Apesar da crise econômica estar
finalmente atingindo o mercado editorial de quadrinhos brasileiro, algumas
edições quevem sendo lançadas ainda tentam desafiar a crise, e levar novas
histórias aos leitores, mesmo com todas as dificuldades. E algumas datas também
não podem ser ignoradas, ainda mais quando algum personagem tem uma grande
legião de fãs. E, por isso mesmo, a Mythos Editora está lançando uma edição especial
com o objetivo de comemorar os 40 anos de publicação em nosso país de um dos
mais populares personagens da Bonelli Comics: Zagor, o Espírito da Machadinha!
ZAGOR ESPECIAL 40 ANOS, como o
nome diz, é uma edição especial, no formato 15,5 x 21 cm, com lombada quadrada,
trazendo 228 páginas em capa cartão e miolo em papel de boa qualidade,
inteiramente a cores, no preço de R$ 44,90, trazendo uma das histórias
favoritas do próprio criador de Zagor, Sergio Bonelli, Odisseia Americana,
republicada na íntegra nesta edição, que conta também com textos introdutórios
contando parte da trajetória do personagem em nosso país, bem como detalhes
sobre a história trazida nesta edição.
Zagor estreou na Itália em 1961,
e não demoraria a fazer sucesso no mercado italiano de quadrinhos. No Brasil,
entretanto, o personagem só seria lançado 17 anos depois, em agosto de 1978,
pela Editora Vecchi, que já lançava aqui com grande sucesso a série Tex, a mais
popular da Bonelli Comics tanto naqueles tempos quanto agora. E, da mesma
maneira como o ranger do oeste americano, Zagor e seu inseparável companheiro
Chico não demoraram a cair nas graças dos leitores brasileiros, sendo publicado
até hoje em nosso país, e sendo o personagem da Bonelli mais famoso entre os
fãs nacionais de quadrinhos, perdendo unicamente para Tex, também líder no
Brasil até hoje entre as séries da editora italiana. Mas a trajetória do
Espírito da Machadinha não foi totalmente contínua nestes 40 anos de sua
estréia no Brasil.
O herói teve 55 números publicados na Vecchi entre
1978 e 1983. Depois de mais de um ano de ausência das bancas nacionais, Zagor
retornaria pela RGE, que também havia assumido a publicação de Tex, após o
fechamento da Vecchi. Na nova editora, o personagem teve mais 24 edições,
publicadas de 1985 a 1986. Em 1987, a RGE passou a se chamar Editora Globo, e
todas as revistas tiveram seguimento sob o novo nome, incluindo Zagor, que teve
mais 14 números lançados até 1988, quando foi cancelado pela Globo. O herói
então teria sua chance na Editora Record, a partir de 1989, até 1995, com 64
números publicados, antes de ser novamente cancelado. O personagem ficaria
quatro anos longe das bancas, no maior período de ausência do herói no mercado
editorial brasileiro até hoje. Mas em 1999, Zagor retornaria às bancas, agora
pela Mythos, onde está até hoje, quase 20 anos depois, e cerca de 180 edições
de sua série mensal publicados, o que atesta a força do personagem junto ao
público leitor. E, durante todos estes 40 anos, o herói e senhor de Darkwood ganhou
também inúmeras edições especiais em todas as editoras por onde circulou, com
mais aventuras a serem publicadas e/ou republicadas, para atender aos anseios
de leitura dos fãs e amantes dos quadrinhos, além das histórias da sua série
regular mensal.
A história republicada nesta
edição foi lançada originalmente nas edições 88 e 89 de Zagor na Itália, em
1972. No Brasil, a aventura, roteirizada por Sergio Bonelli sob o pseudônimo
Guido Nolitta, e com desenhos de Gallieno Ferri, foi publicada nas edições 5 e
6 do título nacional do herói, em 1978, pela Editora Vecchi. E, de acordo com a
Mythos, a história era uma das mais solicitadas pelos leitores em mensagens
enviadas à editora, pedindo por uma republicação da aventura em cores. E o
desejo foi atendido com o lançamento desta edição especial, que compila toda a
história em um único número, uma homenagem bem à altura da comemoração das
quatro décadas do Rei de Darkwood em terras tupiniquins. Alguns poderão até
mencionar que a edição de comemoração poderia ter saído melhor, mas enfrentamos
tempos difíceis e complicados, e ter uma edição comemorativa simples é melhor
do que nada. Mesmo assim, muitos ainda irão reclamar do preço da edição, que
certamente afastará parte dos leitores. Nesse ponto, infelizmente, não se pode
esperar milagres por parte da Mythos, que tem sofrido, assim como as demais
editoras, as dificuldades que estão finalmente se fazendo sentir no mercado
nacional de quadrinhos. E manter um título nas bancas hoje tem sido uma tarefa
cada vez mais complicada, e não há sinais de que vá melhorar tão cedo. Então, o
jeito é comemorar os 40 anos de Zagor do jeito que dá, curtindo esta história
do Espírito da Machadinha.
Homerus Bannington é um ricaço extravagante que quer
percorrer o curso inexplorado do rio Tallapoosa, a partir da cidade de Meadow,
no norte do Estado do Alabama, e chegar até o lago Cherokee. A intenção de
Bannington é realizar uma nova Odisseia, que depois será narrada em versos, a
fim de manter a tradição de sua familia, e ser, como seus antecessores, um
renomado poeta com uma obra importante lançada. Mas o prefeito de Meadow,
sabendo dos perigos iminentes que a tripulação de Bannington enfrentará,
convoca Zagor para ser um dos tripulantes, a fim de manter o excêntrico artista
a salvo da própria imprudência. Com Chico embarcando junto na jornada, Zagor
está pronto para conferir se o sonho de Homerus é tão perigoso como muitos
afirmam. E, para seu azar, realmente a viagem no barco Athena se mostra cheia
de perigos dos mais diversos, entre plantas carnívoras, enormes macacos
inteligentes, misteriosas colunas de pedra que parecem ter vontade própria, um
nevoeiro espectral que se ergue das águas com efeitos nefastos, num trajeto com
consequências trágicas aos participantes. Conseguirão todos eles chegarem a seu
destino sãos e salvos? Zagor, assim como os demais tripulantes, precisarão usar
tudo o que sabem e tem à disposição para superar os desafios que surgirão pelo
caminho.
Que Zagor continue seguindo
firme no mercado editorial nacional, apesar das dificuldades, e possa comemorar
outros 40 anos de publicação em nosso país, vivendo sempre suas aventuras.
Aahyakkk!
Zagor e Mister No deveriam ser mais valorizados aqui no Brasil. São personagens com algumas histórias espetaculares. Ambos fizeram parte da minha infância.
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