sábado, 30 de janeiro de 2021

GUNDAM, O INÍCIO DA MAIOR SAGA DAS SÉRIES DE ROBÔS DA ANIMAÇÃO

 Primeira série da famosa franquia de robôs da animação japonesa chega ao Brasil pelo Crunchyroll

 

Adriano de Avance Moreno

 

Gundam, o primeiro robô “real” da animação japonesa.

 

            Os amantes da animação japonesa continuam tendo muito a comemorar nestes últimos tempos no Brasil como há muito não se via. Além do aumento no número de séries trazidas pelos serviços de streaming, o mais novo meio de se acompanhar séries via internet, pudemos comemorar a chegada ao Brasil da Funimation, um dos maiores serviços de streaming dedicados a animes dos Estados Unidos, que chegou ao nosso país para chacoalhar a concorrência existente entre a Netflix e a Crunchyroll. E, para não perder o rebolado diante da nova concorrente, que já está tendo também parte de suas atrações exibida em TV aberta e internet na nova Loading TV, os rivais trataram de reforçar suas armas. E a Crunchyroll surpreendeu ao trazer para seus assinantes, já neste mês de janeiro, nada menos do que um ícone da história da animação japonesa: Kidou Senshi Gundam, ou mais popularmente falando, Mobile Suit Gundam!

            Mas, o que tem isso de especial? Afinal, a Crunchyroll já tinha em seu catálogo diversas séries Gundam, disponíveis a seus usuários. Acontece que o que está sendo disponibilizado agora é nada menos do que a PRIMEIRA SÉRIE Gundam, que deu origem ao grande sucesso que se tornaria uma das maiores franquias da história da animação japonesa, cujo impacto e importância na evolução dos animes só é comparável a Mazinger Z, outra série que, por incrível que pareça, também só chegou oficialmente ao Brasil no ano passado, via Netflix, quase cinquenta anos depois de sua exibição inicial no Japão.

            Assim, não é demais dizer que a Crunchyroll, a exemplo do que a Netflix fez no ano passado com a maior criação de Go Nagai, repara uma injustiça histórica frente aos fãs nacionais da animação nipônica, que só agora estão podendo desfrutar, de forma oficial, da primeira de todas as séries Gundam da história. Todos os 43 episódios da série de TV estão disponíveis na plataforma do serviço, em www.crunchyroll.com/pt-br/mobile-suit-gundam. Os episódios estão com o áudio original em japonês, com legendas em português, desde o dia 25 de janeiro.

            Para quem curte séries de robôs (ou mechas, como são chamados costumeiramente), Gundam é um nome obrigatório. Um anime que surpreendeu para a época em que foi concebido, derrubando concepções pré-concebidas para as séries de robôs então vigentes nas produções animadas na Terra do Sol Nascente, e estabelecendo um novo estilo não apenas de robôs presentes nas histórias, mas também grandes mudanças na própria maneira de se contar tais histórias, até então mais simples, para se embarcar em enredos muito mais complexos e sofisticados.

            No futuro, nosso planeta encontra-se superpovoado, à beira do colapso. A solução foi levar a humanidade para o espaço, com a criação de grandes cidades flutuantes chamadas colônias, onde foram reproduzidos o ambiente e atmosfera da Terra, permitindo que as pessoas vivessem nestes lugares a vida inteira, e com isso desafogando nosso mundo de sua superpopulação. Foi iniciada uma nova forma de contagem do tempo, chamada de Universal Century (século universal, numa tradução livre). Mas, algumas décadas depois, mais precisamente no ano UC 0079, o grupo de colônias mais distantes de nosso planeta se rebelou contra a Federação Terrestre, que governava tanto nosso planeta como todas as colônias. Estas colônias juntaram-se à colônia Side3, estabelecendo o Principado de Zion, governado pela família Zabi, que declarou guerra ao nosso mundo, em busca de sua liberdade e total independência.

 





A guerra declarada pelo Principado de Zion contra a Federação Terrestre levou a humanidade a uma guerra brutal contra si mesma, com perda de inúmeras vidas em ambos os lados. Um choque de realidade gritante para uma série de anime no fim dos anos 1970.

              O início da guerra foi catastrófico, com ambos os lados perdendo metade de suas populações, com os confrontos já se estendendo por meses a fio. Na colônia Side7, a Federação Terrestre desenvolve secretamente novos equipamentos para tentar virar o jogo neste conflito, mas um ataque das forças de Zion faz com que um grupo de cidadãos da colônia acabe encontrando a White Base, a mais nova nave de guerra desenvolvida, junto com alguns militares que cuidavam da operação secreta, e um jovem chamado Amuro Ray descubra o protótipo RX-78 Gundam, um novo mobile suit (armadura móvel, numa tradução livre) revolucionário com o qual o governo da Terra pretendia combater as forças inimigas. Diante do ataque das forças de Zion, o grupo de civis acaba tendo de entrar na luta, já que os poucos militares encontram-se incapazes de repelir o ataque. Amuro acaba por pilotar o novo mobile suit, que exibe um poder muito maior do que o dos robôs inimigos, conseguindo vencer os invasores, e permitir que todos fujam da colônia Side7 em direção à Terra.

            Mas obviamente, as forças inimigas de Zion, vendo a capacidade tanto do novo mobile suit terrestre, como da nova nave de guerra, começa a perpetrar diversas ações para se livrar deles, e impedir que a Federação Terrestre tome vantagem na guerra que está sendo travada. E Amuro e seus amigos, de forma involuntária, acabam por se tornar, mesmo a contragosto, em uma força de combate para enfrentar os inimigos que estão presentes também em nosso planeta. E, pouco a pouco, todos vão tendo que aprender a serem soldados para vencer o inimigo, e tentarem continuar vivos no meio de uma guerra que toma conta de praticamente todo nosso planeta e o espaço ao seu redor. Um desafio que vai ficando cada vez mais difícil, à medida que Zion vai empreendendo ataques muito mais fortes e elaborados, que resultam em baixas para ambos os lados.

 

Yoshiuki Tomino, o criador de Gundam

          
A série foi concebida por Yoshiuki Tomino, que começou sua carreira na indústria de animes no início dos anos 1960, na Mushi Productions, estúdio de animação de Osamu Tezuka, tendo trabalhado com os roteiros de Astro Boy, a primeira série de TV “padrão” da história dos animes (leia-se episódios de cerca de 20 a 24 minutos, com exibição semanal). Nos anos 1970, ele estrearia na função de direção em “Umi no Triton” (Triton do Mar, em uma tradução livre), de 1973. Em 1975, ele dirigiria sua primeira série com mechas, em “Brave Reideen”, uma das várias séries de super robôs que surgiram na época, e que tinha como destaque apresentar o primeiro robô “transformer” da história dos animes, o Reideen. Outras séries de mechas dirigidas por Tomino foi Zambot 3, em 1977; e Daitarn 3, em 1978. Ele também atuou como produtor em Voltus V, outra série de super robô, em 1977. E iniciaria em 1978 a concepção da série que iria marcar seu nome para sempre, Gundam, que a princípio, seria chamada de Gunboy. Em uma entrevista, Tomino explicava seus motivos para criar uma série de robôs diferente de tudo o que vinha sendo produzido até então: “O ponto principal é que eu queria ter uma série de robôs mais realista - ao contrário das séries de um super robô - onde tudo fosse mais baseado na realidade, e em um robô humanóide. Desde o início, as raízes dos mobile suits existentes na história vieram dos robôs operários que estavam construindo as colônias espaciais naquela época, e eles se tornariam mais avançados tecnologicamente, a ponto de se tornarem armas, e essa era toda a linhagem dos robôs Eu tinha isso em mente desde o começo. Portanto, toda a minha idéia foi de tentar fazer uma série de robôs no espaço sem que ela se tornasse uma história estúpida, cercando-a da realidade.”

Kunio Okawara, o mecha designer de todos os robôs da primeira série Gundam

           
Ao lado de Hajime Yatate (na verdade um pseudônimo utilizado pela equipe de animação do estúdio Nippon Sunrise), Tomino concebeu a saga de Gundam, que contou com vários outros profissionais, entre eles Kunio Okawara, que praticamente criou todos os robôs da série. Okawara formou-se em design pela Tokyo Zokei University, tendo trabalhado inicialmente como designer de moda, onde graças ao seu talento para desenhar planos de fundo, acabou indo trabalhar na Tatsunoko Productions, onde acabou desenhando seu primeiro robô em animação para um episódio da série Gatchman. Após trabalhar em diversas outras séries do estúdio como Tekkaman Blade, Hurricane Polymar, e Time Bokan, entre outros, ele deixou a empresa, tornando-se um designer profissional autônomo, condição em que começou a prestar serviços para a Nippon Sunrise, concebendo mechas para as séries Daitarn 3, de Yoshiuki Tomino, que em seguida o arregimentou para o projeto que se tornaria a série Gundam, e Okawara, assim como Tomino, tiveram seus nomes eternamente ligados à franquia Gundam desde então, até os dias atuais, com trabalhos variados para as mais diversas produções dos Mobile Suits. Takeo Watanabe, que cuidou da parte musical da série, já trabalhou na mesma função em diversas outras séries como Candy Candy, Heidi, várias séries de Cutie Honey, Transformers Victory, entre outras.


O primeiro Gundam e seu piloto na série, Amuro Rey.

            Gundam se tornaria a produção mais famosa do estúdio, chamado à época de Nippon Sunrise, fundado em 1972, que se tornaria a partir dali em diante um dos mais importantes estúdios de animação do Japão, e produziria diversas outras séries, como a franquia Aikatsu, Seikai no Senki (Banner of the Stars), City Hunter, Accel World, Cowboy Bebop, as séries Dirty Pair, além de diversas outras animações de robôs, como Votoms, Dumbine, SPT Layzner, Big O, entre várias outras.

            Comenta-se que Gundam quase estreou na TV brasileira ainda na década de 1980. A TV Record seria a responsável pela exibição da série, que teria até sido completamente dublada em português. Mas, perto de estrear o anime em sua programação, a emissora teria desistido, e resolvido colocar outra série no seu lugar, por motivos desconhecidos. Quanto às fitas masters destes episódios dublados, muito possivelmente se perderam em um incêndio que devastou os arquivos da emissora naquela época, em meio a muitos outros programas e séries que a Record possuía na época. Isso, contudo, nunca pôde ser confirmado, e os fãs de animes demorariam muitos anos até que finalmente uma série Gundam viesse a ser exibida por aqui, o que ocorreu apenas no início dos anos 2000, quando o canal pago Cartoon Network exibiu a série Gundam Wing por completo, tendo todos os episódios da série de TV quanto os OVAs sido veiculados no canal. A série chegou a ser negociada para ser exibida na TV aberta, mas numa época onde a maioria das emissoras já diminuía seu interesse em exibir animações, e ainda tinham que prestar contas a entidades governamentais que enchiam o saco por cenas “inadequadas” (denunciadas por moralistas cretinos sob argumentos de qualquer justificativa que os incomodava), a produção acabou não sendo exibida.



      Então, para aqueles fãs que ainda não tiveram chance de conhecer a primeira produção de Gundam, a espera acabou. Basta acessar o site da Crunchyroll, e finalmente assistir à uma das mais importantes e famosas produções da história da animação. Otaku que se preze não pode dizer que não conhece Gundam, e sua importância histórica na indústria dos animes, que tem muito mais a mostrar do que muitos fãs rasos de Naruto e One Piece e outras séries “modinhas” acham que existe. Afinal, como ignorar uma franquia que já possui, entre séries de TV, especiais de vídeo e movies, quase cinquenta produções realizadas desde 1979? Em 2019, a Sunrise lançou, em comemoração aos 40 anos da série original, a produção Mobile Suit Gundam: The Origin, onde vários fatos da primeira série são recontados, com a adição de novos detalhes até então inexplorados na produção de 1979. As séries mais recentes da franquia foram Gundam Build Divers Re:Rise (2019-2020), e sua sequência, Gundam Build Divers: Battlogue (2020). Para este ano, ainda sem data exata de lançamento, está previsto o lançamento de Mobile Suit Gundam: Hathaway, novo longa animado para cinema, de acordo com as informações divulgadas no Japão. Por essas e muitas outras razões, Gundam é descrita por muitos como “A Saga Infinita”, pois sempre está sendo contada uma nova história, onde as premissas demonstradas desde a primeira produção se mantém: robôs os mais críveis e realistas possíveis, personagens carismáticos, enredos densos e complexos.

 

A REVOLUÇÃO DE GUNDAM NAS SÉRIES DE ROBÔS NA ANIMAÇÃO JAPONESA

 

            Tendo estreado em 7 de abril de 1979 na TV Nagoya, Gundam promoveu uma alteração profunda nas séries de robôs produzidas no Japão. A década havia sido marcada pela febre dos chamados “super robôs”, produções que pipocaram nas emissoras nipônicas após o estrondoso sucesso da série Mazinger Z criada por Go Nagai em 1972, narrando as aventuras de um jovem que pilotava um imenso robô de combate com o qual defendia nosso planeta das forças perversas de um cientista louco que queria dominar o mundo. Isso fez diversos artistas e estúdios seguirem a fórmula, criando inúmeras outras produções no mesmo estilo, tendo como destaque imensos robôs superpoderosos que defendiam nosso mundo das forças do mal.

            Uma característica marcante dessas séries era a divisão simplista entre “mocinhos” e “vilões”, onde eram facilmente identificados os heróis e os caras perversos. As histórias tinham seus momentos dramáticos até exagerados, para não mencionar que os robôs eram, na acepção da palavra, realmente supers, tamanho o poder que tinham, utilizado na luta contra inimigos ainda mais poderosos, na maioria das vezes. E os combates devastadores travados pelos robozões deixou os fãs alucinados, com a pancadaria comendo solta. Apesar de uma animação às vezes incipiente, em maior ou menor grau, decorrente da evolução das técnicas de animação da época, bastava sair uma série no estilo para se fazer sucesso, e por isso, o grande número de produções naqueles anos explorando este gênero.

            Mas, tudo que há em excesso uma hora cansa, e ao fim da década, estas séries já não empolgavam como antes, diante da repetição dos temas e recursos empregados nas histórias, que já haviam criado diversos “clichês” mais do que conhecidos do público. Era preciso inovar para se levar adiante uma nova série estrelada por robôs, e ela surgiu quando Yoshiuki Tomino criou e apresentou a série que viria a se chamar Gundam. Contando com a animação produzida pelo então chamado estúdio Nippon Sunrise (atual Sunrise), Gundam chegou às TVs nipônicas, e o mundo das séries de robôs nos animes jamais seria o mesmo.




    A primeira diferença estava no próprio robô, o Gundam, que diferente de todos os robôs exibidos até então nos animes, exibia formas geométricas e lineares, respeitando tanto quanto possível a realidade. Até mesmo a forma como o robô se movia era mais “travada”, diante das limitações que um construto daqueles exibiria se existisse de verdade. O modelo Gundam RX-78 era dividido em três partes, cuja combinação e junção era muito mais detalhada e crível, sem artificialismos e junções fantasiosas (e por vezes completamente ilógicas) como as apresentadas pelos super robôs das séries dos anos anteriores. Por isso mesmo, Gundam é reconhecido como o primeiro “robô real” dos animes, por apresentar elementos reais tanto quanto possíveis em um mecanismo dessa magnitude. Outra diferença é que o Gundam, apesar de ser o melhor e mais poderoso robô da série, ele não é tão mais poderoso assim que seus adversários, como acontecia com os robozões das séries de super robôs.

            Outra diferença marcante é que não existe apenas o Gundam como robô na série. Os adversários também lutam com robôs em seus exércitos. A Federação Terrestre, por sua vez, também contava com vários robôs em suas forças, do qual o Gundam é apenas a versão mais evoluída de seus mechas. Nesta série, os robôs viraram coisa comum, sendo tratados pelas forças militares em combate com a mesma naturalidade que tanques e jatos. De um lado, as forças da Terra tem seus Mobile Suits (ou armaduras móveis, numa tradução livre), enquanto as forças de Zion possuem seus Zakus, com os quais ambas travam seus combates, tanto em terra, mar, e ar, e até mesmo no espaço.

            Como se a diferença do estilo do robô já não fosse totalmente diferente, o tom das histórias também apresentava novidades consideráveis. Se nas séries de super robôs havia enredos simplistas, e vilões com motivações sem muito desenvolvimento, em Gundam a diferença entre mocinhos e vilões ficou mais difusa, sem que um lado estivesse totalmente certo, e o outro, totalmente errado na história. Diferentemente de Mazinger Z, onde a ganância e sede de poder levam um cientista a perpetrar barbaridades contra nosso mundo apelando para as mais medonhas criaturas robóticas, em Gundam a humanidade é inimiga de si mesma, que acabou se dividindo em duas facções antagônicas, cujas diferenças chegaram ao cúmulo de desencadear um conflito total entre elas. E os motivos não são frívolos, e suas consequências acabam sendo catastróficas: quando a série começa, a narração do início do episódio já faz um resumo breve de como a situação chegou naquele ponto, em meio a uma guerra onde ambos os lados têm suas motivações e crenças para fazer o que estão fazendo, em um conflito que já dizimou metade das populações tanto de nosso planeta, quanto das colônias que formaram Zion, resultando na destruição de muitas cidades tanto na Terra, como na perda também de algumas das colônias espaciais, que acabaram destruídas completamente.

            O desenvolvimento da tecnologia, que permitiu o desenvolvimento das colônias espaciais, que em tese seriam a solução para a superpopulação que ameaçava colapsar, acabou servindo para se “expulsar” de nosso mundo os pobres e indesejáveis, que foram na prática banidos para o espaço, tendo de viver em seus novos lares e esquecer o mundo onde nasceram. Com o tempo, estas colônias foram sendo negligenciadas pela Federação Terrestre, gerando ódio e ressentimento em seus habitantes pelo modo como estavam sendo tratados, além do modo como foram literalmente “expulsos” da Terra muitos anos antes. O que deveria ser um marco na história da humanidade, e uma notável evolução, acabou originando uma crise e conflito desencadeados pelo maniqueísmo, ganância, inveja, e confrontos políticos. As colônias mais distantes, situadas além da órbita lunar, uniram-se para rejeitar o governo da Federação Terrestre, dando origem ao Principado de Zion, comandado pela família Zabi, que uma vez no poder, incentivou o ódio e o ressentimento existentes nos povos destas colônias para dar início à guerra, sob a justificativa de libertar o povo e devolver-lhe a liberdade que o governo da Terra havia lhes tirado. E claro, de quebra, instalar uma ditadura também em nosso planeta, aproveitando-se do clima belicoso existente.


Char Aznable (acima) é um dos principais combatentes das forças de Zion. Abaixo, plantas esquemáticas do Gundam RX-78

 


            Os personagens principais, envolvidos no conflito, tentam seguir adiante, mas sem terem aquele protagonismo de herói ou vilão das séries de mechas anteriores. De um lado, Amuro Ray, um simples jovem de 16 anos que acaba alçado à condição de piloto do Gundam, por mais vidas que possa salvar com sua ação, tem momentos em que odeia o que está fazendo, inclusive tendo de matar inúmeros inimigos a sangue frio sem ter outra opção de ação. É matar ou ser morto, praticamente, com raras opções de outro desfecho. Char Aznable, o rival de Amuro, soldado das forças de Zion, por outro lado, tem seu próprio código de honra, e ao mesmo tempo em que combate seus adversários, também é motivado por uma vingança que pretende cumprir. Todos os demais personagens presentes, de ambos os lados, tem suas motivações e desejos para lutar em suas posições no conflito, e muitos estão certos de estarem do lado certo da guerra, mesmo tendo de tomar atitudes condenáveis como matança e assassinato de adversários no campo de combate, muitas vezes sem necessidade, ou à traição. E, em meio a isso tudo, conchavos e políticas de ambos os lados que só ajudam a piorar a situação, muitas vezes impedindo que se possa chegar a um consenso ideal que poderia pôr fim aos conflitos mais facilmente, já que certos grupos não querem perder o poder ou o status de que desfrutam, mesmo que isso continue inflamando uma guerra que vai se mostrando cada vez mais violenta e sem sentido, vitimando pessoas inocentes de ambos os lados.



           
Em parcos momentos na série, integrantes das facções acabam por se encontrar inesperadamente e tem atitudes de respeito e civilidade, como reconhecer a perícia dos adversários na luta, ou demonstrar apoio junto a um soldado ferido do exército inimigo, cujos integrantes também têm suas próprias vidas para tentar cuidar, com famílias e pessoas amadas que querem proteger, apesar do conflito. Nenhum dos lados é um monstro desprovido de sentimentos, mesmo que os mais nobres sejam demonstrados em situações menos numerosas do que os sentimentos raivosos em meio ao calor de um combate, onde soldados prometem vingar seus companheiros caídos em combate, por honra e respeito à sua pessoa. Até casais acabam separados em meio às lutas, e outros acabam perecendo juntos, mantendo ao menos o amor de ficarem unidos até seus momentos derradeiros. E mesmo nos momentos de vitória, não há como comemorar, diante das vidas que se perderam para isso ser possível, mesmo sabendo que poderia ser muito pior. A humanidade, no fim, prova ser a maior inimiga e ameaça de si mesma, diante dos atos infames que comete contra si, muitas vezes por divergências políticas cretinas, ou por descaso para com as pessoas. Mais realista impossível, e isso foi um impacto tremendo no clima até então vigente numa série de mechas na época, ou até mesmo em todas as séries de anime produzidas até então.


Encontros inusitados, mas civilizados entre inimigos: Amuro é elogiado por um importante soldado das forças de Zion; e em outro momento, ele dá ajuda a um soldado inimigo fora de combate, após uma luta.

 


            Tudo isso, claro, não aconteceu por acaso. Na época, o próprio presidente da Nippon Sunrise, Eiji Yamamura, queria que o estúdio desenvolvesse uma nova série que fugisse dos critérios adotados até então nas séries dos super robôs. Em várias reuniões com Yoshiuki Tomino e outros nomes que iam sendo arregimentados para o projeto, as diretrizes da nova série foram sendo delineadas e estudadas. Personagens carismáticos, densos, mais humanos, e uma história mais verossímel e lógica, além de aplicar bases muito mais reais do que as utilizadas até então se tornaram a tônica do que a série apresentaria, que no fundo, significaria uma ruptura quase completa a tudo que havia sido explorado e desenvolvido nas produções anteriores. E eles conseguiram apresentar uma obra notável, atendendo a estes novos parâmetros citados.

            Mas, diferente da revolução que Mazinger Z havia desencadeado na animação nipônica em 1972, Gundam teve mais trabalho para fazer a mesma coisa. O roteiro denso da série, muito mais elaborado e desenvolvido, e muito mais maduro do que as histórias mais simples apresentadas nas séries dos super robôs, além do novo robô “real” não conquistou os fãs japoneses logo de cara. A série não foi um grande sucesso em sua exibição, e recebeu a ordem para ser cancelada antes do prazo inicial. Originalmente, o programa deveria ter 52 episódios, e foi reduzido para 39 pelos patrocinadores do programa, incluindo o licenciador original dos brinquedos da série. Felizmente, a produção conseguiu negociar uma extensão de um mês e encerrar a série com 43 episódios, dando um encerramento mais razoável. Gundam parecia destinada a ser apenas mais uma produção entre tantas outras dos estúdios japoneses após seu encerramento, correndo o risco de ser até esquecida.

As coisas mudaram completamente quando a Bandai recebeu a licença para os mechas da série. Com a introdução de seus modelos, a popularidade do programa começou a aumentar: os modelos venderam muito bem e a audiência das reprises da série foi aumentando. E entre 1981 e 1982, Yoshiuki Tomino e a Nippon Sunrise reeditaram a história da série, levando-a para os cinemas japoneses na forma de três longa-metragens animados. E então toda a grandiosidade de Gundam foi enfim compreendida pelos amantes da animação japonesa, provocando o impacto renovador pelo qual a série é lembrada até hoje, mais de 40 anos depois de sua estréia na TV nipônica. O público esperava que fosse apenas outra série de super robôs e, em vez disso, se deparou com o que seria o primeiro exemplo de um novo gênero, o dos "robôs reais". De forma similar ao que ocorrera com Jornada nas Estrelas, que conquistou um sucesso apenas razoável quando foi exibida pela primeira vez, a série Gundam original não foi popular com o público, mas após seu encerramento, com as reprises, e principalmente com os filmes, seu sucesso cresceu, gerando uma enorme franquia de ficção científica, gerando inúmeras sequências, modelos e videogames.

            Um sucesso que pode ser medido no fato da série ter se tornado ponto de referência para quase todas as séries de mechas produzidas posteriormente. Robôs com formatos lineares e geométricos, respeitando tanto quanto possível as leis da física e a realidade; roteiros densos e sérios; personagens bem desenvolvidos. E Gundam viria a se tornar uma das maiores e mais famosas franquias da indústria de entretenimento do Japão, ao lado das séries Super Sentai, Kamen Rider, Ultraman, entre outras. E ainda nos anos 1980, Gundam ganharia suas primeiras continuações, como as séries Zeta Gundam (1985), Gundam ZZ (1986), e Gundam 0080, com as quais sua fama decolaria de vez, evoluindo os conceitos da primeira série.

 

A “CONSTRUÇÃO” DO GUNDAM E A EXPLORAÇÃO COMERCIAL DA SÉRIE

 

            A série Gundam também introduziu um novo tipo de profissional em seu staff de produção: o “mecha designer”, ou simplesmente, o desenhista de mechas, os robôs da série. Tal função, na prática, já existia, com profissionais tendo a tarefa de conceber os robôs em séries anteriores, mas em Gundam, esse tipo de posto assumiu feições muito maiores e complexas. Até então, conceber um robô nas produções feitas até então não era muito diferente de desenhar um personagem. Bastava ter criatividade, e saber encaixar os parâmetros e expectativas de desenhos comuns a qualquer tipo de objeto, fossem um personagem, animais, paisagens, etc. Em Gundam, isso mudou radicalmente.

            Com a determinação de se afastar dos super robôs, os novos mechas vistos em Gundam foram “projetados”, isto é, “construídos” como se fossem construtos reais. Isso também atendia a um desejo dos fãs. Desde Mazinger Z que a exploração de produtos de uma série se tornara algo imprescindível na indústria de animação, ajudando a cobrir os custos de produção das séries e maximizar seus lucros. Assim, os fãs ficavam malucos ao conseguir comprar um boneco de robô de sua série favorita. Mas havia um problema: eles não conseguiam ser completamente fiéis aos robôs vistos nas séries, ou pelo menos, não conseguiam reproduzir alguns de seus movimentos. Como os super robôs eram criados meio que ao acaso, com movimentos, e combinações que não faziam muito sentido, não havia como replicar parte destes detalhes nos bonecos dos mesmos robôs à venda.

            Por exemplo: o Getter Robo, outra das criações de Go Nagai, era formado pela junção de três veículos que combate, que se uniam para formar o supermecha. E, dependendo de como era feita a combinação, o Getter Robo podia assumir três formas diferentes. Mas essa combinação não tinha como ser reproduzida nos brinquedos, já que ela não tinha nexo real, sendo pura fantasia. Gundam iria mudar completamente isso.



Combate entre os robôs na série Gundam deixou de lado os exageros e clichês das séries de super robôs, com mechas de linhas mais realistas.

            Ficou decidido que todos os robôs da nova série seriam tão reais quanto possível. Por isso, coube a Kunio Oakawara, um designer de 31 anos de idade, a tarefa de “projetar” e “construir” no papel todos os mechas de Gundam, de modo que eles respeitassem a realidade o máximo possível. E ele fez isso com grande maestria, concebendo tanto o modelo RX-78 do Gundam, bem como os demais mechas da série, inclusive os Zakus dos inimigos. Obedecendo à lógica do mundo real, e com formatos de linhas retas, e formatos geométricos, todos os detalhes dos mechas foram feitos de modo que os brinquedos eram capazes de reproduzir todos os movimentos apresentados na série. O boneco do robô Gundam, que era formado por três módulos que se uniam na série, podia fazer os mesmos movimentos, sendo unidos, e formando o poderoso mobile suit de combate. E não apenas ele: todos os bonecos dos demais robôs também conseguiam reproduzir os movimentos vistos nos episódios, exibindo um nível de fidelidade e realismo jamais imaginados até então.



