Gwen Stacy foi a namorada de Peter Parker, o
Homem-Aranha, no fim dos anos 1960 e início dos anos 1970, mas como sempre
acontece com a vida amorosa do aracnídeo mais famoso dos quadrinhos, sua
relação teve alguns trancos e barrancos, e a moça acabou perdendo a vida em um
confronto do herói contra seu mais mortífero inimigo, o Duende Verde. Mas a
personagem nunca morreu na memória dos leitores, e a Marvel chegou a se
aproveitar disso em mais de uma oportunidade, como na saga dos clones, onde
outro inimigo do Aranha, o Chacal - que na verdade era um de seus professores
na Universidade Smpire State, e tinha idolatria pela jovem, acaba criando uma
clone da garota, assim como de Peter Parker. Nos anos 1990, essa história foi
retomada, numa das fases mais controversas do personagem, que agradou a muitos,
e desagradou a tantos outros.
E
eis que no ano passado, com a saga "Spider-Verse" (Aranhaverso, em
português), a personagem foi trazida "de volta" às histórias
da Marvel. O mote desta megassaga é uma raça de pessoas conhecidas como "colecionadores",
seres extremamente poderosos que passam a caçar pessoas com poderes aracnídeos
para sugar suas forças vitais, a fim de manterem seu status de poder. E estes
seres passam a transitar pelas diversas realidades paralelas da existência, em
busca de suas "presas". Foi a deixa para a editora americana reunir
praticamente todas as versões já vistas do Homem-Aranha até hoje, inclusive a
lançada naquele seriado japonês produzido pela Toei nos anos 1970, passando
pelo novo Homem-Aranha Ultimate (Miles Morales), o Aranha 2099 (Miguel O'Hara),
o Aranha Noir, a Garota-Aranha (May Parker, da série MC-2 dos anos 1990), etc,
além de outros personagens ligados ao universo de aventuras do Homem-Aranha. E
também...Gwen Stacy, que agora é a Espetacular Mulher-Aranha.
Vinda de uma dimensão onde ela, e não Peter Parker,
acabou ganhando poderes aracnídeos graças à picada de uma aranha radioativa,
ela se tornou uma heroína injustiçada em sua realidade, sendo perseguida por
seu próprio pai, o Capitão Stacy, que considera a heroína uma vigilante fora da
lei, que acaba sendo acusada pela morte de...Peter Parker. Na sua linha
temporal, Peter e Gwen também se apaixonaram, e tentando conquistar sua garota,
acabou se metendo na pior encrenca de sua vida, ao tomar parte de uma pesquisa
perigosa, onde se acabou por se tornar o monstro conhecido como Lagarto, que
infelizmente acabou perdendo a vida num confronto com a heroína aracnídea, que
sofreu um tremendo baque psicológico com a perda de seu amado, chegando a
questionar se a decisão de se tornar uma super-heroína foi a melhor escolha a
ser feita, uma vez que "grandes poderes trazem grandes responsabilidades".
A personagem e sua nova versão heróica caiu no gosto dos leitores durante as
aventuras da saga Spider-verse, tornando-se extremamente popular, a ponto de
ganhar este ano sua própria série mensal, SPIDER-GWEN, lançada em março último,
com as aventuras da mais nova escaladora de paredes de Nova Iorque, já que ela
agora ficando em nossa dimensão.
E,
aproveitando a popularidade da garota, a Marvel resolveu fazer um divertido
jogo de imaginação com os leitores, ao anunciar que para o mês de junho, a personagem
aparecerá em nada menos do que 20 edições com capas variantes, ou seja, a jovem
irá estrelar as capas alternativas de vários títulos da editora. Intitulado de
GWEN VARIANTS, estas edições farão um divertido jogo de "O que aconteceria
se Gwen Stacy se transformasse em outros heróis" do Universo Marvel.
Assim, os leitores poderão ver Gwen Stacy nas mais variadas e improváveis
situações. O que aconteceria se Gwen encontrasse o martelo de Thor? Seria ela
Gwen, a Deusa do Trovão? E se a jovem se tornasse a mestra das artes místicas,
detentora do Olho de Agamotto, que tudo vê, como a Doutora Estranho? Ou, o que
aconteceria se Gwen se tornasse o Hulk? "As possibilidades são
infinitas", afirma David Gabriel, da divisão de marketing da Marvel. "A
idéia de mostrar Gwen como variáveis de nossos heróis surgiu em conjunto, e
nossos artistas estão se divertindo muito para colocar todas estas idéias no
papel", complementa. A intenção é colocar os artistas TOP da indústria dos
quadrinhos para mostrar um lado de Gwen Stacy que nunca ninguém imaginou ver
antes.
