Quem
curte quadrinhos de humor acaba de ganhar uma excelente oportunidade para
conhecer melhor a carreira de um dos maiores cartunistas do mundo. A Panini
lançou em dezembro o livro OS GRANDES ARTISTAS DA MAD - SERGIO ARAGONÉS - CINCO
DÉCADAS COM SEUS MELHORES TRABALHOS. A obra, composta de 272 páginas, ao preço
de R$ 64,00, faz um apanhado da carreira do artista, dos anos 1960 até os anos
2000.
Dividido
pelas décadas de trabalho do artista, o livro mostra o desenvolvimento dos
trabalhos de Aragonés, onde é possível observar os temas tratados, suas piadas
além das famosas artes “Marginais da MAD”. Sérgio tem um traço fino, com poucos
diálogos, e a maior parte de seus desenhos é em preto e branco.
Esta
edição foi lançada nos Estados Unidos em outubro de 2010, pela Running Press,
como parte da coleção "MAD's Greatest Artists", onde cada volume era
dedicado a um artista que trabalhou na revista, como Dave Berg, Don Martin,
Mort Drucker, entre outros mais. Nem é preciso dizer que Aragonés ocupa um
lugar de destaque na preferência do público, mesmo quando suas artes eram
restritas às bordas das páginas da revista. Com a seção “MAD vê...”, com várias
delas reproduzidas na obra, Sergio trata de temas engraçados, incomuns,
inusitados, como as mães, a polícia, o casamento, Star Wars e muitos outros mais.
Sergio
Aragonés Domenech nasceu em 6 de setembro de 1937, em Castellon, na Espanha,
mas sua família logo se mudou para o México, fugindo da Guerra Civil Espanhola.
Apesar de ter começado estudos para se formar em arquitetura, era nos desenhos
que estava sua paixão, e aos 17 anos, começou a colaborar profissionalmente
para publicações mexicanas. Aos 24 anos de idade, resolveu tentar a sorte nos
Estados Unidos, indo parar em
Nova Iorque, onde começou a garimpar alguns bicos. Com a
ajuda de Antonio Prohias, artista cubano que havia criado a sátira "Spy VS
Spy", ele foi apresentado ao pessoal que editava a revista
"MAD", principal publicação de humor em quadrinhos do mercado
americano. Eles olharam o portfólio de Aragonés, e ele nunca mais saiu de lá,
estando presente até hoje nas páginas da revista. tendo feito sua estréia na
edição 76, de janeiro de 1963, com uma apresentação hilária do programa
espacial americano.
Na
década de 1980, ao lado de Mark Evanier, Aragonés criou aquele que é seu
personagem mais icônico, Groo, o Errante, uma deliciosa sátira aos quadrinhos
de Conan, o bárbaro, série que estava no auge da fama naquele tempo. Anos
depois, ele teria a chance de publicar uma revista mensal do personagem na
Marvel Comics, passando, tempos depois, para a Dark Horse Comics, onde está até
hoje lançando edições especiais com o guerreiro bárbaro mais desmiolado dos
quadrinhos, que leva a destruição (proposital ou não) a todos os lugares onde
coloque os pés. A Editora Abril lançou parte da série da Marvel no Brasil, e
nos últimos anos a Mythos Editora tem lançado os especiais do personagem no
mercado nacional de quadrinhos. E, claro, ele segue presente com seus desenhos
na edição nacional da MAD, desde os tempos em que a revista era publicada pela
Vecchi no Brasil, tendo passado depois pelas editoras Record, Mythos, e
atualmente, pela Panini Comics.
Os
leitores brasileiros também tiveram a oportunidade de ver as hilariantes
histórias "Sergio Aragonés Destrói a DC", "Sergio Aragonés
Massacra a Marvel", e "Sergio Aragonés Esmaga Star Wars", onde o
artista detona com os mitos de cada universo ficcional, além de brindar os
leitores com sua inconfundível arte, que segundo o artista, ainda o ajuda a
desenhar mais rápido, pois seu estilo de desenho de humor ajuda a passar por
cima de alguns erros de arte. Ao longo de sua carreira, Sergio já ganhou vários
prêmios por seus trabalhos, tendo até uma premiação criada com seu nome, o que
não é pouca coisa.
O
livro é uma boa oportunidade para os leitores terem uma melhor visão da obra de
Aragonés nos quadrinhos. De quebra, a edição ainda traz uma entrevista
exclusiva com o Sergio, conduzida por Nick Meglin, antigo editor da MAD
americana. E, para situar os leitores mais desavisados, o livro traz um
prefácio de Patrick McDonnell, criador de Mutts, que apresenta uma revisão de
toda a obra do cartunista. Para melhorar ainda mais o valor deste livro aos
olhos dos fãs do desenhista, a edição reúne inúmeras ilustrações que foram criadas
exclusivamente para este álbum, como a nova arte do logo e desenho apresentados
na capa, desenhos específicos ao longo da entrevista com Meglin, ilustrações
nas aberturas dos capítulos ao longo do livro, além de alguns autorretratos.
Não
é a primeira edição de compilação de trabalhos que Sergio Aragonés ganha no
Brasil: nos tempos em que a MAD era publicada pela editora Vecchi, foram
editados alguns livros reunindo as artes apresentadas na revista, com títulos
variados, como "Loucuras do MAD", "Viva MAD", entre outros,
trazendo para os leitores da época uma boa quantidade de trabalhos do
cartunista. E agora, mais do que merecido, os leitores nacionais terão a chance
de ler esta bela edição, e se divertir como nunca com as artes sempre hilárias
de Aragonés. E que a Panini continue inspirada para lançar outras edições com
materiais tão interessantes quanto estes para os leitores nacionais.
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