            A Bandai, uma das maiores fabricantes de brinquedos do Japão, percebeu o potencial que esta série tinha, e após conseguir a licença para produzir estes brinquedos, tratou de promovê-los adequadamente. E não deu outra: os fãs ficaram mais do que contentes vendo que os brinquedos continham esse nível de fidelidade, e a Bandai, claro, não se fez de rogada: vendeu brinquedos como água, inaugurando outra fórmula que seria seguida dali em diante por todas as séries de robôs “reais”, onde seus bonecos de brinquedos seriam capazes de imitar todos os movimentos vistos nas séries, uma vez que todos eles passariam a ser “projetados” dessa maneira. E tome boneco de robô sendo vendido para os fãs. Outra grande jogada da Bandai, com o crescente sucesso de Gundam conforme novas séries iam sendo lançados eram os “garage kits” (kits de garagem, numa tradução livre), vendidos aos fãs para que eles mesmos montassem os robôs das séries, que se tornaram uma verdadeira mina de ouro para a empresa, que nunca mais largou a marca, e foi lançando mais e mais modelos, conforme as séries posteriores apresentavam novos mechas, para felicidade, e também para o desespero do bolso dos fãs mais ardorosos, que nunca conseguem ter todos os modelos da franquia disponíveis para venda em suas coleções, dado o imenso número existente. Hoje, mais do que os lucros advindos da franquia Gundam, a Bandai é a principal patrocinadora da marca, o que tem possibilitado a produção de novas séries regularmente, ajudando a aumentar o universo Gundam, que por sua vez, obviamente, fornece mais material para o lançamento de mais e mais brinquedos...

            Paralelamente a isso, a série também foi explorada comercialmente em outros setores, e chegou a outras mídias, ganhando versões em mangá, e até jogos para diversos consoles. O número de produtos oficiais da série expandiu-se exponencialmente, de modo que hoje a marca “Gundam” é uma das maiores fontes de lucros não apenas da Bandai, mas do ramo de brinquedos do Japão e do mundo inteiro. Basta visitar uma loja de brinquedos no Japão para se ter uma amostra disso: mão há praticamente nenhuma que não tenha algum produto de Gundam à venda. E, para sentir a força da franquia em sua plenitude, nada como fazer uma visita à maior loja oficial de produtos da marca, situada no Diver City Plaza em Odaiba, zona sul de Tóquio. Trata-se de um shopping center onde temos no sétimo andar do prédio a “Gundam Base”, onde é possível encontrar todo tipo de produto da franquia, com especial destaque para os garage kits da série. São mais de dois mil produtos diferentes, incluindo até mesmo réplicas das roupas dos personagens das séries.



 

Entrada da Gundam Base (acima), no Diver City Plaza, em Odaiba, Tóquio, e apenas uma das inúmeras prateleiras de produtos da série Gundam à disposição dos fãs para compra (abaixo), um verdadeiro massacre para as carteiras dos amantes das séries da franquia.

 


            Mas o grande destaque está do lado de fora, em frente à entrada do shopping, onde temos um Gundam Café, onde podem ser comprados outros produtos oficiais, além da reprodução, em tamanho real, de um robô Gundam. Inicialmente, estava em exibição o modelo RX-78 da primeira série Gundam, de 1979, mas ele foi substituído pelo modelo Unicorn Gundam, da série de mesmo nome, exibida em 2016 na TV japonesa. Em horários determinados, o robô exibe um festival de luzes, imitando o jogo de luzes usado na série de animação. Quando a noite cai, por volta das 19 horas, a parede do shopping atrás do robô se apaga, e é projetado um clipe da série na parede do prédio, ao mesmo tempo em que o robô volta a mostrar seu show de luzes, que por já ser noite, fica ainda mais legal de se ver. Um ponto obrigatório para se visitar se você é fã da franquia, e também onde tudo pode virar um pesadelo em termos financeiros, devido ao imenso número de produtos à venda, com produtos para todos os gostos, e bolsos, dos mais baratos e acessíveis, aos mais sofisticados e caros. Haja tentação em um só lugar...


Os robôs Gundam expostos em frente do Diver City Plaza. Primeiro foi o RX-78 da primeira série de TV (acima), e atualmente é o Unicorn Gundam (abaixo).


 

O ROBÔ GUNDAM

 

            Projetado por Tem Ray, pai de Amuro Ray, o robô Gundam é o resultado do Projeto V, uma operação ultrassecreta da Federação Terrestre com o objetivo de reverter a vantagem militar que o exército de Zion possuía na luta com seus robôs Zakus. O novo mobile suit foi construído pelas forças militares da Federação Terrestre com uma nova liga de titânio produzida na Lua, muito mais forte e resistente do que os metais utilizados até então na construção de outros robôs de combate tanto pela Terra quanto por Zion. O robô é montado pela união de três partes, de forma a ter seu transporte facilitado, dependendo das circunstâncias. A parte A engloba o tronco superior, com a cabeça e braços, enquanto a parte B compreende a cintura e as pernas. A parte central é composta por um jato que pode operar autonomamente, chamado Core Fighter, e em último caso, serve de módulo de fuga para o piloto, caso seja necessário. Ele possui uma transformação simples, de forma a se acoplar às partes inferior e superior do robô.


 

Modelo: RX-78-2 Gundam

Tipo de modelo: mobile suit protótipo para combate corpo a corpo

Operação: terra, ar, água, espaço

Altura total: 18,5 metros

Altura da cabeça: 18 metros

Peso: 43,4 toneladas (descarregado)

Peso: 60 toneladas (com armamento completo)

Fornecimento de energia: Reator Minovsky ultracompacto de 1.380 kW

Propulsão de foguete: 55.840 kg (24.000 kg x 2; 1.870 kg x 4)

Impulso desenvolvido: 55.500 kg

Aceleração máxima: 0,93 G

Faixa de sensores: 5.700 metros

Tempo de rotação de 180 graus: 1,5 segundos

Velocidade de corrida: 165 km/h

Tempo de rotação de 180 graus: 1,1 segundos (após a atualização com revestimento magnético)

Material de armadura: liga de titânio lunar

Armas disponíveis:

# Escudo - Um armamento com capacidades defensivas extremamente altas, obtido pela adoção de uma estrutura multicamadas feita de vários materiais. Utilizado tanto em combate áereo quanto terrestre, e em lutas corpo a corpo.

# Beam Rifle - O rifle laser de bateria recarregável é a principal arma usada pelo Gundam, podendo disparar vários tiros de grande poder de fogo contra os inimigos.

# Canhões Vulcan de 2 x 60 mm na cabeça

# Beam Saber - Um armamento de combate montado na mochila, em número de dois. Seu feixe em forma de lâmina laser, com potência de 0,38 MW pode cortar instantaneamente a armadura dos veículos adversários. Também é usado em combate corpo a corpo com robôs inimigos, podendo ser arremessado como um dardo para atingir o alvo.

# Canhão de ombro - Uma arma de fogo de cartucho sólido de médio alcance com um carregador montado na parte traseira. Ele é colocado no lado esquerdo da mochila após trocar o sabre do Beam Saber e tem uma base móvel.

# Arm Vulcan – Uma arma instalada no antebraço esquerdo, preso às partes em forma de porta nos punhos.

# Shoulder Magnum – Armas equipado no ombro esquerdo. Foram alteradas para uma metralhadora Gatling.

 

OS DEMAIS ROBÔS DA WHITE BASE

 


            Além do modelo protótipo RX-78 Gundam, a White Base também conta com outros dois modelos protótipos desenvolvidos para melhorar as opções de combate da Federação Terrestre: o Guncannon RX-77, e o Guntank RX-75. O primeiro é um mobile suit similar ao Gundam, enquanto o segundo é um tipo de tanque de combate.

 

 

 

Modelo: RX-77 Guncannon

Tipo de modelo: mobile suit protótipo para artilharia

Operação: terra, espaço

Altura: 17,5 metros

Peso: 51 toneladas (descarregado)

Peso: 70 toneladas (com armamento completo)

Fornecimento de energia: Reator Minovsky ultracompacto de 1.380 kW

Impulso desenvolvido: 51800 kg

Aceleração máxima: 0,74 G (12)

Velocidade de corrida: 78 km / h

Aceleração máxima: 0,74 G

Tempo de rotação de 180 graus: 2 segundos

Alcance dos sensores: 6.000 metros

Sistema de bloco de núcleo: FF-X7 Core Fighter

Material de armadura: liga de titânio lunar

Armas disponíveis: Canhões Vulcan de 2 x 60 mm na cabeça (Canhão Vulcan); 2 canhões de ombro de 240 mm ou 2 lançadores de mísseis de spray; rifle laser de bateria recarregável; Granadas

 


Modelo: RX-75 Guntank

Tipo de modelo: mobile suit protótipo para artilharia

Operação: terra, espaço

Altura total: 15,6 metros

Altura da cabeça: 15 metros

Alcance dos sensores: 6.000 metros

Peso: 56 toneladas (descarregado)

Peso: 80 toneladas (com armamento completo)

Fornecimento de energia: Reator Minovsky ultracompacto de 878 kW

Impulso desenvolvido: 88.000 kg

Aceleração máxima: 1,1 G

Velocidade de corrida: 70 km/h

Sistema de bloco de núcleo: FF-X7 Core Fighter

Material de armadura: liga de titânio lunar

Armas disponíveis: 2 canhões de ombro de 120 mm de 30 salvas cada (Canhão de baixa reação); Submetralhadora de 4 focos nos dois braços (lançador de mísseis quadruplet bob)

 

OS ROBÔS DO EXÉRCITO DE ZION

 

            Tendo desencadeado a guerra contra a Federação Terrestre, o Principado de Zion, mesmo com as baixas catastróficas que dizimaram metade de sua população, logo assumiu a primazia no combate graças aos equipamentos de guerra desenvolvidos por seus engenheiros, o que obrigou o governo da Terra a desenvolver o Projeto V que criaria o Gundam, como forma de tentar reverter os rumos do conflito. Confiram alguns dos mechas de combate militar empregados pelas forças de Zion:

 


Zaku - Dados Técnicos

Tipo de modelo: armadura móvel de produção em massa para uso geral

Operação: Terra e espaço, mas também podendo ser usado no mar e no céu

Altura: 17,5 metros

Peso: 58,1 toneladas (descarregado)

Peso: 73,3 toneladas (com armamento completo)

Fornecimento de energia: Reator Minovsky ultracompacto de 976 kW

Impulso desenvolvido: 43.000 kg (20.500 kg x 2; 1000 kg x 2)

Material de armadura: aço ultra reforçado

Aceleração máxima: 0,59 G

Faixa de sensores: 3.200 metros

Tempo de rotação de 180 graus: 1,7 segundos

Velocidade em terra: 88 km/h

Armas disponíveis: Metralhadora 120 mm x 1 (rifle de assalto ZMP-50D/120 mm); Bazuca de 280 mm x1 (bazuca H & L-SB25K/280 mmA-P); Falcão de Calor; Granada; Lançador de mísseis de 3 armas (pernas) x 2

Observação: O modelo MS-06F é o mobile suit mais conhecido e produzido com o maior número de exemplares. Os mobile suits da Federação também foram produzidos tendo este modelo como comparação. Versátil, ele utiliza diferentes armas em função da missão a cumprir. Com base neste modelo, inúmeras versões foram produzidas para se adaptar a diferentes condições de combate.

 

 


Dom - Dados Técnicos

Modelo: armadura de produção em massa para combate terrestre

Operação: terra

Altura: 18,6 metros

Peso: 62,6 toneladas (descarregado)

Peso: 81,8 toneladas (armamento completo)

Propulsores: 1.269 kW

Impulso desenvolvido: 58200 kg

Aceleração máxima: 0,71 G

Alcance dos sensores: 5.400 metros

Velocidade do solo: 90 km/h

Velocidade em vôo: 240 km/h

Material de armadura: aço ultra reforçado

Armas disponíveis: Bazuca grande de 360 mm de 10 fotos (bazuca gigante de 360 mm); Sabre de calor; Feixe de arma espelhado.

Observação: Equipado com um sistema de propulsão que combina um jato termonuclear com vetores químicos, ele pode se mover sobre uma almofada de ar, e é o meio que resolve o antigo problema da pouca mobilidade deste tipo de armadura na presença da gravidade. O Dom foi desenvolvido com a intenção de torná-lo o substituto MS dos Zakus. O Gundam conhece os primeiros Doms ao enfrentar um trio de pilotos de elite que desafiam o mobile suit branco pilotado por Amuro.

 

Rickdom - Dados Técnicos

Tipo de modelo: armadura de produção em massa para combate terrestre

Operação: espaço

Altura: 18,6 metros

Peso: 43,8 toneladas (descarregado)

Peso: 78,6 toneladas (armamento completo)

Propulsores: 1.199 kW

Empuxo desenvolvido: 53.000 kg (22.000 kg total x 2, 1.000 kg x 9)

Aceleração máxima: 0,67G

Alcance dos sensores: 5.400 metros

Velocidade do solo: 110 km/h

Material de armadura: aço ultra reforçado

Tempo de rotação de 180 graus: 2,1 segundos

Armas disponíveis: Bazuca grande de 360 mm de 10 fotos (bazuca gigante de 360 mm); sabre de calor; Feixe de arma espelhado

Observação: o Rickdom é o modelo evoluído do Dom, exclusivamente para uso espacial.


Gock - Dados Técnicos

Tipo de modelo: mobile suit anfíbio

Altura: 18,3 metros

Peso: 82,4 toneladas (descarregado)

Peso: 159,4 toneladas (armamento completo)

Propulsores: 1.740 kW

Impulso desenvolvido: 121.000 kg (38.000 kg x 2, 15.000 kg x 3)

Aceleração máxima: 0,76 G

Velocidade máxima na água: 75 nós

Alcance dos sensores: 5.400 metros

Material de armadura: aço super reforçado

Armas disponíveis: par de armas de megapartículas; par de lançadores de torpedo.

