domingo, 12 de janeiro de 2014

GUARDIÕES DA GALÁXIA GANHA EDIÇÃO ENCADERNADA



Com a produção de seus filmes indo a todo vapor, a Marvel prepara-se para expandir em breve seus horizontes cinematográficos, com a estréia da versão atual de seu grupo de super-heróis espacial, os Guardiões da Galáxia. E aproveitando a deixa, a editora americana está lançando este mês nos Estados Unidos uma edição encadernada com os personagens, ainda que não seja o mesmo grupo que irá estrear nas telonas em breve.
GUARDIANS OF GALAXY BY JIM VALENTINO TRADE PAPERBACK VOLUME 01 recompila o início das aventuras do supergrupo espacial publicadas na década de 1990. Com roteiros e desenhos de Jim Valentino, e arte-final de Steve Montano, a série foi uma das muitas publicações que a Marvel lançou há quase 25 anos atrás, quando inundou o mercado de quadrinhos norte-americano com séries a rodo de vários personagens, alguns novos, outros antigos, e nova versões de velhos personagens. Nesta série, a Marvel desenvolveu as aventuras dos Guardiões da Galáxia, um grupo de heróis que defende a humanidade no século XXXI, quando nosso planeta foi dominado e escravizado por uma espécie alienígena chamada Badoon. O grupo apareceu pela primeira vez em Marvel Super-Heroes N° 18, de janeiro de 1969. Na história, um acidente com a antiga máquina do tempo do Doutor Destino traz do futuro uma humana ao QG do Quarteto Fantástico, onde ela conta ao Coisa e ao Capitão América o que aconteceu à nosso planeta no futuro distante, e ambos viajam para o século XXXI para ajudar a enfrentar os alienígenas, unindo forças com o intrépido grupo de heróis do futuro. O roteiro foi de Arnold Drake, com arte de Gene Colan.
Liderada por Vance Astro, mestre da psicocinese e primeiro humano a viajar para as estrelas, a equipe é composta pelo centauriano Yondu, mestre em artes de combate, o jupteriano e superforte Charlie-27, o plutoniano Martinex (dotado de poderes congelantes), a superágil mercuriana Nikki, e o enigmático e poderoso Águia Estelar e sua esposa Aleta. Juntos, eles juraram defender a humanidade pela galáxia, começando por libertar a Terra do domínio dos Badoons, o que conseguem realizar em aventuras posteriores. Após o encontro com o Capitão e o Coisa, os heróis também tiveram um encontro com Thor, o Deus do Trovão, com quem também firmaram amizade. Na década de 1970, o grupo veio para o tempo presente, à caça de um vilão de sua época, Korvac, que havia fugido para o passado. A "Saga de Korvac" uniu os Guardiões e os Vingadores em um combate que por pouco não exterminou ambos os grupos no combate contra o vilão, que havia adquirido poderes cósmicos. Mas até então os Guardiões eram personagens coadjuvantes, participando das aventuras em séries de outros heróis e com aparições esporádicas. Estava na hora de ganharem maior reconhecimento, o que aconteceu em junho de 1990, com o lançamento de sua série mensal pela Marvel.
Nesta nova série, a Terra já foi libertada do domínio Badoon, e os Guardiões singram a galáxia, enfrentando novos perigos, na esperança de reunir as tribos terrestres que rumaram para o espaço fugindo do domínio Badoon. Iniciando a série, eles batem de frente com os Stark, uma raça alienígena que, tendo encontrado a tecnologia terrestre do Homem de Ferro, iniciou um culto à figura de Tony Stark, e tornaram-se uma raça belicosa utilizando versões da armadura do antigo herói. Em seguida, eles encaram um grupo mercenário intergaláctico que procura um tesouro terrestre considerado lendário: o escudo do Capitão América. Com a participação de outros personagens conhecidos do Universo Marvel do presente, esta série chegou a ser publicada no Brasil pela Editora Globo, na revista Marvel Force, onde teve as aventuras das primeiras 6 edições lançadas, antes da revista ser modificada, e posteriormente cancelada. A publicação teve um total de 62 edições, além de algumas edições anuais, lançadas nos Estados Unidos. "Em 1990, Jim Valentino nos levou a um canto do Universo Marvel que muito pouco havia sido mostrado", afirma David Gabriel, vice-presidente sênior de publicações da Marvel, sobre a série dos Guardiões dos anos 1990. "Os leitores voltavam no mês seguinte para verem o que mais poderia existir neste futuro distante da continuidade Marvel", completa. Para Jim Valentino, sua proposta na série era fazer uma exploração do Universo Marvel mil anos no futuro e experimentar idéias completamente novas em um panorama completamente desconhecido, apesar da aparição de um ou outro personagem imortal ou de possíveis descendentes dos heróis do presente. Em 1992, contudo, Valentino resolveu sair da Marvel, e junto com outros artistas fundou a Image Comics, criando o personagem Shadowhawk.
Esta edição que a Marvel está lançando, reúne as edições americanas Guardians Of The Galaxy (1990) 1 a 7 e a primeira edição Guardians Of The Galaxy Annual; além das edições Fantastic Four Aannual 24, Thor Annual 16, e Silver Surfer Annual 4. O preço da edição é de US$ 34,99. A princípio, os Guardiões viviam no futuro da mesma realidade do Universo Marvel, denominada linha 616, mas uma intervenção deles em nosso presente criou uma divisão temporal, com uma linha alternativa, e o futuro deles passou a ser a realidade 691. Com o fim da edição mensal, em meados dos anos 1990, o grupo praticamente desapareceu das aventuras da editora, e há tempos não têm uma nova aparição nas HQs publicadas.
Isso porque há alguns anos a Marvel lançou uma nova equipe dos Guardiões da Galáxia, que de igual só tem mesmo o nome e o fato de atuarem no espaço. Como consequência dos eventos da saga cósmica "Aniquilação", a editora reuniu um novo grupo de heróis que se juntaram ao fim da aventura. Este novo grupo é formado pelo Senhor das Estrelas, a nova Quasar, Drax, o Destruidor, a árvore-falante Grott, a assassina Gamora, e o guaxinim falante Rocky Raccon. Este novo time surgiu em 2008, e de lá para cá, a editora tem investido nos personagens, que já apareceram até em um episódio da série animada "Vingadores, os Heróis Mais Poderosos da Terra", e que agora irá estrelar um filme, que já está sendo produzido. Para os saudosistas, que esperavam um dia ver o time original de volta à ativa, infelizmente não há muitas esperanças: a Marvel está investindo muito nesta nova versão do grupo, que vive suas aventuras no tempo presente, e na mesma continuidade dos demais personagens, de forma que é mais fácil ligá-la a outros acontecimentos do Universo Marvel, tanto nos quadrinhos como no cinema - o filme deve servir de prévia para os acontecimentos que serão desencadeados em "Vingadores 2", que deve ter Thanos como o vilão da vez.
O jeito então, é curtir esta edição, que republica as primeiras aventuras da equipe original, na bela arte de Jim Valentino. E torcer para chegar logo o volume 2, afinal, esta edição só mostra o início das aventuras dos Guardiões em sua série mensal. Para os fãs nacionais que conheceram os Guardiões originais, é torcer para que a Panini pense em lançar por aqui este material, a fim de poder rever esta série que teve seus bons momentos nos anos 1990.

PANINI LANÇA EDIÇÃO ESPECIAL COM SERGIO ARAGONÉS



                Quem curte quadrinhos de humor acaba de ganhar uma excelente oportunidade para conhecer melhor a carreira de um dos maiores cartunistas do mundo. A Panini lançou em dezembro o livro OS GRANDES ARTISTAS DA MAD - SERGIO ARAGONÉS - CINCO DÉCADAS COM SEUS MELHORES TRABALHOS. A obra, composta de 272 páginas, ao preço de R$ 64,00, faz um apanhado da carreira do artista, dos anos 1960 até os anos 2000.
                Dividido pelas décadas de trabalho do artista, o livro mostra o desenvolvimento dos trabalhos de Aragonés, onde é possível observar os temas tratados, suas piadas além das famosas artes “Marginais da MAD”. Sérgio tem um traço fino, com poucos diálogos, e a maior parte de seus desenhos é em preto e branco.
                Esta edição foi lançada nos Estados Unidos em outubro de 2010, pela Running Press, como parte da coleção "MAD's Greatest Artists", onde cada volume era dedicado a um artista que trabalhou na revista, como Dave Berg, Don Martin, Mort Drucker, entre outros mais. Nem é preciso dizer que Aragonés ocupa um lugar de destaque na preferência do público, mesmo quando suas artes eram restritas às bordas das páginas da revista. Com a seção “MAD vê...”, com várias delas reproduzidas na obra, Sergio trata de temas engraçados, incomuns, inusitados, como as mães, a polícia, o casamento, Star Wars e muitos outros mais.
                Sergio Aragonés Domenech nasceu em 6 de setembro de 1937, em Castellon, na Espanha, mas sua família logo se mudou para o México, fugindo da Guerra Civil Espanhola. Apesar de ter começado estudos para se formar em arquitetura, era nos desenhos que estava sua paixão, e aos 17 anos, começou a colaborar profissionalmente para publicações mexicanas. Aos 24 anos de idade, resolveu tentar a sorte nos Estados Unidos, indo parar em Nova Iorque, onde começou a garimpar alguns bicos. Com a ajuda de Antonio Prohias, artista cubano que havia criado a sátira "Spy VS Spy", ele foi apresentado ao pessoal que editava a revista "MAD", principal publicação de humor em quadrinhos do mercado americano. Eles olharam o portfólio de Aragonés, e ele nunca mais saiu de lá, estando presente até hoje nas páginas da revista. tendo feito sua estréia na edição 76, de janeiro de 1963, com uma apresentação hilária do programa espacial americano.
                Na década de 1980, ao lado de Mark Evanier, Aragonés criou aquele que é seu personagem mais icônico, Groo, o Errante, uma deliciosa sátira aos quadrinhos de Conan, o bárbaro, série que estava no auge da fama naquele tempo. Anos depois, ele teria a chance de publicar uma revista mensal do personagem na Marvel Comics, passando, tempos depois, para a Dark Horse Comics, onde está até hoje lançando edições especiais com o guerreiro bárbaro mais desmiolado dos quadrinhos, que leva a destruição (proposital ou não) a todos os lugares onde coloque os pés. A Editora Abril lançou parte da série da Marvel no Brasil, e nos últimos anos a Mythos Editora tem lançado os especiais do personagem no mercado nacional de quadrinhos. E, claro, ele segue presente com seus desenhos na edição nacional da MAD, desde os tempos em que a revista era publicada pela Vecchi no Brasil, tendo passado depois pelas editoras Record, Mythos, e atualmente, pela Panini Comics.
                Os leitores brasileiros também tiveram a oportunidade de ver as hilariantes histórias "Sergio Aragonés Destrói a DC", "Sergio Aragonés Massacra a Marvel", e "Sergio Aragonés Esmaga Star Wars", onde o artista detona com os mitos de cada universo ficcional, além de brindar os leitores com sua inconfundível arte, que segundo o artista, ainda o ajuda a desenhar mais rápido, pois seu estilo de desenho de humor ajuda a passar por cima de alguns erros de arte. Ao longo de sua carreira, Sergio já ganhou vários prêmios por seus trabalhos, tendo até uma premiação criada com seu nome, o que não é pouca coisa.
                O livro é uma boa oportunidade para os leitores terem uma melhor visão da obra de Aragonés nos quadrinhos. De quebra, a edição ainda traz uma entrevista exclusiva com o Sergio, conduzida por Nick Meglin, antigo editor da MAD americana. E, para situar os leitores mais desavisados, o livro traz um prefácio de Patrick McDonnell, criador de Mutts, que apresenta uma revisão de toda a obra do cartunista. Para melhorar ainda mais o valor deste livro aos olhos dos fãs do desenhista, a edição reúne inúmeras ilustrações que foram criadas exclusivamente para este álbum, como a nova arte do logo e desenho apresentados na capa, desenhos específicos ao longo da entrevista com Meglin, ilustrações nas aberturas dos capítulos ao longo do livro, além de alguns autorretratos.
                Não é a primeira edição de compilação de trabalhos que Sergio Aragonés ganha no Brasil: nos tempos em que a MAD era publicada pela editora Vecchi, foram editados alguns livros reunindo as artes apresentadas na revista, com títulos variados, como "Loucuras do MAD", "Viva MAD", entre outros, trazendo para os leitores da época uma boa quantidade de trabalhos do cartunista. E agora, mais do que merecido, os leitores nacionais terão a chance de ler esta bela edição, e se divertir como nunca com as artes sempre hilárias de Aragonés. E que a Panini continue inspirada para lançar outras edições com materiais tão interessantes quanto estes para os leitores nacionais.

sábado, 4 de janeiro de 2014

ESTRÉIA - TÚNEL DO TEMPO - RELEMBRANDO OS ACONTECIMENTOS DO PASSADO



            Ano novo, hora de preparar alguns novos textos para o pessoal apreciar e se manter informado. Mas, antes de tudo, sempre é bom relembrar alguns fatos que foram notícia em tempos passados. Com o propósito de resgatar meus antigos textos escritos há muito tempo, abro esta nova seção, com o nome de "Túnel do Tempo", título de um famoso seriado dos anos 1960 onde os protagonistas viajavam através da história, vivendo várias aventuras.
            Cada seção trará na íntegra um antigo texto que escrevi sobre diversos assuntos, como quadrinhos, seriados, animação, etc. Ao fim da matéria, um pequeno comentário sobre o que aconteceu depois, dando uma atualizada sobre o panorama do assunto em questão. E nesta primeira edição da nova seção, uma matéria que escrevi em julho de 1996, sobre a força da série de animação japonesa "Cavaleiros do Zodíaco", que na época, mesmo perto de completar dois anos de exibição ininterrupta na TV Manchete, ainda possuía muita força e audiência. Fiquem agora com o texto:



A FORÇA DOS CAVALEIROS

Em exibição ininterrupta há quase 2 anos, a série CAVALEIROS DO ZODÍACO ainda é um dos programas mais assistidos na TV brasileira

Adriano de Avance Moreno
          
Os Cavaleiros do Zodíaco: Ikki, Shun, Seiya, Shiryu, e Hyoga. Força inconstestável de audiência mesmo após quase dois anos de reprises ininterruptas na TV nacional.
 
