segunda-feira, 12 de novembro de 2018

GALACTICA GANHA MINISSÉRIE COM ARTE DE DANIEL HDR


                Neste ano de 2018, uma das mais conhecidas séries de ficção científica está comemorando 40 anos de criação, e como parte da comemoração por estas quatro décadas de existência, ela está ganhando uma nova minissérie em quadrinhos, trazendo seus personagens clássicos em uma nova aventura, e que um dos destaques é que as histórias serão desenhadas pelo brasileiro Daniel HDR, artista com um vasto currículo de trabalhos em várias editoras americanas, e nas mais variadas séries. A produção em questão é Battlestar Galactica, que aqui ficou conhecida como Galactica – Astronave de Combate.
                Estreando como uma série de TV produzida pela Universal Studios, em 1978, a história da série mostrava a busca, entre as estrelas, dos sobreviventes da civilização humana, que após ser destruída em uma armadilha perpetrada por seus arquiinimigos, os Cylônios, tenta encontrar o mundo que teria sido colonizado muito longe entre as estrelas por uma de suas tribos, conhecido como Terra, para tentarem se proteger diante da ameaça de extermínio. Criada por Glen A. Larson, a série pegava carona no sucesso de Guerra nas Estrelas, apresentando também várias batalhas espaciais entre os humanos e seus inimigos cibernéticos do Império Cylônio. George Lucas até processou a Universal, acusando a série de ser um plágio de sua criação, Guerra Nas Estrelas, mas perdeu o processo. O seriado de TV, contudo, tinha um custo muito alto de produção, e formou uma base de fãs que não era a desejada pelo estúdio, tendo sido cancelada após sua primeira temporada. Em 1980, a Universal tentou relançar a série, com a descoberta enfim da Terra, e as consequências da chegada chegada do pessoal da Galactica a nosso mundo, mas foi um fiasco, sendo então cancelada definitivamente.
                Mas Galactica marcou seu nome no universo da ficção científica, e na década passada, ganhou um remake que recebeu boas críticas, em uma releitura da história original com muitos outros detalhes sendo explorados, obtendo um bom sucesso, em quatro temporadas, além de algumas produções spin-offs. Mas Galactica também já havia conquistado seu lugar nos quadrinhos, na época de sua série de TV original, tendo uma série mensal publicada pela Marvel Comics, mostrando outras aventuras da última nave de combate colonial pelas estrelas. Muitos anos depois, Galactica ganhou novas produções em quadrinhos por algumas outras editoras, até aportar na Dynamite Entertainment, que nos últimos anos se tornou a editora licenciada para produzir novas aventuras em quadrinhos da série, explorando tanto a versão clássica quanto o remake lançado em 2004. E, entre estas aventuras, chegaram a produzir até um cross-over mostrando o encontro dos personagens da versão clássica com os do remake dos anos 2000.
                E agora, aproveitando o aniversário de 40 anos de Galactica, a Dynamite acaba de lançar uma nova minissérie com a versão clássica dos heróis, com roteiros de John Jackson Miller, e como já mencionado, com arte do brasileiro Daniel HDR. BATTLESTAR GALACTICA (CLASSIC) ganhou uma edição “0” em outubro, precedendo os eventos da edição Nº 1, que acaba de chegar às comic shops dos Estados Unidos, ao preço de US$ 3,99, com periodicidade mensal. Na história, a Galactica, sob a liderança do Comandante Adama, continua sua jornada pelo espaço desconhecido, fugindo de seus inimigos mortais, os Cylônios, em sua busca pela colônia perdida da humanidade, o planeta Terra. E, nesta jornada, Adama e a tripulação da última nave de combate colonial já se depararam com muitas coisas, mas o que acontece quando os remanescentes das Doze Colônias da humanidade descobrem uma segunda frota fugitiva, que assim como os humanos, também está fugindo, mas de um inimigo mortal diferente. As duas armadas podem unir forças, tendo em vista suas posições comuns de foragidos de seus inimigos, o que poderia causar preocupações contra os temidos Cylons, que poderiam sofrer um revés com esta possível aliança, ou não? E o que o sucesso significaria para a empreendida busca pela Terra, desenvolvida até então?
