O guerreiro viking mais popular dos quadrinhos acaba
de ganhar uma edição especial só dele. O LIVRO DE OURO DO HAGAR, O HORRÍVEL, é
a mais nova edição especial lançada pela Pixel Media, a divisão de quadrinhos
da Editora Ediouro, e que chegou às bancas na segunda quinzena deste mês de
março. Com 132 páginas coloridas, capa cartonada e miolo em papel de excelente
qualidade, no formato 17 x 24
cm, ao preço de R$ 19,90, a edição traz diversas tiras
do personagem criado em 1972 pelo artista Richard Arthur Allan Browne, cujo
nome artístico, Dik Browne, já era conhecido por desenhar as tiras da série Hi
& Louis (Zezé & Cia.), de Mort Walker, o criador do Recruta Zero, desde
meados dos anos 1950, que fazia praticamente tanto sucesso quanto as tiras do
relapso recruta do Quartel Swanpy. Mesmo com o sucesso de Recruta Zero e Zezé
& Cia. Mort Walker ainda criou outra série, Boner's Ark (A Arca dos
Bichos), e a criação inspirou Dik Browne, que sentia que tinha capacidade para
criar novas histórias e personagens.
Browne
já desejava expandir suas atividades, e criou Hagar, o Horrível, em 1972, o
qual foi apresentado à King Features Syndicate, que aprovou o personagem e
iniciou a distribuição das primeiras tiras em 1973, ganhando o mundo inteiro a
partir dali. Hagar é a figura do típico guerreiro viking: sua principal ocupação
é viajar para outros lugares a fim de pilhar e saquear outras terras. Por vezes
bem sucedido, outras vezes fracassando, nem em casa ele deixa de viver situações
complicadas: casado com Helga, ele quase sempre tenta fugir na surdina quando
ela o manda cuidar de algumas tarefas domésticas, como arrumar o telhado ou
jogar o lixo fora. O casal ainda tem dois filhos: Honi, uma bela adolescente
loira que deseja casar-se e seguir o exemplo de sua mãe arrumando um belo
marido - algo que a mãe não considera exatamente ter sido bem sucedida, visto
que por vezes ela e Hagar travam discussões férreas; e Hamlet, que prefere ter
uma vida intelectual e não guerreira, para aparente desgosto do pai, que
gostaria de fazer dele o filho viking que todo pai viking gostaria de ter. Seu
principal companheiro de aventuras é seu amigo e subordinado Eddie Sortudo, que
muitas vezes mostra que o seu apelido não corresponde à realidade. Dik Browne
sempre combinou seu talento para o humor tanto nas tiras mostrando Hagar em
suas aventuras quanto na vivência do lar, sabendo sempre como aproveitar o
melhor de cada ocasião para divertir seus leitores, mostrando tanto o lado
guerreiro e implacável quanto o lado bonachão e homem de família de bom coração
do personagem. O artista faleceu em 1989, aos 71 anos, vítima de câncer, mas já
havia passado o trabalho de criação para seu filho Chris, que cuida dos
roteiros e desenhos até hoje, mantendo Hagar vivo e divertindo leitores pelo
mundo inteiro.
No
Brasil, o personagem estreou ainda nos anos 1970, tendo suas tiras publicadas
ora em coletâneas, ora em gibis próprios, além de figurar em inúmeros jornais,
sendo publicado por diversos veículos nacionais até hoje. Nos gibis, nos últimos
tempos ele vem aparecendo no mix da revista Recruta Zero, publicada pela Pixel,
e agora ganhando esta edição especial que, se tudo correr bem, será a primeira
de várias edições dedicada ao personagem, pelo projeto desenvolvido pela
editora.
Nos
últimos anos, a Pixel tem lançado várias edições especiais neste tipo de
formato, na tentativa de resgatar personagens clássicos para as novas gerações de
leitores. Até agora foram lançadas edições especiais com histórias clássicas de
Luluzinha & Bolinha, edições com histórias clássicas do Fantasma, edições
com histórias clássicas do Mandrake, edições com tiras variadas do Recruta Zero,
além de uma edição especial com histórias da nova série do Popeye, lançadas
recentemente nos Estados Unidos pela editora IDW. Menos arriscada que lançar um
título mensal, a empreitada parece estar tendo resultados satisfatórios, pelo número
de edições que vem sendo lançadas. A edição de Hagar ainda traz uma bela matéria
de apresentação do personagem, de autoria de Otacilio D'Assunção, o famoso OTA,
que já foi editor da versão nacional da revista MAD, que faz uma boa introdução
ao personagem e ao seu universo de histórias e aventuras, excelente para situar
os leitores que não conhecem o personagem, e revigorando o conhecimento de seus
antigos fãs e leitores.
É
um belo esforço da editora em trazer de volta estes personagens clássicos, que
há tempos divertem leitores do mundo inteiro, e ainda mostram fôlego para
continuar fazendo isso por muito tempo, para não mencionar que oferecem mais
uma bela opção de leitura para os fãs de quadrinhos nacionais, sejam antigos ou
novos. Resta esperar que as vendas destas edições continuem sendo satisfatórias
para motivar a editora a continuar lançando sempre novas edições, e mostrando
que não é só de super-heróis e mangás que vive o mundo dos quadrinhos.
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