Eles estão por aí há quase 2 anos sem parar. Viraram febre nacional, e apesar de estarem sendo reprisados à exaustão, ainda possuem considerável audiência e popularidade. Com uma estréia até discreta e sem muita pompa, além das chamadas tradicionais da programação da emissora, a série de animação japonesa CAVALEIROS DO ZODÍACO estreou na TV Manchete em 1º de setembro de 1994, e no espaço de poucas semanas, virou uma mania nacional. A audiência foi além de 7 pontos no Ibope, o que foi uma tremenda façanha para a TV Manchete, que ainda estava se reorganizando de sua  malsucedida negociação com a IBF. A audiência da série literalmente reergueu a emissora carioca, que estava em maus lençóis, havendo até quem dissesse que iria falir a qualquer momento.

            Vendo a jóia que tinha nas mãos, a Manchete não deixou por menos: passou a exibir a série de manhã e à tarde, quando se iniciava o seu horário nobre. Neste segundo horário, as batalhas de Seiya & Cia. só perdia em audiência para as novelas da Globo, o que mostra a força e a popularidade que a produção nipônica alcançou. Mas a emissora carioca foi mais longe, e passou a reprisar a série aos domingos, também em horário nobre, obtendo excelentes índices de audiência.

            Como consequência do sucesso da série de animação japonesa, os brinquedos lançados poucos dias depois também viraram um fenômeno de vendas em praticamente todo o país. As miniaturas dos personagens, produzidas pela Bandai, cativavam o público que assistia a série, e ainda tinham um atrativo todo especial: as armaduras dos personagens eram de metal, e não de plástico. O Natal de 1994 foi marcado pela febre destas miniaturas, cuja demanda explodiu, surpreendendo até os importadores e licenciadores nacionais, e fazendo a fama dos sacoleiros, que inundaram o mercado com as mais variadas imitações. Calcula-se que mais de um milhão de miniaturas foram vendidas só naquele ano, e um número equivalente no Natal de 1995, quando a Manchete encerrou a exibição de episódios inéditos da saga dos defensores de Athena, passando a exibir apenas reprises.

Os brinquedos dos Cavaleiros do Zodíaco viraram febre nacional, sendo a principal coqueluche no Natal de 1994.
            Atualmente, a Manchete já está na 5ª reprise completa da série, agora apenas no horário das 19:15 Hrs., de segunda a quinta, e aos sábados, às 13:30 Hrs. Os índices de audiência, apesar de já não serem os mesmos, ainda colocam a série entre os programas mais assistidos da TV Manchete, e em termos de desenho animado, só perde para a nova série Shurato, também japonesa, o que se explica pelo fato de Shurato ser uma novidade na TV, enquanto Cavaleiros já foram vistos e revistos por quase todo mundo. Geralmente, séries reprisadas em demasia costumam cansar o público, e leva a audiência a cair. Não parece o caso de Cavaleiros do Zodíaco. Tudo indica que os defensores de Athena ainda vão mostrar sua força ainda por muito tempo na TV brasileira.

A HISTÓRIA

     
Poucas semanas após a estréia, as aventuras dos Cavaleiros já haviam se tornado um fenômeno de audiência em todo o Brasil.
      
Composta de 114 episódios no total, a série de TV dos Cavaleiros do Zodíaco, produzida pela Toei Animation, o maior estúdio de animação do Japão, está dividida em 3 fases. Na primeira fase, é mostrada a origem dos Cavaleiros, e ficamos conhecendo como Seiya, Hyoga, Shun, Ikki e Shiryu se tornaram cavaleiros. Esta fase também marca a descoberta de Saori Kido como a reencarnação da deusa Athena, protetora da Terra, que sempre vem ao nosso mundo quando nosso planeta está ameaçado pelas forças do mal. Mais adiante, por volta da metade desta fase, é que as coisas ficam mais claras, e surge o verdadeiro inimigo: o Mestre do Santuário da Grécia, quartel central dos cavaleiros, que ao invés de ajudar a proteger o mundo, ele quer dominá-lo, e também destruir Athena no processo. A batalha decisiva, travada por nossos heróis contra dos Cavaleiros de Ouro nas casas zodiacais do Santuário é, sem sombra de dúvida, uma das mais extensas lutas já vistas até aqui, tendo durado mais de 30 episódios em sequência.

Os inimigos da fase de Asgard, comandados por Hilda de Polaris.
            Na segunda fase, surge uma ameaça em Asgard, um pequeno reino no norte extremo da Europa, representada por Hilda de Polaris e seus guerreiros deuses. Diferentemente da primeira fase, aqui os cavaleiros já partem para a batalha logo de início. Por fim, após duras contendas com os guerreiros asgardianos, Seiya e seus amigos os derrotam, e libertam Hilda, que estava sendo controlada por um anel maligno. Mas o fim desta fase torna-se um prenúncio para a fase seguinte.

Poseidon é o inimigo da última fase da animação, raptando Athena e ameaçando afogar o mundo inteiro.
            Nesta terceira e última fase da série de TV, a luta dos cavaleiros transfere-se para o fundo do oceano, onde está o templo de Poseidon, o imperador dos mares, que foi o responsável pelo sequestro de Athena ao fim da fase anterior. Poseidon ameaça destruir a Terra, que ele considera irremediavelmente maculada pela ganância da humanidade. Novamente, após duras e mortais batalhas contra os principais guerreiros de Poseidon, os Generais Marinhos, Athena é libertada e Poseidon derrotado, encerrando-se assim as aventuras dos Cavaleiros do Zodíaco em sua versão animada para TV.

            Como toda série animada de grande sucesso no Japão, os Cavaleiros do Zodíaco estrelaram alguns especiais produzidos para o mercado de vídeo e cinema. Ao todo foram 4 aventuras, todas já lançadas em vídeo no Brasil pela distribuidora Flashstar Home Video, e também já exibidas posteriormente pela TV Manchete. No primeiro especial, Seiya e seus amigos, sempre em defesa de Athena e de nosso planeta, enfrentam a diabólica Deusa Éris. No segundo especial, nossos heróis vão a Asgard, em um momento anterior à segunda fase da série de TV, onde enfrentam o vilão Durval, líder de Asgard que precedeu Hilda. A terceira aventura, de maior duração, mostra Athena e seus cavaleiros enfrentando Abel, o Deus Sol, que quer eliminar nosso mundo por considerá-lo sujo e corrompido pela raça humana. E, finalmente, no último especial animado, nossos heróis enfrentam ninguém menos do que Lúcifer, o Anjo Caído, que retornou para desafiar as forças celestiais.

