Quase
quarenta anos atrás, em maio de 1977, o jovem cineasta George Lucas causaria um
impacto de proporções descomunais no mundo do entretenimento, ao lançar um
filme chamado "Guerra Nas Estrelas" (Star Wars), uma aventura de
ficção científica mostrando o tradicional combate entre o bem, representado
pela Aliança Rebelde, e o mal, encarnado no perverso e tirânico Império
Galáctico, que ameaçava todo o Universo. Com um elenco de personagens
carismáticos e vários conceitos e uma mitologia interessantes, o filme não
apenas foi um estrondoso sucesso, como gerou continuações, e todo um império de
entretenimento baseado na saga espacial concebida por George Lucas, indo parar
nos quadrinhos, videogames, televisão, literatura, etc. E se mantém firme e forte
até hoje, com o sétimo filme da saga a caminho de estrear nos cinemas mundiais
no final do ano.
Para
lançar o filme, entretanto, George Lucas precisou percorrer um longo caminho.
Ele já queria filmar um filme de aventura de ficção científica quando tentou
adaptar Flash Gordon, o clássico herói espacial de Alex Raymond, ainda no
início dos anos 1970, mas teve sua idéia recusada, por acharem que ele seria
inexperiente demais para conduzir um filme de um personagem tão icônico. Lucas,
então, partiu para criar a sua própria história de aventura espacial, começando
a criar os conceitos e personagens que fariam dele, anos depois um famoso
diretor de cinema. Mas, da concepção original da grande saga espacial, até o
lançamento do filme propriamente dito, muita coisa foi modificada. Para
começar, Lucas desenvolveu sua história inicialmente para ocupar 3 trilogias,
mas devido às limitações da época, precisou simplificar seus planos e começou a
desenvolver o projeto do filme a partir do início da segunda trilogia, por
conter mais ação e ser mais facilmente de vender aos estúdios. Vencido este
obstáculo, ele pôde enfim produzir o filme, e o resto é história...uma história
que ainda está longe de acabar.
Mas,
e como teria ficado Guerra nas Estrelas se o jovem cineasta tivesse tido
condições - e recursos tecnológicos, para produzir os filmes de acordo com as
idéias originais que desenvolvera para a história? Como teriam sido os
personagens, os combates espaciais, a história propriamente? Que mudanças os
conceitos sofreram até chegarem à versão que acabou sendo apresentada a todo o
mundo nos cinemas? Essa pergunta começa a ser respondida agora aos leitores
brasileiros com o lançamento de STAR WARS: A GUERRA NAS ESTRELAS, uma
minissérie em duas edições que está sendo lançada pela Panini no mercado
nacional, é que baseada na primeira versão do roteiro original de George Lucas
para a saga espacial. Cada edição, em formato americano e capa cartão, tem 116
páginas, ao preço de R$ 16,90. As edições compilam a minissérie "The Star
Wars", publicada em 8 edições em 2013 pela editora Dark Horse, que tinha
os direitos de publicação de quadrinhos da famosa franquia. O roteiro é de J.
W. Rinzler, com desenhos de Mike Mayhew.
Cada
volume compila 4 edições da minissérie, com direito a bônus interessantes,
mostrando os esboços e parte do processo de criação da minissérie, de acordo
com as idéias originais concebidas nos anos 1970 por George Lucas. A primeira
edição traz os esboços de vários personagens com nomes bem conhecidos para os
fãs, mas muito diferentes daqueles que foram mostrados no cinema, além de
mudanças no panorama geral da história. Um exemplo é que, no plano original, a
sede do Império Galáctico não era o planeta Coruscant, mas o mundo de Alderaan,
cuja capital, a cidade de Alderaan, encontra-se nas nuvens do planeta, a
exemplo do que foi mostrado no segundo filme, quando conhecemos A Cidade Das
Nuvens do planeta Bespin. Na versão que foi para os cinemas, Alderaan foi o
mundo adotivo da Princesa Leia Organa, e acabou sendo destruído pela primeira
Estrela da Morte.
Outra
mudança interessante é que, embora os Lordes Sith continuem sendo os grandes
vilões da história, nesta versão Darth Vader não é um membro dos Sith, e nem
mesmo um guerreiro Jedi. É um general das forças imperiais, e mesmo sendo
apenas um homem sem ter o poder da Força, nem por isso é um adversário menos
temível. E ainda temos os dois dróides mais famosos da história do cinema
também dando o ar da graça, mas com ligeiras diferenças não apenas em seu
comportamento quanto em suas atitudes. E também temos Luke Skywalker, em uma
versão muito diferente, e ao mesmo tempo familiar em relação a outro personagem
desta saga espacial como foi vista nos cinemas. Visuais muito parecidos, mas ao
memo tempo bastante diferentes. Mas a trama, em sua essência, continua igual: o
poderoso Império Galáctico estende seus domínios mundo após mundo, a ordem dos
cavaleiros Jedi, que ajudavam a manter a paz e a ordem na Velha República,
foram extintos, ou assim se pensava... E caberá a um pequeno grupo de heróis
desafiar o imenso poderio do Império, além de confrontar os temíveis Lordes
Sith, para restaurar a paz e harmonia em toda a galáxia, enfrentando desafios
aparentemente intransponíveis, e confiando no poder da misteriosa Força, a qual
os Jedi prezam tanto.
George
Lucas desenvolveu os conceitos em 1974, cerca de três anos antes de finalmente
conseguir produzir o filme. Para desenvolver a minissérie, J. W. Rinzler
precisou fazer várias pesquisas nos arquivos da Lucasfilm, a fim de encontrar
as idéias originais e a partir de então, criar a história como Lucas a teria
desenvolvido inicialmente. E o esforço se concretizou na minissérie produzida
pela Dark Horse, e que agora está sendo lançada no Brasil. Então, é hora de
conhecer uma história passada há muito, muito tempo atrás, em um galáxia muito
distante, e acompanhar uma velha aventura conhecida em uma abordagem
completamente diferente do que todos conheceram até hoje...e que a Força esteja
com os leitores e fãs da saga neste lançamento bem oportuno da Panini Comics
nas bancas nacionais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário