sábado, 9 de novembro de 2019

600ª EDIÇÃO REGULAR DE TEX TRAZ DE BRINDE PRIMEIRA APARIÇÃO DO PERSONAGEM NO BRASIL


Depois que a revista Mônica comemorou o lançamento de sua edição 600 este mês, outro título de quadrinhos publicado regularmente no Brasil também atingiu a impressionante marca de 600 números publicados por aqui. Trata-se de Tex, a mais famosa e longeva série de faroeste do mundo. A revista do intrépido Ranger iniciou sua publicação regular em nosso país em 1971, e de lá para cá, nunca mais parou, reafirmando em terras tupiniquins o mesmo sucesso alcançado em outros países do mundo onde foi publicado.
A Mythos Editora é a atual casa do personagem no Brasil, e a nova edição centenária, por motivos óbvios da comemoração das 600 edições lançadas, vem integralmente colorida, brindando os leitores com a história “O Ouro dos Pawness”, em suas tradicionais 116 páginas, ao preço de R$ 15,90, em formato 13,5 x 17,5 cm, com lombada quadrada. A história é escrita por Mauro Boselli, com desenhos de Fabio Civitelli. Na sinopse da aventura, muitos anos atrás, nas Grandes Pastagens atravessadas por ferozes hordas de Sioux, quatro garotos vagabundos a caminho de casa corriam para uma princesa Pawnee em estava perigo… A partir daquele momento, o destino de Tex e dos peles-vermelhas se uniu inexplicavelmente na pessoa de Tesah e no segredo do tesouro sagrado da Tribo Pawnee. Muitos anos depois, o Ranger, também conhecido como Águia da Noite entre o povo indígena, recebe uma mensagem de pedido de ajuda de um velho amigo e vai para o resgate juntamente com Kit Carson, seu filho Kit e, claro, Jack Tigre!
O título mensal do personagem, criado em 1948 na Itália por Giovanni Luigi Bonelli e Aurelio Gallepini, estreou nas bancas nacionais em fevereiro de 1971, publicado pela Editora Vecchi, tornando-se desde logo um grande sucesso entre os leitores, que passaram a acompanhar as aventuras de Tex Willer, seu filho Kit, e seus inseparáveis amigos Kit Carson e Jack Tigre, na época do velho oeste americano. O título foi publicado até a edição 164, em agosto de 1983, quando foi cancelado, devido à falência da Vecchi. A ausência das bancas, contudo, durou apenas um mês: em outubro daquele ano, a RGE – Rio Gráfica e Editora, assumiu a publicação do título, dando sequência à numeração iniciada pela Vecchi, com a edição Nº 165, de modo que os “pards” (os fãs de Tex) puderam continuar acompanhando as aventuras do herói e seus companheiros.
Com o logo da RGE, a revista durou mais 42 edições, até dezembro de 1986, mas desta vez, nada a temer pela continuidade da publicação da revista. A RGE apenas mudaria de nome, para Editora Globo, e Tex seguiria firme nas publicações da editora sob o novo logo, iniciado em janeiro de 1987, e durando até dezembro de 1998, quando o título chegou ao seu fim na editora da Família Marinho, alcançando a edição 350. Na época, a Globo resolveu desistir de boa parte dos seus títulos de quadrinhos publicados, de modo que o cancelamento de Tex não se deveu por motivos de baixas vendas. A Globo simplesmente mudou seu planejamento editorial, ficando apenas com as revistas da Turma da Mônica. Nesta fase, então, o título regular de Tex contou com 144 edições.
Mas novamente os malfeitores do velho oeste não puderam comemorar: em janeiro de 1999, Tex Willer & Cia. iniciariam sua passagem nas bancas brasileiras agora pela Mythos Editora, onde permanecem até hoje, para felicidade dos pards e amantes dos quadrinhos. E uma marca que reforça o sucesso editorial do ranger no Brasil é que há tempos ele tem mais de um título publicado regularmente nas bancas. Ainda nos tempos da saudosa Vecchi, a editora começou a republicar as edições antigas do herói, proporcionando a leitores mais novos conseguirem as antigas aventuras de Tex. Essa prática foi mantida na RGE, e depois na Globo, e até os tempos atuais, na