SAGA INCOMPLETA

      
A fase final do mangá, a Saga de Hades, não foi transposta para a animação, ficando esta imagem de um Drama CD o mais perto que os fãs tiveram no Japão.
     
Os Cavaleiros do Zodíaco surgiram como série de mangá tendo suas primeiras aventuras publicadas em 1986 na revista de quadrinhos mais famosa do Japão, a Shonen Jump, de autoria do artista Masami Kurumada. Não demorou para a série atingir grande sucesso, e como toda série de mangá que faz sucesso, não tardou para as aventuras dos defensores de Athena ganharem sua versão animada, que foi lançada pouco tempo depois pela Toei Animation, o maior estúdio de animação do Japão. As aventuras do mangá, contudo, não foram adaptadas 100% para a TV, ao mesmo tempo em que a animação apresentou aventuras que não existem nos quadrinhos originais. Um exemplo é a Saga de Asgard, que não existe no mangá. Outro exemplo são diversos personagens secundários que existem na primeira fase da animação, que também não existem nos quadrinhos. Estes personagens adicionais foram incluídos para providenciar aventuras que pudessem esticar a história, e como consequência, também vender mais produtos e brinquedos de personagens. A violência dos quadrinhos originais também foi suavizada na série animada.

            Enquanto as aventuras dos quadrinhos encerraram-se apenas em 1991, após 5 anos de publicação ininterrupta, o desenho animado parou de ser produzido em 1989. A última fase das aventuras, onde os cavaleiros enfrentaram, após derrotar Poseidon, o maligno Hades, imperador do Submundo, nunca foi transformada em animação, devido a desentendimentos entre a Toei, Masami Kurumada, e a editora da revista Shonen Jump. Nesta última fase, muitas revelações eram feitas, como o destino de Seika, a irmã desaparecida de Seiya, que vivia procurando por ela desde o primeiro episódio, após retornar ao Japão. A fase final também dá uma mostra do real poder dos Cavaleiros de Ouro, que entram em ação com tudo contra o exército de Hades na invasão do Santuário.

            Outras surpresas nesta fase é a possessão de Shun por Hades, o que dificulta as coisas para Seiya e seus amigos, principalmente para seu irmão Ikki. Nossos heróis acabam vestindo novas e poderosas armaduras, todas de ouro. Como não poderia deixar de ser, os cavaleiros vencem a parada, mas não sem baixas: Seiya tomba morto ao final do combate, ou assim parece. Saori e seus cavaleiros se reúnem ao amigo caído, dando por encerrada sua missão na Terra e supostamente voltando para o céu, até o momento de serem novamente requisitados para defender nosso planeta.

            Até hoje os fãs ainda almejam a possibilidade de que a série tenha sua conclusão em animação, mas as perspectivas, pelo menos no curto prazo, não indicam nenhuma possibilidade disso acontecer. Neste ano, fazem 10 anos que os Cavaleiros tiveram sua estréia no Japão. Além do Brasil, as aventuras de Seiya & Cia. fizeram sucesso também nos países de língua espanhola e na França, onde são praticamente venerados pelos fãs, entre vários outros países.

Cena final da série animada: Os Cavaleiros e Shina reúnem-se a Athena num raro momento de descontração.


OS CAVALEIROS DO ZODÍACO - QUEM É QUEM

Seiya é o Cavaleiro de Bronze de Pégaso, e o herói principal da série.
Conheça os principais personagens da série:

# Seiya: Detentor da armadura de bronze de Pégaso, é o principal defensor de Athena. No princípio tinha um temperamento meio infantil e até esquentado, mas com o decorrer dos acontecimentos, cresceu muito em caráter e nobreza. Principais golpes: Meteoro de Pégaso, Cometa de Pégaso, e "Pegasus Rolling Crush".

# Ikki: Irmão mais velho de Shun, o Cavaleiro de Andrômeda, é detentor da armadura da Fênix, e é o mais forte dos cavaleiros de bronze. Apareceu inicialmente como um vilão na série, combatendo aqueles que eram seus antigos companheiros, mas depois corrigiu seus atos e passou para o lado de Seiya & Cia. É implacável com os inimigos em combate. Principais golpes: Ave Fênix, e Golpe Fantasma de Fênix.

# Hyoga: É o Cavaleiro de Cisne e domina os poderes do gelo. Diferente dos demais, Hyoga foi o único a conhecer e conviver com sua mãe, que sacrificou sua vida para salvá-lo, quando a embarcação em que viajavam afundou nos mares da Sibéria. A princípio arrogante e frio para com os outros, desenvolve grande amizade e companheirismo pelos amigos com o decorrer das batalhas. Principais golpes: Pó de Diamante, e Ataque Trovão Aurora. Na Batalha das 12 Casas, adquiriu domínio sobre o golpe Execução Aurora, através do Cavaleiro de Ouro de Aquário.

# Shiryu: Cavaleiro de Dragão, é o que possui maior controle emocional, e tem uma irmã de criação, Shunrei, e grande domínio das artes marciais. Principais golpes: Dragão Nascente, e Cólera do Dragão. Na Batalha das 12 Casas, adquiriu o golpe Excalibur do Cavaleiro de Ouro de Capricórnio.

# Shun: Irmão caçula de Ikki, usa a armadura de Andrômeda, e manipula correntes que podem se estender até o infinito. Abomina a violência e prefere resolver as coisas sem briga. Muitas vezes aparenta ser fraco e chorão, mas possui um grande poder, e mostra sua força quando é preciso. Principais golpes: Onda Relâmpago, Defesa Circular, Corrente Nebulosa de Andrômeda, e Tempestade de Andrômeda.

# Saori Kido: Reencarnação da deusa Athena da mitologia grega, foi criada por Mitsumasa Kido, e cresceu como uma riquinha metida e egoísta, mas a partir do momento em que descobre sua verdadeira identidade, muda totalmente seu caráter e modos, não hesitando em colocar a própria vida em risco para proteger as pessoas. Apesar de raramente lutar, seu cosmo é o mais forte de todos, mostrando seu verdadeiro poder de deusa.

# Marin: Amazona de Águia, foi a instrutora de Seiya em seu treinamento para se tornar cavaleiro no Santuário da Grécia. Dura e exigente, sempre procurou auxiliar seu pupilo nas batalhas, ajudando-o a vencer as adversidades.