                É uma oportunidade tentadora. Afinal, os sobreviventes da humanidade estiveram fugindo da ameaça Cylônia, apóso massacre que estes perpetraram nos mundos das Doze colônias, devido à sua posição de quase extinção - até agora! Juntamente com outra frota de fugitivos, o Comandante Adama vê a oportunidade de enfim revidar. Ele pode continuar perseguindo uma colônia perdida, o tão sonhado mundo chamado Terra, que pode muito bem ser apenas um mito, e condenar o que sobrou de seu povo a uma peregrinação eterna pelas estrelas, sem chance de um final feliz, quando a oportunidade de vitória contra seus arquinimigos é real? Um triunfo decisivo contra o Império Cylônio poderia devolver a esperança e o orgulho dos sobreviventes da humanidade, que não estariam mais ameaçados de serem caçados e exterminados por seus inimigos cibernéticos. Mas apesar da oportunidade que surge, os perigos também não podem ser subestimados, até porque o traiçoeiro conde Baltar está de volta, e isso é uma má notícia para Adama e seu grupo de guerreiros destemidos a bordo da Galactica.
A luta da Galactica não é mais solitária, sua frota agora se une aos mais novos aliados da humanidade, os Okaati. Mas mesmo quando o capitão Apollo se pergunta se é certo procurar segurança nos números, eis que o Comitat, os arquinimigos dos Okaati, e os Cylônios se encontraram - e não tardaram a conspirar! Depois de perder as Doze Colônias, sobrou alguma coisa para a humanidade perder, restritos a uma única Astronave de Combate, e a duas centenas de naves sucateadas transportando o que restou de toda uma raça? Bastante... Ainda há muito o que se pode perder, e quando uma nova armadilha é lançada, o Comandante Adama enfrenta seu pior pesadelo desde que assumiu a liderança da frota. O Capitão Apollo e seu melhor amigo Starbuck poderão descobrir os segredos de seus novos e misteriosos inimigos a tempo? Ou o sopro de esperança vivenciado se transformará no epitáfio final da Galactica, e dos humanos que eles protegem em sua jornada pelas estrelas?
O time criativo da nova minissérie tem um bom currículo de trabalhos anteriores. John Jackson Miller, além de escritor, é também jornalista e historiador, tendo começado como editor da revista Comics Retailer na primeira metade dos anos 1990. Colecionador de revistas em quadrinhos, ele começou a escrever suas primeiras histórias nos anos 2000, tendo começado na Marvel Comics, com trabalhos nas séries do Homem de Ferro e do Dínamo Escarlate. Posteriormente, ele escreveu também várias histórias da franquia Star Wars nos quadrinhos publicados pela Dark Horse Comics, além de ter escrito livros de contos de Jornada nas Estrelas para a editora Pocket Books nos últimos anos.
Daniel Horn de Rosa, mais conhecido pelo seu nome profissional, Daniel HDR, começou a trabalhar profissionalmente com quadrinhos em 1988, aos 14 anos, passando depois a trabalhar como ilustrador de editoras. A partir de 1995, começou a realizar trabalhos para editoras dos Estados Unidos, como Image Comics, Marvel Comics, Dark Horse Comics, DC, acumulando um vasto portfólio de trabalhos, e agora, na Dynamite Entertainment, ilustrando esta nova minissérie de Galactica, depois de já ter desenhado histórias das séries do KISS e do Sombra, publicadas pela editora, além de ter trabalhado em capas em outras séries da Dynamite.
                Infelizmente, todo o material de Galactica nos quadrinhos permanece inédito para os fãs brasileiros até hoje. A série original foi exibida na TV Globo na primeira metade dos anos 1980, e posteriormente, foi reprisada na TV Record e TV Manchete. Na década passada, o remake de Galactica chegou a ser exibido na TV por assinatura em nosso país, enquanto o canal pago TCM reprisou a série clássica. Ambas as séries de TV foram lançadas completas em DVD no mercado de vídeo nacional. Mesmo contando com vários fãs por aqui, nenhuma editora demonstrou interesse em lançar os quadrinhos de Galactica, situação que deve continuar se mantendo, uma vez que nem mesmo os mais recentes trabalhos realizados pela Dynamite chegaram a ser cogitados de se lançar por aqui.


Um comentário: