Os
quadrinhos brasileiros perderam neste mês de maio um de seus pioneiros. No último
dia 25, faleceu Deodato Taumaturgo Borges, aos 80 anos. O artista, que vinha
lutando contra um câncer nos rins, acabou não resistindo a uma operação de hemodiálise
realizada poucos dias depois de uma cirurgia para retirar um dos rins.
Nascido
em Campina Grande, no interior do Estado da Paraíba, Deodato Borges logo
descobriu sua vocação para o jornalismo, tendo atuado tanto na imprensa escrita
quanto falada. E foi no rádio, em 1960, que ele criou o Flama, uma série de
aventuras vividas pelo personagem-título, que pode ser considerado um dos
primeiros super-heróis brasileiros da Paraíba. O Flama era um detetive que
usava capa e máscara no combate ao crime, tal qual o famoso herói Spirit, de
Will Eisner. Em 1963, o artista lançaria a revista "As Aventuras do
Flama", trazendo as histórias do personagem agora em quadrinhos.
O
título impresso, apesar do sucesso da série no rádio, durou pouco: foram apenas
5 edições, lançadas naquele ano. Hoje, são itens de colecionador extremamente
raros, de um momento pioneiro da criação de super-heróis brasileiros no mercado
editorial nacional, o que pode ser considerado um feito, dadas as dificuldades
de se publicar tal tipo de material. Chegou a ser criado até um fã-clube do herói,
tamanha sua fama da série de rádio.
Mas
a contribuição de Dedodato Borges para os quadrinhos não se resumiu às
aventuras do Flama. Em 1963, nasceu Deodato Taumaturgo Borges Filho, que seguiu
os passos do pai na criação de histórias na arte sequencial, e tornou-se um dos
desenhistas de maior prestígio do mercado americano de comics atualmente, sob o
pseudônimo Mike Deodato Jr., tendo desenhado séries de vários personagens para
editoras como a Image (Glory), DC (Mulher Maravilha), e Marvel Comics (Elektra,
Hulk, Vingadores, etc), entre outras. Como editor, incentivou vários artistas
no ofício dos quadrinhos, entre eles Emir Ribeiro, criador da heróina Velta, abrindo
sempre espaço para tiras e hqs nos veículos em que trabalhou na imprensa
escrita.
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