Saudações,
pessoal. Trago aqui hoje um novo tipo de material para o blog. É a estréia da
COLUNA HQ no HQPRESS, que aqui terá uma temática diferente da COLUNA HQ
original, publicada em jornal. Enquanto a versão impressa traz matérias curtas,
para facilitar a publicação nos periódicos, que hoje em dia andam regulando
cada vez mais espaço para notícias sobre quadrinhos e similares, esta versão
on-line será mais como um editorial, onde irei colocar minha opinião pessoal
sobre algum assunto que considere relevante no universo dos quadrinhos,
seriados, filmes, etc, tudo o que diga respeito à cultura pop/nerd. Já trago
alguns pequenos comentários e opiniões nas matérias aqui publicadas, mas
nestas, o enfoque ainda é feito de maneira mais objetiva, enquanto na COLUNA HQ
o enfoque será subjetivo, trazendo meus pontos de vista e minhas explicações
sobre eles.
Obviamente
que não irei agradar a todos. Talvez eu tenha opiniões que colidam com as de
muita gente, ao mesmo tempo em que outros concordarão com o que penso. Não é
minha intenção ser o dono da verdade. Espero apenas trazer algumas boas
discussões sobre alguns temas que podem ser interessantes a todos que aqui
frequentam em busca de notícias e matérias sobre o universo pop/nerd. E começo
hoje abordando a enxurrada de coleções de quadrinhos de luxo que estão
invadindo as bancas nacionais. Curtam então o texto de minha nova versão da
COLUNA HQ...
PS: A versão impressa da COLUNA
HQ continua nos mesmos moldes. Apenas aqui ela terá seu caráter exclusivamente
opinativo. E vamos em frente...
COLEÇÕES DE LUXO A RODO...PARAÍSO
OU INFERNO?
A Salvat deu o pontapé
inicial com sua Coleção Oficial de Graphic Novels Marvel. E quer mais...
Para
quem curte colecionar quadrinhos, podemos dizer que o momento atual do mercado
nacional é único. Temos um número grande não apenas de títulos mensais como de
edições especiais, e de vários gêneros. Sem dúvida algo muito bom. E a
coqueluche do momento, é sem dúvida, as coleções de luxo, "graphic
novels", que algumas editoras estão lançando no mercado nacional no último
ano, com um acabamento primoroso, como o leitor sempre quis de seus quadrinhos
favoritos. Uma maravilha, não? Quem poderia esperar que chegaríamos a esse
ponto anos atrás? Todo mundo está contente. Ou quase. Para dizer a verdade, tem
é muita gente preocupada também. E não é à toa.
Falando
exclusivamente das coleções de luxo, tudo teve início no ano passado, quando a
editora Salvat, através de um acordo de parceria com a Panini Comics, lançou
sua coleção de Graphic Novels da Marvel. Primeiro em algumas cidades para teste
de aceitação, esta coleção passou a ser distribuída pra valer a partir de
agosto de 2013, sendo lançada nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, e
Paraíba. Os dois primeiros são os principais mercados consumidores de
quadrinhos do país. O fato da Paraíba estar inclusa, a rigor, não vem ao caso
querer saber porquê, e antes que me acusem de desprezar o estado do Nordeste,
devo dizer que fico feliz pelos leitores paraibanos estarem tendo esta chance
junto dos de São Paulo e do Rio, e espero que o quanto antes leitores dos
Estados restantes possam apreciar adequadamente as edições desta coleção.
Composta
de cerca de 60 edições, que são lançadas quinzenalmente nas bancas, as edições
da Salvat possuem um excelente acabamento, trazem histórias completas, ou
quando muito, divididas de modo a ocuparem dois volumes. O material escolhido
para as edições é de bom nível, mesmo que muitos reclamem da falta de materiais
mais antigos que poderiam estar inclusos, em detrimento de outros mais recentes
que foram publicados há poucos anos. Não dá para agradar a todos, é verdade,
mas no geral, a coleção vai bem. O principal ponto positivo é o preço, bem mais
acessível do que as edições de luxo lançadas pela própria Panini, cuja
qualidade não difere muito das edições da Salvat. Um ponto interessante é que
completa, as lombadas dos volumes formam uma bela arte que certamente ficará
muito bonita de ser visualizada nas estantes dos colecionadores. A
periodicidade vem sendo bem feita, de modo que a coleção já está em sua
31ªedição. Para tentar deixar o leitor ansioso com o que está por vir, a ordem
dos lançamentos é sortida: as 31 edições lançadas até o momento não são as
primeiras 31 edições. A ordem está misturada, mas isso não chega a incomodar.
Recentemente,
mostrando que a coleção está realmente vendendo bem, a Salvat passou a relançar
as primeiras edições comercializadas, ainda nos mesmos Estados onde já vem
lançando a coleção, um sinal inequívoco de que as tiragens estão mesmo se
esgotando, ou vendendo quase tudo. Caso contrário, eles passariam a lançar as
edições nos Estados onde estas ainda não foram distribuídas, e isso quer dizer
que, quando chegar a hora de lançar no resto do país, serão necessárias novas tiragens,
mais um ponto a ser valorizado pela iniciativa da Salvat, proporcionando um
belo número de edições de altíssima qualidade gráfica a um preço mais em conta
que, se não chega a ser 100% popular, ainda está bem acessível.
Agora,
outra boa notícia: a Eaglemoss, outra editora especializada em coleções,
começou a lançar em determinadas cidades uma coleção nos mesmos moldes da
produzida pela Salvat, mas focada inteiramente nos heróis da DC Comics. Nada
mais justo, não? Afinal, se estamos tendo uma coleção dos heróis da Marvel,
porque não termos uma da DC também, afinal, eles merecem. E tudo indica que a
partir de janeiro, se não houver mudanças de cronograma, esta coleção começará
a ser vendida nos principais mercados do país, oferecendo aos decenautas um
prazer por enquanto restrito aos marvetes. E porque não, para ambos os grupos?
Afinal, muito fã Marvel também gosta de ler DC, e vice-versa. Então, quando
mais graphic novels, melhor.
A Coleção de Graphics
DC vem nos mesmos moldes das edições da Salvat, para alegria dos decenautas.
Mas
aí também vem a PlanetadeAgostini, e resolve lançar uma coleção, ou melhor,
DUAS coleções de Guerra nas Estrelas (Star Wars é o caralho, eu uso o nome
traduzido em português...): uma delas sendo uma enciclopédia, trazendo
informações sobre planetas, personagens, armas, tecnologia, absolutamente tudo
presente no universo criado por George Lucas & cia., para saciar o mais
sedento fã da Força. E como desgraça pouca é bobagem para quem segue a saga dos
Jedis, a outra coleção é praticamente uma compilação de boa parte dos
quadrinhos publicados até hoje de Guerra nas Estrelas, começando pela
quadrinização do primeiro filme, lançada pela Marvel, lá em 1977, e vindo até
as mais recentes sagas lançadas pela Dark Horse nos últimos anos. E vão ser 70
volumes de quadrinhos, e mais 50 volumes da enciclopédia. Os fãs de quadrinhos
podem querer mais?
A PlanetadeAgostini vem
com duas coleções para arrebatar os fãs de Guerra nas Estrelas. Uma
enciclopédia (acima) explicando todos os pormenores da grande saga iniciada em
1977 por George Lucas, e uma compilação dos quadrinhos da franquia como jamais
se viu neste país (abaixo). Os fãs poderão sentir o poder do lado negro da
Força em seus bolsos como nunca antes imaginaram...
Acredite,
podem! A mesma Salvat que lançou a coleção de Graphics Marvel, agora resolveu
lançar outra coleção de edições especiais da Marvel, intitulada "Os Heróis
Mais Poderosos..." trazendo edições focadas em um personagem e/ou grupo da
famosa Casa das Idéias. Já está saindo em algumas cidades, seguindo o
tradicional cronograma de testes, então, preparem-se que logo, logo, esta nova
coleção também entra "pra valer" na competição. E nem mencionei ainda
outra coleção, também em fase de testes, da mesma Salvat, que está lançando
todos os álbuns de Asterix com qualidade de luxo, para fã nenhum do intrépido
guerreiro gaulês criado por Albert Uderzo e René Goscinny botar defeito.
Realmente, nunca antes na história do mercado nacional de quadrinhos, tivemos
tantas opções de edições com tão alta qualidade à disposição do público leitor.
É o paraíso, não?
Asterix e seus
companheiros também estão ganhando uma coleção de luxo pela Salvat. Leitores,
preparem-se e torçam para a famosa poção mágica fortalecer seus
bolsos, por Tutatis!
Depende.
Assim como muitos outros fãs de quadrinhos, fico realmente contente em ver
vários lançamentos de qualidade gráfica deste nível no Brasil. Gibis,
antigamente, não passavam de "coisa de criança", e agora, se vê que o
status das publicações de quadrinhos atingiu outro patamar, com muito mais
reconhecimento. E as editoras que até então não investiam nesse mercado, que
ficava restrito apenas a empresas como Abril ou Panini, agora parecem dispostas
a brigar para conquistar o público leitor, oferecendo um leque de opções
interessante e variado. Mas...será que o público leitor vai aguentar comprar
tantas coleções? Poucos serão capazes disso, e a maioria, acreditem, não vai
suportar o tranco.
Ah,
mas ninguém é obrigado a comprar tudo...você compra apenas a edição que lhe
interessa...nem todo mundo gosta do mesmo material... De fato, todas estas
afirmações são verdades incontestáveis, mas o buraco é um pouco mais
complicado. Em primeiro lugar, se nos atermos apenas às coleções elencadas
acima, o panorama não é tão diversificado assim. Tirando Asterix, uma das mais
famosas séries de quadrinhos franceses, todas as demais coleções são do gênero
"comics", que se tornaram sinônimo de super-heróis. E estes materiais
vêm de poucas editoras, Marvel, DC, e Dark Horse (Guerra nas Estrelas). E mesmo
havendo a tradicional preferência marvete/decenauta, muitos certamente vão
querer comprar também as edições da outra editora. Sou um marvete inveterado,
mas isso não me impede de comprar quadrinhos da DC, quando gosto de uma
história boa que eles publiquem. Assim, o inverso também é verdadeiro: muito
decenauta não torce o nariz de comprar boas histórias da Marvel. Claro que
existe quem lê Marvel e não quer saber de DC, e vice-versa, mas acreditem, esse
público hoje não é tão radical quanto já foi um dia.
E
o material de Guerra nas Estrelas, por sua vez, com histórias contadas no mesmo
estilo, apesar de sua origem nos cinemas, também disputa praticamente quase o
mesmo público que lê Marvel e DC, com pouca diferença de mentalidade. E Guerra
nas Estrelas vem com duas coleções igualmente interessantes, que merecem ser
lidas sem distinção. Em outras palavras, a grosso modo, todas estas coleções
vão disputar boa parte do mesmo público leitor, e igualmente, boa parte dele
tem desejo de colecionar tudo o que estará sendo oferecido. O problema é que
poucos serão capazes de fazer isso.
A
economia brasileira não anda bem das pernas nos últimos tempos. Qualquer um vê
isso. E com dinheiro curto, itens supérfluos são os primeiros a serem cortados
do orçamento. Quadrinhos, muito provavelmente, ficam na alça de mira. E, com
grana curta, o leitor terá de escolher suas prioridades. Com tantas coleções no
mercado ao mesmo tempo, a maioria terá de optar por esta ou aquela coleção, ou
escolher a dedo, entre todas as coleções, qual edição vai ser imprescindível ou
não, sacrificando a opção de ter a coleção completa. Com o preço de cada
encadernado na faixa de R$ 33/R$ 35 reais, se formos contabilizar todas as
coleções, teremos algo em torno de R$ 250 reais mensais. Se levarmos em conta
que nosso salário mínimo é pouco menos do que 3 vezes isso, e muita gente tem
de viver com 2 ou 3 salários mínimos em nosso país, torna-se uma quantia
difícil de ser dispendida por muita gente. E mesmo quem tiver condições
financeiras de adquirir isso sem pesar tanto no bolso, certamente vai escolher
o que melhor lhe atrair.
Se
o valor ainda não parece tão elevado, é preciso lembrar que este público
leitor, muito provavelmente, também já está comprando outros títulos de
quadrinhos, sejam eles os títulos de linha da Panini, Abril, ou os vários
mangás atualmente lançados nas bancas nacionais. Também temos tido várias
edições especiais, tanto de comics quanto de outros gêneros de quadrinhos.