A
editora, obviamente, não anunciou todas as variantes nas quais irá mostrar Gwen
como outra heroína ou herói, mas o que já foi divulgado já serviu para atiçar a
curiosidade dos leitores, que certamente irão buscar todas estas capas
especiais que irão estampar diversos títulos regulares da editora, cuja
listagem já foi divulgada pela Marvel. Serão os seguintes títulos, em suas
edições programadas para o mês de junho, com os nomes dos respectivos artistas
que farão as capas variantes:
- 1602 Witch Hunter Angela #1, por John Tyler
Christopher
- Armor Wars #1, por David Lafuente
- Black Widow #19, por Dan Hipp
- Captain America & the Mighty Avengers #9,
por Jake Wyatt
- Deadpool’s Secret Secret Wars #2, por Chris
Bachalo
- Future Imperfect #1, por Nick Bradshaw
- Groot #1, por Giuseppe Camuncoli
- Guardians of Knowhere #1, por Rob Guillory
- Howard the Duck #4, por Jason Latour
- Inhumans: Attilan Rising #2, por James Stokoe
- Magneto #19, por Declan Shalvey
- Old Man Logan
#3, por Chris Samnee
- S.H.I.E.L.D. #7, por Robbi
Rodriguez
- Secret Wars #3, por Nick Bradshaw
- Secret Wars #4, por Chris Samnee
- Secret Wars 2099 #2, por Jason Latour
- Squadron Sinister #1, por Greg Smallwood
- Thors #1, por Kris Anka
- Ultimate End #2, por Chip Zdarsky
- X-Men ’92 #1, por Ryan Stegman
Até
agora, os fãs tem tido reações divididas em relação à intenção da Marvel.
Alguns acharam a idéia interessante, enquanto outros acharam uma atitude rasa e
até imbecil por parte da editora, numa tentativa clara de faturar em cima da
popularidade inesperada da personagem. Pode até ser, inclusive com alguns
achando que a Marvel pode até criar uma nova versão "alternativa" da
personagem, baseando-se apenas no quanto cada capa irá vender. Não seria algo
novo na editora, afinal, foi de uma edição da série "O Que Aconteceria
Se...?" dos anos 1990, que surgiu a idéia de criar a série MC-2, tendo
como estrela maior a filha de Peter e Mary Jane Parker, May, que herdara os
poderes de seu pai e se tornava a Garota-Aranha (Spider-Girl no original),
durando um bom tempo na linha de revistas da Marvel. Mas não deixa de ser um
exercício de imaginação bem interessante, que pode ser levado tanto para o lado
sério quanto do humor, como quando a Marvel publicava tiras bem-humoradas no
fim das edições da série "O Que Aconteceria Se...?", com situações
por vezes hilárias envolvendo os personagens da editora, como por exemplo
"O que aconteceria se o Homem de Ferro fosse um comilão e não um
bêbado", mostrando um Tony Stark que descarregava suas frustrações na
comida, ao invés da bebida, tornando-se praticamente o "Gordo de
Ferro". Havia várias piadas impagáveis nestas tiras publicadas pela
editora no título. Infelizmente, a Editora Abril na época publicou muito poucas
delas por aqui, com a maior parte deste material inédita até hoje para a grande
maioria dos leitores nacionais.
Com
relação à aparição da nova heroína nas revistas nacionais, a saga Spider-Verse
será publicada em breve no Brasil pela Panini Comics, mas nesta era da informação
globalizada, a nova identidade de Gwen Stacy como Mulher-Aranha já é conhecida
de muitos fãs, sendo que no evento da Comic Con Experiente, realizado em
dezembro do ano passado em São Paulo, capital, já era possível encontrar quem
fizesse cosplay da nova Spider-Gwen, mostrando que não é apenas entre os
leitores americanos que a nova heroína aracnídea vem ganhando muitos fãs.
Portanto, vida longa à nova Gwen Stacy, a Espetacular Mulher-Aranha!
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