Mythos, primeiro com o título “Tex – 2ª Edição”, e atualmente, “Tex Coleção”. Isso sem mencionar as várias edições especiais que Tex teve ao longo dos anos, ganhando até uma série de edições de luxo na Mythos, e mais recentemente, uma coleção de Graphics publicada pela Salvat Editora, nos mesmos moldes das coleções de Graphic Novels publicadas com os heróis da Marvel Comics. Definitivamente, Tex fincou raízes bem duradouras em nosso país, sendo até hoje um caso raro de sucesso no mercado nacional de quadrinhos, mesmo nos tempos difíceis da economia que nosso país vivenciou.
                E a edição 600 do herói traz um brinde para lá de especial: Uma reprodução fac-simile da revista Júnior Nº 28, publicada em fevereiro de 1951, que foi a primeira aparição de Tex no mercado brasileiro de quadrinhos, praticamente duas décadas antes do ranger ganhar o seu título atual que conhecemos. A revista Junior era uma publicação semanal da Rio Gráfica e Editora, e trazia aventuras de vários personagens. Era uma publicação simples, no formato 16 cm de largura por 7 cm de altura, com 36 páginas, que publicava tiras de quadrinhos. E na citada edição 28, a revista trazia em sua capa a estréia de um novo personagem, com o título “As Aventuras de Texas Kid”, e a primeira história do cowboy italiano a ser vista pelos leitores nacionais de quadrinhos, cujo título era “O Totem Misterioso”. Trata-se de uma reimpressão muito bem-vinda, não apenas por marcar a estréia do ranger em terras brasilis, mas também por resgatar um pequeno pedaço de um publicação que, apesar de simples, até para os padrões da época, fez a alegria de muitos leitores, que puderam apreciar diversas aventuras em suas páginas.
                E Tex, mostrando sua força, praticamente tomaria conta da Junior, marcando presença ininterrupta em suas páginas dali em diante, interrompida apenas na edição 263, de julho de 1957, quando teve sua última tira publicada no título. A partir da edição 264, a revista passou a ter outra direção editorial, trazendo ainda histórias de faroeste, mas de outros personagens. Texas Kid, como ficou conhecido na época, só voltaria muitos anos depois, já na publicação de seu título mensal de estréia, pela Vecchi, e agora com seu nome original, Tex. Uma saga que nunca mais ficaria longe das bancas brasileiras, como confirma a edição comemorativa de seus 600 números lançados desde então.
                Em mundo atual onde o mercado editorial está atulhado de títulos de super-heróis de um lado, e do outro, os quadrinhos japoneses, os chamados mangás, a trajetória de sucesso Tex Willer no mercado nacional é digna de elogios, mantendo uma vendagem que, se não é a mesma dos velhos tempos, ainda faz inveja a muitas outras revistas atualmente em publicação. O personagem, um ranger do Texas, vive suas aventuras na penúltima década do Século XIX. Conhecido como Águia da Noite, ele também é chefe da tribo dos Navajos, intermediando os assuntos oficiais entre os peles-vermelhas e as autoridades locais. Como oficial da lei, já viveu as mais variadas aventuras, até em locais distantes do Texas, muitas vezes cumprindo variadas missões confiadas a ele pelas autoridades do governo dos Estados Unidos, devido às suas aptidões e bravura, sempre junto de seus companheiros Carson, Kit, e Tigre.
                Cativando leitores desde que foi criado, há 71 anos na Itália, e nos últimos 48 anos no Brasil com seu título regular em bancas, Tex chega com muitos méritos a este número incrível de longevidade. E tudo indica que seu fôlego para novas aventuras tão cedo não irá se esgotar. Portanto, vida longa a Tex, o Águia da Noite, e mais destemido ranger dos quadrinhos! Que venham outras 600 edições, com muitas aventuras para desfrute não apenas dos pards, mas dos amantes dos quadrinhos...


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