Observação: Este é o primeiro mobile suit equipado com um reator termonuclear resfriado a água e também o primeiro a utilizar um canhão de megapartículas.

 

Gouf - Dados Técnicos

Operação: terra

Altura: 18,2 metros

Peso: 58,5 toneladas (descarregado)

Peso: 75,4 toneladas (com armamento completo)

Gerador de energia: 1.034 kW

Impulso desenvolvido: 40.700 kg

Material de armadura: aço ultra reforçado

Aceleração máxima: 0,54 G

Alcance dos sensores: 3.600 metros

Velocidade do solo: 99 km/h

Armas disponíveis: Metralhadora esquerda de 5 canos 75 mm; Barra Térmica (Barra de Calor); Sabre de Calor; Metralhadora 120mm (100 tiros); Escudo; Bazuca de 280mm

Observação: O Modelo MS-07B Ghef é um mobile suit projetado para combatente corpo a corpo e com um alcance limitado de ação. Esta deficiência é freqüentemente corrigida equipando o veículo com uma unidade de transporte para levá-lo ao local da batalha. Feito em algumas cópias, este Mobile suit foi substituído pelo Dom. O Gundam travou um violento combate corpo a corpo com um Goulf pilotado pelo especialista Ramba Rall.

 


 

ZakuCT - Dados Técnicos

Tipo de modelo: mobile suit atualizado para oficiais graduados

Operação: Terra e espaço, mas também usado no mar e no céu

Altura: 17,5 metros

Peso: 56,2 toneladas (descarregado)

Peso: 74,5 toneladas (com armamento completo)

Fornecimento de energia: Reator Minovsky ultracompacto de 976 kW

Impulso desenvolvido: 48.500 kg

Material de armadura: aço ultra reforçado

Aceleração máxima: 0,69 G

Faixa de sensores: 3.200 metros

Armas disponíveis: Metralhadora 120mm 100-round x 1 (rifle de assalto ZMP-50D/120mm); Bazuca de 4 círculos de 280 mm x 1 (bazuca H & L-SB25K/280 mmA-P); Heat Hawk; Lançador de mísseis de 3 armas (pernas) x 2

Observação: O modelo MS-06S Zaku II é o mobile suit especial para lutas de Char. Foram efetuados aprimoramentos melhorando a eficiência do MS-06F. A potência dos motores deste MS é 30% maior que o modelo tradicional. Embora as mudanças em relação ao modelo básico não sejam substanciais, o MS alcança sucessos notáveis em batalha graças às habilidades extraordinárias de seu piloto.

 

GelgoogCT - Dados técnicos

Tipo de modelo: mobile suit atualizado por oficiais graduados

Operação: terra, ar, espaço

Altura: 19,2 metros

Peso: 42,1 toneladas (descarregado)

Peso: 73,3 toneladas (com armamento completo)

Armas disponíveis: rifle laser (rifle de raio); espada de feixe duplo; escudo

Observação: O Gelgoog de Char. O Gundam enfrenta-o em algumas ocasiões.

 

 

Zgock - Dados Técnicos

Tipo de modelo: mobile suit anfíbio de produção em massa

Operação: água

Altura: 18,4 metros

Peso: 65,1 toneladas (descarregado)

Peso: 96,4 toneladas (com armamento completo)

Propulsores: 2.480 kW (reator de fusão ultracompacto tipo Minovsky)

Empuxo desenvolvido por jatos de água: 83.000 kg (35.000 kg x 2, 13.000 kg x 1)

Aceleração máxima: 0,86 G

Alcance dos sensores: 5.200 metros

Material de armadura: aço super reforçado

Velocidade na água: 103 nós

Armas disponíveis: canhão de megapartículas x 2; Lançador de míssil 240 mm x 6 5-round

Observação: Comparado a outros modelos para uso submarino, o Zgock está equipado com recursos superiores que o tornaram imediatamente muito popular e solicitado por todos os departamentos.

 

Acguy - Dados Técnicos

Tipo de modelo: armadura anfíbia de produção em massa

Altura: 19,2 metros

Peso: 91,6 toneladas (descarregado)

Peso: 129 toneladas (com armamento completo)

Propulsão de jatos de água: 109.000 kg

Impulso desenvolvido: 1.870 kW (reator de fusão ultracompacto tipo Minovsky, saída avaliada em 1.870 kW)

Aceleração máxima: 0,85 G

Velocidade na água: 53 nós

Armas disponíveis: Lançador de foguete de 6 tubos x 1; Pistola vulcan 105 mm x 4; metralhadora de megapartículas x 1

 


ZockCT - Dados Técnicos

Tipo de modelo: mobile suit anfíbio

Operação: água

Altura: 18,4 metros

Peso: 67,3 toneladas (descarregado)

Peso: 95,2 toneladas (com armamento completo)

Gerador de energia: 2650 kW

Propulsão de foguete: 92.000 kg

Aceleração máxima: 0,97 G

Alcance dos sensores: 5.200 metros

Material de armadura: aço super reforçado

Armas disponíveis: canhão de megapartículas x 2; Lançador de míssil 240 mm x 6 5-round

Observação: Red Z-Gock, um dos modelos usados por Char em combate.

 


FICHA TÉCNICA DA SÉRIE

 

Criação original: Yoshiuki Tomino e Hajime Yatate

Diretor: Yoshiuki Tomino

Roteiros: Hiroyuki Hoshiyama, Kenichi Matsuzaki, Yoshihisa Araki, Yoshiyuki Tomino, Yu Yamamoto

Design de personagens: Yoshikazu Yasuhiko

Design mecânico: Kunio Okawara

Diretor de arte: Mitsuki Nakamura

Música: Takeo Watanabe e Yuji Matsuyama

Diretor de som: Noriyoshi Matsuura

Diretor de fotografia: Akio Saitou e Takafumi Hirata

Estúdio de Produção: Sunrise

Tema de abertura: "Tobe! Gundam", (Voe! Gundam), por Koh Ikeda

Tema de encerramento: "Eien ni Amuro" (Para Sempre Amuro), por Koh Ikeda



VOZES ORIGINAIS


Amuro Ray: Tooru Furuya (Yamcha em Dragon Ball; Seiya de Pégaso em Saint Seiya; Kyosuke Kasuga em Kimagure Orange Road)

 

Char Aznable: Shuichi Ikeda (Seijuro Hiko em Rurouni Kenshin; Milo de Escorpião em Saint Seiya; Akai Shuichi em Detective Conan)

 

Bright Noah: Hirotaka Suzuoki (Kojiro Hyuuga em Captain Tsubasa; Tenshin-Han em Dragon Ball; Tatewaki Kuno em Ranma ½)

 

Sayla Mass: You Inoue (Kanuka Clancy em Patlabor; Cairo em Tosho Daimos; Manabu Karui em Mirai Robo Daltonius)

 

Fraw Bow: Rumiko Ukai (Rosé em God Mars; Kitty Kitten em Space Runaway Ideon; Raychell em Dallos)

 

Gihren Zabi: Banjou Ginga (Senzaemon Nakiri em Food Wars! Shokugeki no Soma; Raymond Marley em Macross Plus; Damido Pechi em Space Runaway Ideon)

 