Então, diante de todos estes belos lançamentos, o que parece ser o paraíso pode
muito bem parecer o inferno para muitos leitores, sem condições de poderem
adquirir as edições que tanto almejam.
Quero
dizer então que estas belas coleções não deveriam ser lançadas por aqui? Não.
Todas merecem ser lançadas. O problema é o timing dos lançamentos. Com todas
vindo ao mesmo tempo, a tendência é a competição prejudicar as vendas ao invés
de ajudar. Se cada coleção viesse uma após a outra, muito provavelmente
venderiam bem mais, mesmo que isso demorasse mais para acontecer. Os leitores
teriam melhores condições de comprar todas que desejassem, e não ter de optar
apenas pelos números mais importantes, decorrente da necessidade forçada de não
ter condições financeiras de comprar tudo o que desejasse.
Ora,
mas nos Estados Unidos e Europa temos coleções como essas, aos montes, e
títulos de linha a rodo. Por que aqui não pode ter? Porque não dá para comparar
o mercado americano e dos países da Europa ao do Brasil. O poder aquisitivo do
público leitor é muito diferente da nossa realidade. Os preços de lá são
comparativamente mais baixos do que os daqui, de modo que, mesmo com tantos
lançamentos, o público potencial é muito maior, e mesmo com as vendas
pulverizadas entre todos eles, as publicações não só vendem como têm bons
lucros, o que motiva as editoras a continuarem com seus lançamentos,
realimentando o mercado. Por aqui, não temos capacidade de fazer isso nas
mesmas condições. Falta ao mercado consumidor nacional o que muitos chamam de
"massa crítica", que podemos definir como a condição de potencial
consumidor que é capaz de sustentar uma publicação.
Nos
Estados Unidos, esse mercado é tão forte, que mesmo publicações voltadas para
nichos específicos conseguem vender e se sustentar sem maiores problemas. Não é
uma realidade absoluta, mas abarca uma boa parte do mercado. No Brasil, esse
público consumidor ainda não atingiu esse mesmo potencial de sustentação do
mercado editorial. Assim, estas coleções lançadas tanto pela Eaglemoss, Salvat,
e PlanetadeAgostini, juntas todas no mercado ao mesmo tempo, podem acabar mais
canibalizando umas às outras do que alavancar o mercado. Há condições de todas
elas se sustentarem ao mesmo tempo, com suas vendas pulverizadas entre o
público consumidor nacional? Há, mas isso depende um pouco da capacidade do
mercado consumidor, e também da postura das editoras.
Tachar
as editoras de gananciosas ou de incompetentes no que tange ao planejamento dos
lançamentos é ser superficial. Nenhuma delas, teoricamente, está nessa para
perder dinheiro à toa, e o investimento para lançar tais coleções com essas
qualidades é alto, e precisa de retorno. Todas mostraram prudência lançando
primeiro os títulos em teste em cidades específicas para aferirem as
possibilidades de retorno, a fim de analisarem se o lançamento a pleno no
mercado nacional, ainda que restrito a alguns Estados, fosse viável. Como demonstrou
a Salvat, há um mercado que pode absorver este tipo de lançamento. Mas é
verdade que os números de venda obtidos pela Coleção Graphic Novels Marvel
foram obtidos sendo a única coleção presente nas bancas. A partir de agora, com
as coleções de Guerra nas Estrelas, e das Graphic Novels DC, será que estes
números de vendas continuarão tão favoráveis? Pelo sim, pelo não, a Salvat
parece querer garantir o seu mercado, o que explicaria o lançamento da nova
coleção da Marvel, e dos álbuns de Asterix. O objetivo seria tentar fidelizar o
leitor aos seus lançamentos, evitando que migrem para alguma coleção lançada
pela concorrente. Mas estes novos lançamentos, todos simultâneos, como já
afirmei, podem derrubar as vendas, ao invés de fortalecê-las, pulverizando as
compras do leitor, antes mais centradas em apenas uma coleção. Só o tempo dirá
qual a realidade desta competição de mercado, que só agora está começando pra
valer.