# Shina: Amazona de Cobra, no início da série era a mais mortal inimiga de Seiya. Depois de vários confrontos, descobre que na verdade tentava evitar de se apaixonar pelo cavaleiro de Pégaso, e se torna uma aliada em combate.
Shiryu: Cavaleiro de Bronze de Dragão.
 
Shun: Cavaleiro de Andrômeda.

 
Hyoga, Cavaleiro de Bronze da Constelação de Cisne.
 
Ikki é o Cavaleiro de Fênix: quando ele surge, os inimigos que se cuidem, pois ele é implacável em combate, e muito poderoso.
CURIOSIDADES

# O nome original da série dos Cavaleiros do Zodíaco é SAINT SEIYA, que numa tradução literal, significa "Santos de Bronze". O nome pode parecer estranho, mas o termo "santo" no Japão possui um conceito bem diferente daquele que conhecemos, baseado no Cristianismo.

# Como toda série de sucesso no Japão, além dos volumes encadernados dos quadrinhos originais e da série de TV e seus especiais de vídeo e cinema, os Cavaleiros também ganharam seu jogo para videogame. Chama-se SAINT SEIYA - THE LEGEND OF GOLD (Cavaleiros do Zodíaco - A Lenda de Ouro), um game de 8 bits compatível com os consoles Nintendo e Phantom System.

# A série animada dos Cavaleiros do Zodíaco, quem diria, teve sua exibição vetada pelos executivos de redes de TV nos Estados Unidos. O motivo: alegaram que a série é "politicamente incorreta", além de ter cenas que, segundo eles, "traumatizariam" os telespectadores, devido à dramaticidade e violência. Parece piada, mas não é.

Saori Kido: reencarnação da deusa Athena, e protetora da Terra.


ATUALIZANDO: Cavaleiros do Zodíaco continuou sendo reprisada por mais um bom tempo na TV Manchete, mas começou a se desgastar após tantas reprises, e com isso seus horários foram diminuindo na emissora, até que deixou se ser exibida. A série só voltaria à TV nacional vários anos depois, na década passada, agora na TV por assinatura, no Cartoon Network, e posteriormente na TV Bandeirantes. Foi necessário realizar uma nova dublagem, pois com a falência da TV Manchete, as fitas masters do anime ficaram indisponíveis, e quando finalmente puderam ser liberadas, já não tinham mais condições ideais de uso. A nova dublagem preservou boa parte dos dubladores originais da primeira versão. Mas a série, apesar de ter feito sucesso, não causou mais impacto como antes. Bom mesmo foi a série ter sua produção retomada no Japão, concluindo os acontecimentos do mangá, com a animação da fase de Hades. Isso gerou dividendos, como a produção de novos mangás com os personagens, além de novas séries, como Lost Canvas e Omega. E este ano, Cavaleiros completará 20 anos de sua estréia no Brasil, e ainda é lembrada por toda uma geração de fãs que nunca esqueceram as aventuras dos defensores de Athena.
 

 



sábado, 28 de dezembro de 2013

MARVEL LANÇA "ORIGIN II" DE WOLVERINE



                Definitivamente, não é fácil ser o mutante mais popular do Universo Marvel. Desde que surgiu como coadjuvante em uma história do Incrível Hulk nos anos 1970, o invocado mutante canadense percorreu um longo caminho ingressando nos X-Men e tornando-se a principal estrela do grupo, principalmente pelo seu caráter violento e anti-social. O destaque cada vez maior nas aventuras do supergrupo mutante, claro, rendeu dividendos: Wolverine ganhou título próprio, e hoje, praticamente divide seu tempo entre ser diretor da antiga escola para mutantes do Professor Xavier, ser um X-Men, e ainda bater ponto nos Vingadores. Haja fator de cura para aguentar uma vida corrida dessas.
                Mas nem tudo são flores. A alta exposição também colocou Logan na mira da superexploração por parte da Marvel, que na tentativa de faturar uns cobres com os mistérios da antiga vida do canadense antes de entrar para os X-Men, já o submeteu a várias histórias deploráveis. Se a minissérie "Arma X", publicada no início dos anos 1990, foi muito bem aceita pelos fãs e tida como uma história de origem que satisfazia sem revelar demais, por outro lado, o que veio depois revirou muita coisa do passado de Logan de cabeça para baixo, literalmente. E a Marvel ainda segue explorando este passado, com mais baixos que altos. Uma destas ocasiões foi a minissérie "Origem", que se propunha a revelar a verdadeira origem do personagem, e que de fato revelou alguns fatos importantes da história do canadense. Mas os fãs acharam a história apenas morna, sem grandes atrativos, tanto que até hoje muitos preferem "Arma X" a "Origem" como história do surgimento do herói, apesar de ser revelado que ele já se metia em confusões há muito mais tempo do que se imaginava. Graças a seu fator de cura, que retarda seu envelhecimento, Logan, cujo nome verdadeiro é James Howlett, já tem quase 200 anos de idade, e já foi visto em aventuras no tempo da 2° Guerra Mundial, quando inclusive chegou a participar de algumas missões junto com o Capitão América.
                E, não satisfeita com o que já aprontou, eis que chegou este mês às comic shops americanas, ORIGIN II, nova minissérie em 5 partes, que como o nome diz, dá continuidade aos eventos vistos em "Origens". O roteiro é de Kieron Gillen, com arte das histórias de Adam Kubert, que também desenha as capas da minissérie, que tem periodicidade mensal e preço de US$ 4,99. E como exploração pouca é bobagem, a edição de estréia tem nada menos do que 7 capas diferentes, sendo que uma delas é especial, com dois níveis, em acetato (externa) e papel (interna), formando a imagem acima. Na capa interna estão os lobos, e na capa externa, em acetato, além do logo, está o punho de Logan exibindo suas garras. É o mesmo tipo de capa que foi usado na primeira edição nacional da minissérie "Marvels", e que hoje virou item de colecionador, por nunca mais ter sido usado nas reimpressões da minissérie.
                A história de passa após alguns anos depois dos eventos vistos em "Origens", e encontramos James Howlett vivendo em meio às florestas selvagens do Canadá junto com uma matilha de lobos. Tendo aparentemente abandonado seu convívio com os homens, Howlett infelizmente terá de retornar ao mundo "civilizado", em uma estrada que será tão difícil quanto dolorosa, pois um estranho homem surge em sua vida, e que deseja a todo custo aprender que tipo de ser é o canadense. Um homem extremamente perigoso, que não deixará nem mesmo a selvageria de seu alvo deter suas ações, e que se chama Nathaniel Essex, que viria a ser um dos mais nefastos e perigosos inimigos dos X-Men, o Senhor Sinistro. Essex quer desvendar os mistérios envolvendo Howlett, que pode muito bem não sobreviver ao tipo de experiências que lhe aguardam. E conseguirá James recuperar sua identidade e sobreviver a este adversário? Eis o maior dos desafios que o futuro Wolverine terá de aprender a superar...
                Segundo Kieron Gillen, a minissérie trata principalmente do confronto homem X animal, o ser instintivo X o ser racional, e essa dicotomia será o cerne principal da história, que terá seus momentos "selvagens" e seus momentos "civilizados". E sobre sua escolha de Essex para ser o principal vilão a ser confrontado por Logan, ele justifica dizendo que Essex é um cientista que caiu em desgraça, o modelo perfeito do cientista louco, que transgride a ética profissional dos cientistas, e como sempre esteve interessado em "novas espécies", tornou-se o preferido para desempenhar o papel na história. E ele assegura, com a experiência que já teve escrevendo histórias com o personagem, que Essex ainda não é Sinistro, mas boa parte de suas características já estão lá, mesmo antes de se tornar o vilão poderoso que conhecemos. Gillen enfoca que ainda há muitos mistérios desde a "origem" de Logan, até quando ele entrou em "contato" com o resto do Universo Marvel, como quando esteve na Segunda Guerra, ou o período que se passou depois disso até chegar ao Programa Arma X que lhe deu esqueleto de adamantium. "O que mais do personagem nós não sabemos?", pergunta Kieron. Esta nova minissérie pretende fornecer mais algumas respostas do passado de Logan.
                Os fãs esperam, pelo menos, uma história decente, e que não acabe enrolando ainda mais os fatos sobre o passado do mutante favorito do Universo Marvel, que apesar de todos os recentes tropeços da Marvel, ainda continua popular como nunca. Resta saber se seu formidável fator de cura continuará mantendo sua popularidade saudável em caso de novas histórias de qualidade duvidosa. Para muitos fãs, a editora já forçou a popularidade de Wolverine muitas vezes, e tudo tem limite...

