Fãs dos heróis de faroeste,
comemorem! Um dos personagens mais clássicos do gênero ganhará uma nova série
mensal nos Estados Unidos a partir de outubro, pela Dynamite Entertainment, o
Cavaleiro Solitário (Lone Ranger, no original em inglês)! O intrépido herói do
velho oeste entrará de novo em ação, sempre tendo seu fiel parceiro índio Tonto
a seu lado em novas aventuras, que serão escritas por Mark Russell, que roteirizou
a recente série dos Flintstones para a DC Comics. Os desenhos serão de Bob Q, e
a primeira edição, com preço de US$ 3,99, terá três opções de capas, com as
artes de John Cassaday, Mike Allred, e Francesco Francavilla. É hora do valente
justiceiro cruzar novamente as terras inóspitas e perigosas do oeste americano,
sempre montado em seu reluzente cavalo branco Silver. E os bandidos que se
cuidem, pois sua pontaria é infalível, utilizando sempre suas balas de prata.
Responsável pelas novas
aventuras, Mar Russell fala que “O western é como o jazz, uma das grandes
formas de arte americanas e eu queria usá-lo para contar a história dos Estados
Unidos, sobre como usamos o Ocidente para nos mitificar, sobre como o Ocidente
é ao mesmo tempo a metáfora e realidade de onde viemos e nossa luta para
controlar para onde esta nação está indo.” O ano é 1883. O advento do arame
farpado está criando caos no Texas, onde um senador estadual corrupto conspira
com fazendeiros sujos para tornar a terra inavegável para guardas-florestais e
tribos nativas, aprovando novas leis que permitem que os pecuaristas matem
qualquer um que for pego cortando o arame que delimita suas propriedades. Boas
pessoas estão se machucando neste panorama, e o Cavaleiro Solitário deve agir.
Mas para realmente acabar com essa vilania desenfreada, ele precisará ir até o
topo e confiar em um velho amigo para ajudar a vencer este conflito que pode
incendiar todo o Estado texano.
O roteirista também não deixa de
elogiar a nova parceria com o desenhista da série: “A arte de Bob Q nesta série
é fantástica e eu acho que ela irá lembrar as pessoas do que elas gostam sobre
o Cavaleiro Solitário e Tonto enquanto mostram a elas lados desses personagens
que eles nunca imaginaram ver”. Nick Barrucci, CEO e publisher da Dynamite
Entertainment, diz que “Mark é uma das vozes mais frescas dos quadrinhos e
temos a sorte de tê-lo em um dos personagens mais emblemáticos do mundo. Publicamos
o Cavaleiro Solitário na última década, e ele tem um lugar especial em nossos
corações, e eu não poderia estar mais animado para esta próxima série deste
grande herói do Oeste dos Estados Unidos.” A Dynamite detém a licença para
produzir quadrinhos do personagem desde meados da década passada, tendo
publicado sua primeira série com o herói mascarado em 2006, escrita por Brett
Matthews e ilustrada pelo brasileiro Sergio Cariello, com esta série tendo
ganho o prêmio Eisner Nomination de melhor nova série no ano seguinte. De lá
para cá, a Dynamite publicou várias minisséries com o Cavaleiro Solitário.
Além da edição impressa, que
chegará às comic shops dos Estados Unidos no mês de outubro, a nova série
também estará disponível em versão digital, que será disponibilizada nos sites
da Comixology, Kindle, iBooks, Google Play, Dynamite Digital, iVerse, Madefire
e Dark Horse Digital.
Russel, que se declara fã dos
velhos westerns, e em especial dos westerns spaghettis, fala que estas séries
tinham um tipo de mitologia de como se percebia e se entendia a América,
apresentando um moralismo justo e de boa aparência sobre um poder certo, e o
Cavaleiro Solitário é o perfeito reflexo de um tempo mais simples, onde a nação
era bem menos complicada, sendo um homem totalmente dedicado à justiça, que só
atira para se defender e, mesmo assim, nunca para matar, mas apenas para deter
a ameaça que enfrenta. E o artista explica sua posição sobre o arame farpado,
que teve um grande impacto na época, por cercar as até então livres áreas do
oeste americano, cercando terras onde o trânsito era livre, e de repente, passava
a não ser mais assim. “Minha história se passa no advento do arame farpado,
porque eu queria que ele refletisse o que eu penso que está acontecendo na
América atualmente, onde essas cercas estão sendo usadas para nos dividir.”,
declara, numa alusão aos tempos recentes, onde as diferentes opiniões estão
levando a ânimos acirrados, dividindo as pessoas, que até então eram mais
unidas.
“Eu gosto de super-heróis.
Super-heróis são ótimos. Eles falam sobre as fantasias de poder das crianças. E
não digo isso com desdém. Os super-heróis fornecem a variável que falta aos
jovens leitores: ‘Como eu mudaria o mundo se eu tivesse o poder?’ E essa é uma
questão muito importante para se fazer. O Cavaleiro Solitário é a fantasia de
poder de uma nação inteira. Isso nos permite perguntar: O que a América deveria
defender se usasse o chapéu branco e alegasse estar do lado da justiça? Dado o
tumulto de nossos tempos atuais e a crise em nossa identidade nacional, eu acho
que é um momento crítico para fazermos essa pergunta”.
Surgido em um programa de rádio
em 1933, o Cavaleiro Solitário foi criado por George Washington Trendle e Fran
Striker. Único sobrevivente de um grupo de rangers do Texas que acabou
emboscado e morto, ele passou a usar uma máscara e a combater os bandidos
usando uma máscara, e o nome de Cavaleiro Solitário, tendo a seu lado o índio
Tonto, que ajudou a salvar sua vida. O personagem ganhou bom destaque com a
série feita para TV estrelada por Clayton Moore, produzida de 1949 a 1957, com
166 episódios produzidos, e que imortalizaram o ator na imagem do destemido
justiceiro do velho oeste. Tonto, seu parceiro de aventuras, foi
interpretadopor Jay Silverheels. Na virada dos anos 1970 para os anos 1980, o
personagem ganharia uma série de animação produzida pela Filmation. No Brasil,
a editora Ebal publicou de 1954 a 1985 as aventuras do herói e seu parceiro
Tonto, mas com o nome de “Zorro”, nome que também havia sido dado ao seriado
estrelado por Moore quando de sua exibição no país, apesar de não ter nada a ver
com o verdadeiro Zorro, o herói de capa e espada, além de usarem ambos máscaras
para protegerem suas identidades.
Em 2013, a Disney produziu um
filme com o herói, interpretado por Armie Hammer, e Johnny Depp como Tonto. O
personagem está há muito tempo longe do mercado de quadrinhos brasileiro, desde
o fim de seus títulos na saudosa Ebal, e não há perspectiva de um retorno tão
já, uma vez que os materiais recentes produzidos pela Dynamite na última década
nunca chegaram a ser lançados aqui, o que deve se repetir com esta nova série
que está para sair pela editora norte-americana. Sorte dos leitores dos EUA,
que terão a oportunidade de ver o valente herói e seu parceiro Tonto singrarem
novamente as vastidões do oeste americano, defendendo a justiça. Aiôôô, Silver!
Avante!!
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