dos anos.
                Nascido em Peekskill, Estado de Nova Iorque, em 1939, Herbert W. "Herb" Trimpe iniciou pra valer sua carreira nos quadrinhos em 1966, após dar baixa do serviço militar americano, onde serviu na Força Aérea Americana. Trimpe já havia feito o desenho de uma edição para a Dell Comics em 1962, além da arte-final de outra revista para a Western Publishing em 1963 e resolveu tentar a sorte novamente na área. Ao enviar algumas amostras de seu trabalho para a Marvel, acabou contratado pela editora antes que tivesse chance de tentar a sorte em outras empresas. Fazendo a princípio arte-final em esquema freelancer, em 1967 ele desenharia sua primeira história, na série "Kid Colt Westerns", e no ano seguinte, após fazer uma edição ou outra dos títulos da editora, assumiria pela primeira vez como desenhista regular de um título, a revista "The Incredible Hulk", onde ficaria até 1975, tendo desenhado as edições 106 a 142, e 145 a 193 do Golias Esmeralda. Ao mesmo tempo, ele também passou a ser desenhista de algumas das edições da revista do Homem de Ferro. E dali em diante, desenharia histórias de muitos outros títulos, entre os quais Defenders (Defensores); Captain America (Capitão América); Ghost Rider (Motoqueiro Fantasma); Fantastic Four Annual (Quarteto Fantástico Anual); Nick Fury, Agent of SHIELD (Nick Fury, Agente da SHIELD); Thor; What If...? (O que Aconteceria Se...?); The Spetacular Spider-Man (O Espetacular Homem-Aranha); Marvel Tales (Contos Marvel); Marvel Team-Up (título onde o Aranha contracenava com outro herói); Avengers Annual (Vingadores Anual); Avengers West Coast (Vingadores da Costa Oeste); entre vários outros títulos Marvel.
                Trimpe também desenhou aventuras de séries de personagens licenciados pela Marvel, como Transformers; G. I. Joe (Comandos em Ação); Robocop; Shogun Warriors; Indiana Jones; Planeta dos Macacos; Guerra nas Estrelas, entre outros. Seu estilo de traço polido e competente servia para ilustrar praticamente qualquer título que lhe caísse nas mãos, o que o fez ser um dos principais nomes da Marvel nos anos 1970 e anos 1980. Mas o artista também fez trabalhos para outras editoras, em anos mais recentes, após deixar a Casa das Idéias, como a Dark Horse, Image Comics, IDW, entre outras empresas. Um de seus últimos trabalhos foi em uma das histórias publicadas na edição 200 de Savage Dragon, lançada no ano passado pela Image Comics.
                Mas Herb Trimpe é lembrado mesmo pelos anos que passou desenhando a série regular do Incrível Hulk. Seu estilo de arte definiu o Golias Esmeralda nos quadrinhos da Marvel, enquanto ele criou, em parceria com os roteiristas, personagens que se tornaram parte importante da mitologia do Universo do Hulk, como Jim Wilson (sobrinho de Sam Wilson, o Falcão, parceiro do Capitão América); o Dr. Leonard Samson, que se tornaria o herói Doc Sansom; o monstro branco carnívoro Wendigo; o monstro elétrico Zzzax; além daquela cuja morte nunca foi esquecida pelo Hulk, sua amada Jarella; e também da Unidade Caça-Hulk (Hulkbuster, no original), um grupo especial do exército americano com o objetivo de deter o Golias Esmeralda de uma vez por todas. E, claro, por ter sido o desenhista da primeira aparição daquele que viria a ser um dos mais populares heróis da Marvel anos depois, o Wolverine, surgido inicialmente como coadjuvante em uma história do Hulk, onde ele é o antagonista do herói esmeralda. Muitos atribuem a ele ser o co-criador do personagem, mas Herb afirmou que apenas desenhou o personagem de acordo com o esboço inicial criado por John Romita, esclarecendo que não teve participação na criação do personagem. O artista tomaria parte da criação de outros personagens do Universo Marvel, como o herói sombrio Mortalha, o herói inglês Capitão Britânia, e sua irmã Psylocke, além do personagem Phantom Eagle (Águia Fantasma, em português).
                "Para mim, nenhum artista foi tão significativo para o Incrível Hulk como Herb Trimpe, que deu ao Gigante de Jade uma sensação de ternura e sensibilidade numa escala tal que definiu o estilo para todos os artista seguintes", declarou o Editor-Chefe da Marvel Axel Alonso em um comunicado sobre o falecimento do desenhista. "Tal qual um soco do Hulk a arte de Trimpe verdadeiramente explodia para fora das páginas. Os quadrinhos perderam um gigante", completou.
                Já o Hero Initiative afirmou que "Herb era ser humano verdadeiramente estelar, com um grande senso de humor e um tremendo talento artístico. Sua obra e sua memória permanecerão em nossos corações e mentes para sempre."
                A notícia da morte de Trimpe foi inesperada, e foi confirmada por Glen Baisley, primo do artista. No último fim de semana, Trimpe havia conversado com fãs, gravando algumas entrevistas e vídeos, com o objetivo de incrementar o seu projeto de realizar um documentário sobre sua carreira nos quadrinhos, segundo informou Baisley. O destino, infelizmente, teve outros planos. A causa da morte não foi divulgada, e a família pediu respeito à privacidade neste momento de tristeza. Descanse em paz, velho guerreiro. Que seus trabalhos fiquem para sempre no coração dos fãs dos quadrinhos.


GWEN STACY GANHARÁ CAPAS ESPECIAIS DA MARVEL EM JUNHO




                Gwen Stacy foi a namorada de Peter Parker, o Homem-Aranha, no fim dos anos 1960 e início dos anos 1970, mas como sempre acontece com a vida amorosa do aracnídeo mais famoso dos quadrinhos, sua relação teve alguns trancos e barrancos, e a moça acabou perdendo a vida em um confronto do herói contra seu mais mortífero inimigo, o Duende Verde. Mas a personagem nunca morreu na memória dos leitores, e a Marvel chegou a se aproveitar disso em mais de uma oportunidade, como na saga dos clones, onde outro inimigo do Aranha, o Chacal - que na verdade era um de seus professores na Universidade Smpire State, e tinha idolatria pela jovem, acaba criando uma clone da garota, assim como de Peter Parker. Nos anos 1990, essa história foi retomada, numa das fases mais controversas do personagem, que agradou a muitos, e desagradou a tantos outros.
                E eis que no ano passado, com a saga "Spider-Verse" (Aranhaverso, em português), a personagem foi trazida "de volta" às histórias da Marvel. O mote desta megassaga é uma raça de pessoas conhecidas como "colecionadores", seres extremamente poderosos que passam a caçar pessoas com poderes aracnídeos para sugar suas forças vitais, a fim de manterem seu status de poder. E estes seres passam a transitar pelas diversas realidades paralelas da existência, em busca de suas "presas". Foi a deixa para a editora americana reunir praticamente todas as versões já vistas do Homem-Aranha até hoje, inclusive a lançada naquele seriado japonês produzido pela Toei nos anos 1970, passando pelo novo Homem-Aranha Ultimate (Miles Morales), o Aranha 2099 (Miguel O'Hara), o Aranha Noir, a Garota-Aranha (May Parker, da série MC-2 dos anos 1990), etc, além de outros personagens ligados ao universo de aventuras do Homem-Aranha. E também...Gwen Stacy, que agora é a Espetacular Mulher-Aranha.
                Vinda de uma dimensão onde ela, e não Peter Parker, acabou ganhando poderes aracnídeos graças à picada de uma aranha radioativa, ela se tornou uma heroína injustiçada em sua realidade, sendo perseguida por seu próprio pai, o Capitão Stacy, que considera a heroína uma vigilante fora da lei, que acaba sendo acusada pela morte de...Peter Parker. Na sua linha temporal, Peter e Gwen também se apaixonaram, e tentando conquistar sua garota, acabou se metendo na pior encrenca de sua vida, ao tomar parte de uma pesquisa perigosa, onde se acabou por se tornar o monstro conhecido como Lagarto, que infelizmente acabou perdendo a vida num confronto com a heroína aracnídea, que sofreu um tremendo baque psicológico com a perda de seu amado, chegando a questionar se a decisão de se tornar uma super-heroína foi a melhor escolha a ser feita, uma vez que "grandes poderes trazem grandes responsabilidades". A personagem e sua nova versão heróica caiu no gosto dos leitores durante as aventuras da saga Spider-verse, tornando-se extremamente popular, a ponto de ganhar este ano sua própria série mensal, SPIDER-GWEN, lançada em março último, com as aventuras da mais nova escaladora de paredes de Nova Iorque, já que ela agora ficando em nossa dimensão.
                E, aproveitando a popularidade da garota, a Marvel resolveu fazer um divertido jogo de imaginação com os leitores, ao anunciar que para o mês de junho, a personagem aparecerá em nada menos do que 20 edições com capas variantes, ou seja, a jovem irá estrelar as capas alternativas de vários títulos da editora. Intitulado de GWEN VARIANTS, estas edições farão um divertido jogo de "O que aconteceria se Gwen Stacy se transformasse em outros heróis" do Universo Marvel. Assim, os leitores poderão ver Gwen Stacy nas mais variadas e improváveis situações. O que aconteceria se Gwen encontrasse o martelo de Thor? Seria ela Gwen, a Deusa do Trovão? E se a jovem se tornasse a mestra das artes místicas, detentora do Olho de Agamotto, que tudo vê, como a Doutora Estranho? Ou, o que aconteceria se Gwen se tornasse o Hulk? "As possibilidades são infinitas", afirma David Gabriel, da divisão de marketing da Marvel. "A idéia de mostrar Gwen como variáveis de nossos heróis surgiu em conjunto, e nossos artistas estão se divertindo muito para colocar todas estas idéias no papel", complementa. A intenção é colocar os artistas TOP da indústria dos quadrinhos para mostrar um lado de Gwen Stacy que nunca ninguém imaginou ver antes.
                A editora, obviamente, não anunciou todas as variantes nas quais irá mostrar Gwen como outra heroína ou herói, mas o que já foi divulgado já serviu para atiçar a curiosidade dos leitores, que certamente irão buscar todas estas capas especiais que irão estampar diversos títulos regulares da editora, cuja listagem já foi divulgada pela Marvel. Serão os seguintes títulos, em suas edições programadas para o mês de junho, com os nomes dos respectivos artistas que farão as capas variantes:
- 1602 Witch Hunter Angela #1, por John Tyler Christopher
- Armor Wars #1, por David Lafuente
- Black Widow #19, por Dan Hipp
- Captain America & the Mighty Avengers #9, por Jake Wyatt
- Deadpool’s Secret Secret Wars #2, por Chris Bachalo
- Future Imperfect #1, por Nick Bradshaw
- Groot #1, por Giuseppe Camuncoli
- Guardians of Knowhere #1, por Rob Guillory
- Howard the Duck #4, por Jason Latour
- Inhumans: Attilan Rising #2, por James Stokoe
- Magneto #19, por Declan Shalvey
- Old Man Logan #3, por Chris Samnee
- S.H.I.E.L.D. #7, por Robbi Rodriguez
- Secret Wars #3, por Nick Bradshaw
- Secret Wars #4, por Chris Samnee
- Secret Wars 2099 #2, por Jason Latour
- Squadron Sinister #1, por Greg Smallwood
- Thors #1, por Kris Anka
- Ultimate End #2, por Chip Zdarsky
- X-Men ’92 #1, por Ryan Stegman
                Até agora, os fãs tem tido reações divididas em relação à intenção da Marvel. Alguns acharam a idéia interessante, enquanto outros acharam uma atitude rasa e até imbecil por parte da editora, numa tentativa clara de faturar em cima da popularidade inesperada da personagem. Pode até ser, inclusive com alguns achando que a Marvel pode até criar uma nova versão "alternativa" da personagem, baseando-se apenas no quanto cada capa irá vender. Não seria algo novo na editora, afinal, foi de uma edição da série "O Que Aconteceria Se...?" dos anos 1990, que surgiu a idéia de criar a série MC-2, tendo como estrela maior a filha de Peter e Mary Jane Parker, May, que herdara os poderes de seu pai e se tornava a Garota-Aranha (Spider-Girl no original), durando um bom tempo na linha de revistas da Marvel. Mas não deixa de ser um exercício de imaginação bem interessante, que pode ser levado tanto para o lado sério quanto do humor, como quando a Marvel publicava tiras bem-humoradas no fim das edições da série "O Que Aconteceria Se...?", com situações por vezes hilárias envolvendo os personagens da editora, como por exemplo "O que aconteceria se o Homem de Ferro fosse um comilão e não um bêbado", mostrando um Tony Stark que descarregava suas frustrações na comida, ao invés da bebida, tornando-se praticamente o "Gordo de Ferro". Havia várias piadas impagáveis nestas tiras publicadas pela editora no título. Infelizmente, a Editora Abril na época publicou muito poucas delas por aqui, com a maior parte deste material inédita até hoje para a grande maioria dos leitores nacionais.
                Com relação à aparição da nova heroína nas revistas nacionais, a saga Spider-Verse será publicada em breve no Brasil pela Panini Comics, mas nesta era da informação globalizada, a nova identidade de Gwen Stacy como Mulher-Aranha já é conhecida de muitos fãs, sendo que no evento da Comic Con Experiente, realizado em dezembro do ano passado em São Paulo, capital, já era possível encontrar quem fizesse cosplay da nova Spider-Gwen, mostrando que não é apenas entre os leitores americanos que a nova heroína aracnídea vem ganhando muitos fãs. Portanto, vida longa à nova Gwen Stacy, a Espetacular Mulher-Aranha!

domingo, 5 de abril de 2015

ABRIL LANÇA NOVAS EDIÇÕES DE LUXO DISNEY



                O mês de março traz boas novidades para os amantes nacionais dos quadrinhos Disney. A Editora Abril está lançando nas bancas e livrarias nada menos do que 3 edições especiais de luxo com material de primeira qualidade tanto para leitores veteranos quanto novos. Seguindo a tendência recente do mercado, de lançamento de edições de luxo em capa dura e impressão de primeiro nível, visto principalmente nas coleções de Graphics Marvel da Salvat, além das edições lançadas pela Panini Comics, a Editora Abril lançou há meses atrás duas edições com os personagens Disney, compilando as sagas "O Mistério dos Doze Signos" e "Dragonlords - O Reino dos Dragões", que tiveram boa aceitação por parte dos leitores.
                Assim, seria apenas questão de tempo até a editora apostar em novas edições, na competição do mercado de quadrinhos que se abriu para este tipo de edição de luxo. E no mês de janeiro deste ano, a Abril anunciou o lançamento de 3 novos álbuns, que agora finalmente estão chegando às bancas nacionais, em distribuição setorizada, e também às livrarias, novo nicho onde os quadrinhos estão ganhando espaço nos últimos tempos.
                A primeira edição é A SAGA DO TIO PATINHAS, considerada a obra máxima do quadrinista Keno Don Rosa, considerado o legítimo sucessor de Carl Barks na criação de histórias e aventuras da Família Pato. Concebida entre 1992 e 1996, a série em 12 capítulos foi publicada pela Editora Egmont na Europa, conquistando os leitores, e mostrando toda a história do Tio Patinhas, desde sua infância nas ruas de Glasgow, na Escócia, sua viagens pelo mundo inteiro, até a obtenção de sua fortuna, após muitas aventuras e trabalho duro e árduo. Posteriormente, Don Rosa concebeu mais 6 capítulos extras, que complementam a história da saga, preenchendo algumas lacunas entre uma aventura e outra da série original. As histórias desta série já foram publicadas duas vezes pela Abril na década passada. A primeira vez foi em 2003, em dois volumes, em formatinho, reunindo as 12 histórias originais, como parte das comemorações da editora pelos 40 anos de publicação da revista nacional do personagem. Posteriormente, em 2007, ela foi reimpressa em 3 edições, agora em formato americano, trazendo não apenas as 12 aventuras originais como também os capítulos extras produzidos por Don Rosa. E agora, ganha sua edição de luxo, trazendo novamente todo aquele material, em uma edição de primorosa qualidade gráfica: a edição, no formato 17 x 24,5 cm, possui capa dura, com detalhes em verniz e alto-relevo, com miolo em papel de alta gramatura, com cerca de 388 páginas, ao preço de R$ 49,90. A destacar que esta nova edição deixa de fora duas histórias que têm ligação com a história, que acabaram publicadas junto na minissérie publicada em 2007, "Uma carta de casa", e "Q.U.A.N.T.A.S.I.G.L.A.", mas que não são consideradas oficialmente como integrantes da saga propriamente, o que é uma pena, pois torna esta nova republicação menos completa que a anterior.
                Na sua longa jornada desde a infância até a obtenção de seu posto de pato mais rico do mundo, Patinhas passou por todo tipo de altos e baixos, de como ganhou sua moedinha N° 1, viajou à América para fazer fortuna, ganhou dinheiro, perdeu tudo, teve de recomeçar, e cruzou com figuras de todo tipo, desde Theodore Roosevelt, que foi presidente dos Estados Unidos, o primeiro confronto com os Metralhas, além de outros bandidos famosos, como os irmãos Dalton e Jesse e Frank James, a chegada a Patópolis, e a construção de seu império financeiro mundial, além do primeiro "encontro" com seu sobrinho Donald, e seus sobrinhos-netos Huguinho, Zezinho, e Luisinho. A edição ainda traz reproduções de todas as capas e artes das edições originais, além de textos explicativos sobre os acontecimentos mostrados em cada capítulo da saga, mostrando detalhes que foram extraídos das histórias originais de Carl Barks, além de outros detalhes interessantes, e o contexto histórico da época onde se passam as aventuras, além das versões já concebidas para a árvore genealógica da Família Pato até hoje.
                Em sua página oficial no Facebook, Don Rosa manifestou-se contra esta nova edição da história criada por ele, por estar a Editora Abril, segundo ele, usando seu nome, e possivelmente usando seus comentários pessoais para os textos explicativos das histórias da saga, sem ter nenhum consentimento para utilizá-los, e portanto, violando seus direitos autorais. O artista afirma que em nenhum momento chegou a ser contado pela Abril para a produção desta nova compilação da saga, e que portanto a Abril não tem nenhuma autorização por parte dele para usar seus depoimentos. Assim, a Abril não teria acesso a publicar as edições mais recentes das histórias, que possuem uma colorização totalmente nova e traduções melhoradas, a exemplo do que está sendo feito pela Editora Fantagraphics nos Estados Unidos, que iniciou no ano passado a publicação de álbuns especiais compilando todas as histórias produzidas pelo artista, e que são devidamente autorizadas por ele. Infelizmente, na última década, Don Rosa e a Editora Abril se desentenderam com relação à utilização por parte da editora brasileira do nome do desenhista, que segundo Don Rosa, estaria promovendo a venda das edições com seu nome sem autorização, leia-se pagamento de direitos por utilizar seu nome. Como não se chegou a um acordo, a Abril reduziu a menção do nome de Rosa ao mínimo possível nas suas publicações. Dessa forma, o nome de Don Rosa é citado apenas uma vez neste álbum, na página do índice das histórias, como criador e desenhista da saga. Na publicação original, em 2003, as edições trouxeram declarações pessoais do artista sobre cada um dos capítulos da saga. Nos textos explicativos desta edição de luxo, embora não haja menção alguma a Rosa, pode-se ver que vários trechos do texto repetem informações das suas declarações publicadas nas edições lançadas em 2003, ainda que apenas parcialmente, o que só deve aumentar a rixa entre o artista e a Abril.
                O lançamento seguinte é a edição OS 80 ANOS DO PATO DONALD POR SEUS PRINCIPAIS ARTISTAS, também no formato 17 x 24,5 cm, com capa dura, com detalhes em alto-relevo e em verniz, com miolo em papel de excelente gramatura, com cerca de 484 páginas, ao preço de R$ 59,90. Esta edição comemora as 8 décadas de existência do pato mais famoso do mundo, trazendo uma coletânia de histórias dos principais artistas que já trabalharam com o personagem desde sua primeira aparição nos quadrinhos, ocorrida em setembro de 1934, na história "A Galinha Sábia", quadrinização da animação de mesmo nome exibida em junho daquele ano, onde o personagem surgiu, ainda como coadjuvante, e com um traço ligeiramente diferente. Nos anos seguintes, Donald apareceria ainda em algumas outras histórias, mas a partir da década de 1940, a fama do pato decolaria de vez, ganhando histórias de animação próprias, e estrelando suas aventuras nos quadrinhos. E seguindo forte e firme até os dias atuais. Em 1950, o personagem daria o pontapé inicial na publicação de quadrinhos da Editora Abril, com a revista PATO DONALD, que seria o início do império de quadrinhos que a empresa ergueria nos anos seguintes, publicando não só novos títulos Disney, mas também personagens de muitas outras editoras e artistas, como Marvel, DC, Hanna-Barbera, Mauricio de Souza, etc. Atualmente, os quadrinhos Disney continuam sendo publicados pela Abril, e o título do Donald continua sendo publicado até hoje, nunca tendo sofrido nenhuma interrupção nestes 65 anos de vida da Abril, estando atualmente no número 2.441, seguida de perto pelo título do Zé Carioca, que já chegou a 2.406 edições. Atualmente a publicação é mensal, mas em determinadas épocas o título era quinzenal, e em outras, semanal, o que explica a alta numeração do título, o mesmo valendo para a revista do Zé Carioca.
                Esta bela edição de luxo traz 26 histórias, de 15 artistas diferentes, sendo quase a metade das histórias completamente inéditas em nosso país, enquanto algumas outras tiveram raras republicações por aqui. Confiram a relação dos artistas e suas respectivas histórias que compõem esta bela edição:
- Carl Barks: "Eu Quero Uma Casa na Praia", "No País dos Vulcões";
- Al Taliaferro: "Contra-Espião";
- Jack Bradbury: "Na Era da Televisão", "A Herança";
- Giovan Battista Carpi: "Férias Encaixotadas";
- Tony Strobl: "Donald na Matemagicalândia", "Se Resguarda, Seu Guarda!";
- Vicar: "A Vitória no Papo", "O Herói do Bosque";
- Daniel Branca: "Um Gênio Incompreendido", "O Halloween Monstruoso";
- Romano Scarpa: "O Museu de Cera";
- Marco Rota: "Esta é Sua Vida, Donald!", "O Mistério do Faraó";
- Giorgio Cavazzano: "O Boneco Vivo";
- Carlos Edgard Herrero: "Os Distraídos", "O Rodeio"; Este é o único artista brasileiro presente na seleção desta edição.
- Don Rosa: "O Pato que Nunca Existiu", "O Pato do Passado e do Futuro";
- Daan Jippes: "Donald, Coração de Ouro", "A Pressa é um Lixo";
- William Van Horn: "A Trepadeira Sorrateira", "Em Busca do Tio Patusco"; e
- Arild Midthun: "A Corrida Energética", "Um Pato Na Rede".
                A edição também conta com textos de Marcelo Alencar com rápidas sinopses sobre cada um dos artistas presentes nesta edição. Um detalhe interessante desta edição é que a história "O Museu de Cera", protagonizada pelo alter ego heróico do Donald, o Superpato, é aqui mostrada na íntegra, uma vez que em suas publicações anteriores ela havia sofrido cortes e censuras em vários quadros.
                O último lançamento é ERA UMA VEZ NA AMÉRICA, reunindo uma grande saga através da história estrelada pelo camundongo Mickey e seus amigos, mostrando como seus antepassados saíram da Europa e migraram para o Novo Mundo. Assim como as outras edições, esta também tem capa dura, apresentando arte com detalhes em verniz e alto-relevo, no formato 17 x 24,5 cm, miolo em papel de excelente gramatura, com nada menos de 500 páginas ilustrando a maior saga já desenvolvida até aqui pela Disney, cobrindo mais de 300 anos de acontecimentos, ao preço de R$ 59,90. Várias das histórias reunidas neste volume já foram publicadas ao longo dos anos nos títulos Disney da Abril, mas é a primeira vez que são completamente reunidos em uma só publicação. A história foi criada por Giorgio Pezzin, com desenhos de Massimo De Vita, e a edição apresenta um texto explicativo de Marcelo Alencar sobre os autores e a história, publicada originalmente há mais de 20 anos na Itália. E um detalhe importante é que é a primeira vez que toda a história é publicada no Brasil, pois esta edição traz 4 aventuras que nunca foram publicadas por aqui, fazendo desta edição uma obra publicada totalmente completa, o que aumenta o seu valor para os leitores.
                A história começa na Inglaterra, por volta de 1620, onde um antepassado de Mickey se mete em uma grande enrascada ao tentar solucionar um crime envolvendo a partida de inúmeros migrantes rumo ao Novo Mundo para começarem uma nova vida. Tendo resolvido o crime, mas ainda em má situação, ele e sua esposa Minie, ao lado do amigo Ezequiel Pateta, embarcam junto para a América, onde iniciarão novas vidas e famílias. As histórias seguintes vão mostrando as aventuras de seus descendentes na América, passando por grandes momentos da história dos Estados Unidos, como a batalha do Forte Álamo, e até interagindo com grandes nomes históricos, como Benjamim Franklin e George Washington. A história chega ao fim nos anos 1920, com a ascenção da indústria cinematográfica dos Estados Unidos.