ROBOTECH E VOLTRON COLIDEM EM MINISSÉRIE DE QUADRINHOS



Duas séries clássicas de animação japonesa dos anos 1980 estão ganhando uma minissérie inédita neste mês nos Estados Unidos. A Dynamite Entertainment está lançando a publicação ROBOTECH/VOLTRON, que une pela primeira vez estas duas séries, que foram responsáveis por popularizar a animação japonesa nos EUA, ao lado de Patrulha Estelar. O argumento é de Tommy Yune, com arte de Elmer Damaso. A publicação terá 5 edições, com periodicidade mensal, ao preço de US$ 3,99.
No futuro, no distante planeta Arus, surge mais um ataque inimigo, e para defender o planeta, a Força de Defesa Voltron parte para o espaço, formando o poderoso robô-leão guerreiro Voltron, protetor do universo, pronto para defender a humanidade. Algo, contudo, sai errado, e surpreendidos com o ataque de um estranho cometa, o poderoso robô e seus condutores literalmente desaparecem, deixando Arus desprotegido. Anos depois, o rei Lotor, filho de Zarkon, finalmente obtem aquilo que seu pai sempre desejou: a conquista de Arus. Ao tomar posse do palácio real de Arus, ele se pergunta que fim teve a princesa Allura e seus companheiros da Força Voltron, que desapareceram misteriosamente anos antes.
No ano de 2009, na ilha de Macross, no Pacífico Sul, o que deveria ser a festa de lançamento da mais nova nave de combate das forças de defesa da Terra, a gigantesca espaçonave SDF-1, cuja recuperação pelas forças terrestres trouxe-lhes o conhecimento de uma espantosa ciência avançada chamada Robotech, tornou-se um palco de batalha com a chegada de uma raça alienígena chamada Zentraedi, que aparentemente tem interesses na gigantesca espaçonave reformada. Enquanto nos céus a SDF-1 se vê à mercê das naves alienígenas e o comandante Gloval tenciona usar um salto de dobra espacial para surpreender as forças invasoras, uma estranha explosão de uma fenda no espaço sideral surpreende tanto o pessoal da SDF-1 quanto os Zentredis, e faz cair na ilha Macross estranhos robôs com formas de leões, que são descobertos pelo tenente Thomas R. Edwards. Como Voltron e seus tripulantes foram mandados para o passado, e por quem? E como sua chegada inesperada ao início do confronto dos humanos com os Zentraedis pode mudar o rumo da história, e que fim tiveram a equipe Voltron? É algo a ser descoberto nas edições desta minissérie, que promete colocar dois universos em rota de colisão direta, com consequências imprevisíveis para ambas as realidades.
Curiosamente, tanto Robotech quanto Voltron compartilham uma característica singular: ambas as séries foram "montadas" pelos americanos através da união de séries japonesas que não tinham absolutamente nenhuma ligação entre si. Robotech foi uma montagem feita pela Harmony Gold para permitir que a série Macross, que tinha apenas 36 episódios, pudesse ser distribuída pelo esquema de syndication na TV aberta americana, com custos menores. Através de Carl Macek, Macross foi unida às séries Southern Cross e Mospeada, chegando assim a 85 episódios, tendo seus roteiros reescritos para se encaixarem como partes de uma única saga de ficção científica. A série fez grande sucesso nos Estados Unidos, ganhando novelizações e adaptações em quadrinhos, e até continuações em animação com roteiro totalmente americano, que deveriam dar sequência às aventuras. A versão Robotech foi exportada para diversos países, entre os quais o Brasil, fazendo relativo sucesso, mesmo quando foi possível assistir à versão original de Macross ou de suas outras séries componentes.
Voltron, por sua vez, foi formada com a junção das séries nipônicas Golion e Dairugger, pela empresa World Events Productions, que posteriormente, também utilizou a série Arbegas, totalizando 124 episódios, que também fizeram sucesso nos Estados Unidos, sendo também exportada para outros países, e obtendo também bastante sucesso. Muitos anos depois, os americanos chegaram a produzir até uma continuação, com animação em computação gráfica, com novas aventuras dos leões guerreiros. E, assim como Robotech, também ganhou adaptações em quadrinhos, com novas histórias. A fama de Robotech e Voltron se manteve firme mesmo depois que os americanos tiveram acesso, através de lançamentos para o mercado de vídeo, das versões originais das séries japonesas, podendo conhecer as histórias originais que haviam sido modificadas para criar as versões americanas.
Esta minissérie em quadrinhos promete causar expectativa entre os fãs das respectivas séries, pela proposta original do cross-over, e a equipe de criação tem créditos para satisfazer as expectativas. Os desenhos de Elmer Damaso são tão fiéis quanto possíveis às artes das animações originais, com a vantagem de poder dar uma atualizada nos traços dos personagens sem perder suas características, bem como no ambiente ao redor. E Tommy Yune já teve como mostrar sua capacidade nas minisséries de quadrinhos lançadas sobre Robotech nos últimos anos, bem como no roteiro do longa animado Shadow Chronicles, que deveria relançar as aventuras da robotecnologia em animação. A primeira edição traz muitos mistérios, tentando apresentar o dilema que será enfrentado, além dos personagens que tomam parte na trama, que certamente serão conhecidos logo de cara pelos fãs das respectivas séries, que ficarão na expectativa de ver como todos irão interagir na aventura que se inicia. Talvez o maior problema seja para com aqueles leitores que não conheçam ambas as séries, que podem ficar um pouco perdidos nos acontecimentos apresentados neste número de estréia, apesar de serem mostrados pontos-chave para descrição tanto de uma quanto de outra produção.
No Brasil Robotech chegou a ser apresentado parcialmente na década de 1990, e apenas em 2004 foi exibido por completo na TV paga. Já Voltron nunca foi exibido integralmente por aqui, tendo apenas os primeiros episódios, ainda referentes à série Golion, exibidos na TV brasileira ainda por volta do fim dos anos 1980/início dos anos 1990. Há alguns anos, a Panini lançou duas minisséries de quadrinhos de Robotech, mas produzidas pela Wildstorm/DC Comics. No mercado de vídeo, ambas as séries também só tiveram seus primeiros episódios lançados em VHS por volta da mesma época. De cara, são poucas as chances desta minissérie aportar por aqui, pois tanto Voltron quanto Robotech há tempos já deixaram de chamar atenção por estas paragens, tanto que as séries há muitos anos não são sequer reprisadas, infelizmente.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

"O HOMEM DE 6 MILHÕES DE DÓLARES" GANHA "NOVA" TEMPORADA EM QUADRINHOS



               A editora americana Dynamite Entertainment vem caprichando no lançamento de seus títulos licenciados. A mais nova tendência da editora é lançar novas "temporadas" de seriados de sucesso que já foram encerrados há anos, como por exemplo a cult série "Arquivo X", que durou 9 temporadas, mas que recentemente está tendo sua 10ª temporada produzida exclusivamente em quadrinhos em série mensal publicada pela editora, continuando os eventos de onde parou o seriado de TV. E agora, mais uma série clássica ganha uma "nova" temporada pelas mãos da Dynamite: o Homem de Seis Milhões de Dólares!
                A nova série mensal chega no final deste mês às comic shops americanas, e a edição de estréia tem uma capa variante que traz uma foto do seriado dos anos 1970, que ganhou fama mundial, estrelada pelo ator Lee Majors. A série terá roteiros de James Kuhoric, e a arte fica por conta de Juan Antonio Ramirez. As capas regulares terão a arte de ninguém menos do que Alex Ross. O preço da revista é de US$ 3,99.
                Na série dos anos 1970, o astronauta Steve Austin (Lee Majors) sofre um acidente fatal de avião, ficando gravemente ferido. O governo americano, entretanto, consegue salvar-lhe a vida, substituindo seus membros destroçados - um olho, as duas pernas, e um braço, por implantes cibernéticos. O custo total da operação foi de 6 milhões de dólares, de onde adveio o nome do seriado. Agora dotado de próteses biônicas que lhe conferem habilidades especiais, Austin torna-se um agente especial do Departamento de Inteligência Científica, órgão do governo americano encarregado de inúmeras investigações, comandado por Oscar Goldman (Richard Anderson). O seriado durou de 1974 a 1978, tendo um total de 100 episódios divididos em 5 temporadas, e tendo gerado até uma série spin-off, a Mulher Biônica, estrelada por Lindsay Wagner, que interpretava Jammie Sommers, uma antiga paixão de Steve que, ao sofrer um acidente de pára-quedas, tem sua vida salva por implantes cibernéticos idênticos aos de Austin.
                A nova série mensal da Dynamite retoma de onde o seriado parou, com as devidas atualizações de contexto. Para James Kuhoric, roteirista da série em quadrinhos, escrever as novas aventuras do Homem de 6 Milhões de Dólares é a ambição de sua vida. "Eu não tenho muitas boas lembranças da minha infância, mas o seriado dos anos 1970 realmente mexeu com minha imaginação e me cativou em um nível muito especial. Os efeitos especiais bobos, assim como os efeitos sonoros, eram fantásticos para a mente de uma criança. E, como muitas crianças daquela época, eu queria ser Steve Austin.", declara Kuhoric. "Steve Austin foi um homem que enfrentou a morte, e tornou-se algo muito maior e mais heróico. Ele sempre escolhia a coisa certa a fazer, mesmo que seus patrões não concordassem com isso, ou que fosse o caminho mais difícil a se tomar.", completa.
                Kuhoric também lembra que a série nunca teve um verdadeiro final, pois sua 5ª e última temporada terminava em um episódio cujo fim era comum a tantos outros. Para o roteirista, os filmes produzidos sobre a série anos depois, trazendo Majors novamente ao papel nem podem ser considerados um final para a série, pois eram muito ruins e não faziam justiça ao seriado, pelo que agora ele tem a chance de dar a Steve Austin um destino mais coerente com sua nobreza e heroísmo. Ao mesmo tempo, ele aproveita para trazer Austin às modernidades das técnicas de quadrinhos do século XXI, ao mesmo tempo em que tenta manter a atmosfera dos anos 1970, sem perder a chance de introduzir coisas mais modernas na série.
                E o mote desta "nova" temporada é mostrar quem é realmente Steve Austin. Para Kuhoric, a intenção é mostrar que não são os implantes biônicos que fazem de Steve um herói, mas o ser humano em si. E esta pessoa que é Austin será colocada à prova como nunca havia sido antes nas 5 temporadas do seriado. Apesar de ter enfrentado diversas ameaças ao longo dos anos, e se tornado um herói para muitos, Steve criou muitos inimigos, e alguns deles dentro até mesmo do Departamento de Inteligência Científica e do governo americano, para os quais o agente biônico nunca foi devidamente "aproveitado" como deveria, ou que teria se metido em assuntos que "não lhe diziam respeito". E estes novos inimigos se provarão muito mais desafiadores e mortais do que qualquer coisa que já tenha enfrentado antes, e tentarão fazer de tudo para destruí-lo, ou arrasá-lo moralmente. E Steve precisará, mais do que nunca, saber levantar-se de novo e encarar e sobrepujar os desafios que o cercam, tal como fez quando teve sua vida salva pela operação biônica e precisou aprender como viver com seus novos implantes. E a nova "temporada" também terá seus momentos de reapresentação dos personagens, apresentando-os aos leitores atuais, ao mesmo tempo em que reavivam a memória dos antigos fãs, que já conhecem esses mesmos personagens e há tempos não os reviam.
                Para Kuhoric, Juan Antonio Ramirez soube fazer um excelente trabalho, capturando o visual da série dos anos 1970 e transpondo-a com grande habilidade para as páginas dos quadrinhos. Segundo ele, foi um desafio transpor certas características da série, como os movimentos em câmera lenta quando Austin se movimentava mais rápido do que as pessoas comuns. E Alex Ross dispensa apresentações, sendo um dos artistas mais badalados do mercado americano de quadrinhos, emprestando sua bela arte pintada às capas da série, que sempre são uma atração à parte.
                Nos anos 1970, com a grande popularidade da série, a Charlton Comics publicou uma série regular em quadrinhos das aventuras do seriado, e parte deste material foi publicado no Brasil, pela Bloch Editores, que na época lançou um título solo com as aventuras de O Homem de 6 Milhões de Dólares, que infelizmente durou apenas 8 edições, lançadas entre 1976 e 1978. Depois disso, muito tempo se passou até que as aventuras de Steve Austin ganhassem nova chance nos quadrinhos, o que vem a ocorrer agora. Infelizmente, não há previsão deste material sair por aqui em curto prazo, mas existe esperança de que a Mythos Editora, que adquiriu recentemente um bom lote de material da Dynamite possa vir a lançar esta série por aqui, se os materiais anteriormente adquiridos, como a série do Sombra, recentemente lançada no mercado nacional, vender bem. Já no que tange à série em DVD, esta já saiu completa no mercado americano há tempos, enquanto no Brasil ainda não houve nenhum lançamento oficial até o momento, para desapontamento dos fãs nacionais da série.