A Salvat acabou de chegar à metade de sua coleção de Graphic Novels Marvel e já está lançando uma segunda coleção de luxo, também voltada para os heróis Marvel... |
Estivesse
a economia em pleno crescimento, as condições de sucesso poderiam ser melhores,
mas 2014 tem mostrado a economia brasileira quase parando, e 2015 não garante
uma retomada do crescimento. E quando a economia não cresce, os salários tendem
a estacionar. E tem outro problema: a inflação está em alta, e isso pressiona
os custos de produção. Do seu início em agosto do ano passado, as edições da
Salvat já trouxeram um aumento de 10%. Parece pouco, mas quem teve um aumento
desses no salário do ano passado para cá? Este é outro detalhe que só ajuda a
complicar a situação.
É
de se esperar que as editoras conheçam plenamente este panorama, e saibam
ajustar suas metas de vendas e faturamento de acordo com as possibilidades do
mercado. Com um bom planejamento, mesmo que as vendas se pulverizem entre as
diversas coleções e suas edições, isso não quer dizer que elas necessariamente ficariam
no prejuízo, o que provocaria o cancelamento dos lançamentos. Um bom
gerenciamento e condução destes projetos, calibrados adequadamente, podem
garantir o sucesso de todas as empreitadas que estão sendo feitas neste filão
do mercado de quadrinhos nacional, não apenas agora mas também no futuro. Mas
estamos falando do Brasil, e não é surpresa que algumas empresas errem seus
passos, ou confiem demais em suas capacidades, ou simplesmente façam o que der
na telha, tomando decisões equivocadas e comprometendo totalmente a
credibilidade e/ou qualidade dos lançamentos. Isso para não falar também das
particularidades do mercado nacional, como o famigerado custo Brasil, que por
vezes transforma ações empresariais corriqueiras em verdadeiros dilemas sem
fim, capazes de fazer naufragar inúmeros empreendimentos, mesmo alguns deles
muito bem planejados e coordenados por gente que entende do riscado. E nada
impede também que as editoras estejam querendo garantir o seu filão de qualquer
jeito, jogando os lançamentos no mercado de forma agressiva e talvez impetuosa
demais. Se este modo de agir estiver dando a tônica dos lançamentos, todo mundo
sai perdendo: as editoras, por não atingirem suas tiragens de venda esperadas,
ainda que por culpa delas mesmas; e os leitores, que podem perder mais uma
opção de colecionar quadrinhos, por falta de condições ideais para adquirir
tais materiais, além da própria ganância do mercado editorial, superestimando
as condições do público do mercado consumidor de quadrinhos. O potencial do
mercado desbravado pela Salvat pode ter deixado o pessoal com olho gordo em
explorar esse filão o quanto antes, e o máximo possível, antes que outros o
façam.
Como
se isso ainda fosse pouco, nem mencionei que vem mais uma coleção por aí:
Placas Marvel Colecionáveis, esta pela Coleções Altaya, que na verdade é uma
subdivisão da PlanetadeAgostini. Os marvetes, claro, podem comemorar mais um
lançamento voltado a seus heróis, ou ficar também preocupados com o grande número
de lançamentos de edições de luxo de seus heróis favoritos. Temos então um
paraíso de excelentes edições, mas que podem levar muitos para o inferno da
falência, ou então ficar simplesmente passando vontade, vendo as edições em
banca, e sem poderem comprar.
Que
as editoras saibam moderar o seu apetite com o lançamento de tantas edições ao
mesmo tempo, para que todos possam sair ganhando, empresas e consumidores. O
excesso e o exagero, por outro lado, podem ser o caminho para a ruína, em
vários aspectos. E, de problemas, já andamos cheios nos últimos tempos, não
precisamos de mais para complicar a situação...
E a mais nova Coleção
de luxo vem pela Altaya. Os marvetes que preparem seus bolsos...
Parabéns pelo texto! O mais pé-no-chão sobre o assunto já redigido. Só faltou lembrar das coleções de miniaturas Marvel, DC e peças de xadrez de Star Wars. Essas atingem diretamente o público consumidor das graphic novels e o bolso deles..
ResponderExcluirSó achei que ficou faltando abordar a questão dos encalhes, que justificam todos esses lançamentos. Afinal de contas, o material de Salvat e Eaglemoss não é tão perecivel quanto as revistas de linha normais, e pode, por conta disso, vender eternamente, até os estoques se esgotarem.
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