                São realmente lindíssimas edições que a Abril está lançando em formato de luxo, mostrando que não são apenas os quadrinhos de super-heróis que merecem um tratamento deste nível. Segundo Paulo Maffia, da Editora Abril, há projetos para o lançamento de novas edições deste tipo no futuro, mas que tudo ainda está sendo estudado devidamente, pelo tratamento e cuidado que este tipo de lançamento necessita para ser produzido, o que dá esperança de vermos novas aventuras e sagas dos personagens Disney em merecidas edições de luxo. Infelizmente, o preço destas edições pode acabar sendo proibitiva para muitos leitores, e o momento delicado da economia nacional também não permite a muitos adquirirem tais obras, o que também pode ajudar a complicar o lançamento de novas edições com a regularidade vista em outras coleções de quadrinhos. Mesmo assim, a iniciativa da Abril merece elogios pelo cuidado de várias das edições Disney que vem lançando nos últimos anos, mostrando que os personagens ainda têm fôlego para divertir leitores de todas as gerações ainda por muitos anos em pleno século XXI.

HAGAR GANHA EDIÇÃO ESPECIAL PELA PIXEL



                O guerreiro viking mais popular dos quadrinhos acaba de ganhar uma edição especial só dele. O LIVRO DE OURO DO HAGAR, O HORRÍVEL, é a mais nova edição especial lançada pela Pixel Media, a divisão de quadrinhos da Editora Ediouro, e que chegou às bancas na segunda quinzena deste mês de março. Com 132 páginas coloridas, capa cartonada e miolo em papel de excelente qualidade, no formato 17 x 24 cm, ao preço de R$ 19,90, a edição traz diversas tiras do personagem criado em 1972 pelo artista Richard Arthur Allan Browne, cujo nome artístico, Dik Browne, já era conhecido por desenhar as tiras da série Hi & Louis (Zezé & Cia.), de Mort Walker, o criador do Recruta Zero, desde meados dos anos 1950, que fazia praticamente tanto sucesso quanto as tiras do relapso recruta do Quartel Swanpy. Mesmo com o sucesso de Recruta Zero e Zezé & Cia. Mort Walker ainda criou outra série, Boner's Ark (A Arca dos Bichos), e a criação inspirou Dik Browne, que sentia que tinha capacidade para criar novas histórias e personagens.
                Browne já desejava expandir suas atividades, e criou Hagar, o Horrível, em 1972, o qual foi apresentado à King Features Syndicate, que aprovou o personagem e iniciou a distribuição das primeiras tiras em 1973, ganhando o mundo inteiro a partir dali. Hagar é a figura do típico guerreiro viking: sua principal ocupação é viajar para outros lugares a fim de pilhar e saquear outras terras. Por vezes bem sucedido, outras vezes fracassando, nem em casa ele deixa de viver situações complicadas: casado com Helga, ele quase sempre tenta fugir na surdina quando ela o manda cuidar de algumas tarefas domésticas, como arrumar o telhado ou jogar o lixo fora. O casal ainda tem dois filhos: Honi, uma bela adolescente loira que deseja casar-se e seguir o exemplo de sua mãe arrumando um belo marido - algo que a mãe não considera exatamente ter sido bem sucedida, visto que por vezes ela e Hagar travam discussões férreas; e Hamlet, que prefere ter uma vida intelectual e não guerreira, para aparente desgosto do pai, que gostaria de fazer dele o filho viking que todo pai viking gostaria de ter. Seu principal companheiro de aventuras é seu amigo e subordinado Eddie Sortudo, que muitas vezes mostra que o seu apelido não corresponde à realidade. Dik Browne sempre combinou seu talento para o humor tanto nas tiras mostrando Hagar em suas aventuras quanto na vivência do lar, sabendo sempre como aproveitar o melhor de cada ocasião para divertir seus leitores, mostrando tanto o lado guerreiro e implacável quanto o lado bonachão e homem de família de bom coração do personagem. O artista faleceu em 1989, aos 71 anos, vítima de câncer, mas já havia passado o trabalho de criação para seu filho Chris, que cuida dos roteiros e desenhos até hoje, mantendo Hagar vivo e divertindo leitores pelo mundo inteiro.
                No Brasil, o personagem estreou ainda nos anos 1970, tendo suas tiras publicadas ora em coletâneas, ora em gibis próprios, além de figurar em inúmeros jornais, sendo publicado por diversos veículos nacionais até hoje. Nos gibis, nos últimos tempos ele vem aparecendo no mix da revista Recruta Zero, publicada pela Pixel, e agora ganhando esta edição especial que, se tudo correr bem, será a primeira de várias edições dedicada ao personagem, pelo projeto desenvolvido pela editora.
                Nos últimos anos, a Pixel tem lançado várias edições especiais neste tipo de formato, na tentativa de resgatar personagens clássicos para as novas gerações de leitores. Até agora foram lançadas edições especiais com histórias clássicas de Luluzinha & Bolinha, edições com histórias clássicas do Fantasma, edições com histórias clássicas do Mandrake, edições com tiras variadas do Recruta Zero, além de uma edição especial com histórias da nova série do Popeye, lançadas recentemente nos Estados Unidos pela editora IDW. Menos arriscada que lançar um título mensal, a empreitada parece estar tendo resultados satisfatórios, pelo número de edições que vem sendo lançadas. A edição de Hagar ainda traz uma bela matéria de apresentação do personagem, de autoria de Otacilio D'Assunção, o famoso OTA, que já foi editor da versão nacional da revista MAD, que faz uma boa introdução ao personagem e ao seu universo de histórias e aventuras, excelente para situar os leitores que não conhecem o personagem, e revigorando o conhecimento de seus antigos fãs e leitores.
                É um belo esforço da editora em trazer de volta estes personagens clássicos, que há tempos divertem leitores do mundo inteiro, e ainda mostram fôlego para continuar fazendo isso por muito tempo, para não mencionar que oferecem mais uma bela opção de leitura para os fãs de quadrinhos nacionais, sejam antigos ou novos. Resta esperar que as vendas destas edições continuem sendo satisfatórias para motivar a editora a continuar lançando sempre novas edições, e mostrando que não é só de super-heróis e mangás que vive o mundo dos quadrinhos.

segunda-feira, 16 de março de 2015

SPAWN CHEGA À 250ª EDIÇÃO E TRAZ O RETORNO DE AL SIMMONS



                Praticamente o personagem mais famoso da Image Comics, Spawn chegou no último mês de fevereiro a um número invejável: seu título regular atingiu 250 edições, publicadas ininterruptamente desde a estréia da revista em 1992. O personagem foi criado pelo desenhista Todd McFarlane, que junto de vários outros artistas, deixaram seus empregos para fundar a Image, uma nova editora onde cada artista teria o controle total de seus personagens, ao contrário do que ocorria nos seus trabalhos para editoras como Marvel e DC, onde o fruto de seus trabalhos pertencia às editoras. De início, com artes de grande impacto visual, a nova editora "estourou" no mercado, tornando-se logo a maior empresa de quadrinhos logo depois das gigantes DC e Marvel, e deixando até a tradicional Dark Horse para trás. Com o passar do tempo, porém, as histórias dos personagens criados foram perdendo apelo, uma vez que as histórias não tinham a mesma qualidade dos desenhos. Alguns dos desenhistas fundadores, como Jim Lee, saíram da empresa, e vários títulos acabaram cancelados. Mesmo assim, a Image continuou sendo um nome forte, e aos poucos, foi consolidando sua posição no mercado estadunidense de quadrinhos, apesar de não possuir mais a força de seus primeiros anos. Hoje, dos primeiros anos da editora, sobraram praticamente três títulos mais longevos: Savage Dragon, Witchblade...e Spawn,
                Spawn conta a história de Al Simmons, agente secreto do governo federal que, após ser morto, acaba enviado para o inferno, por todos os pecados que cometeu em sua vida a serviço do governo. No desespero para retornar ao mundo dos vivos, e rever sua esposa Wanda, ele faz um trato com o demônio Malebolgia, para se tornar seu agente. Como de costume em acordos com o Diabo, Simmons volta à vida, mas vários anos depois de sua morte, seu corpo está completamente desfigurado, e usando um traje que lhe confere poderes demoníacos variados, e para piorar, sua esposa casou-se com seu melhor amigo. Como desgraça pouca é bobagem, Malebolgia ainda o atormenta com o perverso Violador, um demônio dos mais sanguinários, ao mesmo tempo em que Simmons tenta dar um sentido à sua nova existência. O título caiu no gosto dos leitores, e se tornou o mais popular da Image Comics, fazendo Todd McFarlane ganhar rios de dinheiro. O personagem ainda ganhou uma série de animação adulta com 13 episódios e um filme com atores.
                Com o tempo, McFarlane passou o comando das histórias para outros artistas, ficando apenas na administração da Image e de sua nova empresa, a McFarlane Toys, mas sempre mantendo-se atualizado sobre as aventuras e o destino do personagem, no que fez bem, pois sua capacidade como roteirista não estava à altura de suas habilidades de desenhista. E assim, Spawn teve uma longa vida de aventuras. Al Simmons comeu literalmente o pão que o Diabo amassou em sua existência como ser infernal, até que conseguiu inverter as posições do jogo e destronou o próprio Malebolgia do comando das hostes infernais. Por fim, chegou a declarar guerra até mesmo ao Céu, e no final, acabou por selar tanto o Inferno quanto o Céu em suas batalhas, adquirindo poderes divinos e conseguindo até recriar a Terra sem a participação tanto do Céu quanto do Inferno. Por fim, sem ter mais o que fazer, Simmons cometeu suicídio na edição n° 185 do título, mas a lenda do Spawn não terminaria por ali.
                Surgiu um novo Spawn na figura de Jim Downing, que ao contrário de Simmons, renascido como um ser infernal, era apenas uma pessoa comum que, estranhamente, passou a ter o traje simbionte do Spawn, passando a ter acesso aos poderes de seu antecessor, e de repente se vendo em uma encrenca atrás da outra, inclusive com antigos desafetos do anti-herói surgindo para acertar contas. E a saga de Jim atingiu o clímax na edição 250, com o destino de toda a cidade de Nova Iorque na balança, tendo que lutar inclusive contra seu próprio uniforme. A edição teve 64 páginas, o dobro do tamanho das edições convencionais, para comportar a aventura decisiva, além de trazer capas variantes desenhadas por Todd MCFarlane, Greg Capullo, Skottie Young, Jock, Sean Murphy, e Philip Tan. Mas o mais importante é que, ao fim da batalha travada, estará aberto o caminho para o retorno de...Al Simmons!
                Isso mesmo, os leitores verão o retorno daquele que foi o Spawn original da série. E esse é o mote da edição SPAWN RESURRECTION, lançada este mês, com roteiros de Paul Jenkins e desenhos de Jonboy Meyers, e que assumem o título a partir da edição 251, com Al Simmons estrelando novamente a série. O que aconteceu com ele após seu suicídio? O quefez durante esse tempo, e como ele irá lidar com sua nova condição? Ele está mais forte do que antes e possuindo novos poderes aos quais está tentando se ajustar, bem como tentando entender a experiência pela qual passou. Mas, ao mesmo tempo em que tenta descobrir os mistérios que sua nova condição lhe apresentam, uma nova ameaça potencial se aproxima, o que o obriga a forjar novas alianças e planejar suas defesas, em uma parte de Nova Iorque amplamente dominada pelo crime. Aproxima-se uma batalha que fará a guerra que travou contra o Céu e o Inferno parecerem uma briga de botequim.
                Todd McFarlane desafiou Jenkins a promover Simmons à condição de um homem mais maduro, bem mudado em relação ao que era inicialmente, bem como criar novos fatos à mitologia do personagem. "Dê-me algo novo sobre sua mitologia. Surpreenda-me assim como vai surpreender o leitor.", afirmou o criador de Spawn, que sabe que Jenkins conhece o personagem o suficiente para dar conta do desafio da nova empreitada. A intenção é levar Spawn de novo ao topo da lista de títulos mais vendidos do mercado americano, onde já esteve nos anos 1990.
                No Brasil, Spawn foi lançado em 1996, quando os personagens da Image debutaram nas bancas nacionais em lançamentos tanto da Editora Globo quanto da Abril, que foi a responsável por trazer o personagem infernal criado por McFarlane. A revista durou até 2005, totalizando 150 números, quando foi cancelada. Em 2006, a Pixel Media deu seguimento à publicação das aventuras, lançando mais 28 edições, até seu cancelamento, em 2008. Em 2012, a HQ Maniacs publicou a edição "Spawn - Herança Maldita", no que foi sua última edição lançada por aqui. Desde então, o personagem não foi mais visto no mercado editorial nacional. Spawn também teve várias edições especiais lançadas por aqui, primeiro pela Abril e depois pela Pixel, bem como o cross-over com o Batman. Enquanto os leitores americanos podem comemorar a volta do protagonista original de Spawn, os leitores nacionais ainda ficam na esperança do título um dia voltar a ser publicado por aqui. Nos últimos tempos vimos vários novos títulos de quadrinhos ganharem o mercado, e só resta esperar que a crise econômica pelo qual nosso país passa não deixe as editoras muito arredias em seus projetos de lançar novos títulos. Se isso acontecer, as chances de Spawn retornar às bancas nacionais, que já são pequenas, podem se tornar ainda menores. Só resta ter fé aos leitores por dias melhores, mantendo firme o otimismo.

LEONARD NIMOY, O ETERNO SR. SPOCK, MORRE AOS 83 ANOS



                A comunidade trekker mundial está de luto. Faleceu no último dia 27 de fevereiro Leonard Nimoy, que se notabilizou por interpretar o Senhor Spock, o mais famoso personagem da série Jornada nas Estrelas, que se tornou o seriado mais famoso da história. O ator tinha 83 anos, e o comunicado da morte foi feito por sua esposa, Susan Bay Nimoy. A causa da morte foi doença pulmonar obstrutiva crônica, que o ator revelou há um ano atrás possuir, e que nos últimos meses já havia causado várias debilitações em seu estado de saúde. A doença é causada pelo fumo, e Nimoy era um fumante inveterado antigamente. Mesmo tento parado de fumar há 30 anos, os males do vício infelizmente ficaram, segundo ele, e desde então ele fez diversos alertas em vários canais de comunicação e redes sociais sobre os perigos do cigarro, aumentando o tom crítico que adotara em relação ao vício desde que parara de fumar.
                Nimoy havia sido já havia sido internado em algumas ocasiões no ano passado, por causa da decadência de sua condição física devido à doença, e em fevereiro deste ano foi novamente levado para o hospital, após sentir fortes dores no peito. O ator faleceu em sua casa, em Los Angeles, e a notícia de sua morte repercutiu no mundo inteiro. Não apenas os tradicionais fãs de Jornada nas Estrelas, mas fãs de ficção científica, TV, seriados e de muitas outras áreas, sentiram o peso da notícia. O impacto também atingiu fortemente seus velhos colegas de seriado, como William Shatner, que declarou que havia perdido um verdadeiro irmão, e George Takei, que lamentou a morte do amigo.
                Nascido em 26 de março de 1931 na cidade de Boston, Estado de Massachussets, Leonard Simon Nimoy era filho de imigrantes judeus ucranianos, e desde cedo mostrou inclinação para as artes cênicas. Mas foi somente em 1951 que ele estreou oficialmente sua carreira de ator, atuando no filme "Queen for a Day" (Rainha por um Dia). Seguiram-se mais alguns filmes, fazendo pequenos papéis, e em 1953, começou a participar de episódios em vários seriados de TV, iniciando por "Dragnet", onde fez o papel de Julius Carver no episódio "The Big Boys". Nos anos seguintes, ele passou pelas séries "The West Point Story", "Highway Patrol" (Patrulha Rodoviária), "Broken Arrow", "Mackenzie's Raiders", "Sea Hunt" (Aventura Submarina), "Bonanza", "Mod Squad", "The Rebel" (O Rebelde), "Gunsmoke", "The Twilight Zone" (Além da Imaginação), "87th Precinct", "The Untouchables" (Os Intocáveis), "Perry Mason", "Combat!", "The Outer Limits" (Quinta Dimensão), "The Man from U.N.C.L.E." (O Agente da U.N.C.L.E.), "Get Smart" (Agente 86), "Daniel Boone", entre vários outros. Ao mesmo tempo, continuava a aparecer em alguns filmes, fazendo um papel aqui e ali. Era um nome conhecido no meio, mas sem muito destaque.
                Mas a carreira do ator iria mudar para sempre a partir de 1964. Gene Roddenberry havia conseguido a aprovação para o piloto de sua série de TV, Jornada nas Estrelas, e Leonard Nimoy foi um dos artistas escolhidos para estrelar a nova série. Outro ator, DeForest Kelley, também estava na parada, e a ele teria sido oferecido o papel do Senhor Spock, um alienígena mestiço humano/vulcano. Mas Kelley recusara o papel de Spock. Segundo consta, o ator detestou o lance de usar as orelhas vulcanas pontudas. O papel então acabou com Nimoy, que o estrelaria no piloto da série, intitulado "The Cage". O piloto acabou recusado pela direção da Paramount e da NBC, por acharem a história complicada demais. Felizmente para Roddenberry, o estúdio autorizou a produção de um segundo piloto, onde todos os personagens foram trocados, com exceção do Sr. Spock, para sorte de Nimoy.
                O segundo piloto foi aprovado, Jornada nas estrelas estreou na TV americana em 1966, e o resto é história. Depois de ser cancelado após 3 temporadas, o seriado foi exibido em reprise em inúmeros canais, ganhando uma legião de fãs que nunca mais parou de crescer, idolatrando os personagens da intrépida nave estelar da Frota Estelar da Federação Unida de Planetas do século XXIII: o heróico capital James T. Kirk, o milagreiro engenheiro Sr. Scotty, o resmungão médico Dr. McCoy (que acabou sendo interpretado por DeForest Kelley), o navegador Sr. Sulu, a Oficial de Comunicações Uhura, o jovem Checov, e claro, o personagem mais icônico da série, o Sr. Spock. E Leonard Nimoy nunca mais conseguiria se separar dele, por mais que tentasse. Fruto de um casamento de um embaixador do planeta Vulcano com uma jovem terrestre, Spock é um mestiço, e vive em conflito com suas duas naturezas, a humana e a vulcana. Os vulcanos, após quase se exterminarem em guerras, adotaram o raciocínio lógico, suprimindo suas emoções através da disciplina, e Spock vive o dilema de conciliar o seu lado lógico com seu lado emocional. Pensando sempre com frieza e calma, sua linha de raciocínio sempre o levava a discussões com o Dr. McCoy, para quem Spock não passava de um computador ambulante em forma humana em inúmeras ocasiões. O que não impediu de ambos se tornarem grandes amigos, compondo junto com o determinado capitão James Kirk a tríade de suporte do seriado. Nimoy ajudou a compor alguns detalhes do seu personagem, criando a clássica saudação vulcana com os dizeres "Vida Longa e Próspera", além do truque da pinça vulcana, que permitia a Spock nocautear um adversário com uma leve pressão em um ponto próximo ao pescoço, detalhes que passaram a compor a rica personalidade do personagem.
