domingo, 16 de setembro de 2018

TURMA DA MÔNICA JOVEM COMEMORA 10 ANOS COM CROSSOVER


                Em 2008, Mauricio de Sousa, depois de anos de projetos e preparações, lançou um de seus projetos mais ousados: a Turma da Mônica Jovem, uma nova versão da turminha líder de vendas no mercado nacional de quadrinhos há décadas, agora adolescentes, e não mais crianças, como sempre eram mostrados nas histórias até então. E com outro diferencial: aproveitando o boom das séries de mangás em publicação no Brasil na época, a nova publicação trazia as histórias em preto e branco, como nas edições dos títulos dos quadrinhos japonês, e o próprio formato da publicação também era similar aos formatos adotados nas séries de mangás. Muitos gostaram da novidade, enquanto outros ficaram na dúvida se a nova publicação não iria comprometer os quadrinhos “tradicionais” da Mônica & Cia. que já eram publicados.
                Mas o novo título se tornou um sucesso de vendas, a ponto de ter sido lançado, em 2013, a revista Chico Bento Moço, no mesmo estilo, trazendo o caipira favorito da Mauricio de Sousa Produções também emversão adolescente, e os dois títulos já chegaram a trazer encontros das duas turmas em aventuras conjuntas. E os quadrinhos “convencionais”? Continuam mais fortes do que nunca, e campeões de vendas no mercado editorial nacional, mesmo nestes tempos bicudos de crise econômica. E Turma da Monica Jovem acaba de completar 10 anos de publicação, mostrando o sucesso do projeto, cuja edição Nº 1 chegou às bancas brasileiras em agosto de 2008. E faz a comemoração em grande estilo, com mais um crossover entre a turma do Bairro do Limoeiro e os personagens clássicos do “Deus” do mangá, Osamu Tezuka, na edição 21 da segunda série da coleção, que acaba de chegar às bancas nacionais, ao preço de R$ 9,50.
                Na história, o Professor Ochanomizu, da cidade de Metro City, é convidado por Franja para demonstrar, no Museu do Bairro do Limoeiro, sua nova invenção para reciclagem de produtos industriais e seu uso para proteção e preservação do meio ambiente. E, junto com o professor, vem o Astro Boy, e a tiracolo, sua irmã robô Uran. Mas, o que deveria ser um encontro alegre e descontraído vai para o brejo quando o Capitão Feio lança seu mais novo ataque, pretendendo inclusive usar a nova invenção do professor justamente para disseminar ainda mais sujeira e poluição no mundo. E caberá à Mônica e sua turma, com a ajuda do Astro Boy e de Uran e o Professor Ochanomizu, frustrar os planos perversos do rei da sujeira.
                É o terceiro crossover realizado na publicação com os personagens criados por Osamu Tezuka, de quem Mauricio de Sousa era um grande amigo. Antes de Tezuka falecer, inclusive, ambos já discutiam a possibilidade de fazer com que seus personagens se encontrassem nos quadrinhos, mais isso só veio a acontecer mais de duas décadas após seu falecimento, em 2012, nas edições 43 e 44 da primeira série do título Turma da Mônica Jovem. A primeira série da publicação teve 100 edições, e a partir do que seria a edição 101, o título teve sua numeração reiniciada a partir do Nº 1, começando a segunda série da publicação, numa jogada para atrair novos leitores que quisessem iniciar a coleção da revista a partir dali. Nestas 2 edições mencionadas, Mônica e a turma viajam até a Amazônia, onde descobrem novos e perigosos mistérios ao lado de outros convidados para o encontro, como o próprio Astroboy, o Professor Ochanomizu, o Doutor Tenma, Príncipe Safiri, e Kimba.
                No início da segunda série do título, na edição Nº 4, publicada em março do ano passado, ocorreu o segundo encontro, quando o Príncipe Safiri convida Mônica e a turma a conhecerem seu país, o Reino da Terra de Prata, e de quebra, acabam se metendoem confusão quando precisam ajudar Safiri a se desvencilhar de mais uma das inúmeras tramas do perverso Duque Duralumínio para tentar tirar o príncipe do reino do caminho de seus planos gananciosos. Todas as histórias destas edições crossover tiveram roteiros de Petra Leão, grande admiradora dos quadrinhos japoneses e dos personagens de Osamu Tezuka, e que tem em seu currículo profissional histórias do universo de Holy Avenger, Capitão Ninja, entre outros, e desde 2009, escreve histórias para o título da Turma da Mônica Jovem.
                Desde o início de suas novas aventuras agora como adolescentes, Mônica e sua turma já viveram aventuras dos mais variados gêneros, de histórias claramente inspiradas em séries japonesas, a filmes, jogos eletrônicos, RPG, com histórias versando também sobre os relacionamentos dos personagens, principalmente entre Mônica e Cebola, que chegaram a namorar, romperam, se desentenderam, e voltaram novamente a namorar, abordando temas que não seriam possíveis de serem desenvolvidos nos quadrinhos tradicionais da turminha, onde todos ainda são crianças. O sucesso dos personagens em sua versão adolescente também já fez com que eles ganhassem algumas edições especiais, e até um projeto de criação de um desenho animado dessa versão adolescente já foi iniciado, mas que até o presente momento, ainda não tem uma data para ser concretizado, embora os fãs aguardem com grande ansiedade poderem ver a velha turminha crescida em animação, a exemplo do que já aconteceu com a versão original dos personagens, que já ganharam várias animações há muitos anos atrás.
                E, no que depender de Mauricio de Sousa e sua equipe de profissionais da Mauricio de Sousa Produções, as publicações da Turma da Mônica Jovem ainda terão muito chão pela frente, a exemplo de sua versão original, que está nas bancas nacionais desde 1970 de forma ininterrupta, tendo passado pelas editoras Abril e Globo, até sua atual editora, a Panini Comics, e onde devem permanecer ainda por muuito tempo, para alegria dos fãs e leitores nacionais de quadrinhos, no mais bem-sucedido e longevo projeto de quadrinhos nacionais que nosso mercado editorial já presenciou. E comemorar “apenas” 10 anos pode até parecer pouco para a turminha adolescente, uma vez que a turminha “infantil” está perto de completar 50 anos nas bancas brasileiras, em 2020. Mas que eles tem tudo para seguir adiante com o mesmo sucesso e vigor das publicações da versão original dos personagens, isso eles tem. Vida longa à Turma da Mônica Jovem! E que venham as comemorações dos 20 anos de publicação e demais aniversários comemorativos...

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