Dozle Zabi: Daisuke Gouri (Mister Satan em Dragon Ball; Hiromi Yamazaki em Patlabor; Edmond Honda em Street Fighter II: The Animated Movie)

 

Ryu Jose: Shozo Izuka (Hans Dietrich von Seeckt em Legend of The Galactic Heroes; Mark Jordan em Space Runaway Ideon; Rui Jangal em Voltes V)

 

Hayato Kobayashi: Kiyonobu Suzuki (Luchino em A Little Snow Fairy Sugar; Elsheimer em Legend of The Galactic Heroes; Max Steindorf em Monster)

 

A CRONOLOGIA GUNDAM

 

            As primeiras series da franquia Gundam se passam em uma mesma cronologia, de modo que alguns acontecimentos e personagens de uma série podiam ser citados e até aparecer em outras. Com o passar do tempo, e com o maior número de séries lançadas, foram estabelecidas outras cronologias, ou por assim dizer, novas realidades, sem conexão com as primeiras séries. Esse recurso possibilitava a criação de novas histórias com mais facilidade, uma vez que não era preciso se ater aos acontecimentos relatados nas demais séries.

 

CURIOSIDADES

 

O criador de Gundam, Yoshiyuki Tomino, durante sua participação no Anime Expo de Nova York em 2002 admitiu publicamente que o nome Char Aznable foi inspirado no cantor e compositor francês Charles Aznavour. O personagem Char também é inspirado na lendária figura de Manfred von Richthofen, o “Barão Vermelho”, bem como na cor dos mobile suit usados pelo oficial de Zion, que lhe valeram a alcunha de “Cometa Vermelho”.

Charles Aznavour (22.05.1924 – 01.10.2018), nome artístico de Chahnour Varinag Aznavurjan, foi um cantor, compositor e ator de cinema francês de origem armênia. Conhecido pelo apelido de Charles Aznavoice, mas também conhecido como o "Frank Sinatra da França", ele cantava em cinco línguas e se apresentou em várias partes do mundo. Ele trouxe prestígio para a França e foi premiado com a Legião de Honra. Ele trouxe muitas canções ao sucesso desde meados do século 20, quando foi descoberto no meio artístico.

O Barão Manfred Albrecht (Freiherr) von Richthofen (2 de maio de 1892 - 21 de abril de 1918), foi um piloto de caça alemão, lembrado como um ás da aviação. Mais precisamente, como o ás dos ases. Ele é uma das principais figuras da Primeira Guerra Mundial e a denominação que o tornou lendáreio é a de Barão Vermelho. Demonstrando um puro talento para aviação, venceu nada menos que oitenta lutas aéreas durante o conflito de 1915-1918 antes de ser abatido, justamente em mais um combate aéreo, nas linhas inglesas atestadas no departamento francês da região de Somme. Ele completaria 26 anos em um mês. Um lutador britânico deixou cair a seguinte mensagem no acampamento-base alemão em Cappy: “À Força Aérea Alemã. O cavaleiro barão Manfred von Richtofen foi morto em batalha em 21 de abril de 1918 e enterrado com todas as honras militares.” O que para os franceses era o “diable rouge” e para os ingleses o “Red Knight” (mas às vezes também o barão vermelho), nasceu em Breslau, Alemanha (hoje Wroclaw, Polônia), e quando criança se mudou com sua família para Schweidnitz (hoje Swidnica, Polônia). Em sua juventude, ele praticou caça e passeios a cavalo e, tendo concluído seu treinamento como cadete, alistou-se no regimento de Uhlan, mas depois passou para a infantaria. Com a eclosão da Grande Guerra, e cansado de seu compromisso com a cavalaria, ele decidiu entrar na Força Aérea imediatamente provando ser um piloto muito habilidoso; na Luftstreitkrafte, seu encontro com outro grande aviador Oswald Boelcke foi decisivo, que contribuiu muito para seu sucesso futuro. Boelcke selecionou von Richthofen para seu grupo de combate Jagdstaffel, ou JASTA 2. Sua primeira luta - bem-sucedida - aconteceu em Cambrai, França, em 17 de setembro de 1916. Em 1917 ele recebeu o comando do Jasta 11, o esquadrão de caças que viria depois ficou conhecido como o Circo Voador em virtude das cores brilhantes que decoravam os dispositivos. O apelido de Barão Vermelho lhe veio precisamente do fato de muitos dos aviões que pilotou serem totalmente pintados de vermelho.

 

 

Desenvolvida por Yoshiyuki Tomino, juntamente com um grupo variado de funcionários da Sunrise usando o pseudônimo "Hajime Yadate", a série Gundam seria originalmente chamada de “Freedom Fighter Gunboy”, ou simplesmente Gunboy, porque o robô do título estaria armado com um rifle (em inglês, gun = arma, boy = menino) e o público-alvo do programa eram meninos. Nos estágios iniciais de produção, havia inúmeras referências à palavra Liberdade (freedom = liberdade), por exemplo, a White Base era originalmente chamada de Fortaleza da Liberdade; o Core Fighter era o Freedom Wing, e o Gunperry (o avião de transporte para o Gundam) era para seja o Freedom Cruiser. O grupo Yadate então combinou a palavra inglesa "Gun" com a última sílaba de"Freedom", para formar a palavra "Gundom". Tomino então mudou o nome para "Gundam", sugerindo que significava um poder empunhando um rifle forte o suficiente para conter inimigos, como uma barragem (em inglês " Dam ") impede as inundações.

 

 

A ideia do robô mobile suit foi inspirada no romance de ficção científica de Robert Heinlein, Space Infantry (Infantaria Espacial, numa tradução livre), embora o resto da trama seja completamente diferente.

 

 

Em dezembro último foi inaugurado em Yokohama uma réplica em tamanho real do Gundam RX-78. Intitulada de Gundam Factory Yokohama, a nova atração da cidade tem como grande destaque os movimentos que são feitos pelo robô, muito mais amplos do que as demais réplicas feitas de mechas da famosa franquia até agora. O robô tem 18,3 metros de altura, e ampla liberdade de movimentos a partir de 24 juntas articuladas, o que o torna capaz de se movimentar caminhando. Ainda não é como na série de TV, mas a tecnologia vai mostrando que a criação de um robô como o Gundam não vai ser tão ficção científica como muitos poderiam imaginar. O robô pesa cerca de 25 toneladas, e por enquanto, será a mais nova atração turística da cidade, que fará concorrência com o modelo Gundam também de tamanho natural exposto no Diver City Plaza em Odaiba, Tóquio. Aliás, como Yokohama fica ao sul da capital nipônica, dá até para os fãs visitarem ambos os robôs no mesmo dia, dada a proximidade dos locais.

 


 



Personagens da série: Bright Noah, comandante da White Base; Sayla Mass, operadora de comunicações e posteriormente piloto de combate (acima); Hayato e Ryu, operadores do Guntank e do Core Fighter, respectivamente; e Kai, operador do Guncannon (abaixo).



 

 



As operações de guerra, com esquadrões de combate, e as ações de combate, como bombardeios (acima), e as lutas entre robôs (abaixo), são frequentes, e muitas vezes, mesmo com a vitória, inúmeras pessoas morrem em meio aos conflitos travados, mostrando a violência do conflito.