                Após o fim de Jornada na TV, Leonard Nimoy seguiu sua carreira tanto na TV quanto no cinema. Seu papel seguinte de sucesso foi Paris, em Missão Impossível, onde fazia o mestre dos disfarces da equipe de Jim Phelps. Fez mais alguns filmes e participações em seriados, mas Spock havia se tornado uma sombra constante na vida do ator, a ponto de ele lançar uma biografia intitulada "Eu Não sou Spock", em 1975. Nimoy temia ficar estimagtizado pelo papel do vulcano, assim como o ator Adam West ficou para sempre ligado ao personagem Batman na série dos anos 1960. Nimoy ainda reprisou seu papel de Spock na série animada de Jornada nas Estrelas, mas não estava mais interessado em interpretar o personagem. Assim, quando Jornada começou a pré-produção do que seria o segundo seriado, Nimoy estava determinado a não voltar. Tanto que os roteiros escritos já constavam o nome de outro personagem, Xon, que iria ocupar o mesmo posto de Spock numa renovada Enterprise que partia em nova missão. Mas, diferente de seu antecessor, Xon seria um vulcano puro. O sucesso do filme Guerra nas Estrelas, contudo, mudou os planos da Paramount, e a nova série de TV foi cancelada: Jornada iria para o cinema. E então, finalmente conseguiram que Leonard Nimoy voltasse atrás em sua decisão de renegar Spock. Assim, em 1979, estreava o filme de Jornada nos cinemas, trazendo toda a velha tripulação de volta, inclusive Spock. Foi o delírio para os fãs.
                Em Jornada nas Estrelas II, a comunidade trekker levou um choque: Spock morria após salvar a nave Enterprise após um combate com o tirânico Khan, abrindo caminho para a ressurreição do personagem no terceiro filme, que foi dirigido pelo próprio ator, que repetiu a dose também no quarto filme. A fama de Jornada havia voltado a crescer, e o seriado ganhou enfim uma nova produção para TV - A Nova Geração, que se passava no século XXIV, com novos personagens. Mesmo assim, a turma clássica ainda estrelou mais 2 filmes, com todos eles fazendo suas despedidas oficiais em Jornada nas Estrelas VI, em 1991. Spock ainda voltaria em um episódio duplo da Nova Geração - Unificação, dando seguimento aos acontecimentos do sexto filme para cinema. Foi sua despedida do personagem. Dali em diante, Nimoy deu seguimento à carreira, fazendo participações em filmes e seriados, além de atuar também como diretor. E, sentindo que havia feito suas pazes com Spock, o ator lançou uma nova biografia, "Eu Sou Spock", em 1995, onde mostrava sua reconciliação com o personagem que o tornou famoso mundialmente.
                Em 2009, cerca de 18 anos após encerrar sua participação em Jornada, Nimoy voltou à franquia, e novamente ao papel de Spock, na nova versão da série clássica dirigida por J. J. Abrahms, onde um vilão surge no século XXIII com desejo de vingança contra Spock por considerá-lo culpado pela perda de seu planeta natal, e provoca mudanças na linha do tempo até então conhecida. Neste novo filme, Spock é interpretado pelo ator Zachary Quinto, mas o Spock "original" surge vindo do futuro, dando à tripulação da Enterprise as informações necessárias de como derrotar o inimigo. Em 2013, Nimoy voltou novamente ao papel de Spock em uma rápida participação em Jornada nas Estrelas - Além da Escuridão, segundo filme do reboot da franquia.
                Além de ator, Nimoy também foi poeta e fotógrafo, tendo lançado alguns livros e feito exposições de seus trabalhos com fotografia. Como ator, além de atuar em cena, também foi dublador, tendo participado do longa animado para cinema Transformers, de 1986, onde deu voz ao vilão Galvatron. Em Transformers: O Lado Oculto da Lua, de 2011, ele deu voz novamente a um dos robôs da franquia, Sentinela Prime. Também dublou a si próprio em séries animadas como Futurama e Simpsons, além de fazer narração e vozes em diversos seriados, filmes e jogos de videogame. Seus últimos trabalhos na TV foram no seriado Fringe, em 2012, onde participou de pelo menos 11 episódios como o Dr. Willian Bell. Também em 2012 ele voltou a dar voz a Spock no seriado "The Big Bang Theory", dublando um boneco do personagem de Jornada.
                Leonard Nimoy foi casado duas vezes: a primeira vez, com Sandi Zober, de 1954 a 1987, quando se divorciaram; e a segunda vez com Susan Bay, em 1989 até o dia de sua morte. Teve dois filhos do primeiro casamento, 6 netos e um bisnetos. Durante a produção da série de Jornada nas Estrelas na década de 1960, outro problema também afligiu o ator: o alcoolismo, o qual conseguiu superar com a ajuda de colegas e do programa de reabilitação de drogas. Na mesma época também fumava compulsivamente, mas este vício Nimoy só se livraria nos anos 1980, quando largou o cigarro em definitivo. Quando foi diagnosticado com a doença em seus pulmões o ator lamentou ter parado "tarde demais" para evitar os estragos que culminaram na doença que o acometeu. Em 2009, a Prefeitura de Boston, sua cidade natal, instituiu o dia 14 de novembro daquele ano como o "Dia de Leonard Nimoy". Em janeiro de 1985, o ator ganhou sua Estrela na Calçada da Fama, em Hollywood, onde os fãs prestaram inúmeras homenagens ao ator desde a notícia de seu falecimento. Sua última mensagem foi passada pela rede de micro-blogs Twitter, no dia 23 de fevereiro, onde declarou “A vida é como um jardim. Momentos perfeitos podem acontecer, mas não podem ser guardados, a não ser na memória. LLAP”. A sigla LLAP, com a qual Leonard sempre encerrava suas mensagens, significa Life Long And Prosper (Vida Longa e Próspera), a frase da saudação vulcana sempre dita por Spock.
                Descanse em paz, grande Leonard Nimoy. Vida Longa e Próspera em sua nova e grandiosa jornada...