Entra
ano, sai ano, e o mês de fevereiro já se tornou data padrão de estréia das
produções da franquia Pretty Cure, séries estreladas por garotas mágicas com
superpoderes, com a missão de salvar o mundo de algum invasor perverso que
planeja trazer desgraça e maldade. E em 2016 não poderia deixar de ser
diferente, com a estréia da mais nova série da franquia: MAHOU TSUKAI PRECURE
(Garotas Mágicas Precure, em português). É a 13ª produção da franquia,
produzida ininterruptamente pela Toei Animation desde 2004, que estreou no
último dia 7 de fevereiro, substituindo a série de 2015, Go Princess Precure,
que encerrou com 50 episódios. E, como tem sido praxe nos últimos anos, a nova
série traz novas protagonistas e uma nova temática, até agora praticamente
inédita na série: magia.
Nesta
nova série, existe o mundo da mágica, que coexiste paralelamente ao nosso, onde
o uso e aprendizado de feitiços e magia é algo muito comum. Em nosso mundo, um
mundo sem magia, a jovem Mirai Asahina, de 13 anos, está prestes a iniciar o
novo ano letivo em sua escola. Mas o que acontece quando um encontro ao acaso
entre uma jovem estudante do mundo mágico e uma do nosso mundo as leva a
dividir um novo e inusitado destino, mudando suas vidas para sempre, criando
uma conexão entre os dois mundos?
Tudo
começa quando numa noite, Mirai vê um objeto cair do céu, após dar várias
reviravoltas. Empolgada para descobrir o que era aquilo, que na opinião de sua
avó poderia ser uma feiticeira, ela sai de casa na manhã seguinte ao lado de
seu amado urso de pelúcia, Mofurun, para procurar no parque onde viu o estranho
objeto aterrissar. Lá, ela acaba encontrando uma garota voando pelo céu em uma
vassoura. Entusiasmada e curiosa, Mirai enche a garota de perguntas e a jovem
feiticeira, chamada Riko, explica que veio ao nosso mundo “sem magia” para
procurar por certos objetos. As duas garotas notam, então, que estão usando
pingentes bem parecidos. Mas antes que possam conversar mais, surge um sujeito
ameaçador chamado Batty, que alega estar a serviço da Bruxa da Escuridão,
Dokuroxy, e que está atrás das Linkle Stone Emeralds, jóias de grande poder, e
que para azar das meninas, duas delas são justamente seus pingentes. Usando sua
magia para criar um monstro chamado Yokubaru, ele persegue as duas, até que
elas acabam ativando os poderes de seus pingentes, que mudam de forma, liberando
uma transformação inesperada.
Mirai
se transforma em Cure Miracle, enquanto Riko torna-se Cure Magical, e surgem as
novas lendárias guerreiras Precure, que lutarão usando a magia para defender
tanto o nosso mundo quando o mundo da mágica. Após conseguirem expulsar Batty,
Riko leva Mirai para o mundo da magia, para que ambas consigam aprender a usar
seus novos poderes de Precure, assim como o poder da magia, e tentar entender o
que está acontecendo. Apesar de ser uma série com o tema "garotas
mágicas", Mahou Tsukai Precure é a primeira série a ter seu tema focado em
magia propriamente. Todas as séries anteriores tinham temas variados, como
música (Suite Precure), moda (Happinesscharge Precure), flores (Hearthcatch
Precure), ou cartas de baralho (Dokidoki Precure), mas não magia. Nesta nova
produção, as heroínas, além dos tradicionais combates físicos que já virou
praxe na série, lutarão também com o uso de encantamentos e magias, como as que
lhes permitirão assumir formas alternativas, com poderes adicionais para cada
identidade. Curiosamente, pela primeira vez na franquia, o termo
"guerreiras lendárias" não é usado para se referir às Precures. Ao
invés disso, e de forma a ficar mais coerente com o tema de magia abordado na
série, as heroínas são definidas como "feiticeiras lendárias"
Precure. E, como também já virou clichê, as meninas terão de procurar pelas
Linkle Stone Emeralds, além de evitar que os vilões as obtenham para seus
propósitos perversos.
A
nova série é a primeira produção a apresentar uma dupla de heroínas desde Suite
Precure, de 2011, que depois evoluiria para um trio, e por fim, um quarteto de
heroínas. Por enquanto, pelas informações divulgadas, ainda não dá para saber
se haverão novas heroínas em Mahou Tsukai Precure que se juntarão a Mirai e
Riko em sua luta. A última série a ter apenas duas heroínas foi Pretty Cure
Splashstar, de 2006, com as heroínas Cure Bloom e Cure Egret. Todas as séries
seguintes contaram com a adesão de novas heroínas ao longo de suas produções.
E
Pretty Cure promete seguir longe na TV japonesa, tanto que já estão programados
dois novos longas animados para cinema neste ano, o primeiro deles programado
para março, com o tradicional encontro das atuais protagonistas com todas as
heroínas das séries anteriores da franquia, que já passaram de mais de 40
heroínas no total. No ano passado, uma das séries da franquia Pretty Cure
chegou ao Brasil, via Netflix, mas para azar dos fãs da produção nipônica, a
série Smile Precure sofreu uma adaptação malfeita produzida pela Saban, que
cortou episódios, mudou a trilha sonora, entre outras barbeiragens, além de ter
ganho uma sofrível dublagem em português que foi extremamente criticada por
muitos. Pelo visto, o maior inimigo das heroínas para se popularizarem mais
pelo mundo não são apenas os vilões que elas enfrentam, mas a visão bitolada de
certas empresas de licenciamento quando resolvem "adaptar" uma série
com base em seus padrões por vezes duvidosos de qualidade.
Depois
dessa "estréia" malfadada da franquia Pretty Cure no Brasil, muito
provavelmente nosso país continuará a ficar sem ver de fato uma série da
franquia como se deve, para azar (ou sorte, dependendo do ponto de vista) dos
fãs.
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