O
mundo dos quadrinhos perdeu no último dia 22 de outubro o desenhista Steve
Dillon, artista inglês, aos 54 anos de idade. Nascido em Luton, Bedfordshire,
na Inglaterra, em 1962, Steve Dillon é mais conhecido por ser o co-criador,
junto com o roteirista Garth Ennis, da aclamada série Preacher, do selo Vertigo
da DC Comics, publicada entre os anos 1995 e 2000, e que recentemente ganhou
uma série de TV que teve vários elogios pela sua fidelidade às histórias dos
quadrinhos. Mas a carreira do desenhista começou bem mais cedo do que muitos
imaginam.
Dillon
fez sua estréia profissional aos 16 anos, quando desenhou sua primeira história
para a revista Hulk Weekly, um título de antologia publicado pela divisão
inglesa da Marvel Comics. O artista também desenhou várias tiras do personagem
Nick Fury, e também criaria o personagem Abslom Daak na revista Doctor Who
Magazine. Posteriormente, Dillon ilustrou aventuras para a revista de antologia
Warrior, além de ter trabalhado em diversas séries da cultuada revista 2000AD,
desenhando aventuras de personagens variados, entre eles o Juiz Dredd, as
séries Rogue Trooper e Bad Company. O desenhista também lançaria a revista
Deadline em parceria com Brett Ewins, em 1988, e o título, que seria de canal
de lançamento de artistas variados, durou 7 anos, sendo cancelada apenas em
1995. Ainda em 1989, Steve Dillon começou seu primeiro trabalho para o mercado
norte-americano de quadrinhos, ao desenhar a minissérie Skreemer, produzida em
parceria com Peter Milligan e Brett Ewins, para a editora DC Comics.
De
1990 a 1992, Dillon assumiria os desenhos da série Homem-Animal, da DC, em
cerca de 15 números. Em seguida, ele estreou na série do personagem John
Constantine, Hellblazer, do selo Vertigo, da editora, onde fez a arte de
aproximadamente 25 edições, de 1992 a 1994. Foi nesta série que se iniciou a
parceria do desenhista com o roteirista Garth Ennis. Juntos, os dois criariam a
saga do pastor Jesse Custer, e sua batalha para tirar satisfações de Deus por
ter abandonado a humanidade à sua própria sorte na série Preacher, que duraria
66 edições, além de alguns especiais. Na década passada, após o encerramento
das aventuras de Jesse Custer, Steve Dillon desenharia várias aventuras para a
Marvel Comics, tendo passado pelo personagem Justiceiro, para o selo Marvel Max
e Marvel Knights, de 2000 a 2003, novamente em parceria com Garth Ennis, além
de outras aventuras de Frank Castle em diversos outros momentos, em edições
especiais e minisséries. O desenhista também ilustraria aventuras dos Supremos,
do Mercenário, a série Wolverine: Origins, de 2006 a 2008, Supreme Power, e
Ultimate X-Men. Um de seus últimos trabalhos para a Casa das Idéias foi uma minissérie
dos Thunderbolts, em 2013.
Na série de TV de Preacher, Steve Dillon foi
creditado como produtor executivo de 10 dos episódios produzidos. No início
deste mês, o artista participou da New York Comic Con, onde fez sua última
aparição pública presente os fãs de quadrinhos. “É triste para mim confirmar a
morte de Steve, meu irmão mais velho e meu herói", publicou no Twitter seu
irmão Glyn Dillon no dia de sua morte, um sábado. "Ele faleceu na cidade
que ele amava, Nova Iorque. Ele fará muita falta", completou. O anúncio da
morte foi confirmada pelo artista Warren Ellis, com quem Dillon havia
trabalhado na série Hellblazer, que afirmou que Dillon era um gigante, e que
sua morte será uma grande perda. Não foi informada a causa da morte pela
família do artista, mas correm rumores de que o desenhista já andava doente nos
últimos tempos, embora não se saiba exatamente qual era a enfermidade que o
acometia.
Apesar
de possuir um traço limpo, e conseguir retratar com extrema fidelidade as cenas
de violência das séries de Preacher e do Justiceiro, entre outros trabalhos de
que participou, muitos leitores não gostavam de sua arte, talvez pelo traço por
vezes duro, e sem muita variação nas fisionomias dos personagens, o que deixava
todo mundo com rostos e expressões parecidas. As cenas de ação também não
pareciam muito dinâmicas em seu traço. Mas Dillon também tinha muitos fãs de
sua arte. A bem ou mal, sua falta será sentida por muitos leitores, e diversos
profissionais que tiveram a chance de trabalhar ao seu lado nas diversas séries
que ilustrou. Dillon morreu cedo, infelizmente. Descanse em paz, Steve.
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