quarta-feira, 13 de maio de 2015

PANINI LANÇA A "GUERRA NAS ESTRELAS" ORIGINAL



                Quase quarenta anos atrás, em maio de 1977, o jovem cineasta George Lucas causaria um impacto de proporções descomunais no mundo do entretenimento, ao lançar um filme chamado "Guerra Nas Estrelas" (Star Wars), uma aventura de ficção científica mostrando o tradicional combate entre o bem, representado pela Aliança Rebelde, e o mal, encarnado no perverso e tirânico Império Galáctico, que ameaçava todo o Universo. Com um elenco de personagens carismáticos e vários conceitos e uma mitologia interessantes, o filme não apenas foi um estrondoso sucesso, como gerou continuações, e todo um império de entretenimento baseado na saga espacial concebida por George Lucas, indo parar nos quadrinhos, videogames, televisão, literatura, etc. E se mantém firme e forte até hoje, com o sétimo filme da saga a caminho de estrear nos cinemas mundiais no final do ano.
                Para lançar o filme, entretanto, George Lucas precisou percorrer um longo caminho. Ele já queria filmar um filme de aventura de ficção científica quando tentou adaptar Flash Gordon, o clássico herói espacial de Alex Raymond, ainda no início dos anos 1970, mas teve sua idéia recusada, por acharem que ele seria inexperiente demais para conduzir um filme de um personagem tão icônico. Lucas, então, partiu para criar a sua própria história de aventura espacial, começando a criar os conceitos e personagens que fariam dele, anos depois um famoso diretor de cinema. Mas, da concepção original da grande saga espacial, até o lançamento do filme propriamente dito, muita coisa foi modificada. Para começar, Lucas desenvolveu sua história inicialmente para ocupar 3 trilogias, mas devido às limitações da época, precisou simplificar seus planos e começou a desenvolver o projeto do filme a partir do início da segunda trilogia, por conter mais ação e ser mais facilmente de vender aos estúdios. Vencido este obstáculo, ele pôde enfim produzir o filme, e o resto é história...uma história que ainda está longe de acabar.
                Mas, e como teria ficado Guerra nas Estrelas se o jovem cineasta tivesse tido condições - e recursos tecnológicos, para produzir os filmes de acordo com as idéias originais que desenvolvera para a história? Como teriam sido os personagens, os combates espaciais, a história propriamente? Que mudanças os conceitos sofreram até chegarem à versão que acabou sendo apresentada a todo o mundo nos cinemas? Essa pergunta começa a ser respondida agora aos leitores brasileiros com o lançamento de STAR WARS: A GUERRA NAS ESTRELAS, uma minissérie em duas edições que está sendo lançada pela Panini no mercado nacional, é que baseada na primeira versão do roteiro original de George Lucas para a saga espacial. Cada edição, em formato americano e capa cartão, tem 116 páginas, ao preço de R$ 16,90. As edições compilam a minissérie "The Star Wars", publicada em 8 edições em 2013 pela editora Dark Horse, que tinha os direitos de publicação de quadrinhos da famosa franquia. O roteiro é de J. W. Rinzler, com desenhos de Mike Mayhew.
                Cada volume compila 4 edições da minissérie, com direito a bônus interessantes, mostrando os esboços e parte do processo de criação da minissérie, de acordo com as idéias originais concebidas nos anos 1970 por George Lucas. A primeira edição traz os esboços de vários personagens com nomes bem conhecidos para os fãs, mas muito diferentes daqueles que foram mostrados no cinema, além de mudanças no panorama geral da história. Um exemplo é que, no plano original, a sede do Império Galáctico não era o planeta Coruscant, mas o mundo de Alderaan, cuja capital, a cidade de Alderaan, encontra-se nas nuvens do planeta, a exemplo do que foi mostrado no segundo filme, quando conhecemos A Cidade Das Nuvens do planeta Bespin. Na versão que foi para os cinemas, Alderaan foi o mundo adotivo da Princesa Leia Organa, e acabou sendo destruído pela primeira Estrela da Morte.
                Outra mudança interessante é que, embora os Lordes Sith continuem sendo os grandes vilões da história, nesta versão Darth Vader não é um membro dos Sith, e nem mesmo um guerreiro Jedi. É um general das forças imperiais, e mesmo sendo apenas um homem sem ter o poder da Força, nem por isso é um adversário menos temível. E ainda temos os dois dróides mais famosos da história do cinema também dando o ar da graça, mas com ligeiras diferenças não apenas em seu comportamento quanto em suas atitudes. E também temos Luke Skywalker, em uma versão muito diferente, e ao mesmo tempo familiar em relação a outro personagem desta saga espacial como foi vista nos cinemas. Visuais muito parecidos, mas ao memo tempo bastante diferentes. Mas a trama, em sua essência, continua igual: o poderoso Império Galáctico estende seus domínios mundo após mundo, a ordem dos cavaleiros Jedi, que ajudavam a manter a paz e a ordem na Velha República, foram extintos, ou assim se pensava... E caberá a um pequeno grupo de heróis desafiar o imenso poderio do Império, além de confrontar os temíveis Lordes Sith, para restaurar a paz e harmonia em toda a galáxia, enfrentando desafios aparentemente intransponíveis, e confiando no poder da misteriosa Força, a qual os Jedi prezam tanto.
                George Lucas desenvolveu os conceitos em 1974, cerca de três anos antes de finalmente conseguir produzir o filme. Para desenvolver a minissérie, J. W. Rinzler precisou fazer várias pesquisas nos arquivos da Lucasfilm, a fim de encontrar as idéias originais e a partir de então, criar a história como Lucas a teria desenvolvido inicialmente. E o esforço se concretizou na minissérie produzida pela Dark Horse, e que agora está sendo lançada no Brasil. Então, é hora de conhecer uma história passada há muito, muito tempo atrás, em um galáxia muito distante, e acompanhar uma velha aventura conhecida em uma abordagem completamente diferente do que todos conheceram até hoje...e que a Força esteja com os leitores e fãs da saga neste lançamento bem oportuno da Panini Comics nas bancas nacionais.

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