TIO PATINHAS GANHA ESPECIAIS DE 50 ANOS NO BRASIL



Mais uma marca histórica dos quadrinhos está sendo atingida neste mês de dezembro no Brasil. Tio Patinhas, o pato mais rico do mundo nos quadrinhos de Walt Disney, está comemorando nada menos do que 50 anos do lançamento de sua primeira edição regular, e para comemorar a data, a Editora Abril está lançando duas edições pra lá de especiais com o pato mais muquirana dos quadrinhos de todos os tempos. TIO PATINHAS - 50 ANOS DA REVISTA é uma coleção em dois volumes, em formatinho, com 308 páginas cada volume, ao preço de R$ 16,00, com distribuição setorizada. O primeiro volume chegou às bancas da Região Sudeste no fim de novembro, e o segundo volume chega no fim deste mês. Como a edição tem distribuição setorizada, só no início do ano que vem chegará às demais regiões do Brasil.
Criado por Carl Barks em 1947, para ser um personagem coadjuvante nas histórias do Pato Donald, Patinhas McPato (chamado de Patinhas McPatinhas nas edições da Abril), cujo nome original em inglês é Scrooge McDuck, logo adquiriu vida e carisma próprios, ganhando suas próprias histórias, e em muitos casos, deixando até mesmo o Pato Donald na sombra em suas histórias. De pão-duro, mal-humorado, e avarento incorrigível, o quaquilionário que adorava tomar banho de moedas em sua famosa Caixa-Forte situada na Colina Matamotor na cidade de Patópolis, virou um intrépido aventureiro, sempre pronto a desvendar os mistérios do mundo em busca de algum tesouro perdido, além de ter sempre que defender suas posses da mais terrível quadrilha de meliantes de Patópolis, os famigerados Irmãos Metralhas, que nunca desistem de tentar roubar seu rico dinheirinho. Isso para não falar nos constantes ataques perpetrados pela bruxa Maga Patalógica, que deseja roubar sua preciosa moedinha N° 1 para forjar um poderoso amuleto, ou das rusgas de negócios e competições financeiras contra seus arquirrivais Patacôncio e McMônei.
No Brasil, tanto o Tio Patinhas como seu sobrinho Donald estrearam ao mesmo tempo, em 1950, quando a Editora Abril lançou a revista Pato Donald N° 1. Na edição de estréia, Donald e seus sobrinhos já embarcavam em uma aventura fantasmagórica com seu tio rico no antigo castelo da família McPato, na Escócia, na cultuada história "O Fantasma do Castelo", criada por Carl Barks. O título do Pato Donald é publicado até hoje, estando na edição N° 2.426. Apenas em dezembro de 1963 o Tio Patinhas ganharia seu próprio título, que começou com o título ALMANAQUE DO TIO PATINHAS, com apenas 32 páginas, e periodicidade trimestral, trazendo não apenas histórias do famoso pato mais rico do mundo, mas de diversos outros personagens da Disney. Em 1970, a partir da edição 64, o título se tornaria mensal, já sem a palavra "Almanaque", e hoje encontra-se na edição N° 582, mantendo-se firme nas bancas, e perdendo em longevidade na Abril apenas para as revistas do Pato Donald (edição 2.426), Zé Carioca (edição 2.391), e Mickey (edição 856). E vale lembrar que nestas décadas a linha Disney sofreu a baixa do conhecido Almanaque Disney, título que foi publicado pela Abril de 1970 a 2005, com um total de 372 edições, e era um dos mais populares da linha Disney, o que mostra que nem mesmo os mais famosos títulos dos personagens Disney eram eternos. Mas, mesmo com todos os sobressaltos do mercado, o título do pato mais muquirana do mundo sobreviveu firme, e isso não é mérito para qualquer personagem de quadrinhos, o que torna a homenagem mais do que justificada.
E como de costume, a Abril fez um bom trabalho nestes volumes comemorativos: a capa é envernizada, e com detalhes em alto relevo. Mas o melhor de tudo é que as edições só trazem histórias completamente inéditas do pato mais rico do mundo. No volume um, são nada menos do que 10 histórias de diversão garantida, abrangendo todos os gêneros de histórias: confrontos com os Irmãos Metralhas, disputas com Patacôncio e McMônei, mais um confronto com a Maga Patalógica, e as tradicionais aventuras pelo mundo em busca de tesouros, sempre acompanhados do Donald e seus sobrinhos. Mas a Abril ainda incluiu na revista algumas boas matérias para situar os leitores da importância do momento a ser comemorado, com 3 textos informativos: o primeiro, 50 Anos em Revista, escrito por Celbi Wagner Pegoraro, traça uma linha do tempo desde o lançamento da primeira edição-solo do Tio Patinhas desde dezembro de 1963 até os dias atuais. Na matéria seguinte, Inimigos e Rivais, Marcelo Alencar reúne a grande maioria dos inimigos que o pato mais rico do mundo já enfrentou desde que foi criado, afinal, acham que ser quaquilionário é fácil? Muito pelo contrário... E, no meio da edição, mais uma matéria de Marcelo Alencar, que explica em detalhes as famosas aventuras que o Tio Patinhas vive ao redor do mundo, junto com seus sobrinhos, enfrentando os mais variados perigos e desafios. Na primeira edição comemorativa, a editora optou por concentrar-se no lado aventureiro do Tio Patinhas, bem como em seus confrontos com seus inimigos. No segundo volume, o enfoque das histórias será mais para o lado "empresarial" do muquirana, bem como suas relações familiares.

É uma comemoração mais do que bem-vinda, e a Abril tem seu mérito em produzir boas edições da Disney nos últimos tempos, valorizando seu leque de publicações com os personagens, que continuam firmes nas bancas, e divertindo leitores há várias gerações. Agora, é aguardar o segundo volume comemorativo, e torcer para que as histórias sejam tão boas quanto as do primeiro volume.